O GRITO SUSSURRADO NA CANÇÃO: UMA LEITURA DA LETRA POÉTICA DE QUEIXA, DE CAETANO VELOSO
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Linguagens |
Texto Completo: | https://ojsrevista.furb.br/ojs/index.php/linguagens/article/view/2915 |
Resumo: | Em meio às discussões controversas acerca do relacionamento da canção popular com a poesia, a canção popular brasileira tem exposto músicos-poetas que se destacam pela qualidade estética nas letras por eles criadas, cujas letras conseguem atingir a tão reivindicada “sustentabilidade poética no papel” e se impor como poesia. A resistência ao reconhecimento do caráter artístico-poético da canção deve-se, sobretudo, ao traço popular e lúdico e à tendência mercantilista que a reveste. Mas, conforme Wisnik (2004), a canção popular brasileira insere-se no popular, de onde se nutre e ao qual retorna, e abriga em si forças paradoxalmente contíguas que são demonstradas pela sua capacidade de captar e expressar a mais íntima subjetividade à luz de uma reelaboração estética e artística, em consonância com o ritmo e as transformações dos tempos. Esta força e movimento lhe conferem características tão peculiares que fogem às expectativas de dominação e de pressões econômica, políticas e acadêmicas. Estas características consolidam a produção da canção nacional como uma rede de recados poéticos transmitidos através de um trabalho de composição simultânea da música e da linguagem, expresso de formas particulares. Gradualmente, muitos críticos e estudiosos de literatura consideram as possibilidades de abordagens de letras de canções investidas de potencialidades poéticas e artísticas, ao mesmo tempo em que reconsideram os seus conceitos sobre os nossos poetas compositores. E, a despeito dessas discussões, a produção artística desses compositores nos possibilita demonstrar que o relacionamento da música com a poesia não se estabelece tão somente através da musicalização de poemas ou da poetização da canção, mas, sobretudo, no universo das suas letras. È o que pretendemos demonstrar nesta abordagem de “Queixa”, de Caetano Veloso, através de uma leitura apoiada teoricamente por POUND, PIGNATARI, RIFATERRE e nos conceitos operatórios de GREIMAS. |
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O GRITO SUSSURRADO NA CANÇÃO: UMA LEITURA DA LETRA POÉTICA DE QUEIXA, DE CAETANO VELOSOLetra de música. Poesia. Canção poética. Análise Literária. Em meio às discussões controversas acerca do relacionamento da canção popular com a poesia, a canção popular brasileira tem exposto músicos-poetas que se destacam pela qualidade estética nas letras por eles criadas, cujas letras conseguem atingir a tão reivindicada “sustentabilidade poética no papel” e se impor como poesia. A resistência ao reconhecimento do caráter artístico-poético da canção deve-se, sobretudo, ao traço popular e lúdico e à tendência mercantilista que a reveste. Mas, conforme Wisnik (2004), a canção popular brasileira insere-se no popular, de onde se nutre e ao qual retorna, e abriga em si forças paradoxalmente contíguas que são demonstradas pela sua capacidade de captar e expressar a mais íntima subjetividade à luz de uma reelaboração estética e artística, em consonância com o ritmo e as transformações dos tempos. Esta força e movimento lhe conferem características tão peculiares que fogem às expectativas de dominação e de pressões econômica, políticas e acadêmicas. Estas características consolidam a produção da canção nacional como uma rede de recados poéticos transmitidos através de um trabalho de composição simultânea da música e da linguagem, expresso de formas particulares. Gradualmente, muitos críticos e estudiosos de literatura consideram as possibilidades de abordagens de letras de canções investidas de potencialidades poéticas e artísticas, ao mesmo tempo em que reconsideram os seus conceitos sobre os nossos poetas compositores. E, a despeito dessas discussões, a produção artística desses compositores nos possibilita demonstrar que o relacionamento da música com a poesia não se estabelece tão somente através da musicalização de poemas ou da poetização da canção, mas, sobretudo, no universo das suas letras. È o que pretendemos demonstrar nesta abordagem de “Queixa”, de Caetano Veloso, através de uma leitura apoiada teoricamente por POUND, PIGNATARI, RIFATERRE e nos conceitos operatórios de GREIMAS. Fundação Universidade Regional de Blumenau2012-03-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://ojsrevista.furb.br/ojs/index.php/linguagens/article/view/291510.7867/1981-9943.2011v5n1p046-063Linguagens - Revista de Letras, Artes e Comunicação; v. 5 n. 1 (2011): Literatura e Outras Artes II; 046-0631981-9943reponame:Linguagensinstname:Universidade Regional de Blumenau (FURB)instacron:FURBporhttps://ojsrevista.furb.br/ojs/index.php/linguagens/article/view/2915/1885Copyright (c) 2014 Linguagens - Revista de Letras, Artes e Comunicaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessMoura, Verônica de Fátima Gomes de2012-03-20T09:39:11Zoai:ojs.bu.furb.br:article/2915Revistahttp://proxy.furb.br/ojs/index.php/linguagensPUBhttp://proxy.furb.br/ojs/index.php/linguagens/oailinguagens@furb.br||linguagens.revista@gmail.com1981-99431981-9943opendoar:2012-03-20T09:39:11Linguagens - Universidade Regional de Blumenau (FURB)false |
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