“As coisas estão mudando”: a transformação das ideias e o enfrentamento à violência sexual no transporte público em São Paulo
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/10438/34647 |
Resumo: | A pressão de movimentos sociais pode promover questões polêmicas na agenda, levando à criação de políticas públicas que buscam responder a novos clamores. Em alguns casos, os atores políticos responsáveis por implementar essas novas políticas não têm referências sobre o tema em questão. Esse é um momento privilegiado para se entender como ideias contenciosas vindas “de fora” são recebidas e interpretadas por esses atores. Considerando a centralidade das ideias ao longo de todo o processo de produção das políticas públicas, esta pesquisa se propõe a entender como os atores políticos transformam as ideias quando colocam em ação uma política pública relacionada a um tema contencioso. O caso escolhido para a análise é a política pública de enfrentamento à violência sexual no transporte público por ônibus, conduzida pela Prefeitura de São Paulo. Os atores envolvidos pertencem sobretudo à burocracia municipal de transporte, historicamente dominada por mão-de-obra e gerência masculinas, para quem a responsabilidade em lidar com esse tema ainda é recente. O problema ascende à agenda de políticas de mobilidade urbana a partir da pressão de feministas contemporâneas, que não apenas chamam atenção à questão da violência de gênero em espaços públicos, como também questionam o paradigma da neutralidade dos sujeitos no espaço urbano. Usando a abordagem de representações sociais, são mapeadas as principais ideias em disputa, pelos atores políticos envolvidos, sobre o problema enfrentado. Busca-se, então, compreender a relação entre essas ideias e as lógicas políticas concorrentes; identificar como os atores políticos transformam as ideias conforme a política pública é produzida; e discutir como as ideias resistentes afetam a sua implementação. Os resultados apontam que as tensões entre essas ideias são relacionadas aos loci de atuação dos atores políticos envolvidos: enquanto os que vêm de fora do setor de transporte público buscam politizar a discussão e o enfrentamento ao problema, relacionandoos às perspectivas de gênero; aqueles que vêm de dentro apresentam mais resistências às novas ideias. Ao longo da produção da nova política, as ideias promovidas pelos atores políticos de fora vão perdendo sua carga politizada conforme avançam dentro do setor de transporte público. Identificamos que isso acontece porque os atores políticos envolvidos escolhem reduzir os aspectos mais polêmicos para que a nova política tenha mais chance de avançar, considerando as esperadas resistências do setor à temática de gênero. Como resultado, o que é entregue responde a apenas uma parte do que é demandado, por exemplo, por movimentos sociais, mas já é considerado suficiente para dar uma resposta política ao problema. |
id |
FGV_aebecc36d56ba45948f2917f4f2db1bf |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.fgv.br:10438/34647 |
network_acronym_str |
FGV |
network_name_str |
Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) |
repository_id_str |
3974 |
spelling |
