EDITORIAL

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santana, Joyce Costa Gomes de; Secretaria da Educação Básica do Estado do Ceará
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Expressão Católica (Online)
Texto Completo: http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/rec/article/view/2450
Resumo: Evidenciamos, hoje, um momento conflituoso na economia, na política, nos governos, na sociedade, e no sistema como um todo. Segundo Toffler (1980, p.59), “a crise está na própria raiz do pensamento científico ocidental que vê o mundo como uma grande máquina, e os princípios que alimentam suas engrenagens são: especialização, fragmentação, concentração, centralização”. A educação retrata a sociedade em que ela se insere e, por conseguinte, este modelo já não consegue corresponder às suas demandas. O mundo em constante evolução tecnológica traz para a educação novos desafios: uma formação envolvida não apenas com as determinações do mercado de trabalho; mas, principalmente, com a ascensão do ser humano enquanto sujeito que interage com seus semelhantes e que a partir das interlocuções transforma a realidade. Projetar uma mudança de paradigma em educação é romper com os modelos cartesianos de racionalidade mecanicista e vislumbrar numa nova visão de mundo a favor da busca de valores universais, transcendentais, ontológicos do ser. Pressupões, ainda, desenvolver nos alunos o protagonismo de seu próprio desenvolvimento; porém, as estratégias do ensino tradicional em todos os níveis de ensino não dão suporte ao desenvolvimento de competências do século XXI, quais sejam: pensamento crítico, resolução de problemas, abertura ao novo, colaboração, capacidade de lidar com as diferenças, dentre outras. Nessa corrente de mudanças, o desafio das escolas e universidades é desenvolver no indivíduo/aluno as competências socioemocionais através da prática de melhores atitudes e habilidade nas relações sociais, na tomada de decisões assertivas, no controle das emoções, na empatia, colaboração e respeito, enfim, nas suas relações pessoais e sociais através de um processo de formação integral. A escola, por sua natureza e gênese, constitui-se de um espaço de aprendizagens sistemáticas e de formação humana: valores e atitudes que permitem o desenvolvimento do ser integral compondo um todo integrado: razão e emoção. Ademais, dada a estrutura curricular do nosso sistema educacional, fracionando o conhecimento em disciplinas, ocorreu uma fragmentação do processo educativo, inclusive a visão do ser humano e de suas potencialidades. Urge resgatar a condição humana como objeto do ensino de forma a desenvolver as potencialidades do ser humano, estimulando-o a aprender a aprender, a buscar sua inteireza num compromisso ético de respeito a diversidade, de diálogo com as diferenças; enfim, uma educação holística. No campo educacional, trabalhar com as competências socioemocionais, presume incorporar no ser humano o que durante séculos foi fracionado, ou seja, convergir emoção e razão; mente e espírito; cognição e intuição, traduzindo-se num modelo abrangente de ser, de pensar e viver a realidade. Nessa perspectiva, a educação prioriza a experiência transdisciplinar que agrega a diversidade de saberes, numa corrente vigorosa e criadora entre suas diversidades. O poeta Antônio Machado diz que “não há caminho, faz-se caminho, caminhando”, com isso afirma, com certeza, que cada ser humano faz sua trajetória de vida no processo histórico de inter-relações, de aberturas, de quebra de paradigmas numa teia de aprendizados que eleva o homem ao patamar da dignidade, do respeito à diversidade, a convivência harmoniosa, à qualidade de vida. Essa, porém é a grande finalidade da educação – a formação do SER, do HUMANO, do SER HUMANO. A inserção do desenvolvimento de competências socioemocionais na educação ganhou corpo no mundo inteiro desde os anos 90 com o surgimento do Paradigma do Desenvolvimento Humano proposto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento mantendo diálogo ainda com o Relatório da Comissão Internacional de Educação para a UNESCO, intitulado “Educação: um tesouro a descobrir”, onde Jacques Delors indica os quatro pilares básicos da Educação para o século XXI: Aprender a fazer; Aprender a conhecer; Aprender a ser; Aprender a viver juntos. A política educacional do Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver apresenta-se no cenário educacional permeada por um discurso de retorno a essencialidade e existencialidade do ser, que busca a paz interior e social, a cooperação, o respeito às diferenças, a consciência ecológica evidenciando a importância de uma educação plena, que considere o ser humano em sua integridade. É nesse pensamento que o desenvolvimento de competências socioemocionais (empatia, felicidade, autoestima, ética, autoconhecimento, confiança, responsabilidade, autonomia, criatividade) surge como estratégia pedagógica de formação integral e desenvolvimento do ser humano. Perceber a sociedade, seus discursos, e dar-se conta dos rumos que a educação tem tomado, é um papel que exige de nós, educadores, uma atitude proativa de ir tecendo em seu âmbito a mudança necessária que leve em conta a formação do ser em sua globalidade, articulando razão e emoção, alma e corpo, emoções e desejos, pensamento simbólico e metafórico, potencialidades e faculdades, imaginação criadora, solidariedade, sensibilidade, espiritualidade na confluência entre as pluralidades.
