O auxílio-moradia (não tão) provisório enquanto viabilizador da política habitacional e urbana do governo do estado de São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/10438/36067 |
Resumo: | Esta pesquisa analisa o Auxílio-Moradia Provisório (AMP) como instrumento da política habitacional do Estado de São Paulo, entre os anos de 2009 e 2022. O trabalho é dividido em dois artigos. O primeiro examina a trajetória do AMP, buscando compreender como ele se tornou fundamental para a implementação das políticas habitacionais e urbanas do governo estadual. A pesquisa utiliza a lente analítica do desenho de políticas públicas, com foco em tipologias de instrumentos e nos conceitos de policy mixes e lógica incremental, a fim de analisar as mudanças institucionais ocorridas nas intervenções em áreas de favelas em processo de urbanização. A partir do estudo de caso do Jardim Santo André, área sob gestão da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), a pesquisa demonstra que o AMP se tornou central na política habitacional paulista em um contexto de declínio da produção de moradias de interesse social pela CDHU e aumento das remoções para obras de urbanização. O segundo artigo analisa a implementação do AMP sob a ótica da Economia Comportamental e busca compreender como as ações de incentivo (nudges) e as barreiras (sludges) implementadas pelo governo, através de alterações na estrutura regulatória do benefício ao longo do tempo, impactaram a permanência dos beneficiários na política. A pesquisa utiliza dados dos relatórios anuais da CDHU e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH) e dados primários fornecidos pela CDHU. Os resultados mostram que a implementação de condicionalidades ao recebimento do AMP, a partir de 2015, resultou em uma redução significativa no número de beneficiários. Classificadas como sludges, essas medidas impactaram negativamente o objetivo final da política: o de fornecer moradia definitiva às famílias removidas de suas áreas de origem. A pesquisa contribui para o debate sobre políticas habitacionais no Brasil, apontando para a necessidade de integrar o planejamento de remoções e reassentamentos com instrumentos que possibilitem o alcance dos objetivos da política urbana e habitacional de forma mais coerente e coesa, além de fortalecer os mecanismos de transparência e controle social. |
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Paula, Gabriela Lima deEscolas::EPPGLui, LizandroSilveira, Mariana CostaButa, Bernardo Oliveira2024-11-18T14:58:50Z2024-11-18T14:58:50Z2024-10-21https://hdl.handle.net/10438/36067Esta pesquisa analisa o Auxílio-Moradia Provisório (AMP) como instrumento da política habitacional do Estado de São Paulo, entre os anos de 2009 e 2022. O trabalho é dividido em dois artigos. O primeiro examina a trajetória do AMP, buscando compreender como ele se tornou fundamental para a implementação das políticas habitacionais e urbanas do governo estadual. A pesquisa utiliza a lente analítica do desenho de políticas públicas, com foco em tipologias de instrumentos e nos conceitos de policy mixes e lógica incremental, a fim de analisar as mudanças institucionais ocorridas nas intervenções em áreas de favelas em processo de urbanização. A partir do estudo de caso do Jardim Santo André, área sob gestão da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), a pesquisa demonstra que o AMP se tornou central na política habitacional paulista em um contexto de declínio da produção de moradias de interesse social pela CDHU e aumento das remoções para obras de urbanização. O segundo artigo analisa a implementação do AMP sob a ótica da Economia Comportamental e busca compreender como as ações de incentivo (nudges) e as barreiras (sludges) implementadas pelo governo, através de alterações na estrutura regulatória do benefício ao longo do tempo, impactaram a permanência dos beneficiários na política. A pesquisa utiliza dados dos relatórios anuais da CDHU e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH) e dados primários fornecidos pela CDHU. Os resultados mostram que a implementação de condicionalidades ao recebimento do AMP, a partir de 2015, resultou em uma redução significativa no número de beneficiários. Classificadas como sludges, essas medidas impactaram negativamente o objetivo final da política: o de fornecer moradia definitiva às famílias removidas de suas áreas de origem. A pesquisa contribui para o debate sobre políticas habitacionais no Brasil, apontando para a necessidade de integrar o planejamento de remoções e reassentamentos com instrumentos que possibilitem o alcance dos objetivos da política urbana e habitacional de forma mais coerente e coesa, além de fortalecer os mecanismos de transparência e controle social.This research analyzes the Provisional Housing Allowance (PHA) as an instrument of housing policy in the State of São