Análise morfo-molecular de populações de Biomphalaria straminea (Dunker, 1848) (Pulmonata: Planorbidae) de diferentes regiões geográficas do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nogueira, Raiany Thuler
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/60996
Resumo: Biomphalaria straminea é um dos três planorbídeos que atuam como hospedeiros intermediários de Schistosoma mansoni no Brasil e é responsável pela manutenção de altas taxas de esquistossomose mansoni em algumas áreas endêmicas do nordeste brasileiro. A principal característica morfológica de B. straminea é o acentuado enrugamento vaginal, embora também esteja presente em algumas espécies congenéricas que formam um grupo conhecido como complexo B. straminea. O objetivo deste estudo foi analisar variações intraespecíficas em B. straminea com base em análises morfológicas e moleculares de espécimes de 10 diferentes localidades das cinco regiões geográficas do Brasil. As conchas foram medidas com paquímetro, considerando dois parâmetros: diâmetro e altura. Os exemplares foram dissecados sob estereomicroscópio e as estruturas do sistema reprodutor desenhadas em câmara clara e mensuradas. Foram consideradas 16 características morfológicas e 8 proporções entre elas. Os genes ITS2 (460 pb) e COI (710 pb) foram sequenciados, sendo analisados por meio de análises filogenéticas, divergência genética e rede de haplótipos (COI). Quinze sequências de oito táxons, incluindo diferentes espécies de Biomphalaria, além de espécies de Helisoma (grupo irmão) foram utilizados como grupo externo nas análises de inferência filogenética. Observamos uma grande variação intraespecífica em todas as estruturas morfológicas examinadas, com alguns espécimes tendo apresentado enrugamento vaginal discreto e de aspecto inchado. As análises de divergência genética também demonstraram um nível significativo de variabilidade intraespecífica em B. straminea, até 5% no COI e até 3% no ITS2. A análise de distribuição dos haplótipos COI recuperou 16 haplótipos e diversidade haplotípica de 0,9088 para B. straminea. Sequências do GenBank identificadas como B. kuhniana e utilizadas como grupo-externo foram recuperadas entre as sequências de B. straminea, indicando que esta pode tratar-se de uma variação da primeira. Nossos resultados corroboram a já conhecida variabilidade morfológica e genética de B. straminea e demonstram a necessidade de ampliar o estudo, incluindo populações de outras espécies com características semelhantes, preferencialmente procedentes de suas localidades-tipo, visando avaliar a validade das espécies consideradas próximas de B. straminea, como B. kuhniana.
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O objetivo deste estudo foi analisar variações intraespecíficas em B. straminea com base em análises morfológicas e moleculares de espécimes de 10 diferentes localidades das cinco regiões geográficas do Brasil. As conchas foram medidas com paquímetro, considerando dois parâmetros: diâmetro e altura. Os exemplares foram dissecados sob estereomicroscópio e as estruturas do sistema reprodutor desenhadas em câmara clara e mensuradas. Foram consideradas 16 características morfológicas e 8 proporções entre elas. Os genes ITS2 (460 pb) e COI (710 pb) foram sequenciados, sendo analisados por meio de análises filogenéticas, divergência genética e rede de haplótipos (COI). Quinze sequências de oito táxons, incluindo diferentes espécies de Biomphalaria, além de espécies de Helisoma (grupo irmão) foram utilizados como grupo externo nas análises de inferência filogenética. Observamos uma grande variação intraespecífica em todas as estruturas morfológicas examinadas, com alguns espécimes tendo apresentado enrugamento vaginal discreto e de aspecto inchado. As análises de divergência genética também demonstraram um nível significativo de variabilidade intraespecífica em B. straminea, até 5% no COI e até 3% no ITS2. A análise de distribuição dos haplótipos COI recuperou 16 haplótipos e diversidade haplotípica de 0,9088 para B. straminea. Sequências do GenBank identificadas como B. kuhniana e utilizadas como grupo-externo foram recuperadas entre as sequências de B. straminea, indicando que esta pode tratar-se de uma variação da primeira. Nossos resultados corroboram a já conhecida variabilidade morfológica e genética de B. straminea e demonstram a necessidade de ampliar o estudo, incluindo populações de outras espécies com características semelhantes, preferencialmente procedentes de suas localidades-tipo, visando avaliar a validade das espécies consideradas próximas de B. straminea, como B. kuhniana.Biomphalaria straminea is one of the three planorbids that act as intermediate hosts of Schistosoma mansoni in Brazil and is responsible for maintaining high rates of schistosomiasis in some endemic areas of northeastern Brazil. The main morphological characteristic of B. straminea is accentuated vaginal wrinkling, although it is also present in some congeneric species that form a group known as the B. straminea complex. This study aimed to analyze intraspecific variations in B. straminea based on morphological and molecular analyses of specimens from 10 different localities in Brazil’s five geographic regions. The shells were measured with a caliper, considering two parameters: diameter and height. The specimens were dissected under a stereomicroscope and the structures of the reproductive system were drawn in a camera lucida and measured. We considered 16 morphological characteristics and 8 proportions between them. The ITS2 (460 bp) and COI (710 bp) genes were sequenced and analyzed through phylogenetic analysis, genetic divergence, and haplotype network (COI). Fifteen sequences from eight taxa, including different species of Biomphalaria, in addition to species of Helisoma (sister group), were used as outgroups in the phylogenetic inference analyses. We observed a large intraspecific variation in all the morphological structures examined, with some specimens having mild vaginal wrinkling and a swollen appearance. Genetic divergence analyses also demonstrated a significant level of intraspecific variability in B. straminea, up to 5% in COI and up to 3% in ITS2. The distribution analysis of COI haplotypes recovered 16 haplotypes and haplotypic diversity of 0.9088 for B. straminea. GenBank sequences identified as B. kuhniana and used as an outgroup were recovered between the B. straminea sequences, indicating that this may be a variation of the former. Our results corroborate the already known morphological and genetic variability of B. straminea and demonstrate the need to expand the study, including populations of other species with similar characteristics, preferably from their type localities, in order to assess the validity of species considered close to B. straminea, such as B. kuhniana.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porGastropodaComplexo Biomphalaria StramineaTaxonomiaCOIITS2FilogeniaRede de HaplótiposGastropodaBiomphalaria straminea complexTaxonomyCOIITS2PhylogenyHaplotype NetworkGastrópodesBiomphalariaClassificaçãoHaplótiposFilogeniaAnálise morfo-molecular de populações de Biomphalaria straminea (Dunker, 1848) (Pulmonata: Planorbidae) de diferentes regiões geográficas do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2022Instituto Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Biodiversidade e Saúdeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/60996/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALraiany_nogueira_ioc_mest_2022.pdfapplication/pdf4606621https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/60996/2/raiany_nogueira_ioc_mest_2022.pdfb7f637cd83d6ee9e877dff98c09dedebMD52icict/609962023-11-09 22:13:20.443oai:www.arca.fiocruz.br:icict/60996Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-11-10T01:13:20Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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