Nunes, Ana Carolina Almeida SantosEscolas::EAESPFarah, Marta Ferreira SantosDiniz, Ana Paula RodriguesAbers, RebeccaLotta, Gabriela Spanghero2023-12-20T15:01:37Z2023-12-20T15:01:37Z2023-09-21https://hdl.handle.net/10438/34647A pressão de movimentos sociais pode promover questões polêmicas na agenda, levando à criação de políticas públicas que buscam responder a novos clamores. Em alguns casos, os atores políticos responsáveis por implementar essas novas políticas não têm referências sobre o tema em questão. Esse é um momento privilegiado para se entender como ideias contenciosas vindas “de fora” são recebidas e interpretadas por esses atores. Considerando a centralidade das ideias ao longo de todo o processo de produção das políticas públicas, esta pesquisa se propõe a entender como os atores políticos transformam as ideias quando colocam em ação uma política pública relacionada a um tema contencioso. O caso escolhido para a análise é a política pública de enfrentamento à violência sexual no transporte público por ônibus, conduzida pela Prefeitura de São Paulo. Os atores envolvidos pertencem sobretudo à burocracia municipal de transporte, historicamente dominada por mão-de-obra e gerência masculinas, para quem a responsabilidade em lidar com esse tema ainda é recente. O problema ascende à agenda de políticas de mobilidade urbana a partir da pressão de feministas contemporâneas, que não apenas chamam atenção à questão da violência de gênero em espaços públicos, como também questionam o paradigma da neutralidade dos sujeitos no espaço urbano. Usando a abordagem de representações sociais, são mapeadas as principais ideias em disputa, pelos atores políticos envolvidos, sobre o problema enfrentado. Busca-se, então, compreender a relação entre essas ideias e as lógicas políticas concorrentes; identificar como os atores políticos transformam as ideias conforme a política pública é produzida; e discutir como as ideias resistentes afetam a sua implementação. Os resultados apontam que as tensões entre essas ideias são relacionadas aos loci de atuação dos atores políticos envolvidos: enquanto os que vêm de fora do setor de transporte público buscam politizar a discussão e o enfrentamento ao problema, relacionandoos às perspectivas de gênero; aqueles que vêm de dentro apresentam mais resistências às novas ideias. Ao longo da produção da nova política, as ideias promovidas pelos atores políticos de fora vão perdendo sua carga politizada conforme avançam dentro do setor de transporte público. Identificamos que isso acontece porque os atores políticos envolvidos escolhem reduzir os aspectos mais polêmicos para que a nova política tenha mais chance de avançar, considerando as esperadas resistências do setor à temática de gênero. Como resultado, o que é entregue responde a apenas uma parte do que é demandado, por exemplo, por movimentos sociais, mas já é considerado suficiente para dar uma resposta política ao problema.Pressure from social movements can push contentious issues onto the public agenda, leading to the creation of public policies that seek to respond to new demands. In some of those cases, the political actors responsible for implementing the new policies have no background on the issue in question. This is a privileged moment to understand how contentious ideas coming from "outside" are taken on and interpreted by these actors. Considering the centrality of ideas throughout the policymaking process, this research aims to understand how political actors transform ideas when they must put into action a public policy related to a contentious issue. The case selected for analysis is the public policy to address sexual violence in city bus