Aspectos celulares da interação de células endoteliais da veia do cordão umbilical humano e Toxoplasma gondii

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araújo, Natassia Silva de
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26416
Resumo: O Toxoplasma gondii, um protozoário intracelular obrigatório com distribuição cosmopolita, é de grande relevância médica e veterinária. A toxoplasmose congênita representa uma das mais sérias consequências da infecção aguda na gestante, podendo acarretar: transmissão vertical (19%); aborto (9%) ou má formação do feto (30%). Durante a transmissão congênita, as células endoteliais da veia do cordão umbilical humano (HUVEC) estão inseridas na principal rota de transmissão da infecção vertical. No entanto, esse modelo celular tem sido pouco explorado no contexto da toxoplasmose experimental. Assim, o principal objetivo dessa dissertação foi analisar aspectos celulares da interação de T. gondii e HUVEC in vitro. As culturas foram caracterizadas morfologicamente por microscopia óptica e eletrônica de transmissão e, quanto à interação parasito-célula hospedeira, os seguintes parâmetros foram avaliados: cinética da susceptibilidade da HUVEC frente à infecção; comparação da capacidade infectiva de taquizoítos obtidos de diferentes fontes e de duas cepas polares (ME-49 WT e GFP e RH) e, ainda, o destino intracelular do parasito. Culturas de HUVEC mantiveram as características morfológicas e funcionais preservadas como no sistema in vivo. As análises quantitativas mostraram que o T. gondii é capaz de invadir e se multiplicar ativamente nessas células, sendo que taquizoítos da cepa RH são mais infectivos do que taquizoítos da cepa ME-49 WT Além disso, o método de obtenção dos parasitos pode influenciar na capacidade infectiva de taquizoítos provenientes do cultivo celular. As análises qualitativas realizadas por microscopia eletrônica de transmissão e citoquímica indicaram que a infecção de HUVEC gera ativação celular e altera a dinâmica de suas organelas em resposta à infecção, dentre elas, os corpúsculos de Weibel-Palade. Pela primeira vez, a conversão taquizoítos- bradizoítos e o estabelecimento da cistogênese em HUVEC foram demonstrados. O encistamento, nesta importante rota de infecção para o feto, pode atuar como repositório de parasitos ao longo da gestação, potencializando, por meio do rompimento dos cistos, re-infecções. Esse trabalho abre novas perspectivas para o estudo da interação de T. gondii e HUVEC in vitro e, com isso, potencialmente elucidar os mecanismos moleculares envolvidos na transmissão congênita.
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spelling Araújo, Natassia Silva deHenriques-Pons, AndréaStumbo, Ana CarolinaCarvalho, Laís deCortez, Erika Afonso CostaBarreto, Rubem F. Sadok MennaBarbosa, Helene Santos2018-05-14T13:57:07Z2018-05-14T13:57:07Z2017ARAÚJO, Natassia Silva de. Aspectos celulares da interação de células endoteliais da veia do cordão umbilical humano e Toxoplasma gondii. 2017. 124 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Celular e Molecular) - Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2017.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26416O Toxoplasma gondii, um protozoário intracelular obrigatório com distribuição cosmopolita, é de grande relevância médica e veterinária. A toxoplasmose congênita representa uma das mais sérias consequências da infecção aguda na gestante, podendo acarretar: transmissão vertical (19%); aborto (9%) ou má formação do feto (30%). Durante a transmissão congênita, as células endoteliais da veia do cordão umbilical humano (HUVEC) estão inseridas na principal rota de transmissão da infecção vertical. No entanto, esse modelo celular tem sido pouco explorado no contexto da toxoplasmose experimental. Assim, o principal objetivo dessa dissertação foi analisar aspectos celulares da interação de T. gondii e HUVEC in vitro. As culturas foram caracterizadas morfologicamente por microscopia óptica e eletrônica de transmissão e, quanto à interação parasito-célula hospedeira, os seguintes parâmetros foram avaliados: cinética da susceptibilidade da HUVEC frente à infecção; comparação da capacidade infectiva de taquizoítos obtidos de diferentes fontes e de duas cepas polares (ME-49 WT e GFP e RH) e, ainda, o destino intracelular do parasito. Culturas de HUVEC mantiveram as características morfológicas e funcionais preservadas como no sistema in vivo. As análises quantitativas mostraram que o T. gondii é capaz de invadir e se multiplicar ativamente nessas células, sendo que taquizoítos da cepa RH são mais infectivos do que taquizoítos da cepa ME-49 WT Além