Análise da pesca de peixes e camarões com arrasto de tangones no sul do Brasil – Período 1989-1994

• Autor(a) principal: Haimovici, Manuel
• Data de Publicação: 1996
• Outros Autores: Mendonça, Jocemar Tomasino
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FURG (RI FURG)
• Texto Completo: http://repositorio.furg.br/handle/1/2228
• topic: Sul do Brasil; Arrasto de tangones; Pescaria de arrasto; Avaliação de estoques; Southern Brazil; Shrimp fishery; Bottom trawl fishery; Stock assessment

A pesca de arrasto de tangones na plataforma continental do Rio Grande do Sul (29°S-34°40’S) é desenvolvida desde 1985 dirigida a camarões barba ruça (Artemesia longinaris) e santana (Pleoticus muelleri), linguados (Paralichthys patagonicus) e cação-anjo (Squatina spp). Entre 1990 e 1994, 56,4% dos desembarques da pesca de tangones foram de recursos pesqueiros sobre os quais não ocorria anteriormente pesca dirigida. Os desembarques de camarões foram muito variáveis, não apresentando relação com os esforços aplicados em anos anteriores. Já os desembarques de linguados e cação-anjo estão em diminuição. Entre março de 1992 e novembro de 1993, 144 desembarques em Rio Grande foram amostrados. A pesca direcionada a peixes ocorreu do outono à primavera, entre 20 e 80 m de profundidade, com redes duplas de 25 m de arraçal e saco com malha de 40 a 55 mm entre nós opostos. A captura foi composta, principalmente, do linguado (39,3%), abrótea (Urophycis brasiliensis) e cabrinha (Prionotus punctatus), sendo os rendimentos totais médios de 670 kg/dia no mar. A pesca direcionada aos camarões ocorreu em profundidades menores de 25 m com redes de 12 a 13 m e malha no saco de 20-25 mm. Os rendimentos médios foram de 2.332 kg/dia no mar sendo mais de 90% de camarões. O número de barcos operando de tangones na região sul foi variável em função dos rendimentos. O esforço de pesca total sobre os recursos pesqueiros demersais é excessivo e deve ser reduzido. Na pesca dirigida para peixes a malha deve ser aumentada para 90 mm, mínimo legal regulamentado para os arrasteiros de parelha e portas, evitando a rejeição de pequenos teleósteos de importância comercial, sem diminuição nos rendimentos das espécies alvo.