A cor e o sexo da fome: análise da insegurança alimentar sob o olhar da interseccionalidade
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Cadernos de Saúde Pública |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2022000705002 |
Resumo: | Este trabalho objetiva analisar a (in)segurança alimentar domiciliar sob o olhar da interseccionalidade. Para isso, foram analisados 14.713 domicílios, utilizando-se um questionário estruturado e a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, além dos dados do estudo transversal Qualidade do Ambiente Urbano de Salvador - QUALISalvador, realizado entre 2018 e 2020 em Salvador, Bahia, Brasil. A variável desfecho foi a situação de segurança alimentar (insegurança alimentar leve, moderada ou grave) e a variável exposição de interesse foi o cruzamento de raça/cor e sexo autodeclarado (homem branco, mulher branca, homem negro, mulher negra). Modelos de regressão logística multinominal foram usados para estimar a associação entre a exposição de interesse e o desfecho, ajustada a partir de questões socioeconômicas estratificadas segundo escolaridade e renda familiar per capita. Diante disso, concluiu-se que domicílios chefiados por mulheres negras apresentaram maior chance de insegurança alimentar leve (OR = 1,39; IC95%: 1,15-1,68; p = 0,001) e moderada ou grave (OR = 1,94; IC95%: 1,49-2,52; p < 0,001) em relação aos domicílios chefiados por homens brancos, além de maior chance de insegurança alimentar moderada ou grave em todos os níveis de escolaridade e nas faixas de até 1/2 salário mínimo e > 1 salário mínimo. Quando os responsáveis foram homens negros, a maior chance se apresentou na faixa > 1 salário mínimo. A insegurança alimentar nos domicílios chefiados por mulheres negras, mesmo em condições socioeconomicamente favoráveis, revela-se como uma das consequências da interação estrutural do racismo e do sexismo. |
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