Estudo dos mecanismos de déficit cognitivo associado ao envelhecimento: o papel da resposta inflamatória
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23152 |
Resumo: | O envelhecimento populacional é um fenômeno global. O declínio fisiológico causado pelo envelhecimento é exacerbado por episódios de inflamação sistêmica, aumentando a probabilidade de ocorrência de doenças neurodegenerativas, que têm como característica central a presença de neuroinflamação. A neuroinflamação se caracteriza pela ativação da microglia, as células imunológicas residentes no sistema nervoso central. A microglia tem papel protetor contra estímulos nocivos ao SNC, no entanto, no processo de envelhecimento a eficácia das funções microgliais pode se deteriorar. Os mecanismos responsáveis pelas alterações neurológicas durante o envelhecimento ainda não são bem compreendidos, mas evidências indicam que a função microglial pode contribuir para o declínio cognitivo no envelhecimento. Este trabalho tem como objetivo avaliar o papel da inflamação sistêmica crônica de baixa intensidade no déficit cognitivo associado ao envelhecimento. A inflamação sistêmica de baixa intensidade foi induzida aguda e cronicamente em camundongos Swiss Webster machos com idade entre 2-4 meses (jovens) e 14-18 meses (envelhecidos). O modelo agudo consistiu em aplicação de uma injeção intraperitonial de lipopolissacarídeo (LPS, 0,3 mg/Kg) e o modelo crônico foi induzido através de injeções intraperitoneais semanais durante 7 semanas. Os grupos controles foram manipulados junto aos demais grupos, mas não foi dada nenhuma injeção a fim de não causar inflamação. A avaliação cognitiva dos animais foi feita apenas no modelo crônico, uma semana após a última injeção de LPS, através dos testes de habituação em campo aberto, reconhecimento de objetos e labirinto aquático de Morris. Após isso, os cérebros foram coletados para avaliação morfológica do perfil de ativação celular da microglia, quantificação de citocinas, lipofuscina e análise de estresse oxidativo. A análise do teste de habituação em campo aberto mostrou que os animais envelhecidos exploram e se locomovem menos que os animais jovens, o desafio crônico com LPS não interferiu no resultado. A análise dos testes de reconhecimento de objetos revelou que os animais envelhecidos que foram desafiados com LPS cronicamente possuem um déficit na memória de curta duração, em comparação com os animais envelhecidos controle, os animais jovens que foram desafiados cronicamente com LPS não apresentaram diferenças no desempenho do teste. A análise do teste de labirinto aquático mostrou o efeito do LPS na perda de memória espacial dos animais envelhecidos. A análise morfológica da micróglia no modelo agudo e crônico demonstrou que há células distróficas no hipocampo dos animais envelhecidos, tanto do grupo controle quanto do grupo desafiado com LPS. A análise das citocinas plasmáticas e cerebrais revelou que os animais envelhecidos possuem alteração na resolução da resposta inflamatória, apresentando diminuição de IL-4 plasmática no modelo crônico e agudo, enquanto que os animais jovens desafiados cronicamente apresentaram aumento de IL-4 e IL-10. No cérebro, os animais envelhecidos desafiados com LPS apresentaram aumento significativo de IL-1b, IL-6, IL-10 e IL-4 no modelo crônico, o que não foi visto nos animais jovens. A quantificação da autofluorescência da lipofuscina no cérebro dos animais envelhecidos demonstrou que, no modelo agudo, o LPS diminui o conteúdo de lipofuscina, enquanto que no modelo crônico, o conteúdo de lipofuscina nos cérebros dos animais envelhecidos se apresenta aumentado. Finalmente, a análise cerebral da concentração de HNE, produto da peroxidação lipídica e importante marcador de estresse oxidativo, indicou maior suscetibilidade dos animais envelhecidos ao estresse oxidativo. Nossos dados sugerem que a inflamação sistêmica de baixa intensidade aumenta a suscetibilidade dos animais envelhecidos a prejuízos cognitivos, que estão associados a estresse oxidativo, desregulação na produção de citocinas a nível periférico e cerebral e disfunção microglial. |
id |
