Uso e abuso de benzodiazepínicos na atenção primária à saúde: práticas profissionais no Brasil e em Cuba

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fegadolli,Claudia
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Varela,Niurka Maria Dupotey, Carlini,Elisaldo Luis de Araújo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Cadernos de Saúde Pública
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2019000705007
Resumo: O presente estudo buscou compreender aspectos assistenciais presentes na base da utilização indiscriminada de benzodiazepínicos. Com base numa parceria entre uma universidade brasileira e uma cubana, buscou-se o entendimento das práticas relacionadas ao uso desses medicamentos na atenção primária e dos sentidos que profissionais de saúde atribuem a elas. A investigação integrou um estudo de casos múltiplos realizado nos municípios de São Paulo e Diadema (Brasil) e Santiago de Cuba (Cuba). O trabalho de campo adotou como estratégias de coleta de dados entrevistas individuais e grupos focais. Os dados, analisados tematicamente, revelaram cinco temas: (i) terra de ninguém: a ausência de gestão sobre o uso dos benzodiazepínicos pelos profissionais da atenção básica; (ii) indicação inadequada: o benzodiazepínico prescrito psra situações injustificáveis; (iii) salvação e perdição: o medicamento como atenuante da dificuldade de atuação na saúde mental pelos profissionais da atenção primária; (iv) pouco empoderamento dos profissionais da atenção primária para atuação na saúde mental; e (v) cuidado fragmentado: a desarticulação da rede de atenção psicossocial. A pouca apropriação das questões da saúde mental pelos profissionais da atenção primária, a fragmentação do cuidado, a sobrecarga de trabalho com temas considerados prioritários, as deficiências na disponibilidade de recursos terapêuticos e o pouco investimento em formação específica contribuem para o uso não adequado de benzodiazepínicos. Independentemente dos contextos sanitários estudados, os desafios são semelhantes para os sistemas de saúde e só podem ser enfrentados se convertidos em prioridade para a gestão das organizações e para o conjunto dos profissionais.
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