Close but far: the real distance between blacks and whites in the largest Brazilian city

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Morandi, Eliana Lins
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/10438/28890
Resumo: A democracia racial é, há muito, um mito questionado no Brasil. Todavia, níveis médios e baixos de segregação têm sido encontrados para metrópoles brasileiras, em contraste com uma vasta literatura qualitativa indicando separação social entre negros e brancos no Brasil. Isso pode resultar de um problema de mensuração, visto que a maior parte dos estudos utiliza o Índice de Dissimilaridade em sua versão aespacial (D), ainda que sua consistência seja amplamente questionada: D não leva em conta relações de vizinhança entre as unidades geográficas, é sensível à forma como a área de estudo é subdividida e pode falhar em capturar certos padrões de segregação, a depender da escala na qual este fenômeno acontece. Como áreas onde predomina um padrão de micro-segregação estão pouco documentadas pela literatura empírica quantitativa sobre cidades brasileiras, essa pesquisa busca enriquecer a discussão teórica sobre segregação no Brasil. D é comparado com uma medida espacial de Entropia (REARDON; O’SULLIVAN, 2004) na parte Centro-Oeste da Região Metropolitana de São Paulo – região de urbanização mais antiga e onde se encontra o centro financeiro e comercial da metrópole. Usando dados do último censo demográfico (2010), a Entropia foi calculada considerando tanto a distância euclidiana, quanto o tempo de deslocamento (Open Street Maps) para estabelecer relação de vizinhança entre os setores censitários, sendo o tempo de deslocamento uma melhor proxy para a distância entre dois pontos em um espaço urbano. Ambas as distribuições (de D e da Entropia) foram trianguladas com a descrição estatística da condição socioeconômica dos grupos raciais, com uma análise qualitativa da paisagem por meio de imagens de satélite e da vista da rua (Google Maps), com a composição racial de escolas e com a segregação escolar na mesma área, calculada com dados do censo escolar (2010). Os resultados sugerem que brancos têm escolaridade mais elevada e salários mais altos que a população negra: 27% dos brancos chegam à universidade, contra 8.7% de pardos e 11.5% de pretos; 15% dos brancos estão entre os salários 10% mais altos, em contraste com 2% e 3% de pardos e pretos, respectivamente. Salários mais elevados permitem certas escolhas em termos de serviços. No que se refere à educação, escolas privadas e racialmente homogêneas são claramente uma escolha das famílias de classe média e alta, já que a educação pública é gratuita e universal. Essa escolha se estende ao local de residência. Áreas com baixa Entropia (alta segregação) estão correlacionadas com o precentual de residentes brancos (correlação parcial de cerca de 0.60) e de domicílios de alta renda (correlação parcial de cerca de 0.23). D não foi capaz de capturar este aspecto da distribuição racial na mesma área, porque este indicador não leva em conta a composição racial das unidades geográficas vizinhas. Além disso, bairros ricos e brancos são marcados pela existência de condomínios fechados e com infraestrutura de segurança. Portanto, brancos de classes média e alta parecem ter desenvolvido suas próprias formas de auto-segregação que parecem caracterizar um white flight à brasileira, ainda a ser testado em estudos futuros.