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Projetar uma mudança de paradigma em educação é romper com os modelos cartesianos de racionalidade mecanicista e vislumbrar numa nova visão de mundo a favor da busca de valores universais, transcendentais, ontológicos do ser. Pressupões, ainda, desenvolver nos alunos o protagonismo de seu próprio desenvolvimento; porém, as estratégias do ensino tradicional em todos os níveis de ensino não dão suporte ao desenvolvimento de competências do século XXI, quais sejam: pensamento crítico, resolução de problemas, abertura ao novo, colaboração, capacidade de lidar com as diferenças, dentre outras. Nessa corrente de mudanças, o desafio das escolas e universidades é desenvolver no indivíduo/aluno as competências socioemocionais através da prática de melhores atitudes e habilidade nas relações sociais, na tomada de decisões assertivas, no controle das emoções, na empatia, colaboração e respeito, enfim, nas suas relações pessoais e sociais através de um processo de formação integral. 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No campo educacional, trabalhar com as competências socioemocionais, presume incorporar no ser humano o que durante séculos foi fracionado, ou seja, convergir emoção e razão; mente e espírito; cognição e intuição, traduzindo-se num modelo abrangente de ser, de pensar e viver a realidade. Nessa perspectiva, a educação prioriza a experiência transdisciplinar que agrega a diversidade de saberes, numa corrente vigorosa e criadora entre suas diversidades. O poeta Antônio Machado diz que “não há caminho, faz-se caminho, caminhando”, com isso afirma, com certeza, que cada ser humano faz sua trajetória de vida no processo histórico de inter-relações, de aberturas, de quebra de paradigmas numa teia de aprendizados que eleva o homem ao patamar da dignidade, do respeito à diversidade, a convivência harmoniosa, à qualidade de vida. Essa, porém é a grande finalidade da educação – a formação do SER, do HUMANO, do SER HUMANO. A inserção do desenvolvimento de competências socioemocionais na educação ganhou corpo no mundo inteiro desde os anos 90 com o surgimento do Paradigma do Desenvolvimento Humano proposto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento mantendo diálogo ainda com o Relatório da Comissão Internacional de Educação para a UNESCO, intitulado “Educação: um tesouro a descobrir”, onde Jacques Delors indica os quatro pilares básicos da Educação para o século XXI: Aprender a fazer; Aprender a conhecer; Aprender a ser; Aprender a viver juntos. A política educacional do Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver apresenta-se no cenário educacional permeada por um discurso de retorno a essencialidade e existencialidade do ser, que busca a paz interior e social, a cooperação, o respeito às diferenças, a consciência ecológica evidenciando a importância de uma educação plena, que considere o ser humano em sua integridade. 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Projetar uma mudança de paradigma em educação é romper com os modelos cartesianos de racionalidade mecanicista e vislumbrar numa nova visão de mundo a favor da busca de valores universais, transcendentais, ontológicos do ser. Pressupões, ainda, desenvolver nos alunos o protagonismo de seu próprio desenvolvimento; porém, as estratégias do ensino tradicional em todos os níveis de ensino não dão suporte ao desenvolvimento de competências do século XXI, quais sejam: pensamento crítico, resolução de problemas, abertura ao novo, colaboração, capacidade de lidar com as diferenças, dentre outras. Nessa corrente de mudanças, o desafio das escolas e universidades é desenvolver no indivíduo/aluno as competências socioemocionais através da prática de melhores atitudes e habilidade nas relações sociais, na tomada de decisões assertivas, no controle das emoções, na empatia, colaboração e respeito, enfim, nas suas relações pessoais e sociais através de um processo de formação integral. A escola, por sua natureza e gênese, constitui-se de um espaço de aprendizagens sistemáticas e de formação humana: valores e atitudes que permitem o desenvolvimento do ser integral compondo um todo integrado: razão e emoção. Ademais, dada a estrutura curricular do nosso sistema educacional, fracionando o conhecimento em disciplinas, ocorreu uma fragmentação do processo educativo, inclusive a visão do ser humano e de suas potencialidades. Urge resgatar a condição humana como objeto do ensino de forma a desenvolver as potencialidades do ser humano, estimulando-o a aprender a aprender, a buscar sua inteireza num compromisso ético de respeito a diversidade, de diálogo com as diferenças; enfim, uma educação holística. No campo educacional, trabalhar com as competências socioemocionais, presume incorporar no ser humano o que durante séculos foi fracionado, ou seja, convergir emoção e razão; mente e espírito; cognição e intuição, traduzindo-se num modelo abrangente de ser, de pensar e viver a realidade. Nessa perspectiva, a educação prioriza a experiência transdisciplinar