Das senzalas, aos quartinhos, das casas aos abrigos: reflexões sobre como envelhecem as trabalhadoras domésticas negras no Brasil contemporâneo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/10438/35013 |
Resumo: | O objeto desta tese é o envelhecimento de trabalhadoras domésticas negras. O ponto de partida para esta construção foi a experiência empírica em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), onde foi possível observar repetidos casos de trabalhadoras domésticas envelhecidas e deixadas na instituição pelas famílias empregadoras, tão logo perderam a capacidade laboral. Aquelas mulheres compartilhavam uma outra característica além do gênero, porém, a raça era comum a todas elas. Todas tinham a pele escura, o cabelo crespo, lábios e narizes largos. O envelhecimento humano é um processo natural e biológico, que os indivíduos vivenciam progressivamente, mas, a maneira como ele será experimentado depende de muitos outros fatores, sociais, culturais, políticos, econômicos e históricos. A questão é como esses fatores incidirão sobre esse processo e determinarão se a velhice será alcançada e sendo, como essa fase da vida será experimentada pelos indivíduos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a velhice no Brasil é feminina, mas, não negra. Pessoas negras ainda buscam o direito à velhice, já que muitos negros e negras morrem precocemente, pelos mais diferentes fatores, muitos deles, relacionados ao racismo institucional que impregna instituições e relações no nosso país. Um fato inquestionável, é que mulheres negras vivenciam, dá mais tenra idade à velhice, uma série de violações, humilhações e privações. Esse mesmo IBGE, aponta que mulheres negras seguem, ainda hoje, sendo maioria no trabalho doméstico remunerado, o que não pode ser considerado, exatamente, uma novidade, pois isso acontece desde o pós-abolição da escravidão negra, o que nos traz novamente ao nosso objeto. Assim como as “mães pretas” que serviam à Casa Grande, cuidando dos afazeres domésticos, das crianças e dos mais vulneráveis e ao final de extenuantes jornadas de trabalho, retornavam para as senzalas, muitas trabalhadoras domésticas hoje vivem em cubículos, que chamam de “quartinho de empregada”, retornam esporadicamente para suas casas, em longos e sinuosos trajetos, passam a vida servindo e cuidando, algumas abdicam de suas próprias vidas pela dedicação a vida do outro e, quando se veem velhas, são obrigadas a retomarem vínculos que, muitas vezes, não existem mais por terem optado, conscientemente ou não, por sua “quase da família” e deverão então, seguir para terminar suas vidas em ILPIs. É a partir desse cenário que procuramos compreender como envelhecem as trabalhadoras domésticas negras no Brasil contemporâneo. Nesta tese tratamos do envelhecimento negro, de gênero, de raça e direitos, mas, prioritária e especialmente de histórias de vidas. |
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O envelhecimento humano é um processo natural e biológico, que os indivíduos vivenciam progressivamente, mas, a maneira como ele será experimentado depende de muitos outros fatores, sociais, culturais, políticos, econômicos e históricos. A questão é como esses fatores incidirão sobre esse processo e determinarão se a velhice será alcançada e sendo, como essa fase da vida será experimentada pelos indivíduos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a velhice no Brasil é feminina, mas, não negra. Pessoas negras ainda buscam o direito à velhice, já que muitos negros e negras morrem precocemente, pelos mais diferentes fatores, muitos deles, relacionados ao racismo institucional que impregna instituições e relações no nosso país. Um fato inquestionável, é que mulheres negras vivenciam, dá mais tenra idade à velhice, uma série de violações, humilhações e privações. Esse mesmo IBGE, aponta que mulheres negras seguem, ainda hoje, sendo maioria no trabalho doméstico remunerado, o que não pode ser considerado, exatamente, uma novidade, pois isso acontece desde o pós-abolição da escravidão negra, o que nos traz novamente ao nosso objeto. Assim como as “mães pretas” que serviam à Casa Grande, cuidando dos afazeres domésticos, das crianças e dos mais vulneráveis e ao final de extenuantes jornadas de trabalho, retornavam para as senzalas, muitas trabalhadoras domésticas hoje vivem em cubículos, que chamam de “quartinho de empregada”, retornam esporadicamente para suas casas, em longos e sinuosos trajetos, passam a vida servindo e cuidando, algumas abdicam de suas próprias vidas pela dedicação a vida do outro e, quando se veem velhas, são obrigadas a retomarem vínculos que, muitas vezes, não existem mais por terem optado, conscientemente ou não, por sua “quase da família” e deverão então, seguir para terminar suas vidas em ILPIs. É a partir desse cenário que procuramos compreender como envelhecem as trabalhadoras domésticas negras no Brasil contemporâneo. Nesta tese tratamos do envelhecimento negro, de gênero, de raça e direitos, mas, prioritária e especialmente de histórias de vidas. The subject of this thesis is the ageing of black domestic workers. The starting point for this construction was the empirical experience in Long Stay Institutions for the Elderly (ILPIs), where it was possible to observe repeated cases of aging domestic workers left in the institution by their employers' families as soon as they lost their ability to work. These women shared another characteristic apart from their gender, but