CRUZ_fa599731c6ae4e625c7d05b198de4b81 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.arca.fiocruz.br:icict/23152 |
network_acronym_str |
CRUZ |
network_name_str |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
repository_id_str |
2135 |
spelling |
Siqueira, Luciana DomettBozza, Fernando Augusto2017-11-14T12:09:39Z2017-11-14T12:09:39Z2016SIQUEIRA, Luciana Domett. Estudo dos mecanismos de déficit cognitivo associado ao envelhecimento: o papel da resposta inflamatória. 2016. 84 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Celular e Molecular)-Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, 2016.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23152O envelhecimento populacional é um fenômeno global. O declínio fisiológico causado pelo envelhecimento é exacerbado por episódios de inflamação sistêmica, aumentando a probabilidade de ocorrência de doenças neurodegenerativas, que têm como característica central a presença de neuroinflamação. A neuroinflamação se caracteriza pela ativação da microglia, as células imunológicas residentes no sistema nervoso central. A microglia tem papel protetor contra estímulos nocivos ao SNC, no entanto, no processo de envelhecimento a eficácia das funções microgliais pode se deteriorar. Os mecanismos responsáveis pelas alterações neurológicas durante o envelhecimento ainda não são bem compreendidos, mas evidências indicam que a função microglial pode contribuir para o declínio cognitivo no envelhecimento. Este trabalho tem como objetivo avaliar o papel da inflamação sistêmica crônica de baixa intensidade no déficit cognitivo associado ao envelhecimento. A inflamação sistêmica de baixa intensidade foi induzida aguda e cronicamente em camundongos Swiss Webster machos com idade entre 2-4 meses (jovens) e 14-18 meses (envelhecidos). O modelo agudo consistiu em aplicação de uma injeção intraperitonial de lipopolissacarídeo (LPS, 0,3 mg/Kg) e o modelo crônico foi induzido através de injeções intraperitoneais semanais durante 7 semanas. Os grupos controles foram manipulados junto aos demais grupos, mas não foi dada nenhuma injeção a fim de não causar inflamação. A avaliação cognitiva dos animais foi feita apenas no modelo crônico, uma semana após a última injeção de LPS, através dos testes de habituação em campo aberto, reconhecimento de objetos e labirinto aquático de Morris. Após isso, os cérebros foram coletados para avaliação morfológica do perfil de ativação celular da microglia, quantificação de citocinas, lipofuscina e análise de estresse oxidativo. A análise do teste de habituação em campo aberto mostrou que os animais envelhecidos exploram e se locomovem menos que os animais jovens, o desafio crônico com LPS não interferiu no resultado. A análise dos testes de reconhecimento de objetos revelou que os animais envelhecidos que foram desafiados com LPS cronicamente possuem um déficit na memória de curta duração, em comparação com os animais envelhecidos controle, os animais jovens que foram desafiados cronicamente com LPS não apresentaram diferenças no desempenho do teste. A análise do teste de labirinto aquático mostrou o efeito do LPS na perda de memória espacial dos animais envelhecidos. A análise morfológica da micróglia no modelo agudo e crônico demonstrou que há células distróficas no hipocampo dos animais envelhecidos, tanto do grupo controle quanto do grupo desafiado com LPS. A análise das citocinas plasmáticas e cerebrais revelou que os animais envelhecidos possuem alteração na resolução da resposta inflamatória, apresentando diminuição de IL-4 plasmática no modelo crônico e agudo, enquanto que os animais jovens desafiados cronicamente apresentaram aumento de IL-4 e IL-10. No cérebro, os animais envelhecidos desafiados com LPS apresentaram aumento significativo de IL-1b, IL-6, IL-10 e IL-4 no modelo crônico, o que não foi visto nos animais jovens. A quantificação da autofluorescência da lipofuscina no cérebro dos animais envelhecidos demonstrou que, no modelo agudo, o LPS diminui o conteúdo de lipofuscina, enquanto que no modelo crônico, o conteúdo de lipofuscina nos cérebros dos animais envelhecidos se apresenta aumentado. Finalmente, a análise cerebral