As teias de Anansi e a tessitura de histórias na manutenção de identidades negras: um olhar afrocêntrico de conhecimento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Haerter, Leandro
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Barbosa Júnior, Hélcio Fernandes, Bussoletti, Denise Marcos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Identidade!
Texto Completo: http://periodicos.est.edu.br/index.php/identidade/article/view/1185
Resumo: Através da afro-diáspora, milhares de africanas e africanos vieram de maneira compulsória para as Américas. Mas não vieram sozinhos. Trouxeram suas tradições, crenças, valores civilizatórios, línguas, religiões, histórias, conhecimentos e saberes específicos, entre outros. Submetidos à dura realidade da escravidão, essas africanas e africanos e seus descendentes elaboraram inúmeras formas de resistência contrárias ao sistema escravista e a favor da manutenção de sua cultura: a fuga, as sabotagens, a formação de quilombos e a contação de histórias foram apenas algumas delas. Ao cruzarem o Atlântico vieram acompanhados, também, do mito da aranha e divindade Anansi, que muito nos ensina sobre o processo de contação de histórias presente nas tradições culturais africanas, bem como do universo da ressignificação dessas culturas como forma de resistência. A metáfora de Anansi contribui para a compreensão de uma visão de mundo africana, calcada no paradigma afrocêntrico de conhecimento, e tem se espalhado de modo que suas teias teçam histórias, memórias e tradições orais como forma de educar. Compreendendo quilombos como territórios negros onde ainda resistem muitos aspectos africanos através da prática da contação de histórias e o reconhecimento de todo um conjunto de saberes, conhecimentos, identidades, organizações sociais negras e africanas predominantemente negligenciadas por uma abordagem eurocêntrica de conhecimento, mas que ainda resistem no interior de comunidades quilombolas, refletimos aqui sobre uma escola brasileira mais plural, alimentada por valores da cosmovisão africana ainda presentes nos quilombos e por um currículo escolar que valorize saberes e conhecimentos não hierarquizados como prevê a Lei 10.639/03.
id EST-2_e00d78c0f10829ef6f6a39114b4a9a2d
oai_identifier_str oai:www.est.edu.br/periodicos:article/1185
network_acronym_str EST-2
network_name_str Identidade!
repository_id_str
spelling As teias de Anansi e a tessitura de histórias na manutenção de identidades negras: um olhar afrocêntrico de conhecimentoEducaçãoMitologia africana; Contação de histórias; Paradigma afrocêntrico de conhecimento; Educação quilombolaAtravés da afro-diáspora, milhares de africanas e africanos vieram de maneira compulsória para as Américas. Mas não vieram sozinhos. Trouxeram suas tradições, crenças, valores civilizatórios, línguas, religiões, histórias, conhecimentos e saberes específicos, entre outros. Submetidos à dura realidade da escravidão, essas africanas e africanos e seus descendentes elaboraram inúmeras formas de resistência contrárias ao sistema escravista e a favor da manutenção de sua cultura: a fuga, as sabotagens, a formação de quilombos e a contação de histórias foram apenas algumas delas. Ao cruzarem o Atlântico vieram acompanhados, também, do mito da aranha e divindade Anansi, que muito nos ensina sobre o processo de contação de histórias presente nas tradições culturais africanas, bem como do universo da ressignificação dessas culturas como forma de resistência. A metáfora de Anansi contribui para a compreensão de uma visão de mundo africana, calcada no paradigma afrocêntrico de conhecimento, e tem se espalhado de modo que suas teias teçam histórias, memórias e tradições orais como forma de educar. Compreendendo quilombos como territórios negros onde ainda resistem muitos aspectos africanos através da prática da contação de histórias e o reconhecimento de todo um conjunto de saberes, conhecimentos, identidades, organizações sociais negras e africanas predominantemente negligenciadas por uma abordagem eurocêntrica de conhecimento, mas que ainda resistem no interior de comunidades quilombolas, refletimos aqui sobre uma escola brasileira mais plural, alimentada por valores da cosmovisão africana ainda presentes nos quilombos e por um currículo escolar que valorize saberes e conhecimentos não hierarquizados como prevê a Lei 10.639/03.Faculdades ESTHaerter, LeandroBarbosa Júnior, Hélcio FernandesBussoletti, Denise Marcos2014-03-03info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://periodicos.est.edu.br/index.php/identidade/article/view/1185identidade!; v. 18, n. 3 (2013): Dôssie: Edição Especial: Anais do COPENE Sul; 372-3812178-437Xreponame:Identidade!instname:Faculdades ESTinstacron:ESTporhttp://periodicos.est.edu.br/index.php/identidade/article/view/1185/1147info:eu-repo/semantics/openAccess2014-03-03T23:19:35Zoai:www.est.edu.br/periodicos:article/1185Revistahttp://periodicos.est.edu.br/index.php/identidade/indexONGhttp://periodicos.est.edu.br/index.php/identidade/oai||selenir@est.edu.br|| reblin@est.edu.br2178-437X1676-9570opendoar:2014-03-03T23:19:35Identidade! - Faculdades ESTfalse
