Perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos na superintendência regional de saúde de Montes Claros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Amanda de Andrade
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Rodrigues, Helen Regina Pinheiro, Ursine, Renata Luiz, Brito, Siderllany Aparecido Vieira Mendes de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Bionorte
Texto Completo: http://revistas.funorte.edu.br/revistas/index.php/bionorte/article/view/833
Resumo: Objetivo: Descrever o perfil dos acidentes por animais peçonhentos dos 54 municípios da jurisdição da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros-MG. Materiais e Métodos: Trata-se de análise descritiva realizada a partir de notificações de acidentes com animais peçonhentos extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINANnet entre 2019 a 2021 e óbitos via Sistema de Informação sobre Mortalidade (TABNET). Analisaram-se variáveis sociodemográficas, caracterização do acidente e morbimortalidade dos casos. Resultados: Foram notificados 17.726 casos no triênio analisado. O município de Montes Claros apresentou o maior número de registros: 6.983 casos. Quanto ao perfil sociodemográfico, destaca-se uma maior ocorrência de casos no mês de janeiro (média 671), zona de ocorrência urbana (64%), ambos os sexos suscetíveis, faixa etária de 20 a 59 anos (53,01%), pardos (82%) e com ensino médio completo (17,77%). Os tipos de acidentes mais comuns são com escorpião do gênero Tityusserrulatus (87,69%) e serpentes do gênero Bothrops (3,60%); os locais anatômicos mais atingidos foram dedo da mão (27%) e o pé (19%); 89,52% dos casos foram caracterizados como leves e 50,98% dos casos levaram entre 0-1 hora para buscar atendimento. Dados clínicos mostraram que 96,88% dos acidentados apresentaram manifestações locais, destes, a dor foi reportada em 50% dos casos, e 91,70% apresentaram manifestações sistêmicas, sendo 70,14% sintomas vagais (vômitos e diarreia). 96,71% dos acidentados apresentaram complicações locais, destes 50% infecção secundária. Complicações sistêmicas foram registradas em 96,33% dos casos, destes 63% insuficiência respiratória. A letalidade de acidentes por escorpiões foi 0,06%, por abelhas 0,74%, por serpentes 0,15% e por aranha 0,32%. Conclusão: A prevalência de acidentes com animais peçonhentos é elevada, com maior ocorrência por escorpiões. A distribuição das unidades de soroterapias da rede assistencial favorece o acesso ao tratamento de forma oportuna, fato que pode ser evidenciado pelos casos atendidos entre 0-1 hora da picada, assim como caracterizados como leves. Atenção deve ser dada aos casos de acidentes por abelhas que evidenciaram a maior letalidade da região. O banco de dados apresentou muitos campos ignorados do tipo animal, dificultando o manejo clínico e prevenção. Sugere-se que articulação intersetorial deve reforçar medidas de educação em saúde para populações que residem e trabalham no campo, ampliando o acesso da população mais vulnerável. É fundamental a vigilância das zoonoses e dos fatores de riscos biológicos no fortalecimento do Programa de Acidentes por Animais Peçonhentos, desenvolvendo estratégias e ações macrorregionais que visem à qualificação dos profissionais de saúde da rede assistencial no manejo clínico adequado, ênfase nas medidas de promoção, prevenção, controle dos acidentes para a população geral.
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