transport, undertaken by the São Paulo Municipality. Actors involved are mainly from the city's transport management bureaucracy, historically dominated by male workforce and leadership, for whom the responsibility to deal with this issue is very recent. The problem faced, in turn, rose to the agenda of urban mobility policies due to the pressure of contemporary feminists, who not only draw attention to the issue of gender violence in public spaces, but also challenge the subjects’ neutrality paradigm in urban space. Using the social representations framework, we map the main ideas about the problem addressed, which are disputed by the political actors involved. We then seek to understand the relationship between these ideas and the competing political rationales; identify the processes by which ideas are transformed by political actors as public policy is produced; and discuss how resistant ideas affect its implementation. Research findings point to tensions between these ideas that are very much related to the loci of activity of the policy actors involved: while those coming from outside the public transport sector seek to politicize the discussion and the addressing of the issue by relating them to gender perspectives; those coming from inside show more resistance to these innovative ideas. Throughout the process of new policy production, the ideas promoted by political actors from outside gradually lose their politicized load as they advance within the public transport sector. We identified that this happens because the political actors involved choose to reduce the most controversial aspects for the new policy to have a better chance of advancing, considering the expected resistance of the sector to gender issues. As a result, what is delivered responds to only a part of what is demanded, for example, by social movements, but is already considered to be sufficient to give a political response to the problem.La presión de movimientos sociales puede impulsar la entrada de temas polémicos en la agenda pública, llevando a la creación de políticas públicas que buscan responder a las nuevas demandas. En algunos casos, los actores políticos responsables de la implementación de las nuevas políticas no tienen conocimientos sobre el tema en cuestión. Este momento es privilegiado para entender cómo las ideas controversiales viniendo del "exterior" son recibidas e interpretadas por ellos. Dada la centralidad de las ideas en todo el proceso de elaboración de políticas, esta investigación busca entender cómo los actores políticos transforman las ideas cuando deben poner en marcha una política pública relacionada con un tema polémico. El caso elegido para el análisis es la política pública contra la violencia sexual en el transporte en autobús público, emprendida por el Municipio de São Paulo. Los actores involucrados son sobre todo de la burocracia del transporte municipal, históricamente dominada por personal y liderazgo masculino, para quienes la responsabilidad de tratar esta cuestión es muy reciente. El problema abordado, sin embargo, saltó a la agenda de las políticas de movilidad urbana debido a la presión de las feministas contemporáneas, que no sólo señalan el tema de la violencia de género en el espacio público, sino que también contestan el paradigma de la neutralidad de los sujetos en el espacio urbano. Empleando el marco de las representaciones sociales, mapeamos las principales ideas sobre