id FGV_5fb259191a98912cb0a6bd4bacb21adc
oai_identifier_str oai:bibliotecadigital.fgv.br:10438/28890
network_acronym_str FGV
network_name_str Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
repository_id_str 3974
spelling Morandi, Eliana LinsEscolas::EAESPMarques, Eduardo Cesar LeãoFrancisco, Eduardo de RezendeFeitosa, Flávia da FonsecaTeixeira, Marco Antônio CarvalhoFernandes, Gustavo Andrey de A. L.2020-03-12T19:06:34Z2020-03-12T19:06:34Z2020-02-17https://hdl.handle.net/10438/28890A democracia racial é, há muito, um mito questionado no Brasil. Todavia, níveis médios e baixos de segregação têm sido encontrados para metrópoles brasileiras, em contraste com uma vasta literatura qualitativa indicando separação social entre negros e brancos no Brasil. Isso pode resultar de um problema de mensuração, visto que a maior parte dos estudos utiliza o Índice de Dissimilaridade em sua versão aespacial (D), ainda que sua consistência seja amplamente questionada: D não leva em conta relações de vizinhança entre as unidades geográficas, é sensível à forma como a área de estudo é subdividida e pode falhar em capturar certos padrões de segregação, a depender da escala na qual este fenômeno acontece. Como áreas onde predomina um padrão de micro-segregação estão pouco documentadas pela literatura empírica quantitativa sobre cidades brasileiras, essa pesquisa busca enriquecer a discussão teórica sobre segregação no Brasil. D é comparado com uma medida espacial de Entropia (REARDON; O’SULLIVAN, 2004) na parte Centro-Oeste da Região Metropolitana de São Paulo – região de urbanização mais antiga e onde se encontra o centro financeiro e comercial da metrópole. Usando dados do último censo demográfico (2010), a Entropia foi calculada considerando tanto a distância euclidiana, quanto o tempo de deslocamento (Open Street Maps) para estabelecer relação de vizinhança entre os setores censitários, sendo o tempo de deslocamento uma melhor proxy para a distância entre dois pontos em um espaço urbano. Ambas as distribuições (de D e da Entropia) foram trianguladas com a descrição estatística da condição socioeconômica dos grupos raciais, com uma análise qualitativa da paisagem por meio de imagens de satélite e da vista da rua (Google Maps), com a composição racial de escolas e com a segregação escolar na mesma área, calculada com dados do censo escolar (2010). Os resultados sugerem que brancos têm escolaridade mais elevada e salários mais altos que a população negra: 27% dos brancos chegam à universidade, contra 8.7% de pardos e 11.5% de pretos; 15% dos brancos estão entre os salários 10% mais altos, em contraste com 2% e 3% de pardos e pretos, respectivamente. Salários mais elevados permitem certas escolhas em termos de serviços. No que se refere à educação, escolas privadas e racialmente homogêneas