ASSÉDIO SEXUAL NO TRABALHO: Um estudo documental dos principais órgãos governamentais federais brasileiros sobre a temática

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Miatto Labegalini, Alicia
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Goulart Junior, Edward, Lázaro Camargo, Mário
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Psicologia e Saúde em Debate
Texto Completo: https://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/1004
Resumo: Na vida adulta, podemos citar a divisão sexual do trabalho como uma das maneiras de tradicionalmente separar o lugar masculino e feminino. Nos espaços organizacionais, há a atribuição normativa de trabalho produtivo aos homens e reprodutivo às mulheres, sendo o primeiro acompanhado não só de maior prestígio social, como também de maior remuneração. Este fenômeno aparece com força na literatura como uma das possíveis justificativas para a existência de ambientes de trabalho hostis à presença feminina, valendo-se de discriminações, assédios moral e sexual, como formas de demonstrar que não são bem-vindas naqueles espaços ou que têm seu valor estimado como inferior ao dos homens. Considerando que o assédio sexual é fator psicossocial de risco à saúde mental do trabalhador e que vitima especialmente as mulheres, implicando em afastamento do trabalho e, por vezes, sua saída do mercado de trabalho, o objetivo deste estudo foi o de realizar uma pesquisa documental nos principais órgãos governamentais federais brasileiros, a fim de encontrar e classificar os documentos oficiais divulgados sob a temática “assédio sexual no trabalho”, entre os anos de 2010 e 2021. Buscou-se, analisar o conteúdo dos documentos, observando possíveis mudanças e divergências ao longo dos anos, com base na técnica de Análise de Conteúdo. Constatou-se que, na maioria das publicações sobre o tema, as responsabilidades da organização empregadora, como também do assediador, se tornam secundárias; o destaque é dado para a vítima que “não fez sua parte” ao deixar de denunciar, o que pode contribuir com sua culpabilização, estigmatização e adoecimento.
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Este fenômeno aparece com força na literatura como uma das possíveis justificativas para a existência de ambientes de trabalho hostis à presença feminina, valendo-se de discriminações, assédios moral e sexual, como formas de demonstrar que não são bem-vindas naqueles espaços ou que têm seu valor estimado como inferior ao dos homens. Considerando que o assédio sexual é fator psicossocial de risco à saúde mental do trabalhador e que vitima especialmente as mulheres, implicando em afastamento do trabalho e, por vezes, sua saída do mercado de trabalho, o objetivo deste estudo foi o de realizar uma pesquisa documental nos principais órgãos governamentais federais brasileiros, a fim de encontrar e classificar os documentos oficiais divulgados sob a temática “assédio sexual no trabalho”, entre os anos de 2010 e 2021. Buscou-se, analisar o conteúdo dos documentos, observando possíveis mudanças e divergências ao longo dos anos, com base na técnica de Análise de Conteúdo. Constatou-se que, na maioria das publicações sobre o tema, as responsabilidades da organização empregadora, como também do assediador, se tornam secundárias; o destaque é dado para a vítima que “não fez sua parte” ao deixar de denunciar, o que pode contribuir com sua culpabilização, estigmatização e adoecimento.In adult life, we can cite the sexual division of labor as one of the ways of traditionally separating the male and female place. In organizational spaces, there is the normative attribution of productive work to men and reproductive work to women, the former being accompanied not only by greater social prestige, but also by higher remuneration. This phenomenon appears strongly in the literature as one of the possible justifications for the existence of work environments hostile to the female presence, using discrimination, moral and sexual harassment, as ways of demonstrating that they are not welcome in those spaces or that their value is estimated to be lower than that of men. Considering that sexual harassment is a psychosocial risk factor for workers' mental health and that it especially affects women, resulting in absence from work and, sometimes, their exit from the labor market, the objective of this study was to carry out a documentary research in the main Brazilian federal government agencies, in order to find and classify the official documents released under the theme "sexual harassment at work", between the years 2010 and 2021. based on the Content Analysis technique. It was found that, in most publications on the subject, the responsibilities of the employing organization, as well as the harasser, become secondary; Emphasis is given to victims who “did not do their part” by failing to report, which can contribute to their blame, stigmatization and illness.En la vida adulta, podemos citar la división sexual del trabajo como una de las formas de separar tradicionalmente el lugar masculino y el femenino. En los espacios organizacionales, existe la atribución normativa del trabajo productivo a los hombres y del trabajo reproductivo a las mujeres, siendo el primero acompañado no sólo de mayor prestigio social, sino también de una mayor remuneración. Este fenómeno aparece con fuerza en la literatura como una de las posibles justificaciones de la existencia de ambientes laborales hostiles a la presencia femenina, utilizando la discriminación, el acoso moral y sexual, como formas de demostrar que no son bienvenidas en esos espacios o que su valor se estima inferior al de los hombres. Considerando que el acoso sexual es un factor de riesgo psicosocial para la salud mental de los trabajadores y que afecta especialmente a las mujeres, resultando en ausencia del trabajo y, en ocasiones, en su salida del mercado laboral, el objetivo de este estudio fue realizar una investigación documental en las principales agencias del gobierno federal brasileño, con el fin de encontrar y clasificar los documentos oficiales publicados bajo el tema "acoso sexual en el trabajo", entre los años 2010 y 2021, con base en la técnica de Análisis de Contenido. Se encontró que, en la mayoría de las publicaciones sobre el tema, las responsabilidades de la organización empleadora, así como del acosador, pasan a ser secundarias; Se enfatiza a las víctimas que “no hicieron su parte” al no denunciar, lo que puede contribuir a su culpa, estigmatización y enfermedad.Faculdade Patos de Minas2023-11-15info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/100410.22289/2446-922X.V9N2A37Psicologia e Saúde em debate; Vol. 9 No. 2 (2023); 628-652Psicologia e Saúde em debate; Vol. 9 Núm. 2 (2023); 628-652Psicologia e Saúde em debate; v. 9 n. 2 (2023); 628-6522446-922X10.22289/2446-922X.V9N2reponame:Psicologia e Saúde em Debateinstname:Faculdade Patos de Minas (FPM)instacron:FPMporhttps://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/1004/628Copyright (c) 2023 Psicologia e Saúde em debatehttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessMiatto Labegalini, AliciaGoulart Junior, EdwardLázaro Camargo, Mário2023-12-15T05:08:06Zoai:ojs2.psicodebate.dpgpsifpm.com.br:article/1004Revistahttp://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodicoPRIhttps://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/oaieditor@dpgpsifpm.com.br2446-922X2446-922Xopendoar:2023-12-15T05:08:06Psicologia e Saúde em Debate - Faculdade Patos de Minas (FPM)false
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