que agrega a diversidade de saberes, numa corrente vigorosa e criadora entre suas diversidades. O poeta Antônio Machado diz que “não há caminho, faz-se caminho, caminhando”, com isso afirma, com certeza, que cada ser humano faz sua trajetória de vida no processo histórico de inter-relações, de aberturas, de quebra de paradigmas numa teia de aprendizados que eleva o homem ao patamar da dignidade, do respeito à diversidade, a convivência harmoniosa, à qualidade de vida. Essa, porém é a grande finalidade da educação – a formação do SER, do HUMANO, do SER HUMANO. A inserção do desenvolvimento de competências socioemocionais na educação ganhou corpo no mundo inteiro desde os anos 90 com o surgimento do Paradigma do Desenvolvimento Humano proposto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento mantendo diálogo ainda com o Relatório da Comissão Internacional de Educação para a UNESCO, intitulado “Educação: um tesouro a descobrir”, onde Jacques Delors indica os quatro pilares básicos da Educação para o século XXI: Aprender a fazer; Aprender a conhecer; Aprender a ser; Aprender a viver juntos. A política educacional do Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver apresenta-se no cenário educacional permeada por um discurso de retorno a essencialidade e existencialidade do ser, que busca a paz interior e social, a cooperação, o respeito às diferenças, a consciência ecológica evidenciando a importância de uma educação plena, que considere o ser humano em sua integridade. 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Projetar uma mudança de paradigma em educação é romper com os modelos cartesianos de racionalidade mecanicista e vislumbrar numa nova visão de mundo a favor da busca de valores universais, transcendentais, ontológicos do ser. Pressupões, ainda, desenvolver nos alunos o protagonismo de seu próprio desenvolvimento; porém, as estratégias do ensino tradicional em todos os níveis de ensino não dão suporte ao desenvolvimento de competências do século XXI, quais sejam: pensamento crítico, resolução de problemas, abertura ao novo, colaboração, capacidade de lidar com as diferenças, dentre outras. Nessa corrente de mudanças, o desafio das escolas e universidades é desenvolver no indivíduo/aluno as competências socioemocionais através da prática de melhores atitudes e habilidade nas relações sociais, na tomada de decisões assertivas, no controle das emoções, na empatia, colaboração e respeito, enfim, nas suas relações pessoais e sociais através de um processo de formação integral. A escola, por sua natureza e gênese, constitui-se de um espaço de aprendizagens sistemáticas e de formação humana: valores e atitudes que permitem o desenvolvimento do ser integral compondo um todo integrado: razão e emoção. Ademais, dada a estrutura curricular do nosso sistema educacional, fracionando o conhecimento em disciplinas, ocorreu uma fragmentação do processo educativo, inclusive a visão do ser humano e de suas potencialidades. Urge resgatar a condição humana como objeto do ensino de forma a desenvolver as potencialidades do ser humano, estimulando-o a aprender a aprender, a buscar sua inteireza num compromisso ético de respeito a diversidade, de diálogo com as diferenças; enfim, uma educação holística. 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A inserção do desenvolvimento de competências socioemocionais na educação ganhou corpo no mundo inteiro desde os anos 90 com o surgimento do Paradigma do Desenvolvimento Humano proposto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento mantendo diálogo ainda com o Relatório da Comissão Internacional de Educação para a UNESCO, intitulado “Educação: um tesouro a descobrir”, onde Jacques Delors indica os quatro pilares básicos da Educação para o século XXI: Aprender a fazer; Aprender a conhecer; Aprender a ser; Aprender a viver juntos. A política educacional do Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver apresenta-se no cenário educacional permeada por um discurso de retorno a essencialidade e existencialidade do ser, que busca a paz interior e social, a cooperação, o respeito às diferenças, a consciência ecológica evidenciando a importância de uma educação plena, que considere o ser humano em sua integridade. É nesse pensamento que o desenvolvimento de competências socioemocionais (empatia, felicidade, autoestima, ética, autoconhecimento, confiança, responsabilidade, autonomia, criatividade) surge como estratégia pedagógica de formação integral e desenvolvimento do ser humano. Perceber a sociedade, seus discursos, e dar-se conta dos rumos que a educação tem tomado, é um papel que exige de nós, educadores, uma atitude proativa de ir tecendo em seu âmbito a mudança necessária que leve em conta a formação do ser em sua globalidade, articulando razão e emoção, alma e corpo, emoções e desejos, pensamento simbólico e metafórico, potencialidades e faculdades, imaginação criadora, solidariedade, sensibilidade, espiritualidade na confluência entre as pluralidades.
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