Humor e feminismo: qual é a graça? A sátira de Maria O'Neill ou a contradança dos sexos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lousada, Isabel Cruz
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FURG (RI FURG)
Texto Completo: http://repositorio.furg.br/handle/1/7001
Resumo: Maria O'Neill (1876-1932) é senhora de uma profícua obra literária; poetisa de renome consagrado ainda em vida, abarca o universo luso-brasileiro em inúmeras publicações periódicas em que é colaboradora (LOUSADA e BÓLEO, 2010); o feminino, o feminismo, e a condição feminina abrem espaço para uma querela que encena como uma dança entre escrita mordaz, por onde perpassa a ironia e o sarcasmo.Será especialmente em A Sátira que a autora apresentará um conjunto de textos contundentes, prementes de análises de carácter sociológico extravasando o campo literário. Abrangendo a temática supramencionada, sua poesia e prosa serão geradoras de uma série de ilustrações com discurso meritório de per se (BRIAN, 1995). Propomos analisar os parâmetros enunciados de uma forma breve relevando o humor como veículo privilegiado de mensagens sociopolíticas controversas. Dado ter esta autora dedicado à crítica social um espaço singular, sobretudo em A Sátira, onde pode ombrear com Stuart Carvalhais (1887-1961), decidimos não abarcar quaisquer outros periódicos nos quais foi também colaboradora assídua. As mulheres mundanas foram caricaturadas de modo inigualável pelo traço de Carvalhais, a quem coube ilustrar muitos dos textos da publicação alvo do nosso estudo, e pela prosa de O’Neill, encontrando nas vítimas da moda um alvo propício à ironia e ao sarcasmo expondo ao ridículo a miséria das senhoras de então que, não sabendo envelhecer, são postas a nu, desprovidas de interesse quando o luxo é denunciado como adorno supérfluo e vão. Procuraremos reflectir no modo como o recurso à imagem caricaturada da mulher como fútil e masculinizada poderá servir ao objectivo dos detractores do feminismo, ou pelo contrário, assinalar a profunda desigualdade em que a mulher é historicamente plasmada face às características inerentes à sua condição biológica. Qual o papel do homem e qual o papel da mulher na sociedade de então? Qual o impacto da entrada massiva da mulher no mercado de trabalho face às estruturas familiares vigentes? (BARRECA, 1991). Eis algumas das questões a abordar ao longo da nossa comunicação, procurando evidenciar o modo como se ainda encontra actualizada a matéria em análise sem ter perdido o seu lado hilariante, preocupantemente, ou não, tragicómica. (MARINGONI, 1996).
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Propomos analisar os parâmetros enunciados de uma forma breve relevando o humor como veículo privilegiado de mensagens sociopolíticas controversas. Dado ter esta autora dedicado à crítica social um espaço singular, sobretudo em A Sátira, onde pode ombrear com Stuart Carvalhais (1887-1961), decidimos não abarcar quaisquer outros periódicos nos quais foi também colaboradora assídua. As mulheres mundanas foram caricaturadas de modo inigualável pelo traço de Carvalhais, a quem coube ilustrar muitos dos textos da publicação alvo do nosso estudo, e pela prosa de O’Neill, encontrando nas vítimas da moda um alvo propício à ironia e ao sarcasmo expondo ao ridículo a miséria das senhoras de então que, não sabendo envelhecer, são postas a nu, desprovidas de interesse quando o luxo é denunciado como adorno supérfluo e vão. Procuraremos reflectir no modo como o recurso à imagem caricaturada da mulher como fútil e masculinizada poderá servir ao objectivo dos detractores do feminismo, ou pelo contrário, assinalar a profunda desigualdade em que a mulher é historicamente plasmada face às características inerentes à sua condição biológica. Qual o papel do homem e qual o papel da mulher na sociedade de então? Qual o impacto da entrada massiva da mulher no mercado de trabalho face às estruturas familiares vigentes? (BARRECA, 1991). Eis algumas das questões a abordar ao longo da nossa comunicação, procurando evidenciar o modo como se ainda encontra actualizada a matéria em análise sem ter perdido o seu lado hilariante, preocupantemente, ou não, tragicómica. (MARINGONI, 1996).Maria O'Neill (1876-1932) has a successful literary work; famous woman poet, renowned still during her life time, she embraces the Portuguese-Brazilian universe in several periodicals in which she collaborated (LOUSADA & BÓLEO, 2010); feminine, feminism and womanhood will inaugurate a quarrel which simulates a sort of scathing writing dance, full of irony and sarcasm. It will be particularly in A Sátira (“Satire”) that she writes a number of damning texts, pressing sociological analyses,overflowing the literary field; covering the topic mentioned above her poetry and prose generated a series of illustrations with a worthy speech of her own (BRIAN, 1995). This study aims to analyze the parameters set out in a brief mode, emphasizing humor as a privileged vehicle of controversial socio- political messages. As this author has devoted to social criticism, particularly in A Sátira, in partnership with Stuart Carvalhais (1887- 1961), we decided not to embrace any other periodicals in which she was also a constant collaborator. Worldly-minded women were caricatured in such a unmatched way by Carvalhais’ trace, who had illustrated many of the texts published in the work under study, as well as by O'Neill’s prose, targeting fashion victims with irony and sarcasm, in order to expose to ridiculous the gloom of those ladies, whom without knowing how to age well, were laid bare, devoid of interest when luxury is denounced as a superfluous adornment. We will seek to reflect on how the use of women caricatured image as masculinized and futile may serve the purpose of feminism detractors, or rather mark the deep inequality where women are historically shaped facing the inherent characteristics of their biological condition. What was the role of men and women in society of the time? What was the impact of the massive entry of women into the labor market to the existing family structures? (BARRECA, 1991). Here are some of the issues we aim to show how up to now is still the matter under consideration without having lostits hilarious, disturbingly, or not, tragicomic site (MARINGONI, 1996).2017-01-11T22:34:39Z2017-01-11T22:34:39Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfLOUSADA, Isabel. Humor e feminismo: qual é a graça? A sátira de Maria O'Neill ou a contradança dos sexos. Historiae, Rio Grande, v. 4, n. 2, p. 91-102, 2013. Disponível em: < https://www.seer.furg.br/hist/article/view/4132/2527 >. Acesso em: 7 dez. 2016.1519-8502http://repositorio.furg.br/handle/1/7001porLousada, Isabel Cruzinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FURG (RI FURG)instname:Universidade Federal do Rio Grande (FURG)instacron:FURG2023-01-17T11:29:32Zoai:repositorio.furg.br:1/7001Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.furg.br/oai/request || http://200.19.254.174/oai/requestopendoar:2023-01-17T11:29:32Repositório Institucional da FURG (RI FURG) - Universidade Federal do Rio Grande (FURG)false
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