el problema tratado, disputadas por los actores políticos implicados. Luego buscamos comprender la relación entre estas ideas y las lógicas políticas en disputa; identificamos los procesos por los cuales las ideas son transformadas por los actores políticos conforme se produce la política pública; y discutimos cómo las ideas resistentes afectan su implementación. Los hallazgos señalan que las tensiones entre estas ideas están muy relacionadas con los loci de actividad de los actores políticos implicados: mientras los que vienen de fuera del sector del transporte público tratan de politizar el debate y el abordaje de la cuestión, relacionándolos con las perspectivas de género, los que vienen de dentro presentan más resistencia a estas ideas innovadoras. A lo largo del proceso de producción de la nueva política, las ideas promovidas por los actores políticos de afuera van perdiendo su carga politizadora conforme avanzan dentro del sector del transporte público. Identificamos que esto sucede porque los actores políticos involucrados optan por reducir los aspectos más controversiales a fin de que la nueva política tenga mayores chances de avanzar, considerando la esperada resistencia del sector a los temas de género. Como resultado, lo que se entrega responde solo a una parte de lo demandado, por ejemplo, por los movimientos sociales, pero ya se considera suficiente para responder políticamente al problema.porRepresentações sociaisImplementaçãoViolência de gêneroSocial representationsPolicy implementationGender violenceRepresentaciones socialesImplementaciónViolencia de géneroAdministração públicaRepresentações sociaisViolência contra as mulheresPolíticas públicas - São Paulo (SP)Transportes coletivos“As coisas estão mudando”: a transformação das ideias e o enfrentamento à violência sexual no transporte público em São Pauloinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)instname:Fundação Getulio Vargas (FGV)instacron:FGVORIGINALtese_ana_carolina_nunes.pdftese_ana_carolina_nunes.pdfPDFapplication/pdf4228400https://repositorio.fgv.br/bitstreams/064c2647-fa74-4b3c-b904-2b7e61b43cca/downloade12d60a6b7d996998b4e9246cee0146fMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-85112https://repositorio.fgv.br/bitstreams/3f3a0250-d219-41c6-9b18-6fa713cc37f1/download2a4b67231f701c416a809246e7a10077MD52TEXTtese_ana_carolina_nunes.pdf.txttese_ana_carolina_nunes.pdf.txtExtracted texttext/plain103379https://repositorio.fgv.br/bitstreams/8ca685f1-8980-431b-861d-a88e1ace2cf8/downloadf68c381b1fdbcc0e7428003327380eb0MD53THUMBNAILtese_ana_carolina_nunes.pdf.jpgtese_ana_carolina_nunes.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2581https://repositorio.fgv.br/bitstreams/11f0cb58-601f-463f-a156-3b9b46693cc0/downloadd720b2236676c1210f6aa112ebeeb029MD5410438/346472024-02-28 17:37:34.039open.accessoai:repositorio.fgv.br:10438/34647https://repositorio.fgv.brRepositório InstitucionalPRIhttp://bibliotecadigital.fgv.br/dspace-oai/requestopendoar:39742024-02-28T17:37:34Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) - Fundação Getulio Vargas (FGV)falseVGVybW8gZGUgTGljZW5jaWFtZW50bwpIw6EgdW0gw7psdGltbyBwYXNzbzogcGFyYSByZXByb2R1emlyLCB0cmFkdXppciBlIGRpc3RyaWJ1aXIgc3VhIHN1Ym1pc3PDo28gZW0gdG9kbyBvIG11bmRvLCB2b2PDqiBkZXZlIGNvbmNvcmRhciBjb20gb3MgdGVybW9zIGEgc2VndWlyLgoKQ29uY29yZGFyIGNvbSBvIFRlcm1vIGRlIExpY2VuY2lhbWVudG8sIHNlbGVjaW9uYW5kbyAiRXUgY29uY29yZG8gY29tIG8gVGVybW8gZGUgTGljZW5jaWFtZW50byIgZSBjbGlxdWUgZW0gIkZpbmFsaXphciBzdWJtaXNzw6NvIi4KClRFUk1PUyBMSUNFTkNJQU1FTlRPIFBBUkEgQVJRVUlWQU1FTlRPLCBSRVBST0RVw4fDg08gRSBESVZVTEdBw4fDg08gUMOaQkxJQ0EgREUgQ09OVEXDmkRPIMOAIEJJQkxJT1RFQ0EgVklSVFVBTCBGR1YgKHZlcnPDo28gMS4yKQoKMS4gVm9jw6osIHVzdcOhcmlvLWRlcG9zaXRhbnRlIGRhIEJpYmxpb3RlY2EgVmlydHVhbCBGR1YsIGFzc2VndXJhLCBubyBwcmVzZW50ZSBhdG8sIHF1ZSDDqSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBwYXRyaW1vbmlhaXMgZS9vdSBkaXJlaXRvcyBjb25leG9zIHJlZmVyZW50ZXMgw6AgdG90YWxpZGFkZSBkYSBPYnJhIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhIGVtIGZvcm1hdG8gZGlnaXRhbCwgYmVtIGNvbW8gZGUgc2V1cyBjb21wb25lbnRlcyBtZW5vcmVzLCBlbSBzZSB0cmF0YW5kbyBkZSBvYnJhIGNvbGV0aXZhLCBjb25mb3JtZSBvIHByZWNlaXR1YWRvIHBlbGEgTGVpIDkuNjEwLzk4IGUvb3UgTGVpIDkuNjA5Lzk4LiBOw6NvIHNlbmRvIGVzdGUgbyBjYXNvLCB2b2PDqiBhc3NlZ3VyYSB0ZXIgb2J0aWRvLCBkaXJldGFtZW50ZSBkb3MgZGV2aWRvcyB0aXR1bGFyZXMsIGF1dG9yaXphw6fDo28gcHLDqXZpYSBlIGV4cHJlc3NhIHBhcmEgbyBkZXDDs3NpdG8gZSBkaXZ1bGdhw6fDo28gZGEgT2JyYSwgYWJyYW5nZW5kbyB0b2RvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBlIGNvbmV4b3MgYWZldGFkb3MgcGVsYSBhc3NpbmF0dXJhIGRvcyBwcmVzZW50ZXMgdGVybW9zIGRlIGxpY2VuY2lhbWVudG8sIGRlIG1vZG8gYSBlZmV0aXZhbWVudGUgaXNlbnRhciBhIEZ1bmRhw6fDo28gR2V0dWxpbyBWYXJnYXMgZSBzZXVzIGZ1bmNpb27DoXJpb3MgZGUgcXVhbHF1ZXIgcmVzcG9uc2FiaWxpZGFkZSBwZWxvIHVzbyBuw6NvLWF1dG9yaXphZG8gZG8gbWF0ZXJpYWwgZGVwb3NpdGFkbywgc2VqYSBlbSB2aW5jdWxhw6fDo28gw6AgQmlibGlvdGVjYSBWaXJ0dWFsIEZHViwgc2VqYSBlbSB2aW5jdWxhw6fDo28gYSBxdWFpc3F1ZXIgc2VydmnDp29zIGRlIGJ1c2NhIGUgZGlzdHJpYnVpw6fDo28gZGUgY29udGXDumRvIHF1ZSBmYcOnYW0gdXNvIGRhcyBpbnRlcmZhY2VzIGUgZXNwYcOnbyBkZSBhcm1hemVuYW1lbnRvIHByb3ZpZGVuY2lhZG9zIHBlbGEgRnVuZGHDp8OjbyBHZXR1bGlvIFZhcmdhcyBwb3IgbWVpbyBkZSBzZXVzIHNpc3RlbWFzIGluZm9ybWF0aXphZG9zLgoKMi4gQSBhc3NpbmF0dXJhIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIHRlbSBjb21vIGNvbnNlccO8w6puY2lhIGEgdHJhbnNmZXLDqm5jaWEsIGEgdMOtdHVsbyBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBlIG7Do28tb25lcm9zbywgaXNlbnRhIGRvIHBhZ2FtZW50byBkZSByb3lhbHRpZXMgb3UgcXVhbHF1ZXIgb3V0cmEgY29udHJhcHJlc3Rhw6fDo28sIHBlY3VuacOhcmlhIG91IG7Do28sIMOgIEZ1bmRhw6fDo28gR2V0dWxpbyBWYXJnYXMsIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhcm1hemVuYXIgZGlnaXRhbG1lbnRlLCByZXByb2R1emlyIGUgZGlzdHJpYnVpciBuYWNpb25hbCBlIGludGVybmFjaW9uYWxtZW50ZSBhIE9icmEsIGluY2x1aW5kby1zZSBvIHNldSByZXN1bW8vYWJzdHJhY3QsIHBvciBtZWlvcyBlbGV0csO0bmljb3MsIG5vIHNpdGUgZGEgQmlibGlvdGVjYSBWaXJ0dWFsIEZHViwgYW8gcMO6YmxpY28gZW0gZ2VyYWwsIGVtIHJlZ2ltZSBkZSBhY2Vzc28gYWJlcnRvLgoKMy4gQSBwcmVzZW50ZSBsaWNlbsOnYSB0YW1iw6ltIGFicmFuZ2UsIG5vcyBtZXNtb3MgdGVybW9zIGVzdGFiZWxlY2lkb3Mgbm8gaXRlbSAyLCBzdXByYSwgcXVhbHF1ZXIgZGlyZWl0byBkZSBjb211bmljYcOnw6NvIGFvIHDDumJsaWNvIGNhYsOtdmVsIGVtIHJlbGHDp8OjbyDDoCBPYnJhIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLCBpbmNsdWluZG8tc2Ugb3MgdXNvcyByZWZlcmVudGVzIMOgIHJlcHJlc2VudGHDp8OjbyBww7pibGljYSBlL291IGV4ZWN1w6fDo28gcMO6YmxpY2EsIGJlbSBjb21vIHF1YWxxdWVyIG91dHJhIG1vZGFsaWRhZGUgZGUgY29tdW5pY2HDp8OjbyBhbyBww7pibGljbyBxdWUgZXhpc3RhIG91IHZlbmhhIGEgZXhpc3Rpciwgbm9zIHRlcm1vcyBkbyBhcnRpZ28gNjggZSBzZWd1aW50ZXMgZGEgTGVpIDkuNjEwLzk4LCBuYSBleHRlbnPDo28gcXVlIGZvciBhcGxpY8OhdmVsIGFvcyBzZXJ2acOnb3MgcHJlc3RhZG9zIGFvIHDDumJsaWNvIHBlbGEgQmlibGlvdGVjYSBWaXJ0dWFsIEZHVi4KCjQuIEVzdGEgbGljZW7Dp2EgYWJyYW5nZSwgYWluZGEsIG5vcyBtZXNtb3MgdGVybW9zIGVzdGFiZWxlY2lkb3Mgbm8gaXRlbSAyLCBzdXByYSwgdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgY29uZXhvcyBkZSBhcnRpc3RhcyBpbnTDqXJwcmV0ZXMgb3UgZXhlY3V0YW50ZXMsIHByb2R1dG9yZXMgZm9ub2dyw6FmaWNvcyBvdSBlbXByZXNhcyBkZSByYWRpb2RpZnVzw6NvIHF1ZSBldmVudHVhbG1lbnRlIHNlamFtIGFwbGljw6F2ZWlzIGVtIHJlbGHDp8OjbyDDoCBvYnJhIGRlcG9zaXRhZGEsIGVtIGNvbmZvcm1pZGFkZSBjb20gbyByZWdpbWUgZml4YWRvIG5vIFTDrXR1bG8gViBkYSBMZWkgOS42MTAvOTguCgo1LiBTZSBhIE9icmEgZGVwb3NpdGFkYSBmb2kgb3Ugw6kgb2JqZXRvIGRlIGZpbmFuY2lhbWVudG8gcG9yIGluc3RpdHVpw6fDtWVzIGRlIGZvbWVudG8gw6AgcGVzcXVpc2Egb3UgcXVhbHF1ZXIgb3V0cmEgc2VtZWxoYW50ZSwgdm9jw6ogb3UgbyB0aXR1bGFyIGFzc2VndXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHRvZGFzIGFzIG9icmlnYcOnw7VlcyBxdWUgbGhlIGZvcmFtIGltcG9zdGFzIHBlbGEgaW5zdGl0dWnDp8OjbyBmaW5hbmNpYWRvcmEgZW0gcmF6w6NvIGRvIGZpbmFuY2lhbWVudG8sIGUgcXVlIG7Do28gZXN0w6EgY29udHJhcmlhbmRvIHF1YWxxdWVyIGRpc3Bvc2nDp8OjbyBjb250cmF0dWFsIHJlZmVyZW50ZSDDoCBwdWJsaWNhw6fDo28gZG8gY29udGXDumRvIG9yYSBzdWJtZXRpZG8gw6AgQmlibGlvdGVjYSBWaXJ0dWFsIEZHVi4KCjYuIENhc28gYSBPYnJhIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhIGVuY29udHJlLXNlIGxpY2VuY2lhZGEgc29iIHVtYSBsaWNlbsOnYSBDcmVhdGl2ZSBDb21tb25zIChxdWFscXVlciB2ZXJzw6NvKSwgc29iIGEgbGljZW7Dp2EgR05VIEZyZWUgRG9jdW1lbnRhdGlvbiBMaWNlbnNlIChxdWFscXVlciB2ZXJzw6NvKSwgb3Ugb3V0cmEgbGljZW7Dp2EgcXVhbGlmaWNhZGEgY29tbyBsaXZyZSBzZWd1bmRvIG9zIGNyaXTDqXJpb3MgZGEgRGVmaW5pdGlvbiBvZiBGcmVlIEN1bHR1cmFsIFdvcmtzIChkaXNwb27DrXZlbCBlbTogaHR0cDovL2ZyZWVkb21kZWZpbmVkLm9yZy9EZWZpbml0aW9uKSBvdSBGcmVlIFNvZnR3YXJlIERlZmluaXRpb24gKGRpc3BvbsOtdmVsIGVtOiBodHRwOi8vd3d3LmdudS5vcmcvcGhpbG9zb3BoeS9mcmVlLXN3Lmh0bWwpLCBvIGFycXVpdm8gcmVmZXJlbnRlIMOgIE9icmEgZGV2ZSBpbmRpY2FyIGEgbGljZW7Dp2EgYXBsaWPDoXZlbCBlbSBjb250ZcO6ZG8gbGVnw612ZWwgcG9yIHNlcmVzIGh1bWFub3MgZSwgc2UgcG9zc8OtdmVsLCB0YW1iw6ltIGVtIG1ldGFkYWRvcyBsZWfDrXZlaXMgcG9yIG3DoXF1aW5hLiBBIGluZGljYcOnw6NvIGRhIGxpY2Vuw6dhIGFwbGljw6F2ZWwgZGV2ZSBzZXIgYWNvbXBhbmhhZGEgZGUgdW0gbGluayBwYXJhIG9zIHRlcm1vcyBkZSBsaWNlbmNpYW1lbnRvIG91IHN1YSBjw7NwaWEgaW50ZWdyYWwuCgpBbyBjb25jbHVpciBhIHByZXNlbnRlIGV0YXBhIGUgYXMgZXRhcGFzIHN1YnNlccO8ZW50ZXMgZG8gcHJvY2Vzc28gZGUgc3VibWlzc8OjbyBkZSBhcnF1aXZvcyDDoCBCaWJsaW90ZWNhIFZpcnR1YWwgRkdWLCB2b2PDqiBhdGVzdGEgcXVlIGxldSBlIGNvbmNvcmRhIGludGVncmFsbWVudGUgY29tIG9zIHRlcm1vcyBhY2ltYSBkZWxpbWl0YWRvcywgYXNzaW5hbmRvLW9zIHNlbSBmYXplciBxdWFscXVlciByZXNlcnZhIGUgbm92YW1lbnRlIGNvbmZpcm1hbmRvIHF1ZSBjdW1wcmUgb3MgcmVxdWlzaXRvcyBpbmRpY2Fkb3Mgbm8gaXRlbSAxLCBzdXByYS4KCkhhdmVuZG8gcXVhbHF1ZXIgZGlzY29yZMOibmNpYSBlbSByZWxhw6fDo28gYW9zIHByZXNlbnRlcyB0ZXJtb3Mgb3UgbsOjbyBzZSB2ZXJpZmljYW5kbyBvIGV4aWdpZG8gbm8gaXRlbSAxLCBzdXByYSwgdm9jw6ogZGV2ZSBpbnRlcnJvbXBlciBpbWVkaWF0YW1lbnRlIG8gcHJvY2Vzc28gZGUgc3VibWlzc8Ojby4gQSBjb250aW51aWRhZGUgZG8gcHJvY2Vzc28gZXF1aXZhbGUgw6AgYXNzaW5hdHVyYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8sIGNvbSB0b2RhcyBhcyBjb25zZXHDvMOqbmNpYXMgbmVsZSBwcmV2aXN0YXMsIHN1amVpdGFuZG8tc2UgbyBzaWduYXTDoXJpbyBhIHNhbsOnw7VlcyBjaXZpcyBlIGNyaW1pbmFpcyBjYXNvIG7Do28gc2VqYSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBwYXRyaW1vbmlhaXMgZS9vdSBjb25leG9zIGFwbGljw6F2ZWlzIMOgIE9icmEgZGVwb3NpdGFkYSBkdXJhbnRlIGVzdGUgcHJvY2Vzc28sIG91IGNhc28gbsOjbyB0ZW5oYSBvYnRpZG8gcHLDqXZpYSBlIGV4cHJlc3NhIGF1dG9yaXphw6fDo28gZG8gdGl0dWxhciBwYXJhIG8gZGVww7NzaXRvIGUgdG9kb3Mgb3MgdXNvcyBkYSBPYnJhIGVudm9sdmlkb3MuCgpQYXJhIGEgc29sdcOnw6NvIGRlIHF1YWxxdWVyIGTDunZpZGEgcXVhbnRvIGFvcyB0ZXJtb3MgZGUgbGljZW5jaWFtZW50byBlIG8gcHJvY2Vzc28gZGUgc3VibWlzc8OjbywgY2xpcXVlIG5vIGxpbmsgIkZhbGUgY29ub3NjbyIuCgpTZSB2b2PDqiB0aXZlciBkw7p2aWRhcyBzb2JyZSBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBwb3IgZmF2b3IgZW50cmUgZW0gY29udGF0byBjb20gb3MgYWRtaW5pc3RyYWRvcmVzIGRvIFJlcG9zaXTDs3Jpby4K |
dc.title.por.fl_str_mv |