their race was common to all of them. They all had dark skin, frizzy hair, wide lips and noses. Human ageing is a natural and biological process that individuals experience progressively, but the way in which it is experienced depends on many other social, cultural, political, economic and historical factors. The question is how these factors will affect this process and determine whether old age will be reached and, therefore, how this phase of life will be experienced by individuals. Data from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) shows that old age in Brazil is female, but not black. Black people are still seeking the right to old age, as many black men and women die early due to a wide variety of factors, many of them related to the institutional racism that permeates institutions and relationships in our country. There is no question that black women experience a series of violations, humiliations and deprivations from an early age to old age. The same IBGE points out that black women are still the majority in paid domestic work, which can't exactly be considered a novelty, as this has been happening since the postabolitin of black slavery, which brings us back to our subject. Just like the "black mothers" who served the Casa Grande, taking care of the household chores, the children and the most vulnerable, and at the end of exhausting working hours, returned to the slave quarters, many domestic workers today live in cubicles, which they call "maid's quarters", returning sporadically to their homes, They spend their lives serving and caring, some give up their own lives to dedicate themselves to the lives of others and, when they get old, they are forced to re-establish links that often no longer exist because they have consciously or not opted for their "almost family" and must then go on to end their lives in ILPIs. It is against this backdrop that we seek to understand how black domestic workers age in contemporary Brazil. In this thesis we deal with black ageing, gender, race and rights, but primarily and especially with life stories.porEnvelhecimento Trabalho doméstico remuneradoGêneroRaçaClasse SocialGeraçãoEnvelhecimento – Aspectos sociaisEmpregados domésticosMulheres – Emprego - BrasilNegrasDas senzalas, aos quartinhos, das casas aos abrigos: reflexões sobre como envelhecem as trabalhadoras domésticas negras no Brasil contemporâneoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)instname:Fundação Getulio Vargas (FGV)instacron:FGVLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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Envelhecimento – Aspectos sociais Empregados domésticos Mulheres – Emprego - Brasil Negras |
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O objeto desta tese é o envelhecimento de trabalhadoras domésticas negras. O ponto de partida para esta construção foi a experiência empírica em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), onde foi possível observar repetidos casos de trabalhadoras domésticas envelhecidas e deixadas na instituição pelas famílias empregadoras, tão logo perderam a capacidade laboral. Aquelas mulheres compartilhavam uma outra característica além do gênero, porém, a raça era comum a todas elas. Todas tinham a pele escura, o cabelo crespo, lábios e narizes largos. O envelhecimento humano é um processo natural e biológico, que os indivíduos vivenciam progressivamente, mas, a maneira como ele será experimentado depende de muitos outros fatores, sociais, culturais, políticos, econômicos e históricos. A questão é como esses fatores incidirão sobre esse processo e determinarão se a velhice será alcançada e sendo, como essa fase da vida será experimentada pelos indivíduos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a velhice no Brasil é feminina, mas, não negra. Pessoas negras ainda buscam o direito à velhice, já que muitos negros e negras morrem precocemente, pelos mais diferentes fatores, muitos deles, relacionados ao racismo institucional que impregna instituições e relações no nosso país. Um fato inquestionável, é que mulheres negras vivenciam, dá mais tenra idade à velhice, uma série de violações, humilhações e privações. Esse mesmo IBGE, aponta que mulheres negras seguem, ainda hoje, sendo maioria no trabalho doméstico remunerado, o que não pode ser considerado, exatamente, uma novidade, pois isso acontece desde o pós-abolição da escravidão negra, o que nos traz novamente ao nosso objeto. Assim como as “mães pretas” que serviam à Casa Grande, cuidando dos afazeres domésticos, das crianças e dos mais vulneráveis e ao final de extenuantes jornadas de trabalho, retornavam para as senzalas, muitas trabalhadoras domésticas hoje vivem em cubículos, que chamam de “quartinho de empregada”, retornam esporadicamente para suas casas, em longos e sinuosos trajetos, passam a vida servindo e cuidando, algumas abdicam de suas próprias vidas pela dedicação a vida do outro e, quando se veem velhas, são obrigadas a retomarem vínculos que, muitas vezes, não existem mais por terem optado, conscientemente ou não, por sua “quase da família” e deverão então, seguir para terminar suas vidas em ILPIs. É a partir desse cenário que procuramos compreender como envelhecem as trabalhadoras domésticas negras no Brasil contemporâneo. Nesta tese tratamos do envelhecimento negro, de gênero, de raça e direitos, mas, prioritária e especialmente de histórias de vidas. |
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