Epidemia de microcefalia e vírus Zika: a construção do conhecimento em epidemiologia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Albuquerque, Maria de Fatima Pessoa Militão de
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Souza, Wayner Vieira de, Araújo, Thalia Velho Barreto, Braga, Maria Cynthia, Miranda Filho, Demócrito de Barros, Ximenes, Ricardo Arraes de Alencar, Melo Filho, Djalma Agripino de, Brito, Carlos Alexandre Antunes de, Valongueiro, Sandra, Melo, Ana Paula Lopes de, Brandão-Filho, Sinval Pinto, Martelli, Celina Maria Turchi
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/32359
Resumo: Em agosto de 2015, neuropediatras de hospitais públicos do Recife, Pernambuco, Brasil, observaram um aumento do número de casos de microcefalia desproporcional associado a anomalias cerebrais. Esse fato gerou comoção social, mobilização da comunidade acadêmica e levou o Ministério da Saúde a decretar emergência de saúde pública nacional, seguida pela declaração de emergência de saúde pública de interesse internacional da Organização Mundial da Saúde. A hipótese formulada para o fenômeno foi a infecção congênita pelo vírus Zika (ZIKV), com base na correlação espaço-temporal e nas características clínico-epidemiológicas das duas epidemias. Evidências se acumularam e no âmbito do raciocínio epidemiológico preencheram critérios que deram sustentação à hipótese. Sua plausibilidade está ancorada no neurotropismo do ZIKV demonstrado em animais, atingindo neurônios progenitores do cérebro em desenvolvimento, e em seres humanos devido às complicações neurológicas observadas em adultos após a infecção. O isolamento do RNA e antígenos virais no líquido amniótico de mães infectadas e em cérebros de neonatos e fetos com microcefalia contribuíram para demonstrar a consistência da hipótese. O critério de temporalidade foi contemplado ao se identificar desfechos desfavoráveis em uma coorte de gestantes com exantema e positivas para o ZIKV. Finalmente, o primeiro estudo caso-controle conduzido demonstrou existir uma forte associação entre microcefalia e infecção congênita pelo ZIKV. O conhecimento construído no âmbito do paradigma epidemiológico recebeu a chancela da comunidade científica, construindo o consenso de uma relação causal entre o ZIKV e a epidemia de microcefalia.
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Esse fato gerou comoção social, mobilização da comunidade acadêmica e levou o Ministério da Saúde a decretar emergência de saúde pública nacional, seguida pela declaração de emergência de saúde pública de interesse internacional da Organização Mundial da Saúde. A hipótese formulada para o fenômeno foi a infecção congênita pelo vírus Zika (ZIKV), com base na correlação espaço-temporal e nas características clínico-epidemiológicas das duas epidemias. Evidências se acumularam e no âmbito do raciocínio epidemiológico preencheram critérios que deram sustentação à hipótese. Sua plausibilidade está ancorada no neurotropismo do ZIKV demonstrado em animais, atingindo neurônios progenitores do cérebro em desenvolvimento, e em seres humanos devido às complicações neurológicas observadas em adultos após a infecção. O isolamento do RNA e antígenos virais no líquido amniótico de mães infectadas e em cérebros de neonatos e fetos com microcefalia contribuíram para demonstrar a consistência da hipótese. O critério de temporalidade foi contemplado ao se identificar desfechos desfavoráveis em uma coorte de gestantes com exantema e positivas para o ZIKV. Finalmente, o primeiro estudo caso-controle conduzido demonstrou existir uma forte associação entre microcefalia e infecção congênita pelo ZIKV. O conhecimento construído no âmbito do paradigma epidemiológico recebeu a chancela da comunidade científica, construindo o consenso de uma relação causal entre o ZIKV e a epidemia de microcefalia.In August 2015, pediatric neurologists at public hospitals in Recife, Pernambuco State, Brazil, observed an increase in the number of disproportional microcephaly cases associated with other congenital anomalies. The fact caused social commotion and mobilization of the academic community and led the Brazilian Ministry of Health to declare a national public health emergency, followed by the declaration of a Public Health Emergency of International Concern by the World Health Organization. The hypothesis for the phenomenon was congenital Zika virus (ZIKV) infection, based on spatial-temporal correlation and the clinical-epidemiological characteristics of the two epidemics. Further evidence accumulated, and within the scope of epidemiologial reasoning fulfilled criteria that gave support to the