O sentido do trabalho na economia de comunhão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Heliani Berlato dos
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10438/2314
Resumo: O tema sentido do trabalho é algo que vem sendo estudado por vários autores, internacionais e nacionais. Essa atenção a ele dedicada decorre das importantes transformações que têm ocorrido no mundo do trabalho, onde novas formas de organização surgem, atreladas a modificações em sua natureza. Diante disso, entender o sentido que trabalhadores contemporâneos atribuem ao seu trabalho é algo relevante, mormente se considerado que estes trabalhadores desenvolvem suas atividades produtivas em empresas que apresentam alguns aspectos peculiares dentro do contexto capitalista. Trata-se de empresas que buscam uma alternativa ao modelo administrativo vigente na maioria das organizações, que propõem um estilo de agir econômico com as características da gratuidade, da abertura ao outro e da solidariedade, apesar de atuarem, principalmente, em setores econômicos com fins lucrativos. São elas conhecidas como empresas participantes da proposta de economia de comunhão, a qual visa ao oferecimento de uma resposta ao drama da extrema pobreza das populações, que estão privadas dos direitos humanos mais fundamentais, e constitui-se, ainda, em um esforço de integração entre a gestão de empresas e os princípios contidos em uma base religiosa para transformar o modelo econômico dominante. Não se confunde a proposta da economia de comunhão, portanto, com um simples caso de filantropia ou de participação nos lucros. Assim, esta pesquisa busca investigar qual o sentido que funcionários e proprietários de empresas de economia de comunhão atribuem ao trabalho que realizam. Para desvendar esta questão, foram analisadas, a partir da metodologia de análise de conteúdo, entrevistas com 36 funcionários, 2 diretores e 2 proprietários de 2 empresas, totalizando 40 entrevistas. Realizou-se um estudo de dois casos e a coleta dos dados da pesquisa ocorreu com entrevistas semi-estruturadas. A análise das entrevistas permite dizer que o trabalho é tido como algo fundamental na vida dos entrevistados e que é dotado de muito sentido, conclusão que corrobora com outras pesquisas, as quais também identificaram resultados semelhantes. Contudo, no que tange às empresas de economia de comunhão, foi possível observar que favorecem, em relação ao sentido deste trabalho, aspectos que circundam fatores direcionados a questões pessoais, tais como a valorização da pessoa dentro do ambiente de trabalho, a autonomia concedida para a realização das tarefas e, principalmente, ao relacionamento interpessoal desenvolvido dentro da organização. Portanto, verifica-se que as empresas de economia de comunhão contribuem para o relacionamento e a valorização das pessoas no meio empresarial.
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spelling Santos, Heliani Berlato dosEscolas::EAESPBetiol, Maria Irene StoccoBetiol, Maria Irene StoccoTeixeira, Maria Luisa MendesTonelli, Maria José2010-04-20T20:51:43Z2010-04-20T20:51:43Z2006-02-16SANTOS, Heliani Berlato Dos. O sentido do trabalho na economia de comunhão. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas) - FGV - Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2006.http://hdl.handle.net/10438/2314O tema sentido do trabalho é algo que vem sendo estudado por vários autores, internacionais e nacionais. Essa atenção a ele dedicada decorre das importantes transformações que têm ocorrido no mundo do trabalho, onde novas formas de organização surgem, atreladas a modificações em sua natureza. Diante disso, entender o sentido que trabalhadores contemporâneos atribuem ao seu trabalho é algo relevante, mormente se considerado que estes trabalhadores desenvolvem suas atividades produtivas em empresas que apresentam alguns aspectos peculiares dentro do contexto capitalista. Trata-se de empresas que buscam uma alternativa ao modelo administrativo vigente na maioria das organizações, que propõem um estilo de agir econômico com as características da gratuidade, da abertura ao outro e da solidariedade, apesar de atuarem, principalmente, em setores econômicos com fins lucrativos. São elas conhecidas como empresas participantes da proposta de economia de comunhão, a qual visa ao oferecimento de uma resposta ao drama da extrema pobreza das populações, que estão privadas dos direitos humanos mais fundamentais, e constitui-se, ainda, em um esforço de integração entre a gestão de empresas e os princípios contidos em uma base religiosa para transformar o modelo econômico dominante. Não se confunde a proposta da economia de comunhão, portanto, com um simples caso de filantropia ou de participação nos lucros. Assim, esta pesquisa busca investigar qual o sentido que funcionários e proprietários de empresas de economia de comunhão atribuem ao trabalho que realizam. Para desvendar esta questão, foram analisadas, a partir da metodologia de análise de