Gilberto Freyre, “Casa-Grande & Senzala” e a escravidão negra

• Autor(a) principal: Freitas Marcondes, J.V
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Ciência & Trópico (Online)
• Texto Completo: https://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/400

RESUMO O mundo, nestes últimos cem anos, mudou mais que em todos os séculos reunidos da história. Poderíamos dizer o mesmo no tocante ao problema do negro, mais especificamente no Brasil, e nos Estados Unidos. Destacamos a grande contribuição do mestre, ao estudo do preto escravo e da História Social no Brasil, analisando o regime patriarcal monocultor e dando especial ênfase ao tema: “o escravo negro na vida sexual e da família do brasileiro”, revelando aspectos pioneiros neste campo. O Brasil foi um dos últimos países a decretar a abolição da escravatura. A miscigenação das três raças (índios, portugueses e pretos) foi enorme. Este processo no Brasil, constitui a única democracia existente no mundo. É claramente evidenciado o grau de morenidade do povo brasileiro. Em páginas bastante esclarecedoras, faz uma análise mais antropológica que sociológica dos estoques dos negros africanos, ressaltando que o Brasil recebeu melhores elementos que os outros países. A miscigenação no Brasil foi maior que a aculturação. Nos Estados Unidos, deu-se o contrário: uma maior aculturação e menor miscigenação, isto comprovado pelo status elevado em centenas de profissões de negros. São analisados inúmeros aspectos da casa patriarcal, dos escravos, da religião. Neste ensaio sobre a obra-prima do Mestre, foram enxertadas algumas contribuições históricas a quantitativas fugindo um pouco ao roteiro de Casa-grande & senzala. Completando-se acrescenta-se uma comparação entre os dois países que mais receberam escravos africanos, Brasil e Estados Unidos, nos séculos XVI e XVIII, incluindo, no período da colonização, os imigrantes que vieram substituir o bravo escravo que se iniciou no século passado. ABSTRACT Gilberto Freyre, ‘Casa-grande & senzala’ and the black slavery. v. 15, n. 1, p. 41-54, jan./jun. 1987. The world in these last century has changed more than in all the centuries of History. We could say that the same thing happened in relation to the negro problem, more specifically in Brazil and United States. We detach Gilberto Freyre’s contribution to the study of the black slave and the Social History in Brazil, analysing the patriarchal regime of monoculture and giving special emphasis to the theme: “the negro slave in the family and sexual life of the Brazilian people”, showing pionner aspects in this field. Brazil was one of the last countries to decree the Abolition of the Slavery. The mixing of the three races was (Indians, Portuguese people and Black people) was huge. This process in Brazil, constitutes the only democracy in the world. It is obvious the “morenidade” degree of the Brazilian people. Gilberto Freyre makes a more anthropological then sociological analysis of the African negroes emphasizing that Brazil has received better elements than the other countries. The mixing of races in Brazil was higger than aculturation. In the United States it happened the opposite, there was a bigger aculturation end a smaller mixing of races, fact that can be proved by the righ status in hundreds of negroes’ professions. Several aspects of patriarchal house, of slaves and religion are analysed. In this essay about Gilberto Freyre’s master piece, some historical and quantitative contributions were added taking another way than, that one of Casa-grande & senzala. The author made a comparison between Brazil and the United States, the countries which received more African slaves in the XVI and XVIII centuries including the period of immigrant colonization who came to replace the slave work which started in the last century. RÉSUMÉ Gilberto Freyre, Maîtres & Esclaves et l’esclavage noir. v. 15, n. 1, p. 41-54, jan./jun. 1987. Dans les cent dernierès années, le monde changea plus que dans tous les siécles précédents de l’histoire. Nous pourrons dire le même en ce qui concerne le problème des Noirs plus spécifiquement au Brésil et aux Etats-Unis. Nous mettons en relief l‘immense contribution de l’auteur à l’étude des Noirs esclaves et de l’Histoire Sociale au Brésil. Il analyse le régime patriarcal de la monoculture et donne une importance spéciale au thème: “l’ésclave noir dans la vie sexuelle et famillière du brésilien” révélant les aspects pionniers dans ce champ. Le Brésil a été un des derniers pays à décréter l’abolition de l’esclavage. Le mélange des trois races (les indigènes, les portugais et les noirs) a été très grand. Ce procès constitue au Brésil, une démocratie unique du point de vue mondiale. Il met en relief le métis brésilien. Dans des pages entières il fait une analyse plus anthropologique que sociologique des groupes de noirs africains, montrant que le Brésil a reçu des meilleurs éléments que les autres pays. Le mélange des races au Brésil a été plus grand que l’aculturaction. Aux États-Unis il s’est passé le contraire: une plus grande aculturation et un plus petit mélange, ceci peut être confirmé par le “status” éléve dans centaines de professions exercées par les noirs. Ce sont analysés de nombreux aspects de la maison patriarcale, les esclaves, la religion. Dans cet essai sur le chef-d’oeuvre de Gilberto Freyr ont été soulignées quelques contributions historiques et quantitatives s’éloignant un peu du trajet qui a fait l’auteur de Maîtres & Esclaves. On ajoute une comparaison entre les deux pays qui ont reçu un grand nombre d’esclaves africains, le Brésil et les États-Unis aux XVI et XVIII siècles, et une étude sur la période de colonisation avec les émigrants, qui sont venus substituer, au début du siècle précédent, les courageux esclaves.