Além da letalidade: a engenharia da responsabilização policial na justiça militar
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/10438/35418 |
Resumo: | Essa tese tem por objeto a responsabilização policial no âmbito da Justiça Militar Estadual, num país em que a alta letalidade das ações policiais tem repercutido política e academicamente. A valorização de episódios letais nas pesquisas, também fruto desta conjuntura, ao mesmo tempo em que contribuiu para a descrição do fenômeno, produziu a invisibilização de condutas lesivas com resultados diferentes de morte, assim como das respostas institucionais às mesmas. Diante desse contexto, a tese propõe responder à seguinte questão: quais são e como foram construídas as escolhas institucionais do Brasil em matéria de responsabilização de policiais militares? Metodologicamente, foram desenhadas estratégias de coleta e tratamento de dados nas quais buscou-se utilizar documentos públicos, observação de audiências judiciais e entrevistas, formais e informais, com atores jurídico-processuais, notadamente policiais militares e magistrados. Ao buscar compreender a maneira segundo a qual um desenho institucional específico de responsabilização foi progressivamente construído e operacionalizado, do começo da República à década de 2020, a pesquisa revela que, tanto os policiais militares, sujeitos nos processos judiciais, quanto a polícia militar, organização pública, têm trajetórias próprias diante da Justiça Militar, cujo desenho institucional traduz uma engenharia jurídica que é produto de disputas e acordos políticos. A invenção, produto dessa engenharia, é capaz de produzir imputação, processos e sanções às condutas abusivas e/ou ilegais de policiais militares, por um lado, e racismo institucional, por outro lado, mostrando que no Brasil podemos ter diversidade de sentidos de controle, transparência pública, e responsabilização de policiais militares e, ao mesmo tempo, um sofisticado sistema de desigualdade racial institucionalizado. |
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Ferreira, Poliana da SilvaEscolas::DIREITO SPLima, Renato Sérgio deChalhoub, SidneyLima, MarciaFreitas, Felipe da SilvaGonzález, Yanilda MaríaMachado, Maíra Rocha2024-06-10T16:51:54Z2024-06-10T16:51:54Z2024-06-10https://hdl.handle.net/10438/35418Essa tese tem por objeto a responsabilização policial no âmbito da Justiça Militar Estadual, num país em que a alta letalidade das ações policiais tem repercutido política e academicamente. A valorização de episódios letais nas pesquisas, também fruto desta conjuntura, ao mesmo tempo em que contribuiu para a descrição do fenômeno, produziu a invisibilização de condutas lesivas com resultados diferentes de morte, assim como das respostas institucionais às mesmas. Diante desse contexto, a tese propõe responder à seguinte questão: quais são e como foram construídas as escolhas institucionais do Brasil em matéria de responsabilização de policiais militares? Metodologicamente, foram desenhadas estratégias de coleta e tratamento de dados nas quais buscou-se utilizar documentos públicos, observação de audiências judiciais e entrevistas, formais e informais, com atores jurídico-processuais, notadamente policiais militares e magistrados. Ao buscar compreender a maneira segundo a qual um desenho institucional específico de responsabilização foi progressivamente construído e operacionalizado, do começo da República à década de 2020, a pesquisa revela que, tanto os policiais militares, sujeitos nos processos judiciais, quanto a polícia militar, organização pública, têm trajetórias próprias diante da Justiça Militar, cujo desenho institucional traduz uma engenharia jurídica que é produto de disputas e acordos políticos. A invenção, produto dessa engenharia, é capaz de produzir imputação, processos e sanções às condutas abusivas e/ou ilegais de policiais militares, por um lado, e racismo institucional, por outro lado, mostrando que no Brasil podemos ter diversidade de sentidos de controle, transparência pública, e responsabilização de policiais militares e, ao mesmo tempo, um sofisticado sistema de desigualdade racial institucionalizado.This thesis focuses on police accountability within the scope of the Military Justice of Brazilian states, in a country where the high lethality of police actions has had political and academic repercussions. The valorization of lethal episodes in scientific production, also a result of this scenario, while contributing to the description of the phenomenon, produced the invisibility of harmful conduct with results other than death, as well as institutional responses to them. Given this context, the thesis proposes to answer the following question: what are and how were Brazil's institutional choices regarding the accountability of military police officers constructed? Methodologically, data collection and processing strategies were designed in which we sought to use public documents, observation of court hearings, and interviews, formal and informal, with legal-procedural actors, notably military police officers and magistrates. When seeking to understand the way in which a specific institutional design of accountability was progressively constructed and operationalized, from the beginning of the Republic to the 2020s, the research reveals that both the military police, subjects in judicial processes, and the military police, an organization public, have their own trajectories in relation to Military Justice, whose institutional design reflects a legal engineering that is the product of political disputes and agreements. The invention, a product of this engineering, is capable of producing accusations, processes and sanctions for abusive and/or illegal conduct by military police officers, on the one hand, and institutional racism, on the other hand, showing that in Brazil we can have a diversity of senses of control, public transparency, and accountability of military police officers and, at the same time, a sophisticated system of institutionalized racial inequality.porJustiça militarPolícia militarDireito penal militarRacismo institucionalMilitary justiceMilitary policeMilitary criminal lawPolice accountabilityInstitutional racismDireitoJustiça militarPolícia militarDireito militarResponsabilidade (Direito)Violência policial - Estudo de casosAlém da letalidade: a engenharia da responsabilização policial na justiça militarinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório 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Essa tese tem por objeto a responsabilização policial no âmbito da Justiça Militar Estadual, num país em que a alta letalidade das ações policiais tem repercutido política e academicamente. A valorização de episódios letais nas pesquisas, também fruto desta conjuntura, ao mesmo tempo em que contribuiu para a descrição do fenômeno, produziu a invisibilização de condutas lesivas com resultados diferentes de morte, assim como das respostas institucionais às mesmas. Diante desse contexto, a tese propõe responder à seguinte questão: quais são e como foram construídas as escolhas institucionais do Brasil em matéria de responsabilização de policiais militares? Metodologicamente, foram desenhadas estratégias de coleta e tratamento de dados nas quais buscou-se utilizar documentos públicos, observação de audiências judiciais e entrevistas, formais e informais, com atores jurídico-processuais, notadamente policiais militares e magistrados. Ao buscar compreender a maneira segundo a qual um desenho institucional específico de responsabilização foi progressivamente construído e operacionalizado, do começo da República à década de 2020, a pesquisa revela que, tanto os policiais militares, sujeitos nos processos judiciais, quanto a polícia militar, organização pública, têm trajetórias próprias diante da Justiça Militar, cujo desenho institucional traduz uma engenharia jurídica que é produto de disputas e acordos políticos. A invenção, produto dessa engenharia, é capaz de produzir imputação, processos e sanções às condutas abusivas e/ou ilegais de policiais militares, por um lado, e racismo institucional, por outro lado, mostrando que no Brasil podemos ter diversidade de sentidos de controle, transparência pública, e responsabilização de policiais militares e, ao mesmo tempo, um sofisticado sistema de desigualdade racial institucionalizado. |
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Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) - Fundação Getulio Vargas (FGV) |
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