são claramente uma escolha das famílias de classe média e alta, já que a educação pública é gratuita e universal. Essa escolha se estende ao local de residência. Áreas com baixa Entropia (alta segregação) estão correlacionadas com o precentual de residentes brancos (correlação parcial de cerca de 0.60) e de domicílios de alta renda (correlação parcial de cerca de 0.23). D não foi capaz de capturar este aspecto da distribuição racial na mesma área, porque este indicador não leva em conta a composição racial das unidades geográficas vizinhas. Além disso, bairros ricos e brancos são marcados pela existência de condomínios fechados e com infraestrutura de segurança. Portanto, brancos de classes média e alta parecem ter desenvolvido suas próprias formas de auto-segregação que parecem caracterizar um white flight à brasileira, ainda a ser testado em estudos futuros.Brazil being a racial democracy has been for long a questionable myth. However, researchers have been finding low and medium levels of racial segregation in Brazilian cities, in contrast with a wide qualitative literature documenting strong social separation between blacks and whites in Brazil. This might be a measurement problem, since most of the research on the topic measures segregation through the aspatial Dissimilarity Index (D), even though D has been shown to be questionable. For instance, it doesn’t take neighborhood relationship between geographic units into account and heavily rely on their boundaries. It might also fail to capture certain segregation patterns, depending on the scale in which segregation takes place. In addition, areas where micro-segregation is predominant in Brazilian cities lack documentation in a more quantitative manner. Hence, this research is an attempt to enrich the theoretical discussion on how the phenomenon of segregation takes place in Brazilian metropolises by comparing D with a measure of Spatial Entropy (REARDON; O’SULLIVAN, 2004) in the Center-Western region of São Paulo Metropolitan Area – the region of oldest urbanization and where the Central Business District is located. Using the last Brazilian demographic census data (2010), Entropy was calculated with both straight line distance and travel time (Open Street Maps) in order to establish neighborhood relationship between census tracts – travel time being a better proxy for the social distance between two individuals in an urban setting. Both D and Entropy distributions were triangulated with a statistical description of racial groups’ socioeconomic conditions, qualitative landscape analysis through satellite and street images (Google Maps), as well as the schools’ racial composition and school segregation index in the same area, calculated using 2010 school census data. Results suggest that whites are more educated and