dc.title.none.fl_str_mv As teias de Anansi e a tessitura de histórias na manutenção de identidades negras: um olhar afrocêntrico de conhecimento
title As teias de Anansi e a tessitura de histórias na manutenção de identidades negras: um olhar afrocêntrico de conhecimento
spellingShingle As teias de Anansi e a tessitura de histórias na manutenção de identidades negras: um olhar afrocêntrico de conhecimento
Haerter, Leandro
Educação
Mitologia africana; Contação de histórias; Paradigma afrocêntrico de conhecimento; Educação quilombola
title_short As teias de Anansi e a tessitura de histórias na manutenção de identidades negras: um olhar afrocêntrico de conhecimento
title_full As teias de Anansi e a tessitura de histórias na manutenção de identidades negras: um olhar afrocêntrico de conhecimento
title_fullStr As teias de Anansi e a tessitura de histórias na manutenção de identidades negras: um olhar afrocêntrico de conhecimento
title_full_unstemmed As teias de Anansi e a tessitura de histórias na manutenção de identidades negras: um olhar afrocêntrico de conhecimento
title_sort As teias de Anansi e a tessitura de histórias na manutenção de identidades negras: um olhar afrocêntrico de conhecimento
author Haerter, Leandro
author_facet Haerter, Leandro
Barbosa Júnior, Hélcio Fernandes
Bussoletti, Denise Marcos
author_role author
author2 Barbosa Júnior, Hélcio Fernandes
Bussoletti, Denise Marcos
author2_role author
author
dc.contributor.none.fl_str_mv
dc.contributor.author.fl_str_mv Haerter, Leandro
Barbosa Júnior, Hélcio Fernandes
Bussoletti, Denise Marcos
dc.subject.por.fl_str_mv Educação
Mitologia africana; Contação de histórias; Paradigma afrocêntrico de conhecimento; Educação quilombola
topic Educação
Mitologia africana; Contação de histórias; Paradigma afrocêntrico de conhecimento; Educação quilombola
description Através da afro-diáspora, milhares de africanas e africanos vieram de maneira compulsória para as Américas. Mas não vieram sozinhos. Trouxeram suas tradições, crenças, valores civilizatórios, línguas, religiões, histórias, conhecimentos e saberes específicos, entre outros. Submetidos à dura realidade da escravidão, essas africanas e africanos e seus descendentes elaboraram inúmeras formas de resistência contrárias ao sistema escravista e a favor da manutenção de sua cultura: a fuga, as sabotagens, a formação de quilombos e a contação de histórias foram apenas algumas delas. Ao cruzarem o Atlântico vieram acompanhados, também, do mito da aranha e divindade Anansi, que muito nos ensina sobre o processo de contação de histórias presente nas tradições culturais africanas, bem como do universo da ressignificação dessas culturas como forma de resistência. A metáfora de Anansi contribui para a compreensão de uma visão de mundo africana, calcada no paradigma afrocêntrico de conhecimento, e tem se espalhado de modo que suas teias teçam histórias, memórias e tradições orais como forma de educar. Compreendendo quilombos como territórios negros onde ainda resistem muitos aspectos africanos através da prática da contação de histórias e o reconhecimento de todo um conjunto de saberes, conhecimentos, identidades, organizações sociais negras e africanas predominantemente negligenciadas por uma abordagem eurocêntrica de conhecimento, mas que ainda resistem no interior de comunidades quilombolas, refletimos aqui sobre uma escola brasileira mais plural, alimentada por valores da cosmovisão africana ainda presentes nos quilombos e por um currículo escolar que valorize saberes e conhecimentos não hierarquizados como prevê a Lei 10.639/03.
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014-03-03
dc.type.none.fl_str_mv

dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://periodicos.est.edu.br/index.php/identidade/article/view/1185
url http://periodicos.est.edu.br/index.php/identidade/article/view/1185
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://periodicos.est.edu.br/index.php/identidade/article/view/1185/1147
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Faculdades EST
publisher.none.fl_str_mv Faculdades EST
dc.source.none.fl_str_mv identidade!; v. 18, n. 3 (2013): Dôssie: Edição Especial: Anais do COPENE Sul; 372-381
2178-437X
reponame:Identidade!
instname:Faculdades EST
instacron:EST
instname_str Faculdades EST
instacron_str EST
institution EST
reponame_str Identidade!
collection Identidade!
repository.name.fl_str_mv Identidade! - Faculdades EST
repository.mail.fl_str_mv ||selenir@est.edu.br|| reblin@est.edu.br
_version_ 1754122311544340481