Capitalismo de plataforma, (micro)finanças e a relação dialética entre controle e resistência no trabalho dos microempreendedores da Sulanca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Siqueira, Érica Souza
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/10438/28920
Resumo: Nessa tese busquei aproximar plataformas financeiras digitais, na figura das Fintechs Sociais, do conjunto de plataformas que procura centralizar o controle sobre o trabalho precário, ao mesmo tempo em que o mantém descentralizado, individualizado e fragmentado. Dessa forma, desenvolvo um modelo teórico que considera que, ao tomar microcrédito nas Fintechs Sociais, o trabalhador precário, na figura do microempreendedor, entra em uma relação de crédito-trabalho, a partir da qual o capital financeiro será valorizado. Uma vez estabelecida essa relação, um conjunto de mecanismos de controle é empreendido pelas Fintechs Sociais, por meio de suas plataformas digitais (componentes online e off-line), para que esse trabalhador se mantenha produzindo, pagando parcelas e renovando o empréstimo. Para construir esse modelo, realizei duas pesquisas com diferentes estratégias. A primeira, um estudo de caso instrumental com uma Fintech Social para entender quais são os mecanismos que visam a centralizar o controle sobre o trabalho e mantê-lo descentralizado, individualizado e fragmentado. A segunda, uma etnografia crítica e focada junto aos microempreendedores da Sulanca, que são trabalhadores do segundo maior polo de confecções do Brasil, localizado no agreste pernambucano, para entender como se organizam e resistem à centralização de controle sobre o seu trabalho. Para a interpretação dos dados coletados em ambas as pesquisas, utilizei o método da hermenêutica crítica. Os resultados apontam para mecanismos de controle: empreendedorismo, vigilância e centralização, agrupados no processo que denominei: Plataformização do Trabalho. Por outro lado, demonstro que, mesmo em face de um trabalho descentralizado e individualizado, existe uma organização coletiva, baseada em solidariedade, que reduz o sentimento de precariedade do trabalho e apresenta diversos mecanismos de resistência à sua plataformização. Esses mecanismos de resistência, identificação de classe, cooperação, invisibilidade, visibilidade e adaptação, compõem o processo que denominei: Descentralização Coletivamente Coordenada do Trabalho. A relação dialética entre controle e resistência, ou entre plataformização do trabalho e descentralização coletivamente coordenada do trabalho, está permeada de contradições. Essa pesquisa contribui para a literatura sobre financeirização, ao passo que mostra como o capitalista financeiro coloca seu capital em circulação e busca controlar ativamente a produção de valor. Também contribui para o programa de pesquisa relacionado à Labor Process Theory, porque o modelo de controle e resistência primeiramente trata de analisar uma nova forma de subsunção do trabalho que não aquele assalariado no chão de fábrica, ao mesmo tempo em que busca enxergar como trabalhadores não são agentes passivos diante do controle sobre seu trabalho e desenvolvem mecanismos de resistência, objetivos e subjetivos.
