O segundo consenso de Washington e a quase-estagnação da economia brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: BRESSER-PEREIRA,LUIZ CARLOS
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Economia Política
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31572003000300343
Resumo: RESUMO Enquanto nos aspectos éticos e sociais o governo Cardoso (1995-2002) foi bem-sucedido, seus resultados econômicos foram frustrantes. Nesses oito anos, a taxa de investimento não aumentou e a renda per capita diminuiu, enquanto as dívidas pública e estrangeira aumentaram substancialmente. Esse fraco desempenho econômico pode ser explicado por três causas encadeadas: um erro na definição da agenda, a adoção do Segundo Consenso de Washington e a alienação das elites. A decisão de definir a inflação alta como o principal problema a ser enfrentado, em vez de alcançar o equilíbrio em contas estrangeiras, representou um grande erro macroeconômico, o que pode ser explicado pelo Segundo Consenso de Washington. Esse consenso propôs na década de 1990 que os países altamente endividados deveriam crescer contando com a poupança externa, embora essa não seja a experiência entre os países da OCDE. O resultado foi avaliar o real, o aumento artificial dos salários e do consumo, de modo que, em vez de crescimento, aumentamos o endividamento. Por que essa estratégia foi adotada? Os interesses dos países ricos não são difíceis de adivinhar. Por parte do Brasil, a única explicação é a alienação das elites brasileiras em relação ao interesse nacional do país. Como resultado final, o governo Cardoso termina com outra crise na balança de pagamentos.
id EDITORA_34-1_5a2a8e1bcbb788fbfdf6b7d4964b2181
oai_identifier_str oai:scielo:S0101-31572003000300343
network_acronym_str EDITORA_34-1
network_name_str Revista de Economia Política
repository_id_str
spelling O segundo consenso de Washington e a quase-estagnação da economia brasileiraEstagnaçãoConsenso de Washingtonpoupança externadeficit em conta correnteRESUMO Enquanto nos aspectos éticos e sociais o governo Cardoso (1995-2002) foi bem-sucedido, seus resultados econômicos foram frustrantes. Nesses oito anos, a taxa de investimento não aumentou e a renda per capita diminuiu, enquanto as dívidas pública e estrangeira aumentaram substancialmente. Esse fraco desempenho econômico pode ser explicado por três causas encadeadas: um erro na definição da agenda, a adoção do Segundo Consenso de Washington e a alienação das elites. A decisão de definir a inflação alta como o principal problema a ser enfrentado, em vez de alcançar o equilíbrio em contas estrangeiras, representou um grande erro macroeconômico, o que pode ser explicado pelo Segundo Consenso de Washington. Esse consenso propôs na década de 1990 que os países altamente endividados deveriam crescer contando com a poupança externa, embora essa não seja a experiência entre os países da OCDE. O resultado foi avaliar o real, o aumento artificial dos salários e do consumo, de modo que, em vez de crescimento, aumentamos o endividamento. Por que essa estratégia foi adotada? Os interesses dos países ricos não são difíceis de adivinhar. Por parte do Brasil, a única explicação é a alienação das elites brasileiras em relação ao interesse nacional do país. Como resultado final, o governo Cardoso termina com outra crise na balança de pagamentos.Centro de Economia Política2003-09-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31572003000300343Brazilian Journal of Political Economy v.23 n.3 2003reponame:Revista de Economia Políticainstname:EDITORA 34instacron:EDITORA_3410.1590/0101-31572004-0665info:eu-repo/semantics/openAccessBRESSER-PEREIRA,LUIZ CARLOSpor2020-07-14T00:00:00Zoai:scielo:S0101-31572003000300343Revistahttps://centrodeeconomiapolitica.org.br/repojs/index.php/journalONGhttps://centrodeeconomiapolitica.org.br/repojs/index.php/journal/oai||cecilia.heise@bjpe.org.br1809-45380101-3157opendoar:2020-07-14T00:00Revista de Economia Política - EDITORA 34false
dc.title.none.fl_str_mv O segundo consenso de Washington e a quase-estagnação da economia brasileira
title O segundo consenso de Washington e a quase-estagnação da economia brasileira
spellingShingle O segundo consenso de Washington e a quase-estagnação da economia brasileira
BRESSER-PEREIRA,LUIZ CARLOS
Estagnação
Consenso de Washington
poupança externa
deficit em conta corrente
title_short O segundo consenso de Washington e a quase-estagnação da economia brasileira
title_full O segundo consenso de Washington e a quase-estagnação da economia brasileira
title_fullStr O segundo consenso de Washington e a quase-estagnação da economia brasileira
title_full_unstemmed O segundo consenso de Washington e a quase-estagnação da economia brasileira
title_sort O segundo consenso de Washington e a quase-estagnação da economia brasileira
author BRESSER-PEREIRA,LUIZ CARLOS
author_facet BRESSER-PEREIRA,LUIZ CARLOS
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv BRESSER-PEREIRA,LUIZ CARLOS
dc.subject.por.fl_str_mv Estagnação
Consenso de Washington
poupança externa
deficit em conta corrente
topic Estagnação
Consenso de Washington
poupança externa
deficit em conta corrente
description RESUMO Enquanto nos aspectos éticos e sociais o governo Cardoso (1995-2002) foi bem-sucedido, seus resultados econômicos foram frustrantes. Nesses oito anos, a taxa de investimento não aumentou e a renda per capita diminuiu, enquanto as dívidas pública e estrangeira aumentaram substancialmente. Esse fraco desempenho econômico pode ser explicado por três causas encadeadas: um erro na definição da agenda, a adoção do Segundo Consenso de Washington e a alienação das elites. A decisão de definir a inflação alta como o principal problema a ser enfrentado, em vez de alcançar o equilíbrio em contas estrangeiras, representou um grande erro macroeconômico, o que pode ser explicado pelo Segundo Consenso de Washington. Esse consenso propôs na década de 1990 que os países altamente endividados deveriam crescer contando com a poupança externa, embora essa não seja a experiência entre os países da OCDE. O resultado foi avaliar o real, o aumento artificial dos salários e do consumo, de modo que, em vez de crescimento, aumentamos o endividamento. Por que essa estratégia foi adotada? Os interesses dos países ricos não são difíceis de adivinhar. Por parte do Brasil, a única explicação é a alienação das elites brasileiras em relação ao interesse nacional do país. Como resultado final, o governo Cardoso termina com outra crise na balança de pagamentos.
publishDate 2003
dc.date.none.fl_str_mv 2003-09-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31572003000300343
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31572003000300343
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/0101-31572004-0665
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Centro de Economia Política
publisher.none.fl_str_mv Centro de Economia Política
dc.source.none.fl_str_mv Brazilian Journal of Political Economy v.23 n.3 2003
reponame:Revista de Economia Política
instname:EDITORA 34
instacron:EDITORA_34
instname_str EDITORA 34
instacron_str EDITORA_34
institution EDITORA_34
reponame_str Revista de Economia Política
collection Revista de Economia Política
repository.name.fl_str_mv Revista de Economia Política - EDITORA 34
repository.mail.fl_str_mv ||cecilia.heise@bjpe.org.br
_version_ 1754122480000172032