A demanda por gasolina no Brasil: uma avaliação de suas elasticidades após a introdução dos carros bicombustíveis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nappo, Márcio
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10438/2069
Resumo: A questão central que buscou-se responder no presente estudo foi: qual o impacto dos veículos flex-fuel sobre a demanda por gasolina no Brasil? Para tentar responder esta questão foi estimada a função demanda por gasolina no Brasil e suas elasticidades-preço e renda, para o período de agosto de 1994 a julho de 2006 (era pós-Plano Real), utilizando-se técnicas de cointegração para avaliar a existência de uma relação de equilíbrio de longo prazo entre variáveis do modelo. Com a renovação da frota automotiva, centrada cada vez mais nos veículos flex-fuel, cuja participação nas vendas nacionais de veículos novos deve ultrapassar os 70% em 2006, surge a preocupação de que o deslocamento do consumo de gasolina pelo álcool hidratado leve a excedentes crescentes de gasolina no Brasil. Os resultados obtidos neste estudo indicam que a demanda por gasolina no Brasil é inelástica no longo prazo, tanto em relação a variações nos preços deste combustível, quanto a alterações na renda dos consumidores. Os valores estimados para as elasticidades-preço e renda de longo prazo foram de -0,197 e 0,685, respectivamente. Também foi estimado o coeficiente de uma variável binária de inclinação associada ao preço da gasolina, incluída no modelo com o objetivo de capturar os impactos da entrada do flex-fuel sobre a curva de demanda por gasolina a partir de março de 2003. Esta variável binária de inclinação apresentou-se com um coeficiente de aproximadamente -0,137. Isto significa que a partir de março de 2003 há uma significativa mudança na elasticidade-preço da demanda por gasolina, que se torna mais elástica, saindo de -0,197 para -0,334. Este resultado indica que o mercado nacional de combustíveis de ciclo Otto pode estar passando por mudanças estruturais, para as quais a entrada dos veículos flex-fuel é a causa mais provável e que o álcool hidratado tem se tornado um substituto menos imperfeito da gasolina.
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Com a renovação da frota automotiva, centrada cada vez mais nos veículos flex-fuel, cuja participação nas vendas nacionais de veículos novos deve ultrapassar os 70% em 2006, surge a preocupação de que o deslocamento do consumo de gasolina pelo álcool hidratado leve a excedentes crescentes de gasolina no Brasil. Os resultados obtidos neste estudo indicam que a demanda por gasolina no Brasil é inelástica no longo prazo, tanto em relação a variações nos preços deste combustível, quanto a alterações na renda dos consumidores. Os valores estimados para as elasticidades-preço e renda de longo prazo foram de -0,197 e 0,685, respectivamente. Também foi estimado o coeficiente de uma variável binária de inclinação associada ao preço da gasolina, incluída no modelo com o objetivo de capturar os impactos da entrada do flex-fuel sobre a curva de demanda por gasolina a partir de março de 2003. Esta variável binária de inclinação apresentou-se com um coeficiente de aproximadamente -0,137. Isto significa que a partir de março de 2003 há uma significativa mudança na elasticidade-preço da demanda por gasolina, que se torna mais elástica, saindo de -0,197 para -0,334. Este resultado indica que o mercado nacional de combustíveis de ciclo Otto pode estar passando por mudanças estruturais, para as quais a entrada dos veículos flex-fuel é a causa mais provável e que o álcool hidratado tem se tornado um substituto menos imperfeito da gasolina.The central question that this study seeks to answer is: What is the impact of flex-fuel vehicles on the demand for gasoline in Brazil? To attempt to answer this question, the function demand for gasoline in Brazil was estimated, as were the price and income elasticities, for the period August 1994 through July 2006 (post Plano Real era), using cointegration techniques to evaluate the existence of a long-term balance relationship between the model’s variables. With the renewal of the automotive fleet increasingly centered on flex-fuel vehicles, whose market share in the domestic sales of new vehicles should be over 70% in 2006, there is some concern that the shift from consumption of gasoline to hydrated alcohol may lead to a growing excess of gasoline in Brazil. The results obtained in this study indicate that the demand for gasoline in Brazil is inelastic in the long term, in relation both to the price variations of this fuel and to the alterations in consumer income. The amounts estimated for the price and long-term income elasticities were –0.197 and 0.685, respectively. An estimate was made of the coefficient of a dummy inclination variable, associated with the price of gasoline and included in the model to capture the impact flex-fuel has on the gasoline demand curve, starting in March 2003. This dummy inclination variable had a coefficient of approximately –0.137, meaning that, as of March 2003, there is a significant change in the price elasticity of the demand for gasoline, which becomes more elastic, going from –0.197 to –0.334. This result indicates that the Otto cycle’s national fuel market might be facing structural changes in which the launching of flexfuel vehicles is the most likely cause and that hydrated alcohol has become a less imperfect substitute for gasoline.porDemand for gasolinePrice elasticityIncome elasticityFlex-fuel vehiclesCointegration techniquesDemanda por gasolinaElasticidade-preçoElasticidade-rendaVeículos flex-fuelAnálise de cointegraçãoEconomiaGasolina - Mercado - BrasilGasolina - Preços - BrasilIndústria automobilística - BrasilCointegraçãoA demanda por gasolina no Brasil: uma avaliação de suas elasticidades após a introdução dos carros bicombustíveisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)instname:Fundação Getulio Vargas (FGV)instacron:FGVinfo:eu-repo/semantics/openAccessTHUMBNAILmarcionappoturma2004.pdf.jpgmarcionappoturma2004.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2269https://repositorio.fgv.br/bitstreams/659c149b-c2cd-4ca4-825d-73b41980cb86/download335819e8506d823e04ae48e1dc1c407eMD58ORIGINALmarcionappoturma2004.pdfapplication/pdf541228https://repositorio.fgv.br/bitstreams/ad11ab85-865e-4a08-8f13-7fc81d5ec5a0/download4eb48d6772562d8bf4233391e15100f5MD52TEXTmarcionappoturma2004.pdf.txtmarcionappoturma2004.pdf.txtExtracted texttext/plain103352https://repositorio.fgv.br/bitstreams/be69934f-a4a7-47e0-8b49-7ed33114259d/download47a9aa7682daf12a89d65024c57c0b1bMD5710438/20692023-11-08 06:03:30.08open.accessoai:repositorio.fgv.br:10438/2069https://repositorio.fgv.brRepositório InstitucionalPRIhttp://bibliotecadigital.fgv.br/dspace-oai/requestopendoar:39742023-11-08T06:03:30Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) - Fundação Getulio Vargas (FGV)false
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