id FGV_e2ea5e840a3ec47e427c2737dbaaafed
oai_identifier_str oai:repositorio.fgv.br:10438/28920
network_acronym_str FGV
network_name_str Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
repository_id_str 3974
spelling Siqueira, Érica SouzaEscolas::EAESPFontenelle, Isleide ArrudaSilva, Francisco Carlos Lopes daAbilio, Ludmila CosthekDiniz, Eduardo HenriquePozzebon, Marlei2020-03-20T21:19:16Z2020-03-20T21:19:16Z2020-03-03https://hdl.handle.net/10438/28920Nessa tese busquei aproximar plataformas financeiras digitais, na figura das Fintechs Sociais, do conjunto de plataformas que procura centralizar o controle sobre o trabalho precário, ao mesmo tempo em que o mantém descentralizado, individualizado e fragmentado. Dessa forma, desenvolvo um modelo teórico que considera que, ao tomar microcrédito nas Fintechs Sociais, o trabalhador precário, na figura do microempreendedor, entra em uma relação de crédito-trabalho, a partir da qual o capital financeiro será valorizado. Uma vez estabelecida essa relação, um conjunto de mecanismos de controle é empreendido pelas Fintechs Sociais, por meio de suas plataformas digitais (componentes online e off-line), para que esse trabalhador se mantenha produzindo, pagando parcelas e renovando o empréstimo. Para construir esse modelo, realizei duas pesquisas com diferentes estratégias. A primeira, um estudo de caso instrumental com uma Fintech Social para entender quais são os mecanismos que visam a centralizar o controle sobre o trabalho e mantê-lo descentralizado, individualizado e fragmentado. A segunda, uma etnografia crítica e focada junto aos microempreendedores da Sulanca, que são trabalhadores do segundo maior polo de confecções do Brasil, localizado no agreste pernambucano, para entender como se organizam e resistem à centralização de controle sobre o seu trabalho. Para a interpretação dos dados coletados em ambas as pesquisas, utilizei o método da hermenêutica crítica. Os resultados apontam para mecanismos de controle: empreendedorismo, vigilância e centralização, agrupados no processo que denominei: Plataformização do Trabalho. Por outro lado, demonstro que, mesmo em face de um trabalho descentralizado e individualizado, existe uma organização coletiva, baseada em solidariedade, que reduz o sentimento de precariedade do trabalho e apresenta diversos mecanismos de resistência à sua plataformização. Esses mecanismos de resistência, identificação de classe, cooperação, invisibilidade, visibilidade e adaptação, compõem o processo que denominei: Descentralização Coletivamente Coordenada do Trabalho. A relação dialética entre controle e resistência, ou entre plataformização do trabalho e descentralização coletivamente coordenada do trabalho, está permeada de contradições. Essa pesquisa contribui para a literatura sobre financeirização, ao passo que mostra como o capitalista financeiro coloca seu capital em circulação e busca controlar ativamente a produção de valor. Também contribui para o programa de pesquisa relacionado à Labor Process Theory, porque o modelo de controle e resistência primeiramente trata