da concentração de HNE, produto da peroxidação lipídica e importante marcador de estresse oxidativo, indicou maior suscetibilidade dos animais envelhecidos ao estresse oxidativo. Nossos dados sugerem que a inflamação sistêmica de baixa intensidade aumenta a suscetibilidade dos animais envelhecidos a prejuízos cognitivos, que estão associados a estresse oxidativo, desregulação na produção de citocinas a nível periférico e cerebral e disfunção microglial.Populational aging is a widespread global phenomenon. The physiological decline caused by aging is exacerbated by episodes of systemic inflammation, increasing the risk of neurodegenerative diseases, whose main characteristic is the presence of neuroinflammation. It is characterized by activation of microglia, the central nervous system-resident immune cells. Microglia has protective functions but, in the ageing process, this function may be compromised. The mechanisms involved in ageing neurological disorders are not completely understood, and data suggests that microglial functions could contribute to cognitive decline associated with aging. The aim of this study was to investigate the role of chronic systemic inflammation in cognitive impairment associated with aging. Acute and chronic low-grade systemic inflammation was induced in younger (2-4 months) and aged (14-18 months) Swiss Webster male mice. The acute model consisted of applying an intraperitoneal injection of lipopolysaccharide (LPS, 0,3mg/Kg) and the chronic model was induced by injections of LPS for seven weeks. The control groups were manipulated but they didn\2019t received any injections. Cognitive assessments were performed trough open field, object recognition and water maze tasks. Brains were then collected for morphological assessment of microglial activation, cytokines, lipofuscin quantifications and oxidative stress analysis. The open field task showed that the aged animals explore and move less than the young ones, chronic challenge with LPS did not affect the result. The object recognition test showed that aged mice chronically challenged with LPS had a deficit in short-term memory, compared to aged control, young animals that were challenge with LPS showed no differences in the test performance Moreover, the water maze test showed the effect of LPS in the loss of spatial memory of aged animals in comparison with aged controls. Morphological assessment of the microglia in the acute and chronic model showed that aged mice presented dystrophic cels in the hippocampus, and LPS treatment did not affect this pattern. Analysis of plasma and brain cytokines revealed that aged animals have problems in the resolution of the inflammatory response, with a decrease in plasmatic IL-4 in both chronic and acute model, while young animals chronically challenge with LPS showed significant increase in IL-4 and IL-10. In the brain, aged animals challenge with LPS showed a significant increase in IL-1b, IL-6, IL-10 and IL-4 in the chronic model, the young animals didn\2019t show this pattern. Autofluorescence quantification revealed that chronic systemic inflammation increased lipofuscin accumulation on brains of aged mice. Brain analysis of the concentration of HNE, product of lipid peroxidation and important marker of oxidative stress, indicated that the aged animals have increased susceptibility to oxidative stress. Taken together our data suggests that systemic inflammation in aged animals increases susceptibility to cognitive impairment, oxidative stress, abnormal production of cytokines at peripheral and cerebral levels and microglial dysfunction.