Análise do uso terapêutico de canabinoides em crianças com Transtorno do Espectro Autista

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Victoria Toledo Oliva Ferreira
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Souza, Pedro Henrique Martins de, Souza, Gilmerson Prates
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Bionorte
Texto Completo: http://revistas.funorte.edu.br/revistas/index.php/bionorte/article/view/60
Resumo: Objetivo: analisar a literatura sobre os efeitos dos canabinoides em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Materiais e Métodos: trata-se de revisão integrativa a partir de buscas na PubMed e Scielo, com os descritores: “Cannabis” e” Autism”. Os critérios de inclusão foram artigos publicados entre 2019 a 2021, disponíveis na íntegra em inglês. Teses, monografias, editoriais e artigos sem relação com o tema central foram excluídos. Resultados: foram encontrados cinco artigos sobre o tema – os quais avaliaram 16 pesquisas –obre dosagens de delta9-tetrahidrocanabidiol e canabidiol, principais canabinoides da Cannabis. A delta9-tetrahidrocanabidiol demonstrou melhorar sintomas típicos do TEA, como ansiedade, atividade motora noturna e depressão. O canabidiol é anti-inflamatório, ansiolítico, antiepiléptico e capaz de aumentar os níveis de ocitocina, que demonstrou reduzir sintomas do TEA. Foi descoberto desequilíbrio do sistema endocanabidiol em crianças com TEA, com aumento do receptor da canabinoide 2 em neurônios, sendo este responsivo ao delta9-tetrahidrocanabidiol, o que torna um potencial via terapêutica. Pesquisas com crianças relataram boa tolerância à Cannabis, com alívio de convulsões, ataques de raiva, hiperatividade, depressão e comunicação, com redução das dosagens ou de medicamentos prescritos anteriormente à Cannabis. Entretanto, também foram apresentados efeitos adversos, como perda de apetite, sonolência, riso inexplicável, distúrbios do sono. Houve um caso de efeito adverso psicótico grave. Os efeitos divergem de acordo com a concentração de Canabidiol e delta9-tetrahidrocanabidiol fornecida em cada estudo, em geral em uma proporção de 20:1, respectivamente. Faltam pesquisas para reconhecer a dosagem ideal. Conclusão: pesquisas evidenciam melhorias de sintomas típicos de TEA em crianças em uso terapêutico de canabinoides. Assim, é demonstrado que os benefícios psicossociais advindos de sua ação farmacológica se sobressaem quanto aos efeitos adversos – que são equivalentes a outras opções de tratamento, tornando-se um potencial terapêutica. Entretanto, carecem de estudos que determinam a dosagem e a concentração em cada caso.
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