Paulo, between 2009 and 2022. The work is divided into two articles. The first article examines the trajectory of the PHA, seeking to understand how it became fundamental to the implementation of state government housing and urban policies. The research uses the analytical lens of policy design, focusing on instrument typologies and the concepts of policy mixes and incremental logic to analyze the institutional changes in state interventions that occurred over time, especially in areas of slums undergoing upgrading. Based on a case study of Jardim Santo André, an area managed by the Housing and Urban Development Company (CDHU), the research demonstrates that the PHA became central to São Paulo's housing policy in a context of declining housing production and increased removals for urbanization works. The second article analyzes the implementation of PHA from the perspective of Behavioral Economics. The study investigates how the incentive actions (nudges) and barriers (sludges) implemented by the government, through changes in the regulatory structure of the benefit since its creation, impacted the permanence of beneficiaries in the policy. The research uses data from CDHU and the Secretariat of Urban Development and Housing (SUDH) annual reports and primary data provided by CDHU, seeking to identify changes in the PHA's operational procedures and their effects on the number of benefits granted. The results show that the implementation of conditions for receiving PHA, starting in 2015, resulted in a significant reduction in the number of beneficiaries. Classified as sludges, these measures negatively impacted the instrument's ability to fulfill its ultimate objective: to provide definitive housing for families removed from their areas of origin. The research contributes to the debate on housing policies in Brazil, pointing to the need to integrate the planning of removals and resettlements with instruments that enable the achievement of urban and housing policy objectives in a more coherent and cohesive manner, in addition to strengthening transparency mechanisms and social control.porAuxílio-moradiaPolítica habitacionalUrbanização de favelasNudgesSludgesHousing allowanceHousing policyPolicy instrumentsAdministração públicaPolítica habitacional - São Paulo (Estado)Habitação - FinanciamentoFavelas - UrbanizaçãoHabitação popularO auxílio-moradia (não tão) provisório enquanto viabilizador da política habitacional e urbana do governo do estado de São Pauloinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)instname:Fundação Getulio Vargas (FGV)instacron:FGVORIGINALFINAL_Gabriela 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Esta pesquisa analisa o Auxílio-Moradia Provisório (AMP) como instrumento da política habitacional do Estado de São Paulo, entre os anos de 2009 e 2022. O trabalho é dividido em dois artigos. O primeiro examina a trajetória do AMP, buscando compreender como ele se tornou fundamental para a implementação das políticas habitacionais e urbanas do governo estadual. A pesquisa utiliza a lente analítica do desenho de políticas públicas, com foco em tipologias de instrumentos e nos conceitos de policy mixes e lógica incremental, a fim de analisar as mudanças institucionais ocorridas nas intervenções em áreas de favelas em processo de urbanização. A partir do estudo de caso do Jardim Santo André, área sob gestão da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), a pesquisa demonstra que o AMP se tornou central na política habitacional paulista em um contexto de declínio da produção de moradias de interesse social pela CDHU e aumento das remoções para obras de urbanização. O segundo artigo analisa a implementação do AMP sob a ótica da Economia Comportamental e busca compreender como as ações de incentivo (nudges) e as barreiras (sludges) implementadas pelo governo, através de alterações na estrutura regulatória do benefício ao longo do tempo, impactaram a permanência dos beneficiários na política. A pesquisa utiliza dados dos relatórios anuais da CDHU e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH) e dados primários fornecidos pela CDHU. Os resultados mostram que a implementação de condicionalidades ao recebimento do AMP, a partir de 2015, resultou em uma redução significativa no número de beneficiários. Classificadas como sludges, essas medidas impactaram negativamente o objetivo final da política: o de fornecer moradia definitiva às famílias removidas de suas áreas de origem. A pesquisa contribui para o debate sobre políticas habitacionais no Brasil, apontando para a necessidade de integrar o planejamento de remoções e reassentamentos com instrumentos que possibilitem o alcance dos objetivos da política urbana e habitacional de forma mais coerente e coesa, além de fortalecer os mecanismos de transparência e controle social. |
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