earn higher wages than blacks: 27% of whites attend college versus 8.7% of browns and 11.5% of blacks; 15% of whites earn the 10% highest wages while this is the case for 2% and 3% of brown and black population, respectively. Higher income levels allow choices in terms of service provision. Regarding education, the racially homogeneous private schools are clearly a choice of white middle- and upper-class families, since public schools are free of charge and the Brazilian state guarantees universal access to basic education (K-12). Those choices are extended to the place of residence as well. Areas with low Entropy levels (high segregation) are partially correlated to the percentage of high-income households ( 0:60) and percentage of white residents ( 0:23). D was not able to capture this aspect of racial distribution in the same area, because this index only takes into account the racial composition within the geographic unit, but not its neighboring units. Those rich white neighborhoods are also marked by the existence of private condominiums well equipped with security infrastructure. Hence, the Brazilian white middle- and upper-classes seem to have developed its own forms of self-segregation that might characterize a white flight à la brésilienne to be tested in further research.engRaceSegregationSegregation measurementSão PauloSegregação racialRaçaAdministração públicaNegros - Segregação - São Paulo (SP)Discriminação racial - São Paulo (SP)Negros - Condições sociais - São Paulo (SP)Identidade racial - São Paulo (SP)São Paulo (SP) - Questão racialClose but far: the real distance between blacks and whites in the largest Brazilian cityinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)instname:Fundação Getulio Vargas (FGV)instacron:FGVTHUMBNAILdissertacao_versao_final_elianalinsmorandi.pdf.jpgdissertacao_versao_final_elianalinsmorandi.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1490http://bibliotecadigital.fgv.br:80/dspace/bitstream/10438/28890/6/dissertacao_versao_final_elianalinsmorandi.pdf.jpg24f04e551a034b65b7edc93c57828da5MD56TEXTdissertacao_versao_final_elianalinsmorandi.pdf.txtdissertacao_versao_final_elianalinsmorandi.pdf.txtExtracted texttext/plain163694http://bibliotecadigital.fgv.br:80/dspace/bitstream/10438/28890/5/dissertacao_versao_final_elianalinsmorandi.pdf.txtc133d43912bff9e856d25be4db4a0c67MD55LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-84707http://bibliotecadigital.fgv.br:80/dspace/bitstream/10438/28890/4/license.txtdfb340242cced38a6cca06c627998fa1MD54ORIGINALdissertacao_versao_final_elianalinsmorandi.pdfdissertacao_versao_final_elianalinsmorandi.pdfPDFapplication/pdf31016265http://bibliotecadigital.fgv.br:80/dspace/bitstream/10438/28890/3/dissertacao_versao_final_elianalinsmorandi.pdfc8f556d618f04b22beda6c03fbc8694eMD5310438/288902021-11-03 