de analisar uma nova forma de subsunção do trabalho que não aquele assalariado no chão de fábrica, ao mesmo tempo em que busca enxergar como trabalhadores não são agentes passivos diante do controle sobre seu trabalho e desenvolvem mecanismos de resistência, objetivos e subjetivos.In this thesis I tried to bring digital financial platforms, in the figure of Social Fintechs, closer to the set of platforms that seek to centralize control over precarious work while keeping it decentralized, individualized and fragmented. In this way, I develop a theoretical model that considers that, when taking microcredit at Social Fintechs, the precarious worker (in the figure of the microentrepreneur) enters into a credit-labor relationship, from which the financial capital will extract surplus value. Once this relationship has been established, a set of control mechanisms is undertaken by Social Fintechs, through its digital platforms (online and offline components), so that this worker keeps producing, paying installments and renewing the loan. To build this model I conducted two studies with different strategies. The first one, an instrumental case study, with one Social Fintech to understand what are the mechanisms that aim to centralize control over labor and keep it decentralized, individualized, fragmented. The second one, a critical and focused ethnography, with the microentrepreneurs of Sulanca, who are workers in the second largest garment industry in Brazil, located in the countryside of Pernambuco state. The aim of the second study was to understand how microentrepreneurs organize and resist the centralization of control over their labor. For the interpretation of collected data, in both studies, I used the critical hermeneutic method. The results point to control mechanisms (entrepreneurship, surveillance and centralization) that are grouped in the process that I called Labor Platformization. On the other hand, I show that even in the face of decentralized and individualized work, there is a collective organization, based on solidarity, which reduces the feeling of precarity and presents several mechanisms of resistance to its platformization. These resistance mechanisms (class identification, cooperation, invisibility, visibility and adaptation) make up what I called the Collectively Coordinated Process of Decentralization of Labor. The dialectical relationship between control and resistance, or between labor platformization and collectively coordinated process of decentralization of work is permeated by contradictions. This research contributes to literature on financialization, while showing how the financial capitalist puts his capital in circulation and seeks to actively control the production of value. It also contributes to the research program related to the “Labor Process Theory”, since the control and resistance model developed here primarily seeks to analyze a new form of labor subsumption, other than waged workers on the factory floor, at the same time it seeks to demonstrate how workers in the face of control over their labor