“As coisas estão mudando”: a transformação das ideias e o enfrentamento à violência sexual no transporte público em São Paulo |
title |
“As coisas estão mudando”: a transformação das ideias e o enfrentamento à violência sexual no transporte público em São Paulo |
spellingShingle |
“As coisas estão mudando”: a transformação das ideias e o enfrentamento à violência sexual no transporte público em São Paulo Nunes, Ana Carolina Almeida Santos Representações sociais Implementação Violência de gênero Social representations Policy implementation Gender violence Representaciones sociales Implementación Violencia de género Administração pública Representações sociais Violência contra as mulheres Políticas públicas - São Paulo (SP) Transportes coletivos |
title_short |
“As coisas estão mudando”: a transformação das ideias e o enfrentamento à violência sexual no transporte público em São Paulo |
title_full |
“As coisas estão mudando”: a transformação das ideias e o enfrentamento à violência sexual no transporte público em São Paulo |
title_fullStr |
“As coisas estão mudando”: a transformação das ideias e o enfrentamento à violência sexual no transporte público em São Paulo |
title_full_unstemmed |
“As coisas estão mudando”: a transformação das ideias e o enfrentamento à violência sexual no transporte público em São Paulo |
title_sort |
“As coisas estão mudando”: a transformação das ideias e o enfrentamento à violência sexual no transporte público em São Paulo |
author |
Nunes, Ana Carolina Almeida Santos |
author_facet |
Nunes, Ana Carolina Almeida Santos |
author_role |
author |
dc.contributor.unidadefgv.por.fl_str_mv |
Escolas::EAESP |
dc.contributor.member.none.fl_str_mv |
Farah, Marta Ferreira Santos Diniz, Ana Paula Rodrigues Abers, Rebecca |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Nunes, Ana Carolina Almeida Santos |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Lotta, Gabriela Spanghero |
contributor_str_mv |
Lotta, Gabriela Spanghero |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Representações sociais Implementação Violência de gênero |
topic |
Representações sociais Implementação Violência de gênero Social representations Policy implementation Gender violence Representaciones sociales Implementación Violencia de género Administração pública Representações sociais Violência contra as mulheres Políticas públicas - São Paulo (SP) Transportes coletivos |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Social representations Policy implementation Gender violence |
dc.subject.spa.fl_str_mv |
Representaciones sociales Implementación Violencia de género |
dc.subject.area.por.fl_str_mv |
Administração pública |
dc.subject.bibliodata.por.fl_str_mv |
Representações sociais Violência contra as mulheres Políticas públicas - São Paulo (SP) Transportes coletivos |
description |
A pressão de movimentos sociais pode promover questões polêmicas na agenda, levando à criação de políticas públicas que buscam responder a novos clamores. Em alguns casos, os atores políticos responsáveis por implementar essas novas políticas não têm referências sobre o tema em questão. Esse é um momento privilegiado para se entender como ideias contenciosas vindas “de fora” são recebidas e interpretadas por esses atores. Considerando a centralidade das ideias ao longo de todo o processo de produção das políticas públicas, esta pesquisa se propõe a entender como os atores políticos transformam as ideias quando colocam em ação uma