17:26:47.512oai:bibliotecadigital.fgv.br:10438/28890VEVSTU9TIExJQ0VOQ0lBTUVOVE8gUEFSQSBBUlFVSVZBTUVOVE8sIFJFUFJPRFXDh8ODTyBFIERJVlVMR0HDh8ODTwpQw5pCTElDQSBERSBDT05URcOaRE8gw4AgQklCTElPVEVDQSBWSVJUVUFMIEZHViAodmVyc8OjbyAxLjIpCgoxLiBWb2PDqiwgdXN1w6FyaW8tZGVwb3NpdGFudGUgZGEgQmlibGlvdGVjYSBWaXJ0dWFsIEZHViwgYXNzZWd1cmEsIG5vCnByZXNlbnRlIGF0bywgcXVlIMOpIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhdHJpbW9uaWFpcyBlL291CmRpcmVpdG9zIGNvbmV4b3MgcmVmZXJlbnRlcyDDoCB0b3RhbGlkYWRlIGRhIE9icmEgb3JhIGRlcG9zaXRhZGEgZW0KZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBiZW0gY29tbyBkZSBzZXVzIGNvbXBvbmVudGVzIG1lbm9yZXMsIGVtIHNlIHRyYXRhbmRvCmRlIG9icmEgY29sZXRpdmEsIGNvbmZvcm1lIG8gcHJlY2VpdHVhZG8gcGVsYSBMZWkgOS42MTAvOTggZS9vdSBMZWkKOS42MDkvOTguIE7Do28gc2VuZG8gZXN0ZSBvIGNhc28sIHZvY8OqIGFzc2VndXJhIHRlciBvYnRpZG8sIGRpcmV0YW1lbnRlCmRvcyBkZXZpZG9zIHRpdHVsYXJlcywgYXV0b3JpemHDp8OjbyBwcsOpdmlhIGUgZXhwcmVzc2EgcGFyYSBvIGRlcMOzc2l0byBlCmRpdnVsZ2HDp8OjbyBkYSBPYnJhLCBhYnJhbmdlbmRvIHRvZG9zIG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGUgY29uZXhvcwphZmV0YWRvcyBwZWxhIGFzc2luYXR1cmEgZG9zIHByZXNlbnRlcyB0ZXJtb3MgZGUgbGljZW5jaWFtZW50bywgZGUKbW9kbyBhIGVmZXRpdmFtZW50ZSBpc2VudGFyIGEgRnVuZGHDp8OjbyBHZXR1bGlvIFZhcmdhcyBlIHNldXMKZnVuY2lvbsOhcmlvcyBkZSBxdWFscXVlciByZXNwb25zYWJpbGlkYWRlIHBlbG8gdXNvIG7Do28tYXV0b3JpemFkbyBkbwptYXRlcmlhbCBkZXBvc2l0YWRvLCBzZWphIGVtIHZpbmN1bGHDp8OjbyDDoCBCaWJsaW90ZWNhIFZpcnR1YWwgRkdWLCBzZWphCmVtIHZpbmN1bGHDp8OjbyBhIHF1YWlzcXVlciBzZXJ2acOnb3MgZGUgYnVzY2EgZSBkaXN0cmlidWnDp8OjbyBkZSBjb250ZcO6ZG8KcXVlIGZhw6dhbSB1c28gZGFzIGludGVyZmFjZXMgZSBlc3Bhw6dvIGRlIGFybWF6ZW5hbWVudG8gcHJvdmlkZW5jaWFkb3MKcGVsYSBGdW5kYcOnw6NvIEdldHVsaW8gVmFyZ2FzIHBvciBtZWlvIGRlIHNldXMgc2lzdGVtYXMgaW5mb3JtYXRpemFkb3MuCgoyLiBBIGFzc2luYXR1cmEgZGVzdGEgbGljZW7Dp2EgdGVtIGNvbW8gY29uc2Vxw7zDqm5jaWEgYSB0cmFuc2ZlcsOqbmNpYSwgYQp0w610dWxvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGUgbsOjby1vbmVyb3NvLCBpc2VudGEgZG8gcGFnYW1lbnRvIGRlIHJveWFsdGllcwpvdSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBjb250cmFwcmVzdGHDp8OjbywgcGVjdW5pw6FyaWEgb3UgbsOjbywgw6AgRnVuZGHDp8OjbwpHZXR1bGlvIFZhcmdhcywgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGFybWF6ZW5hciBkaWdpdGFsbWVudGUsIHJlcHJvZHV6aXIgZQpkaXN0cmlidWlyIG5hY2lvbmFsIGUgaW50ZXJuYWNpb25hbG1lbnRlIGEgT2JyYSwgaW5jbHVpbmRvLXNlIG8gc2V1CnJlc3Vtby9hYnN0cmFjdCwgcG9yIG1laW9zIGVsZXRyw7RuaWNvcywgbm8gc2l0ZSBkYSBCaWJsaW90ZWNhIFZpcnR1YWwKRkdWLCBhbyBww7pibGljbyBlbSBnZXJhbCwgZW0gcmVnaW1lIGRlIGFjZXNzbyBhYmVydG8uCgozLiBBIHByZXNlbnRlIGxpY2Vuw6dhIHRhbWLDqW0gYWJyYW5nZSwgbm9zIG1lc21vcyB0ZXJtb3MgZXN0YWJlbGVjaWRvcwpubyBpdGVtIDIsIHN1cHJhLCBxdWFscXVlciBkaXJlaXRvIGRlIGNvbXVuaWNhw6fDo28gYW8gcMO6YmxpY28gY2Fiw612ZWwKZW0gcmVsYcOnw6NvIMOgIE9icmEgb3JhIGRlcG9zaXRhZGEsIGluY2x1aW5kby1zZSBvcyB1c29zIHJlZmVyZW50ZXMgw6AKcmVwcmVzZW50YcOnw6NvIHDDumJsaWNhIGUvb3UgZXhlY3XDp8OjbyBww7pibGljYSwgYmVtIGNvbW8gcXVhbHF1ZXIgb3V0cmEKbW9kYWxpZGFkZSBkZSBjb211bmljYcOnw6NvIGFvIHDDumJsaWNvIHF1ZSBleGlzdGEgb3UgdmVuaGEgYSBleGlzdGlyLApub3MgdGVybW9zIGRvIGFydGlnbyA2OCBlIHNlZ3VpbnRlcyBkYSBMZWkgOS42MTAvOTgsIG5hIGV4dGVuc8OjbyBxdWUKZm9yIGFwbGljw6F2ZWwgYW9zIHNlcnZpw6dvcyBwcmVzdGFkb3MgYW8gcMO6YmxpY28gcGVsYSBCaWJsaW90ZWNhClZpcnR1YWwgRkdWLgoKNC4gRXN0YSBsaWNlbsOnYSBhYnJhbmdlLCBhaW5kYSwgbm9zIG1lc21vcyB0ZXJtb3MgZXN0YWJlbGVjaWRvcyBubwppdGVtIDIsIHN1cHJhLCB0b2RvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb25leG9zIGRlIGFydGlzdGFzIGludMOpcnByZXRlcyBvdQpleGVjdXRhbnRlcywgcHJvZHV0b3JlcyBmb25vZ3LDoWZpY29zIG91IGVtcHJlc2FzIGRlIHJhZGlvZGlmdXPDo28gcXVlCmV2ZW50dWFsbWVudGUgc2VqYW0gYXBsaWPDoXZlaXMgZW0gcmVsYcOnw6NvIMOgIG9icmEgZGVwb3NpdGFkYSwgZW0KY29uZm9ybWlkYWRlIGNvbSBvIHJlZ2ltZSBmaXhhZG8gbm8gVMOtdHVsbyBWIGRhIExlaSA5LjYxMC85OC4KCjUuIFNlIGEgT2JyYSBkZXBvc2l0YWRhIGZvaSBvdSDDqSBvYmpldG8gZGUgZmluYW5jaWFtZW50byBwb3IKaW5zdGl0dWnDp8O1ZXMgZGUgZm9tZW50byDDoCBwZXNxdWlzYSBvdSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBzZW1lbGhhbnRlLCB2b2PDqgpvdSBvIHRpdHVsYXIgYXNzZWd1cmEgcXVlIGN1bXByaXUgdG9kYXMgYXMgb2JyaWdhw6fDtWVzIHF1ZSBsaGUgZm9yYW0KaW1wb3N0YXMgcGVsYSBpbnN0aXR1acOnw6NvIGZpbmFuY2lhZG9yYSBlbSByYXrDo28gZG8gZmluYW5jaWFtZW50bywgZQpxdWUgbsOjbyBlc3TDoSBjb250cmFyaWFuZG8gcXVhbHF1ZXIgZGlzcG9zacOnw6NvIGNvbnRyYXR1YWwgcmVmZXJlbnRlIMOgCnB1YmxpY2HDp8OjbyBkbyBjb250ZcO6ZG8gb3JhIHN1Ym1ldGlkbyDDoCBCaWJsaW90ZWNhIFZpcnR1YWwgRkdWLgoKNi4gQ2FzbyBhIE9icmEgb3JhIGRlcG9zaXRhZGEgZW5jb250cmUtc2UgbGljZW5jaWFkYSBzb2IgdW1hIGxpY2Vuw6dhCkNyZWF0aXZlIENvbW1vbnMgKHF1YWxxdWVyIHZlcnPDo28pLCBzb2IgYSBsaWNlbsOnYSBHTlUgRnJlZQpEb2N1bWVudGF0aW9uIExpY2Vuc2UgKHF1YWxxdWVyIHZlcnPDo28pLCBvdSBvdXRyYSBsaWNlbsOnYSBxdWFsaWZpY2FkYQpjb21vIGxpdnJlIHNlZ3VuZG8gb3MgY3JpdMOpcmlvcyBkYSBEZWZpbml0aW9uIG9mIEZyZWUgQ3VsdHVyYWwgV29ya3MKKGRpc3BvbsOtdmVsIGVtOiBodHRwOi8vZnJlZWRvbWRlZmluZWQub3JnL0RlZmluaXRpb24pIG91IEZyZWUgU29mdHdhcmUKRGVmaW5pdGlvbiAoZGlzcG9uw612ZWwgZW06IGh0dHA6Ly93d3cuZ251Lm9yZy9waGlsb3NvcGh5L2ZyZWUtc3cuaHRtbCksIApvIGFycXVpdm8gcmVmZXJlbnRlIMOgIE9icmEgZGV2ZSBpbmRpY2FyIGEgbGljZW7Dp2EgYXBsaWPDoXZlbCBlbQpjb250ZcO6ZG8gbGVnw612ZWwgcG9yIHNlcmVzIGh1bWFub3MgZSwgc2UgcG9zc8OtdmVsLCB0YW1iw6ltIGVtIG1ldGFkYWRvcwpsZWfDrXZlaXMgcG9yIG3DoXF1aW5hLiBBIGluZGljYcOnw6NvIGRhIGxpY2Vuw6dhIGFwbGljw6F2ZWwgZGV2ZSBzZXIKYWNvbXBhbmhhZGEgZGUgdW0gbGluayBwYXJhIG9zIHRlcm1vcyBkZSBsaWNlbmNpYW1lbnRvIG91IHN1YSBjw7NwaWEKaW50ZWdyYWwuCgoKQW8gY29uY2x1aXIgYSBwcmVzZW50ZSBldGFwYSBlIGFzIGV0YXBhcyBzdWJzZXHDvGVudGVzIGRvIHByb2Nlc3NvIGRlCnN1Ym1pc3PDo28gZGUgYXJxdWl2b3Mgw6AgQmlibGlvdGVjYSBWaXJ0dWFsIEZHViwgdm9jw6ogYXRlc3RhIHF1ZSBsZXUgZQpjb25jb3JkYSBpbnRlZ3JhbG1lbnRlIGNvbSBvcyB0ZXJtb3MgYWNpbWEgZGVsaW1pdGFkb3MsIGFzc2luYW5kby1vcwpzZW0gZmF6ZXIgcXVhbHF1ZXIgcmVzZXJ2YSBlIG5vdmFtZW50ZSBjb25maXJtYW5kbyBxdWUgY3VtcHJlIG9zCnJlcXVpc2l0b3MgaW5kaWNhZG9zIG5vIGl0ZW0gMSwgc3VwcmEuCgpIYXZlbmRvIHF1YWxxdWVyIGRpc2NvcmTDom5jaWEgZW0gcmVsYcOnw6NvIGFvcyBwcmVzZW50ZXMgdGVybW9zIG91IG7Do28Kc2UgdmVyaWZpY2FuZG8gbyBleGlnaWRvIG5vIGl0ZW0gMSwgc3VwcmEsIHZvY8OqIGRldmUgaW50ZXJyb21wZXIKaW1lZGlhdGFtZW50ZSBvIHByb2Nlc3NvIGRlIHN1Ym1pc3PDo28uIEEgY29udGludWlkYWRlIGRvIHByb2Nlc3NvCmVxdWl2YWxlIMOgIGFzc2luYXR1cmEgZGVzdGUgZG9jdW1lbnRvLCBjb20gdG9kYXMgYXMgY29uc2Vxw7zDqm5jaWFzIG5lbGUKcHJldmlzdGFzLCBzdWplaXRhbmRvLXNlIG8gc2lnbmF0w6FyaW8gYSBzYW7Dp8O1ZXMgY2l2aXMgZSBjcmltaW5haXMgY2Fzbwpuw6NvIHNlamEgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGF0cmltb25pYWlzIGUvb3UgY29uZXhvcwphcGxpY8OhdmVpcyDDoCBPYnJhIGRlcG9zaXRhZGEgZHVyYW50ZSBlc3RlIHByb2Nlc3NvLCBvdSBjYXNvIG7Do28gdGVuaGEKb2J0aWRvIHByw6l2aWEgZSBleHByZXNzYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGRvIHRpdHVsYXIgcGFyYSBvIGRlcMOzc2l0byBlCnRvZG9zIG9zIHVzb3MgZGEgT2JyYSBlbnZvbHZpZG9zLgoKClBhcmEgYSBzb2x1w6fDo28gZGUgcXVhbHF1ZXIgZMO6dmlkYSBxdWFudG8gYW9zIHRlcm1vcyBkZSBsaWNlbmNpYW1lbnRvIGUKbyBwcm9jZXNzbyBkZSBzdWJtaXNzw6NvLCBjbGlxdWUgbm8gbGluayAiRmFsZSBjb25vc2NvIi4KRepositório InstitucionalPRIhttp://bibliotecadigital.fgv.br/dspace-oai/requestopendoar:39742021-11-03T20:26:47Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) - Fundação Getulio Vargas (FGV)false
dc.title.eng.fl_str_mv Close but far: the real distance between blacks and whites in the largest Brazilian city
title Close but far: the real distance between blacks and whites in the largest Brazilian city
spellingShingle Close but far: the real distance between blacks and whites in the largest Brazilian city
Morandi, Eliana Lins
Race
Segregation
Segregation measurement
São Paulo
Segregação racial
Raça
Administração pública
Negros - Segregação - São Paulo (SP)
Discriminação racial - São Paulo (SP)
Negros - Condições sociais - São Paulo (SP)
Identidade racial - São Paulo (SP)
São Paulo (SP) - Questão racial
title_short Close but far: the real distance between blacks and whites in the largest Brazilian city
title_full Close but far: the real distance between blacks and whites in the largest Brazilian city
title_fullStr Close but far: the real distance between blacks and whites in the largest Brazilian city
title_full_unstemmed Close but far: the real distance between blacks and whites in the largest Brazilian city
title_sort Close but far: the real distance between blacks and whites in the largest Brazilian city
author Morandi, Eliana Lins
author_facet Morandi, Eliana Lins
author_role author
dc.contributor.unidadefgv.por.fl_str_mv Escolas::EAESP
dc.contributor.member.none.fl_str_mv Marques, Eduardo Cesar Leão
Francisco, Eduardo de Rezende
Feitosa, Flávia da Fonseca
dc.contributor.author.fl_str_mv Morandi, Eliana Lins
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Teixeira, Marco Antônio Carvalho
Fernandes, Gustavo Andrey de A. L.
contributor_str_mv Teixeira, Marco Antônio Carvalho
Fernandes, Gustavo Andrey de A. L.