develop mechanisms of resistance, objective and subjective.porSocial fintechDigital platfformLabor precarityMicrocreditFintechs sociaisPlataformas digitaisTrabalho precárioLPTMicrocréditoAdministração de empresasFinanças - Aspectos sociaisIndústria de serviços financeiros - Inovações tecnológicasTecnologia da informaçãoEmprego precárioTeoria do trabalho como base do valorMicrofinançasCapitalismo de plataforma, (micro)finanças e a relação dialética entre controle e resistência no trabalho dos microempreendedores da Sulancainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)instname:Fundação Getulio Vargas (FGV)instacron:FGVTEXTTese_EricaSiqueira - Versão Final.pdf.txtTese_EricaSiqueira - Versão Final.pdf.txtExtracted texttext/plain102427https://repositorio.fgv.br/bitstreams/de610c02-124c-4bc3-9aa6-d3400fd17469/download1cd5e86b7c311c608d91d1347c099484MD55THUMBNAILTese_EricaSiqueira - Versão Final.pdf.jpgTese_EricaSiqueira - Versão Final.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2684https://repositorio.fgv.br/bitstreams/5b7986d6-2309-42f5-8f37-47cbaa676301/downloade68f8ba912cc43a6138b471df0e752d6MD56ORIGINALTese_EricaSiqueira - Versão Final.pdfTese_EricaSiqueira - Versão Final.pdfPDFapplication/pdf7536489https://repositorio.fgv.br/bitstreams/f0f98e5b-2588-411e-8821-becd4b3d961d/download16da8174eaa4be70cf99960269985112MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-84707https://repositorio.fgv.br/bitstreams/1a3c84b2-b5e6-47d1-88be-adb784af147d/downloaddfb340242cced38a6cca06c627998fa1MD5210438/289202023-11-25 10:03:50.833open.accessoai:repositorio.fgv.br:10438/28920https://repositorio.fgv.brRepositório InstitucionalPRIhttp://bibliotecadigital.fgv.br/dspace-oai/requestopendoar:39742023-11-25T10:03:50Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) - Fundação Getulio Vargas (FGV)falseVEVSTU9TIExJQ0VOQ0lBTUVOVE8gUEFSQSBBUlFVSVZBTUVOVE8sIFJFUFJPRFXDh8ODTyBFIERJVlVMR0HDh8ODTwpQw5pCTElDQSBERSBDT05URcOaRE8gw4AgQklCTElPVEVDQSBWSVJUVUFMIEZHViAodmVyc8OjbyAxLjIpCgoxLiBWb2PDqiwgdXN1w6FyaW8tZGVwb3NpdGFudGUgZGEgQmlibGlvdGVjYSBWaXJ0dWFsIEZHViwgYXNzZWd1cmEsIG5vCnByZXNlbnRlIGF0bywgcXVlIMOpIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhdHJpbW9uaWFpcyBlL291CmRpcmVpdG9zIGNvbmV4b3MgcmVmZXJlbnRlcyDDoCB0b3RhbGlkYWRlIGRhIE9icmEgb3JhIGRlcG9zaXRhZGEgZW0KZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBiZW0gY29tbyBkZSBzZXVzIGNvbXBvbmVudGVzIG1lbm9yZXMsIGVtIHNlIHRyYXRhbmRvCmRlIG9icmEgY29sZXRpdmEsIGNvbmZvcm1lIG8gcHJlY2VpdHVhZG8gcGVsYSBMZWkgOS42MTAvOTggZS9vdSBMZWkKOS42MDkvOTguIE7Do28gc2VuZG8gZXN0ZSBvIGNhc28sIHZvY8OqIGFzc2VndXJhIHRlciBvYnRpZG8sIGRpcmV0YW1lbnRlCmRvcyBkZXZpZG9zIHRpdHVsYXJlcywgYXV0b3JpemHDp8OjbyBwcsOpdmlhIGUgZXhwcmVzc2EgcGFyYSBvIGRlcMOzc2l0byBlCmRpdnVsZ2HDp8OjbyBkYSBPYnJhLCBhYnJhbmdlbmRvIHRvZG9zIG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGUgY29uZXhvcwphZmV0YWRvcyBwZWxhIGFzc2luYXR1cmEgZG9zIHByZXNlbnRlcyB0ZXJtb3MgZGUgbGljZW5jaWFtZW50bywgZGUKbW9kbyBhIGVmZXRpdmFtZW50ZSBpc2VudGFyIGEgRnVuZGHDp8OjbyBHZXR1bGlvIFZhcmdhcyBlIHNldXMKZnVuY2lvbsOhcmlvcyBkZSBxdWFscXVlciByZXNwb25zYWJpbGlkYWRlIHBlbG8gdXNvIG7Do28tYXV0b3JpemFkbyBkbwptYXRlcmlhbCBkZXBvc2l0YWRvLCBzZWphIGVtIHZpbmN1bGHDp8OjbyDDoCBCaWJsaW90ZWNhIFZpcnR1YWwgRkdWLCBzZWphCmVtIHZpbmN1bGHDp8OjbyBhIHF1YWlzcXVlciBzZXJ2acOnb3MgZGUgYnVzY2EgZSBkaXN0cmlidWnDp8OjbyBkZSBjb250ZcO6ZG8KcXVlIGZhw6dhbSB1c28gZGFzIGludGVyZmFjZXMgZSBlc3Bhw6dvIGRlIGFybWF6ZW5hbWVudG8gcHJvdmlkZW5jaWFkb3MKcGVsYSBGdW5kYcOnw6NvIEdldHVsaW8gVmFyZ2FzIHBvciBtZWlvIGRlIHNldXMgc2lzdGVtYXMgaW5mb3JtYXRpemFkb3MuCgoyLiBBIGFzc2luYXR1cmEgZGVzdGEgbGljZW7Dp2EgdGVtIGNvbW8gY29uc2Vxw7zDqm5jaWEgYSB0cmFuc2ZlcsOqbmNpYSwgYQp0w610dWxvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGUgbsOjby1vbmVyb3NvLCBpc2VudGEgZG8gcGFnYW1lbnRvIGRlIHJveWFsdGllcwpvdSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBjb250cmFwcmVzdGHDp8OjbywgcGVjdW5pw6FyaWEgb3UgbsOjbywgw6AgRnVuZGHDp8OjbwpHZXR1bGlvIFZhcmdhcywgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGFybWF6ZW5hciBkaWdpdGFsbWVudGUsIHJlcHJvZHV6aXIgZQpkaXN0cmlidWlyIG5hY2lvbmFsIGUgaW50ZXJuYWNpb25hbG1lbnRlIGEgT2JyYSwgaW5jbHVpbmRvLXNlIG8gc2V1CnJlc3Vtby9hYnN0cmFjdCwgcG9yIG1laW9zIGVsZXRyw7RuaWNvcywgbm8gc2l0ZSBkYSBCaWJsaW90ZWNhIFZpcnR1YWwKRkdWLCBhbyBww7pibGljbyBlbSBnZXJhbCwgZW0gcmVnaW1lIGRlIGFjZXNzbyBhYmVydG8uCgozLiBBIHByZXNlbnRlIGxpY2Vuw6dhIHRhbWLDqW0gYWJyYW5nZSwgbm9zIG1lc21vcyB0ZXJtb3MgZXN0YWJlbGVjaWRvcwpubyBpdGVtIDIsIHN1cHJhLCBxdWFscXVlciBkaXJlaXRvIGRlIGNvbXVuaWNhw6fDo28gYW8gcMO6YmxpY28gY2Fiw612ZWwKZW0gcmVsYcOnw6NvIMOgIE9icmEgb3JhIGRlcG9zaXRhZGEsIGluY2x1aW5kby1zZSBvcyB1c29zIHJlZmVyZW50ZXMgw6AKcmVwcmVzZW50YcOnw6NvIHDDumJsaWNhIGUvb3UgZXhlY3XDp8OjbyBww7pibGljYSwgYmVtIGNvbW8gcXVhbHF1ZXIgb3V0cmEKbW9kYWxpZGFkZSBkZSBjb211bmljYcOnw6NvIGFvIHDDumJsaWNvIHF1ZSBleGlzdGEgb3UgdmVuaGEgYSBleGlzdGlyLApub3MgdGVybW9zIGRvIGFydGlnbyA2OCBlIHNlZ3VpbnRlcyBkYSBMZWkgOS42MTAvOTgsIG5hIGV4dGVuc8OjbyBxdWUKZm9yIGFwbGljw6F2ZWwgYW9zIHNlcnZpw6dvcyBwcmVzdGFkb3MgYW8gcMO6YmxpY28gcGVsYSBCaWJsaW90ZWNhClZpcnR1YWwgRkdWLgoKNC4gRXN0YSBsaWNlbsOnYSBhYnJhbmdlLCBhaW5kYSwgbm9zIG1lc21vcyB0ZXJtb3MgZXN0YWJlbGVjaWRvcyBubwppdGVtIDIsIHN1cHJhLCB0b2RvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb25leG9zIGRlIGFydGlzdGFzIGludMOpcnByZXRlcyBvdQpleGVjdXRhbnRlcywgcHJvZHV0b3JlcyBmb25vZ3LDoWZpY29zIG91IGVtcHJlc2FzIGRlIHJhZGlvZGlmdXPDo28gcXVlCmV2ZW50dWFsbWVudGUgc2VqYW0gYXBsaWPDoXZlaXMgZW0gcmVsYcOnw6NvIMOgIG9icmEgZGVwb3NpdGFkYSwgZW0KY29uZm9ybWlkYWRlIGNvbSBvIHJlZ2ltZSBmaXhhZG8gbm8gVMOtdHVsbyBWIGRhIExlaSA5LjYxMC85OC4KCjUuIFNlIGEgT2JyYSBkZXBvc2l0YWRhIGZvaSBvdSDDqSBvYmpldG8gZGUgZmluYW5jaWFtZW50byBwb3IKaW5zdGl0dWnDp8O1ZXMgZGUgZm9tZW50byDDoCBwZXNxdWlzYSBvdSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBzZW1lbGhhbnRlLCB2b2PDqgpvdSBvIHRpdHVsYXIgYXNzZWd1cmEgcXVlIGN1bXByaXUgdG9kYXMgYXMgb2JyaWdhw6fDtWVzIHF1ZSBsaGUgZm9yYW0KaW1wb3N0YXMgcGVsYSBpbnN0aXR1acOnw6NvIGZpbmFuY2lhZG9yYSBlbSByYXrDo28gZG8gZmluYW5jaWFtZW50bywgZQpxdWUgbsOjbyBlc3TDoSBjb250cmFyaWFuZG8gcXVhbHF1ZXIgZGlzcG9zacOnw6NvIGNvbnRyYXR1YWwgcmVmZXJlbnRlIMOgCnB1YmxpY2HDp8OjbyBkbyBjb250ZcO6ZG8gb3JhIHN1Ym1ldGlkbyDDoCBCaWJsaW90ZWNhIFZpcnR1YWwgRkdWLgoKNi4gQ2FzbyBhIE9icmEgb3JhIGRlcG9zaXRhZGEgZW5jb250cmUtc2UgbGljZW5jaWFkYSBzb2IgdW1hIGxpY2Vuw6dhCkNyZWF0aXZlIENvbW1vbnMgKHF1YWxxdWVyIHZlcnPDo28pLCBzb2IgYSBsaWNlbsOnYSBHTlUgRnJlZQpEb2N1bWVudGF0aW9uIExpY2Vuc2UgKHF1YWxxdWVyIHZlcnPDo28pLCBvdSBvdXRyYSBsaWNlbsOnYSBxdWFsaWZpY2FkYQpjb21vIGxpdnJlIHNlZ3VuZG8gb3MgY3JpdMOpcmlvcyBkYSBEZWZpbml0aW9uIG9mIEZyZWUgQ3VsdHVyYWwgV29ya3MKKGRpc3BvbsOtdmVsIGVtOiBodHRwOi8vZnJlZWRvbWRlZmluZWQub3JnL0RlZmluaXRpb24pIG91IEZyZWUgU29mdHdhcmUKRGVmaW5pdGlvbiAoZGlzcG9uw612ZWwgZW06IGh0dHA6Ly93d3cuZ251Lm9yZy9waGlsb3NvcGh5L2ZyZWUtc3cuaHRtbCksIApvIGFycXVpdm8gcmVmZXJlbnRlIMOgIE9icmEgZGV2ZSBpbmRpY2FyIGEgbGljZW7Dp2EgYXBsaWPDoXZlbCBlbQpjb250ZcO6ZG8gbGVnw612ZWwgcG9yIHNlcmVzIGh1bWFub3MgZSwgc2UgcG9zc8OtdmVsLCB0YW1iw6ltIGVtIG1ldGFkYWRvcwpsZWfDrXZlaXMgcG9yIG3DoXF1aW5hLiBBIGluZGljYcOnw6NvIGRhIGxpY2Vuw6dhIGFwbGljw6F2ZWwgZGV2ZSBzZXIKYWNvbXBhbmhhZGEgZGUgdW0gbGluayBwYXJhIG9zIHRlcm1vcyBkZSBsaWNlbmNpYW1lbnRvIG91IHN1YSBjw7NwaWEKaW50ZWdyYWwuCgoKQW8gY29uY2x1aXIgYSBwcmVzZW50ZSBldGFwYSBlIGFzIGV0YXBhcyBzdWJzZXHDvGVudGVzIGRvIHByb2Nlc3NvIGRlCnN1Ym1pc3PDo28gZGUgYXJxdWl2b3Mgw6AgQmlibGlvdGVjYSBWaXJ0dWFsIEZHViwgdm9jw6ogYXRlc3RhIHF1ZSBsZXUgZQpjb25jb3JkYSBpbnRlZ3JhbG1lbnRlIGNvbSBvcyB0ZXJtb3MgYWNpbWEgZGVsaW1pdGFkb3MsIGFzc2luYW5kby1vcwpzZW0gZmF6ZXIgcXVhbHF1ZXIgcmVzZXJ2YSBlIG5vdmFtZW50ZSBjb25maXJtYW5kbyBxdWUgY3VtcHJlIG9zCnJlcXVpc2l0b3MgaW5kaWNhZG9zIG5vIGl0ZW0gMSwgc3VwcmEuCgpIYXZlbmRvIHF1YWxxdWVyIGRpc2NvcmTDom5jaWEgZW0gcmVsYcOnw6NvIGFvcyBwcmVzZW50ZXMgdGVybW9zIG91IG7Do28Kc2UgdmVyaWZpY2FuZG8gbyBleGlnaWRvIG5vIGl0ZW0gMSwgc3VwcmEsIHZvY8OqIGRldmUgaW50ZXJyb21wZXIKaW1lZGlhdGFtZW50ZSBvIHByb2Nlc3NvIGRlIHN1Ym1pc3PDo28uIEEgY29udGludWlkYWRlIGRvIHByb2Nlc3NvCmVxdWl2YWxlIMOgIGFzc2luYXR1cmEgZGVzdGUgZG9jdW1lbnRvLCBjb20gdG9kYXMgYXMgY29uc2Vxw7zDqm5jaWFzIG5lbGUKcHJldmlzdGFzLCBzdWplaXRhbmRvLXNlIG8gc2lnbmF0w6FyaW8gYSBzYW7Dp8O1ZXMgY2l2aXMgZSBjcmltaW5haXMgY2Fzbwpuw6NvIHNlamEgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGF0cmltb25pYWlzIGUvb3UgY29uZXhvcwphcGxpY8OhdmVpcyDDoCBPYnJhIGRlcG9zaXRhZGEgZHVyYW50ZSBlc3RlIHByb2Nlc3NvLCBvdSBjYXNvIG7Do28gdGVuaGEKb2J0aWRvIHByw6l2aWEgZSBleHByZXNzYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGRvIHRpdHVsYXIgcGFyYSBvIGRlcMOzc2l0byBlCnRvZG9zIG9zIHVzb3MgZGEgT2JyYSBlbnZvbHZpZG9zLgoKClBhcmEgYSBzb2x1w6fDo28gZGUgcXVhbHF1ZXIgZMO6dmlkYSBxdWFudG8gYW9zIHRlcm1vcyBkZSBsaWNlbmNpYW1lbnRvIGUKbyBwcm9jZXNzbyBkZSBzdWJtaXNzw6NvLCBjbGlxdWUgbm8gbGluayAiRmFsZSBjb25vc2NvIi4K
dc.title.por.fl_str_mv Capitalismo de plataforma, (micro)finanças e a relação dialética entre controle e resistência no trabalho dos microempreendedores da Sulanca
title Capitalismo de plataforma, (micro)finanças e a relação dialética entre controle e resistência no trabalho dos microempreendedores da Sulanca
spellingShingle Capitalismo de plataforma, (micro)finanças e a relação dialética entre controle e resistência no trabalho dos microempreendedores da Sulanca
Siqueira, Érica Souza
Social fintech
Digital platfform
Labor precarity
Microcredit
Fintechs sociais
Plataformas digitais
Trabalho precário
LPT
Microcrédito
Administração de empresas
Finanças - Aspectos sociais
Indústria de serviços financeiros - Inovações tecnológicas
Tecnologia da informação
Emprego precário
Teoria do trabalho como base do valor
Microfinanças
