Expressão de lectinas nos tecidos do hospedeiro intermediário biomphalaria glabrata, Say 1818 (gastropoda: pulmonata: planorbidae) durante os períodos pré patente e patente da infecção por schistosoma mansoni, Sambon 1907 (trematoda: schistosomatidae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Thatiane Cristina Barros da
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35373
Resumo: O esclarecimento de mecanismos envolvidos na relação parasito/hospedeiro entre caramujos do gênero Biomphalaria e S. mansoni representa uma importante ferramenta epidemiológica para o controle da infecção. Vários estudos in vitro têm mostrado que o mecanismo de resistência de espécies e diferentes cepas de Biomphalaria está relacionado à presença de lectinas. Entretanto, não há estudos sobre a relação da expressão dessas proteínas nos tecidos e órgãos de moluscos infectados, uma vez que a maioria dos trabalhos são realizados in vitro, o que limita a quantidade de componentes envolvidos na interação parasito/hospedeiro. O estudo da expressão de carboidratos, ligantes de lectinas específicas, sobre cortes histológicos de B. glabrata infectada por S. mansoni pode contribuir para melhor caracterização da resposta imune no hospedeiro suscetível. Esse trabalho teve por objetivo verificar a expressão in situ de lectinas na superfície dos tecidos do hospedeiro suscetível Biomphalaria glabrata Say, 1818 durante a infecção pelo trematódeo Schistosoma mansoni Sambon, 1907. Para tal, 60 caramujos B. glabrata cepa Ressaca foram expostos individualmente a 5 miracídios. Os animais foram necropsiados com: 1, 7, 14, 21, 28, 42 e 62 dias após a infecção. Um grupo de 18 moluscos foi exposto individualmente a 30 miracídios. Estes foram estudados com: 1, 3 e 5 dias após a infecção. As partes moles foram fixadas em formalina Millonig de Carson, incluídas em parafina e coradas em Hematoxilina e Eosina, Tricrômica de Masson, PAS, Alcian Blue pH 1.0, Alcian Blue pH 2.5, Reticulina de Gomori e Von Kossa. Cortes histológicos foram usados para marcação de lectinas fluoresceinadas de L. culinaris, A. hypogaea e G. simplicifolia Obtiveram-se os seguintes resultados: 1) Esporocistos secundários foram evidenciados na mufla, glândula digestiva e ovoteste com reação inflamatória composta por discreto infiltrado inflamatório com exceção da glândula digestiva que continha granulomas; 2) Esporocistos secundários foram observados pela primeira vez no 21º dia após a infecção na glândula digestiva sem reação hemocitária. O número de parasitos nessa fase de desenvolvimento aumentou muito no 42º dia de infecção, quando também puderam ser observados a formação de cercárias; 3) O prejuízo morfológico mais evidente no hospedeiro molusco ocorre na reprodução, com a redução gradativa e drástica do número de ácinos do ovoteste que passa a ser quase que totalmente ocupado por parasitos no período patente e; 4) Não houve alteração na expressão de carboidratos ligantes de lectinas de L. culinaris, A. hypogea e G. simplicifolia nos tecidos de B. glabrata durante a infecção. A única exceção foi a ligação da lectina de L. culinaris com a glândula digestiva dos animais infectados. Concluímos que: 1) A resposta inflamatória, embora discreta e restrita a alguns xiii órgãos, parece estar relacionada diretamente a fase de esporocisto secundário e cercária. É possível que as alterações morfofuncionais durante o desenvolvimento dessas fases larvares possam ativar hemócitos levando a uma resposta tardia no transcurso da infecção. 2) As diferenças observadas entre este estudo e a literatura relacionadas à distribuição do parasito, possivelmente são devido à pequenas variações no padrão de resposta existente entre as várias cepas de B. glabrata.
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