Qual o tipo de famìlia para o futuro?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reali, Nicola
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Diálogos Possíveis
Texto Completo: https://revista.grupofaveni.com.br/index.php/dialogospossiveis/article/view/355
Resumo: «Tempora sunt tria praesens de praeteritis, praesens de praesentibus, praesens de futuris […] praesens de praeteritis memoria, praesens de praesentibus contuitus, praesens de futuris exspectatio»85. Esta famosa afirmação de “As confissões” de Santo Agostinho, que conheceu (junto a todo décimo primeiro livro da mesma obra) infinitas leituras e interpretações das quais seria impossível dar conta brevemente, resulta todavia útil para introduzir-nos diretamente no tema que nos foi pedido expor. Perguntar-se, de fato, qual o tipo de família se pode pensar , idealizar e/o (talvez) esperar para o futuro, é uma interrogação que se põe no tema diretamente – primeiro ainda que a questão sobre “tipo” de família – a questão do futuro e, então aquela da temporalidade que ocorre reconhecer ao viver humano na Família. Em outros termos, a questão pertence aquele complexo de argumentações que procuram tornar inteligível ao homem, historicamente existente, aquela dimensão tão fundamental da sua vida que é representada pela própria temporalidade. Certamente a esta observação deve ser subitamente contestado que não se trata genericamente de compreender a temporalidade do vivente, mas da família, portanto a pergunta sobre o futuro da família não pode confundir-se indistintamente com aquela sobre o futuro do homem, mas deve ser elaborada mantendo intacta a sua especificidade. Contemporaneamente, não se pode notar, todavia, que, se esta precisão parece indiscutível na maneira igualmente coercitiva, o esquecimento que no futuro da família está o do homem e, enquanto tal, é igualmente danosa. Falar da família sem tematizar quando (e quais condições) em definitivo se podem declarar “humanos” o homem e a mulher é, de fato, um esquecimento que privaria qualquer consideração sobre o aspecto da família necessário para compreender a intrínseca plausibilidade “humana” da relação entre os sexos, que alí se realiza.Neste senso se compreende como o haver evocado a sugestão agostiniana sobre a experiência que o homem tem do tempo pode resultar útil a responder à pergunta do título proposto, pergunta que a este ponto pode ser tranqüilamente reformulada sem correr o risco de mal entender a correspondência em jogo: indicar qual o “tipo” de família teremos no futuro é tentar mostrar que “tipo” de futuro caracteriza a vida do homem e da mulher em família.
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