title_short Capitalismo de plataforma, (micro)finanças e a relação dialética entre controle e resistência no trabalho dos microempreendedores da Sulanca
title_full Capitalismo de plataforma, (micro)finanças e a relação dialética entre controle e resistência no trabalho dos microempreendedores da Sulanca
title_fullStr Capitalismo de plataforma, (micro)finanças e a relação dialética entre controle e resistência no trabalho dos microempreendedores da Sulanca
title_full_unstemmed Capitalismo de plataforma, (micro)finanças e a relação dialética entre controle e resistência no trabalho dos microempreendedores da Sulanca
title_sort Capitalismo de plataforma, (micro)finanças e a relação dialética entre controle e resistência no trabalho dos microempreendedores da Sulanca
author Siqueira, Érica Souza
author_facet Siqueira, Érica Souza
author_role author
dc.contributor.unidadefgv.por.fl_str_mv Escolas::EAESP
dc.contributor.member.none.fl_str_mv Fontenelle, Isleide Arruda
Silva, Francisco Carlos Lopes da
Abilio, Ludmila Costhek
dc.contributor.author.fl_str_mv Siqueira, Érica Souza
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Diniz, Eduardo Henrique
Pozzebon, Marlei
contributor_str_mv Diniz, Eduardo Henrique
Pozzebon, Marlei
dc.subject.eng.fl_str_mv Social fintech
Digital platfform
Labor precarity
Microcredit
topic Social fintech
Digital platfform
Labor precarity
Microcredit
Fintechs sociais
Plataformas digitais
Trabalho precário
LPT
Microcrédito
Administração de empresas
Finanças - Aspectos sociais
Indústria de serviços financeiros - Inovações tecnológicas
Tecnologia da informação
Emprego precário
Teoria do trabalho como base do valor
Microfinanças
dc.subject.por.fl_str_mv Fintechs sociais
Plataformas digitais
Trabalho precário
LPT
Microcrédito
dc.subject.area.por.fl_str_mv Administração de empresas
dc.subject.bibliodata.por.fl_str_mv Finanças - Aspectos sociais
Indústria de serviços financeiros - Inovações tecnológicas
Tecnologia da informação
Emprego precário
Teoria do trabalho como base do valor
Microfinanças
description Nessa tese busquei aproximar plataformas financeiras digitais, na figura das Fintechs Sociais, do conjunto de plataformas que procura centralizar o controle sobre o trabalho precário, ao mesmo tempo em que o mantém descentralizado, individualizado e fragmentado. Dessa forma, desenvolvo um modelo teórico que considera que, ao tomar microcrédito nas Fintechs Sociais, o trabalhador precário, na figura do microempreendedor, entra em uma relação de crédito-trabalho, a partir da qual o capital financeiro será valorizado. Uma vez estabelecida essa relação, um conjunto de mecanismos de controle é empreendido pelas Fintechs Sociais, por meio de suas plataformas digitais (componentes online e off-line), para que esse trabalhador se mantenha produzindo, pagando parcelas e renovando o empréstimo. Para construir esse modelo, realizei duas pesquisas com diferentes estratégias. A primeira, um estudo de caso instrumental com uma Fintech Social para entender quais são os mecanismos que visam a centralizar o controle sobre o trabalho e mantê-lo descentralizado, individualizado e fragmentado. A segunda, uma