Desenhando a resistência: estética e contra-hegemonia no movimento agroecológico no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Naves,Flávia
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Reis,Yuna
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Cadernos EBAPE.BR
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512017000200309
Resumo: Resumo No presente artigo teórico-empírico, busca-se contribuir para os Estudos Organizacionais trazendo para o debate os movimentos sociais, em especial o movimento agroecológico, que tem se constituído como meio de resistência à hegemonia do agronegócio no Brasil. O estudo estabelece também uma “ponte” teórico-empírica não convencional, neste campo disciplinar, entre estudos em estética e abordagem neogramsciana de discurso em Laclau e Mouffe. Desse modo, à luz dos conceitos de estética e da análise neogramsciana de discurso em hegemonia e antagonismo, investigou-se de que forma as expressões estéticas influenciam a construção da contra-hegemonia no movimento agroecológico brasileiro. A pesquisa adota uma metodologia com enfoque qualitativo na análise de desenhos produzidos por agricultores e agricultoras no III Encontro Nacional de Agroecologia (III ENA), denominados de Painéis de Facilitação Gráfica. Ao final, é possível observar que a estética dos painéis do III ENA permitiu aos agricultores e agricultoras a (re)construção de suas visões de mundo, a divulgação de suas inquietações, realidades e alternativas agrícolas locais, e, principalmente, a orientação de práticas, propostas e legitimação do movimento, que passaram a ser centrais aos valores contra-hegemônicos e na construção de um inimigo comum. A complexidade expressa nas relações construídas nos painéis também ressaltou que a estética pode trazer uma perspectiva efetiva, acessível e sensível na construção das visões de mundo de grupos subalternos. Dessa forma, o movimento agroecológico brasileiro, construído também na perspectiva estética, revela-se como importante ator na resistência à hegemonia do agronegócio e ao modelo capitalista.
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