política pública relacionada a um tema contencioso. O caso escolhido para a análise é a política pública de enfrentamento à violência sexual no transporte público por ônibus, conduzida pela Prefeitura de São Paulo. Os atores envolvidos pertencem sobretudo à burocracia municipal de transporte, historicamente dominada por mão-de-obra e gerência masculinas, para quem a responsabilidade em lidar com esse tema ainda é recente. O problema ascende à agenda de políticas de mobilidade urbana a partir da pressão de feministas contemporâneas, que não apenas chamam atenção à questão da violência de gênero em espaços públicos, como também questionam o paradigma da neutralidade dos sujeitos no espaço urbano. Usando a abordagem de representações sociais, são mapeadas as principais ideias em disputa, pelos atores políticos envolvidos, sobre o problema enfrentado. Busca-se, então, compreender a relação entre essas ideias e as lógicas políticas concorrentes; identificar como os atores políticos transformam as ideias conforme a política pública é produzida; e discutir como as ideias resistentes afetam a sua implementação. Os resultados apontam que as tensões entre essas ideias são relacionadas aos loci de atuação dos atores políticos envolvidos: enquanto os que vêm de fora do setor de transporte público buscam politizar a discussão e o enfrentamento ao problema, relacionandoos às perspectivas de gênero; aqueles que vêm de dentro apresentam mais resistências às novas ideias. Ao longo da produção da nova política, as ideias promovidas pelos atores políticos de fora vão perdendo sua carga politizada conforme avançam dentro do setor de transporte público. Identificamos que isso acontece porque os atores políticos envolvidos escolhem reduzir os aspectos mais polêmicos para que a nova política tenha mais chance de avançar, considerando as esperadas resistências do setor à temática de gênero. Como resultado, o que é entregue responde a apenas uma parte do que é demandado, por exemplo, por movimentos sociais, mas já é considerado suficiente para dar uma resposta política ao problema. |
publishDate |
2023 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2023-12-20T15:01:37Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2023-12-20T15:01:37Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2023-09-21 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://hdl.handle.net/10438/34647 |
url |
https://hdl.handle.net/10438/34647 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) instname:Fundação Getulio Vargas (FGV) instacron:FGV |
instname_str |
Fundação Getulio Vargas (FGV) |
instacron_str |
FGV |
institution |
FGV |
reponame_str |
Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) |
collection |
Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.fgv.br/bitstreams/064c2647-fa74-4b3c-b904-2b7e61b43cca/download https://repositorio.fgv.br/bitstreams/3f3a0250-d219-41c6-9b18-6fa713cc37f1/download https://repositorio.fgv.br/bitstreams/8ca685f1-8980-431b-861d-a88e1ace2cf8/download https://repositorio.fgv.br/bitstreams/11f0cb58-601f-463f-a156-3b9b46693cc0/download |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
e12d60a6b7d996998b4e9246cee0146f 2a4b67231f701c416a809246e7a10077 f68c381b1fdbcc0e7428003327380eb0 d720b2236676c1210f6aa112ebeeb029 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) - Fundação Getulio Vargas (FGV) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1810023755680841728 |