etnografia crítica e focada junto aos microempreendedores da Sulanca, que são trabalhadores do segundo maior polo de confecções do Brasil, localizado no agreste pernambucano, para entender como se organizam e resistem à centralização de controle sobre o seu trabalho. Para a interpretação dos dados coletados em ambas as pesquisas, utilizei o método da hermenêutica crítica. Os resultados apontam para mecanismos de controle: empreendedorismo, vigilância e centralização, agrupados no processo que denominei: Plataformização do Trabalho. Por outro lado, demonstro que, mesmo em face de um trabalho descentralizado e individualizado, existe uma organização coletiva, baseada em solidariedade, que reduz o sentimento de precariedade do trabalho e apresenta diversos mecanismos de resistência à sua plataformização. Esses mecanismos de resistência, identificação de classe, cooperação, invisibilidade, visibilidade e adaptação, compõem o processo que denominei: Descentralização Coletivamente Coordenada do Trabalho. A relação dialética entre controle e resistência, ou entre plataformização do trabalho e descentralização coletivamente coordenada do trabalho, está permeada de contradições. Essa pesquisa contribui para a literatura sobre financeirização, ao passo que mostra como o capitalista financeiro coloca seu capital em circulação e busca controlar ativamente a produção de valor. Também contribui para o programa de pesquisa relacionado à Labor Process Theory, porque o modelo de controle e resistência primeiramente trata de analisar uma nova forma de subsunção do trabalho que não aquele assalariado no chão de fábrica, ao mesmo tempo em que busca enxergar como trabalhadores não são agentes passivos diante do controle sobre seu trabalho e desenvolvem mecanismos de resistência, objetivos e subjetivos.
publishDate 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-03-20T21:19:16Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-03-20T21:19:16Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-03-03
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://hdl.handle.net/10438/28920
url https://hdl.handle.net/10438/28920
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
instname:Fundação Getulio Vargas (FGV)
instacron:FGV
instname_str Fundação Getulio Vargas (FGV)
instacron_str FGV
institution FGV
reponame_str Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
collection Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.fgv.br/bitstreams/de610c02-124c-4bc3-9aa6-d3400fd17469/download
https://repositorio.fgv.br/bitstreams/5b7986d6-2309-42f5-8f37-47cbaa676301/download
https://repositorio.fgv.br/bitstreams/f0f98e5b-2588-411e-8821-becd4b3d961d/download
https://repositorio.fgv.br/bitstreams/1a3c84b2-b5e6-47d1-88be-adb784af147d/download
bitstream.checksum.fl_str_mv 1cd5e86b7c311c608d91d1347c099484
e68f8ba912cc43a6138b471df0e752d6
16da8174eaa4be70cf99960269985112
dfb340242cced38a6cca06c627998fa1
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) - Fundação Getulio Vargas (FGV)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1810023756931792896