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porEnvelhecimento CognitivoInflamação NeurogênicaNeuroinflamaçãoMicrogliaEstresse OxidativoEnvelhecimento CognitivoInflamação NeurogênicaEstudo dos mecanismos de déficit cognitivo associado ao envelhecimento: o papel da resposta inflamatóriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2016Pós-Graduação em Biologia Celular e MolecularFundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo CruzMestrado AcadêmicoRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecularinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23152/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALluciana_siqueira_ioc_mest_2016.pdfluciana_siqueira_ioc_mest_2016.pdfapplication/pdf2770238https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23152/2/luciana_siqueira_ioc_mest_2016.pdfefaa1cdce0623f7052aa9fb780673ec3MD52TEXTluciana_siqueira_ioc_mest_2016.pdf.txtluciana_siqueira_ioc_mest_2016.pdf.txtExtracted texttext/plain179059https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23152/3/luciana_siqueira_ioc_mest_2016.pdf.txt043b47157e66fa48b671fc80a8b8b0c0MD53icict/231522019-09-09 16:38:28.125oai:www.arca.fiocruz.br:icict/23152Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352019-09-09T19:38:28Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Estudo dos mecanismos de déficit cognitivo associado ao envelhecimento: o papel da resposta inflamatória |
title |
Estudo dos mecanismos de déficit cognitivo associado ao envelhecimento: o papel da resposta inflamatória |
spellingShingle |
Estudo dos mecanismos de déficit cognitivo associado ao envelhecimento: o papel da resposta inflamatória Siqueira, Luciana Domett Envelhecimento Cognitivo Inflamação Neurogênica Neuroinflamação Microglia Estresse Oxidativo Envelhecimento Cognitivo Inflamação Neurogênica |
title_short |
Estudo dos mecanismos de déficit cognitivo associado ao envelhecimento: o papel da resposta inflamatória |
title_full |
Estudo dos mecanismos de déficit cognitivo associado ao envelhecimento: o papel da resposta inflamatória |
title_fullStr |
Estudo dos mecanismos de déficit cognitivo associado ao envelhecimento: o papel da resposta inflamatória |
title_full_unstemmed |
Estudo dos mecanismos de déficit cognitivo associado ao envelhecimento: o papel da resposta inflamatória |
title_sort |
Estudo dos mecanismos de déficit cognitivo associado ao envelhecimento: o papel da resposta inflamatória |
author |
Siqueira, Luciana Domett |
author_facet |
Siqueira, Luciana Domett |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Siqueira, Luciana Domett |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Bozza, Fernando Augusto |
contributor_str_mv |
Bozza, Fernando Augusto |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Envelhecimento Cognitivo Inflamação Neurogênica Neuroinflamação |
topic |
Envelhecimento Cognitivo Inflamação Neurogênica Neuroinflamação Microglia Estresse Oxidativo Envelhecimento Cognitivo Inflamação Neurogênica |
dc.subject.decs.pt_BR.fl_str_mv |
Microglia Estresse Oxidativo Envelhecimento Cognitivo Inflamação Neurogênica |
description |
O envelhecimento populacional é um fenômeno global. O declínio fisiológico causado pelo envelhecimento é exacerbado por episódios de inflamação sistêmica, aumentando a probabilidade de ocorrência de doenças neurodegenerativas, que têm como característica central a presença de neuroinflamação. A neuroinflamação se caracteriza pela ativação da microglia, as células imunológicas residentes no sistema nervoso central. A microglia tem papel protetor contra estímulos nocivos ao SNC, no entanto, no processo de envelhecimento a eficácia das funções microgliais pode se deteriorar. Os mecanismos responsáveis pelas alterações neurológicas durante o envelhecimento ainda não são bem compreendidos, mas evidências indicam que a função microglial pode contribuir para o declínio cognitivo no envelhecimento. Este trabalho tem como objetivo avaliar o papel da inflamação sistêmica crônica de baixa intensidade no déficit cognitivo associado ao envelhecimento. A inflamação sistêmica de baixa intensidade foi induzida aguda e cronicamente em camundongos Swiss Webster machos com idade entre 2-4 meses (jovens) e 14-18 meses (envelhecidos). O modelo agudo consistiu em aplicação de uma injeção intraperitonial de lipopolissacarídeo (LPS, 0,3 mg/Kg) e o modelo crônico foi induzido através de injeções intraperitoneais semanais durante 7 semanas. Os grupos controles foram manipulados junto aos demais grupos, mas não foi dada nenhuma injeção a fim de não causar inflamação. A avaliação cognitiva dos animais foi feita apenas no modelo crônico, uma semana após a última injeção de LPS, através dos