conteúdo, entrevistas com 36 funcionários, 2 diretores e 2 proprietários de 2 empresas, totalizando 40 entrevistas. Realizou-se um estudo de dois casos e a coleta dos dados da pesquisa ocorreu com entrevistas semi-estruturadas. A análise das entrevistas permite dizer que o trabalho é tido como algo fundamental na vida dos entrevistados e que é dotado de muito sentido, conclusão que corrobora com outras pesquisas, as quais também identificaram resultados semelhantes. Contudo, no que tange às empresas de economia de comunhão, foi possível observar que favorecem, em relação ao sentido deste trabalho, aspectos que circundam fatores direcionados a questões pessoais, tais como a valorização da pessoa dentro do ambiente de trabalho, a autonomia concedida para a realização das tarefas e, principalmente, ao relacionamento interpessoal desenvolvido dentro da organização. Portanto, verifica-se que as empresas de economia de comunhão contribuem para o relacionamento e a valorização das pessoas no meio empresarial.The topic, meaning of work, has been studied by several Brazilian and international authors because of the important transformations that have been occurring inside the labor world where new forms of organizations emerge and they are subjected to the changes in its nature. In the light of this, it is relevant to understand the meaning which the contemporary workers give to their work, mostly if it is considered that those workers develop their productive activity inside companies which present some peculiar aspects in a capitalistic context. In other words, these companies seek an alternative to the current administrative model found in the majority of them, which offers an economic working style with the characteristics of gratuitousness, the open-mindedness in relation to others, the fellowship, despite the fact of working mostly in profitable sectors of the economy. Such companies are known as participant companies of the communion economy proposal.This proposal intends to offer an answer to the extreme poverty drama of the population that is deprived of the most essential human rights. It consists in a struggle of the integration between the companies administration and the principles underlain on a religious basis in order to change the dominant economic model. Therefore, this should not be understood as a simple case of philanthropy or profit sharing. Such being the case this research seeks to investigate what is the meaning given by the employees and the owners of the communion economy companies for the work they do. In order to reveal which are these meanings, it has been analysed based on Methodology of Content Analysis, and it had been done interviews with 36 employees, 2 executives e the owners of each company, in a total amount of 40 interviews. It had been accomplished a study of two cases and the research data collection was done with semi-organized interviews. The analysis of the interviews allows to say that the work is considered a fundamental part for the lives of the interviewees and it has a great meaning for them, similarly with the results of other researches. Nevertheless, it was possible to observe in relation to the communion economy companies that they help this meaning of work with aspects that are found in personal matters, such as: the appreciation of the person inside the work environment, the granted autonomy to accomplish the tasks and mainly, the interpersonal relationship developed inside the enterprise. Therefore, it is seen that the communion economy companies contribute to the relationship and the appreciation of the people inside them.porMeaning of workCommunion economyReligious valuesEmployeesManagersSentido do trabalhoEconomia de comunhãoValores religiososFuncionáriosGerentesAdministração de empresasTrabalhoReligião e trabalhoTrabalhadores - Aspectos psicológicosEmpresários - Aspectos psicológicosGerentes - Aspectos psicológicosO sentido do trabalho na economia de comunhãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)instname:Fundação Getulio Vargas (FGV)instacron:FGVinfo:eu-repo/semantics/openAccessTHUMBNAIL155027.pdf.jpg155027.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2573https://repositorio.fgv.br/bitstreams/4df9cbdf-f753-44bc-b1d8-ed133dfd95c4/download174d787ca745855ee22936be98bd7769MD58ORIGINAL155027.pdfPDFapplication/pdf646348https://repositorio.fgv.br/bitstreams/b4e6bf04-2b1a-4b70-853d-bffbbb1c3198/downloade1c355afbc77a088fa9dae7d5ee94744MD52TEXT155027.pdf.txt155027.pdf.txtExtracted texttext/plain102924https://repositorio.fgv.br/bitstreams/3b37d583-8889-4185-b400-2a1373d2e756/downloadf64bcc3153df3141ddbbd393fc1c1a13MD5710438/23142023-11-07 18:51:57.643open.accessoai:repositorio.fgv.br:10438/2314https://repositorio.fgv.brRepositório InstitucionalPRIhttp://bibliotecadigital.fgv.br/dspace-oai/requestopendoar:39742023-11-07T18:51:57Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) - Fundação Getulio Vargas (FGV)false
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