Regulação para a redução do risco de desastres no Brasil: o papel das ouvidorias públicas em agências reguladoras federais
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/10438/33572 |
Resumo: | Desastres têm impactos ambientais e socioeconômicos altos e, por vezes, irremediáveis. Entretanto, uma importante mudança na gestão de desastres chama a atenção para a importância da redução de riscos, a fim de evitar que desastres aconteçam, ou mitigar seus impactos. A legislação brasileira adotou o paradigma da redução de riscos expressamente (Lei nº 12.608/2012, art. 2º, § 2º), e incluiu na Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e na Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) mecanismos para a identificação e redução do risco de desastres, incluindo a manutenção de canais de denúncia para a comunicação de riscos aos órgãos fiscalizadores. Essa obrigação é concretizada por meio de ouvidorias públicas. Tendo em vista a previsão posta na lei de que canais de denúncia sejam utilizados como ferramenta para redução do risco de desastres envolvendo barragens, este estudo buscou investigar a atuação das ouvidorias públicas em agências reguladoras federais de infraestrutura como uma alternativa para fortalecimento da participação na redução do risco de desastres tecnológicos no Brasil. Para isso, primeiramente, procurou-se identificar se esses canais recebem manifestações relativas a riscos ou a ocorrências de desastres feitas por agentes regulados ou cidadãos. Em seguida, foi preciso entender se esses canais estariam aptos para o recebimento e tratamento de tais manifestações de forma adequada, caso elas venham a ocorrer. O estudo inclui as ouvidorias das seguintes agências reguladoras federais de infraestrutura: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA); Agência Nacional de Mineração (ANM); Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC); Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ); e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Conclui-se que, ainda que as ouvidorias possam representar uma ferramenta para o fortalecimento da governança para a gestão de desastres através da participação e controle social, constituindo uma medida não estrutural de redução de riscos, esse mecanismo ainda é pouco explorado e não tem o seu potencial realizado. |
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Pádua, Julia Carolina Malacrida deEscolas::DIREITO SPMiola, Iagê ZendronPalma, Juliana Bonacorsi deMattos, Karina Denari Gomes deSundfeld, Carlos Ari2023-04-19T13:26:22Z2023-04-19T13:26:22Z2023-03-21https://hdl.handle.net/10438/33572Desastres têm impactos ambientais e socioeconômicos altos e, por vezes, irremediáveis. Entretanto, uma importante mudança na gestão de desastres chama a atenção para a importância da redução de riscos, a fim de evitar que desastres aconteçam, ou mitigar seus impactos. A legislação brasileira adotou o paradigma da redução de riscos expressamente (Lei nº 12.608/2012, art. 2º, § 2º), e incluiu na Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e na Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) mecanismos para a identificação e redução do risco de desastres, incluindo a manutenção de canais de denúncia para a comunicação de riscos aos órgãos fiscalizadores. Essa obrigação é concretizada por meio de ouvidorias públicas. Tendo em vista a previsão posta na lei de que canais de denúncia sejam utilizados como ferramenta para redução do risco de desastres envolvendo barragens, este estudo buscou investigar a atuação das ouvidorias públicas em agências reguladoras federais de infraestrutura como uma alternativa para fortalecimento da participação na redução do risco de desastres tecnológicos no Brasil. Para isso, primeiramente, procurou-se identificar se esses canais recebem manifestações relativas a riscos ou a ocorrências de desastres feitas por agentes regulados ou cidadãos. Em seguida, foi preciso entender se esses canais estariam aptos para o recebimento e tratamento de tais manifestações de forma adequada, caso elas venham a ocorrer. O estudo inclui as ouvidorias das seguintes agências reguladoras federais de infraestrutura: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA); Agência Nacional de Mineração (ANM); Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC); Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ); e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Conclui-se que, ainda que as ouvidorias possam representar uma ferramenta para o fortalecimento da governança para a gestão de desastres através da participação e controle social, constituindo uma medida não estrutural de redução de riscos, esse mecanismo ainda é