O negacionismo enquanto política: o debate da cloroquina em uma comissão parlamentar
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
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Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2021000705017 |
Resumo: | Resumo: O objetivo deste trabalho foi esclarecer os movimentos e desdobramentos sobre a política terapêutica da cloroquina, no Parlamento brasileiro, a fim de identificar os fatores que a situaram no contexto da ação pública contra a COVID-19. Os artefatos etnográficos utilizados para essa análise incluíram as videoconferências das reuniões e audiências públicas e as notas taquigráficas disponíveis publicamente no site da Câmara dos Deputados. Como resultado, observou-se que o debate da cloroquina foi forjado entre as evidências científicas utilizadas a partir de uma perspectiva negacionista, que privilegiou a busca pela incerteza como forma de produzir dissenso e assim sustentar convicções pessoais e ideologias. Ao rejeitarem proposições empiricamente sustentadas e o próprio consenso científico, buscou-se criar uma falsa aparência de debate. O objetivo era criar o convencimento de que não há motivos suficientes para rejeitar o uso da cloroquina como terapêutica para a COVID-19. Desse modo, o êxito logrado pelo governo não ocorreu a partir da verificação de verdades, mas foi o resultado de uma acomodação contingencial que estabilizou esse fato não em meio a certezas, mas pelo medo da dúvida. |
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O negacionismo enquanto política: o debate da cloroquina em uma comissão parlamentarPolítica PúblicaPolítica de SaúdeCOVID-19CloroquinaResumo: O objetivo deste trabalho foi esclarecer os movimentos e desdobramentos sobre a política terapêutica da cloroquina, no Parlamento brasileiro, a fim de identificar os fatores que a situaram no contexto da ação pública contra a COVID-19. Os artefatos etnográficos utilizados para essa análise incluíram as videoconferências das reuniões e audiências públicas e as notas taquigráficas disponíveis publicamente no site da Câmara dos Deputados. Como resultado, observou-se que o debate da cloroquina foi forjado entre as evidências científicas utilizadas a partir de uma perspectiva negacionista, que privilegiou a busca pela incerteza como forma de produzir dissenso e assim sustentar convicções pessoais e ideologias. Ao rejeitarem proposições empiricamente sustentadas e o próprio consenso científico, buscou-se criar uma falsa aparência de debate. O objetivo era criar o convencimento de que não há motivos suficientes para rejeitar o uso da cloroquina como terapêutica para a COVID-19. Desse modo, o êxito logrado pelo governo não ocorreu a partir da verificação de verdades, mas foi o resultado de uma acomodação contingencial que estabilizou esse fato não em meio a certezas, mas pelo medo da dúvida.Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz2021-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2021000705017Cadernos de Saúde Pública v.37 n.7 2021reponame:Cadernos de Saúde Públicainstname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZ10.1590/0102-311x00023021info:eu-repo/semantics/openAccessPenaforte,Thais Rodriguespor2021-08-11T00:00:00Zoai:scielo:S0102-311X2021000705017Revistahttp://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpcadernos@ensp.fiocruz.br||cadernos@ensp.fiocruz.br1678-44640102-311Xopendoar:2021-08-11T00:00Cadernos de Saúde Pública - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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