testes de habituação em campo aberto, reconhecimento de objetos e labirinto aquático de Morris. Após isso, os cérebros foram coletados para avaliação morfológica do perfil de ativação celular da microglia, quantificação de citocinas, lipofuscina e análise de estresse oxidativo. A análise do teste de habituação em campo aberto mostrou que os animais envelhecidos exploram e se locomovem menos que os animais jovens, o desafio crônico com LPS não interferiu no resultado. A análise dos testes de reconhecimento de objetos revelou que os animais envelhecidos que foram desafiados com LPS cronicamente possuem um déficit na memória de curta duração, em comparação com os animais envelhecidos controle, os animais jovens que foram desafiados cronicamente com LPS não apresentaram diferenças no desempenho do teste. A análise do teste de labirinto aquático mostrou o efeito do LPS na perda de memória espacial dos animais envelhecidos. A análise morfológica da micróglia no modelo agudo e crônico demonstrou que há células distróficas no hipocampo dos animais envelhecidos, tanto do grupo controle quanto do grupo desafiado com LPS. A análise das citocinas plasmáticas e cerebrais revelou que os animais envelhecidos possuem alteração na resolução da resposta inflamatória, apresentando diminuição de IL-4 plasmática no modelo crônico e agudo, enquanto que os animais jovens desafiados cronicamente apresentaram aumento de IL-4 e IL-10. No cérebro, os animais envelhecidos desafiados com LPS apresentaram aumento significativo de IL-1b, IL-6, IL-10 e IL-4 no modelo crônico, o que não foi visto nos animais jovens. A quantificação da autofluorescência da lipofuscina no cérebro dos animais envelhecidos demonstrou que, no modelo agudo, o LPS diminui o conteúdo de lipofuscina, enquanto que no modelo crônico, o conteúdo de lipofuscina nos cérebros dos animais envelhecidos se apresenta aumentado. Finalmente, a análise cerebral da concentração de HNE, produto da peroxidação lipídica e importante marcador de estresse oxidativo, indicou maior suscetibilidade dos animais envelhecidos ao estresse oxidativo. Nossos dados sugerem que a inflamação sistêmica de baixa intensidade aumenta a suscetibilidade dos animais envelhecidos a prejuízos cognitivos, que estão associados a estresse oxidativo, desregulação na produção de citocinas a nível periférico e cerebral e disfunção microglial. |
publishDate |
2016 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2016 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2017-11-14T12:09:39Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2017-11-14T12:09:39Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
SIQUEIRA, Luciana Domett. Estudo dos mecanismos de déficit cognitivo associado ao envelhecimento: o papel da resposta inflamatória. 2016. 84 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Celular e Molecular)-Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, 2016. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23152 |
identifier_str_mv |
SIQUEIRA, Luciana Domett. Estudo dos mecanismos de déficit cognitivo associado ao envelhecimento: o papel da resposta inflamatória. 2016. 84 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Celular e Molecular)-Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, 2016. |
url |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23152 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) instacron:FIOCRUZ |
instname_str |
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) |
instacron_str |
FIOCRUZ |
institution |
FIOCRUZ |
reponame_str |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
collection |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23152/1/license.txt https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23152/2/luciana_siqueira_ioc_mest_2016.pdf https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/23152/3/luciana_siqueira_ioc_mest_2016.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 efaa1cdce0623f7052aa9fb780673ec3 043b47157e66fa48b671fc80a8b8b0c0 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) |
repository.mail.fl_str_mv |
repositorio.arca@fiocruz.br |
_version_ |
1813009160468430848 |