pouco explorado e não tem o seu potencial realizado.Disasters have severe and sometimes irremediable environmental and socioeconomic impacts. However, an important shift in disaster management draws attention to the importance of risk reduction to prevent disasters or mitigate their impacts. Brazilian legislation expressly adopted the risk reduction paradigm (Law No. 12,608/2012, art. 2, § 2), and included mechanisms for identifying and reducing the risk of disasters in the National Policy for Dam Safety and the National Policy for Civil Defense and Protection. These mechanisms include whistleblowing channels for communicating risks to regulatory agencies, which is implemented through public ombudsman offices. This study sought to investigate the use of public ombudsmen in federal regulatory agencies of infrastructure as an alternative to strengthen public participation in disaster risk reduction in Brazil. The first step was to identify whether these channels receive information related to risks or occurrences of disasters by regulated agents or citizens. Next, it sought to understand whether these channels would be able to receive and manage such manifestations appropriately, should they occur. The study includes the ombudsmen of the following federal infrastructure regulatory agencies: National Electric Energy Agency; National Water and Basic Sanitation Agency; National Mining Agency; National Civil Aviation Agency; National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels; National Waterway Transport Agency; and the National Land Transport Agency. It concludes that, even though the ombudsmen channels may represent a tool for strengthening governance and disaster management through participation and social control, constituting a non-structural risk reduction measure, these mechanisms are still little explored and do not have their potential fulfilled.porDisaster risk reductionRegulationWhistleblowing channelsOmbudsman channelDesastresRedução de risco de desastresRegulaçãoCanais de denúnciaOuvidorias públicas federaisDisastersDireitoGestão de emergênciasGovernançaCalamidades públicasOuvidorias - BrasilRegulação para a redução do risco de desastres no Brasil: o papel das ouvidorias públicas em agências reguladoras federaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)instname:Fundação Getulio Vargas (FGV)instacron:FGVORIGINAL2023.04.17_Dissertação_JCMP_versão final.pdf2023.04.17_Dissertação_JCMP_versão 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Desastres têm impactos ambientais e socioeconômicos altos e, por vezes, irremediáveis. Entretanto, uma importante mudança na gestão de desastres chama a atenção para a importância da redução de riscos, a fim de evitar que desastres aconteçam, ou mitigar seus impactos. A legislação brasileira adotou o paradigma da redução de riscos expressamente (Lei nº 12.608/2012, art. 2º, § 2º), e incluiu na Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e na Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) mecanismos para a identificação e redução do risco de desastres, incluindo a manutenção de canais de denúncia para a comunicação de riscos aos órgãos fiscalizadores. Essa obrigação é concretizada por meio de ouvidorias públicas. Tendo em vista a previsão posta na lei de que canais de denúncia sejam utilizados como ferramenta para redução do risco de desastres envolvendo barragens, este estudo buscou investigar a atuação das ouvidorias públicas em agências reguladoras federais de infraestrutura como uma alternativa para fortalecimento da participação na redução do risco de desastres tecnológicos no Brasil. Para isso, primeiramente, procurou-se identificar se esses canais recebem manifestações relativas a riscos ou a ocorrências de desastres feitas por agentes regulados ou cidadãos. Em seguida, foi preciso entender se esses canais estariam aptos para o recebimento e tratamento de tais manifestações de forma adequada, caso elas venham a ocorrer. O estudo inclui as ouvidorias das seguintes agências reguladoras federais de infraestrutura: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA); Agência Nacional de Mineração (ANM); Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC); Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ); e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Conclui-se que, ainda que as ouvidorias possam representar uma ferramenta para o fortalecimento da governança para a gestão de desastres através da participação e controle social, constituindo uma medida não estrutural de redução de riscos, esse mecanismo ainda é pouco explorado e não tem o seu potencial realizado. |
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