disso, o método de obtenção dos parasitos pode influenciar na capacidade infectiva de taquizoítos provenientes do cultivo celular. As análises qualitativas realizadas por microscopia eletrônica de transmissão e citoquímica indicaram que a infecção de HUVEC gera ativação celular e altera a dinâmica de suas organelas em resposta à infecção, dentre elas, os corpúsculos de Weibel-Palade. Pela primeira vez, a conversão taquizoítos- bradizoítos e o estabelecimento da cistogênese em HUVEC foram demonstrados. O encistamento, nesta importante rota de infecção para o feto, pode atuar como repositório de parasitos ao longo da gestação, potencializando, por meio do rompimento dos cistos, re-infecções. Esse trabalho abre novas perspectivas para o estudo da interação de T. gondii e HUVEC in vitro e, com isso, potencialmente elucidar os mecanismos moleculares envolvidos na transmissão congênita.Toxoplasma gondii, an obligate intracellular protozoan with cosmopolitan distribution is of great medical and veterinary relevance. Congenital toxoplasmosis represents one of the most serious consequences of the acute infection of the pregnant woman, which can lead to: vertical transmission (19%); abortion (9%) or malformation of the fetus (30%). During congenital transmission, human umbilical vein endothelial cells (HUVEC) are inserted in the main route of vertical transmission infection. However, this cellular model has been little explored in the context of experimental toxoplasmosis. Thus, the main objective of this dissertation was to analyze cellular aspects of the interaction of T. gondii and HUVEC in vitro. Cultures were morphologically characterized by optical and transmission electron microscopy and, in relation to the parasite- host cell interaction the following parameters were evaluated: kinetics of HUVEC susceptibility to infection; comparation of the infective capacity of tachyzoites obtained from different sources and from two polar strains (ME-49 WT and GFP and RH) and the intracellular fate of the parasite. Cultures of HUVEC maintained the morphological and functional characteristics preserved as in vivo Quantitative analyzes showed that T. gondii is able to invade and multiply actively in these cells; wherein tachyzoites of the RH strain are more infective than tachyzoites of the ME-49 WT strain. Moreover, the method of obtaining the parasites may influence the infective capacity of tachyzoites from the cell culture. Qualitative analyzes performed by transmission electron microscopy and cytochemistry indicated that HUVEC infection generates cellular activation and changes the dynamics of its organelles in response to infection, among them Weibel-Palade corpuscles. For the first time, tachyzoites-bradyzoites conversion and establishment of cystogenesis in HUVEC was demonstrated. Cysts formation, in this important route of infection to the fetus, can act as a repository of parasites throughout gestation, potentializing, through the rupture of the cysts, re-infections. This work opens new perspectives for the study of the interaction of T. gondii and HUVEC in vitro and thus can elucidate the molecular mechanisms involved in congenital transmission.2019-02-21Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porToxoplasma gondiiCélulas endoteliais do cordão umbilical humanoInteração T. gondii- célula endotelialCistogêneseCorpúsculos de Weibel- PaladeSangue FetalCorpos de Weibel-PaladeToxoplasmaCélulas Endoteliais da Veia Umbilical HumanaAspectos celulares da interação de células endoteliais da veia do cordão umbilical humano e Toxoplasma gondiiinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2017Pós-Graduação em Biologia Celular e MolecularFundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo CruzMestrado AcadêmicoRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecularinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26416/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALnatassia_araujo_ioc_mest_2017.pdfnatassia_araujo_ioc_mest_2017.pdfapplication/pdf12631935https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26416/2/natassia_araujo_ioc_mest_2017.pdf29c1706e2ce89e2f308a26f067afdd68MD52TEXTnatassia_araujo_ioc_mest_2017.pdf.txtnatassia_araujo_ioc_mest_2017.pdf.txtExtracted texttext/plain214700https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26416/3/natassia_araujo_ioc_mest_2017.pdf.txt551652f2b43cd3e3b9f591744d5e527cMD53icict/264162021-03-24 16:32:23.248oai:www.arca.fiocruz.br:icict/26416Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-03-24T19:32:23Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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