hypothesis. The plausibility of the hypothesis is based on the neurotropism of ZIKV, demonstrated in animals, affecting neural progenitors in the developing brain, and in humans, due to neurological complications in adults following infection. Isolation of viral RNA and antigens in the amniotic fluid of infected mothers and in brains of newborns and fetuses with microcephaly further demonstrated the consistency of the hypothesis. The criterion of temporality was met by identifying adverse pregnancy outcomes in a cohort of mothers with a history of rash and positive ZIKV serology. Finally, the first case-control study demonstrated a strong association between microcephaly and congenital ZIKV infection. The knowledge built with the epidemiological paradigm was supported by the scientific community, thereby establishing the consensus for a causal relationship between ZIKV and the microcephaly epidemic.The European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Program (número 734584). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) seguintes bolsas de produtividade em pesquisa: processo 306708/2014-0 para C. M. T. Martelli, 308818/2013-0 para R. A. A.Ximenes, 308590/2013-9 para D. B. Miranda-Filho,308491/2013-0 para M. F. P. M. Albuquerque,304174/2014-9 para C. A. A. Brito, e 306222/2013-2 para W. V. Souza.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.Universidade Federal de Pernambuco. Departamento de Medicina Social. Recife, PE, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.Universidade de Pernambuco. Faculdade de Ciências Médicas. Recife, PE, Brasil.Universidade Federal de Pernambuco. Departamento de Medicina Tropical. Recife, PE, Brasil.Universidade Federal de Pernambuco. Núcleo de Saúde Pública e Desenvolvimento Social. Recife, PE, Brasil.Universidade Federal de Pernambuco. Departamento de Medicina Clínica. Recife, PE, Brasil.Universidade Federal de Pernambuco. Departamento de Medicina Social. Recife, PE, Brasil.Universidade Federal de Pernambuco. Departamento de Saúde Comunitária. Recife, PE, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.porZika VírusMicrocefaliaEpidemiasZika VirusMicrocephalyEpidemicsBrasil / EpidemiologiaMedicina baseada em evidênciasFêmeaConhecimentos, Atitudes e Prática em SaúdeHumanosMicrocefalia / EpidemiologiaMicrocefalia / VirologiaGravidezComplicações na Gravidez Infecciosa / EpidemiologiaComplicações na Gravidez Infecciosa / VirologiaResultado da GravidezPrevalênciaFatores de riscoInfecção pelo vírus Zika / ComplicaçõesInfecção por vírus zika / EpidemiologiaEpidemia de microcefalia e vírus Zika: a construção do conhecimento em epidemiologiaThe microcephaly epidemic and Zika virus: building knowledge in epidemiologyEpidemia de microcefalia y virus Zika: la construcción del conocimiento en epidemiologíainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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description Em agosto de 2015, neuropediatras de hospitais públicos do Recife, Pernambuco, Brasil, observaram um aumento do número de casos de microcefalia desproporcional associado a anomalias cerebrais. Esse fato gerou comoção social, mobilização da comunidade acadêmica e levou o Ministério da Saúde a decretar emergência de saúde pública nacional, seguida pela declaração de emergência de saúde pública de interesse internacional da Organização Mundial da Saúde. A hipótese formulada para o fenômeno foi a infecção congênita pelo vírus Zika (ZIKV), com base na correlação espaço-temporal e nas características clínico-epidemiológicas das duas epidemias. Evidências se acumularam e no âmbito do raciocínio epidemiológico preencheram critérios que deram sustentação à hipótese. Sua plausibilidade está ancorada no neurotropismo do ZIKV demonstrado em animais, atingindo neurônios progenitores do cérebro em desenvolvimento, e em seres humanos devido às complicações neurológicas observadas em adultos após a infecção. O isolamento do RNA e antígenos virais no líquido amniótico de mães infectadas e em cérebros de neonatos e fetos com microcefalia contribuíram para demonstrar a consistência da hipótese. O critério de temporalidade foi contemplado ao se identificar desfechos desfavoráveis em uma coorte de gestantes com exantema e positivas para o ZIKV. Finalmente, o primeiro estudo caso-controle conduzido demonstrou existir uma forte associação entre microcefalia e infecção congênita pelo ZIKV. O conhecimento construído no âmbito do paradigma epidemiológico recebeu a chancela da comunidade científica, construindo o consenso de uma relação causal entre o ZIKV e a epidemia de microcefalia.
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