dc.subject.eng.fl_str_mv Race
Segregation
Segregation measurement
topic Race
Segregation
Segregation measurement
São Paulo
Segregação racial
Raça
Administração pública
Negros - Segregação - São Paulo (SP)
Discriminação racial - São Paulo (SP)
Negros - Condições sociais - São Paulo (SP)
Identidade racial - São Paulo (SP)
São Paulo (SP) - Questão racial
dc.subject.por.fl_str_mv São Paulo
Segregação racial
Raça
dc.subject.area.por.fl_str_mv Administração pública
dc.subject.bibliodata.por.fl_str_mv Negros - Segregação - São Paulo (SP)
Discriminação racial - São Paulo (SP)
Negros - Condições sociais - São Paulo (SP)
Identidade racial - São Paulo (SP)
São Paulo (SP) - Questão racial
description A democracia racial é, há muito, um mito questionado no Brasil. Todavia, níveis médios e baixos de segregação têm sido encontrados para metrópoles brasileiras, em contraste com uma vasta literatura qualitativa indicando separação social entre negros e brancos no Brasil. Isso pode resultar de um problema de mensuração, visto que a maior parte dos estudos utiliza o Índice de Dissimilaridade em sua versão aespacial (D), ainda que sua consistência seja amplamente questionada: D não leva em conta relações de vizinhança entre as unidades geográficas, é sensível à forma como a área de estudo é subdividida e pode falhar em capturar certos padrões de segregação, a depender da escala na qual este fenômeno acontece. Como áreas onde predomina um padrão de micro-segregação estão pouco documentadas pela literatura empírica quantitativa sobre cidades brasileiras, essa pesquisa busca enriquecer a discussão teórica sobre segregação no Brasil. D é comparado com uma medida espacial de Entropia (REARDON; O’SULLIVAN, 2004) na parte Centro-Oeste da Região Metropolitana de São Paulo – região de urbanização mais antiga e onde se encontra o centro financeiro e comercial da metrópole. Usando dados do último censo demográfico (2010), a Entropia foi calculada considerando tanto a distância euclidiana, quanto o tempo de deslocamento (Open Street Maps) para estabelecer relação de vizinhança entre os setores censitários, sendo o tempo de deslocamento uma melhor proxy para a distância entre dois pontos em um espaço urbano. Ambas as distribuições (de D e da Entropia) foram trianguladas com a descrição estatística da condição socioeconômica dos grupos raciais, com uma análise qualitativa da paisagem por meio de imagens de satélite e da vista da rua (Google Maps), com a composição racial de escolas e com a segregação escolar na mesma área, calculada com dados do censo escolar (2010). Os resultados sugerem que brancos têm escolaridade mais elevada e salários mais altos que a população negra: 27% dos brancos chegam à universidade, contra 8.7% de pardos e 11.5% de pretos; 15% dos brancos estão entre os salários 10% mais altos, em contraste com 2% e 3% de pardos e pretos, respectivamente. Salários mais elevados permitem certas escolhas em termos de serviços. No que se refere à educação, escolas privadas e racialmente homogêneas são claramente uma escolha das famílias de classe média e alta, já que a educação pública é gratuita e universal. Essa escolha se estende ao local de residência. Áreas com baixa Entropia (alta segregação) estão correlacionadas com o precentual de residentes brancos (correlação parcial de cerca de 0.60) e de domicílios de alta renda (correlação parcial de cerca de 0.23). D não foi capaz de capturar este aspecto da distribuição racial na mesma área, porque este indicador não leva em conta a composição racial das unidades geográficas vizinhas. Além disso, bairros ricos e brancos são marcados pela existência de condomínios fechados e com infraestrutura de segurança. Portanto, brancos de classes média e alta parecem ter desenvolvido suas próprias formas de auto-segregação que parecem caracterizar um white flight à brasileira, ainda a ser testado em estudos futuros.
publishDate 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-03-12T19:06:34Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-03-12T19:06:34Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-02-17
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://hdl.handle.net/10438/28890
url https://hdl.handle.net/10438/28890
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
instname:Fundação Getulio Vargas (FGV)
instacron:FGV
instname_str Fundação Getulio Vargas (FGV)
instacron_str FGV
institution FGV
reponame_str Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
collection Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
bitstream.url.fl_str_mv http://bibliotecadigital.fgv.br:80/dspace/bitstream/10438/28890/6/dissertacao_versao_final_elianalinsmorandi.pdf.jpg
http://bibliotecadigital.fgv.br:80/dspace/bitstream/10438/28890/5/dissertacao_versao_final_elianalinsmorandi.pdf.txt
http://bibliotecadigital.fgv.br:80/dspace/bitstream/10438/28890/4/license.txt
http://bibliotecadigital.fgv.br:80/dspace/bitstream/10438/28890/3/dissertacao_versao_final_elianalinsmorandi.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 24f04e551a034b65b7edc93c57828da5
c133d43912bff9e856d25be4db4a0c67
dfb340242cced38a6cca06c627998fa1
c8f556d618f04b22beda6c03fbc8694e
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) - Fundação Getulio Vargas (FGV)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1748572266214457344