Crianças e adolescentes com transtorno depressivo: um estudo na perspectiva da resiliência familiar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pontes, Eduarda Ramis
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FURG (RI FURG)
Texto Completo: http://repositorio.furg.br/handle/1/9942
Resumo: A depressão infantojuvenil é um problema de saúde pública mundial. Entre as crianças e adolescentes é a doença que mais incapacita para realização das atividades diárias, repercutindo diretamente na qualidade de vida desses indivíduos. No Brasil, de 8% a 12% da população infanto-juvenil sofre desse transtorno e estima-se que 50% desses indivíduos não recebem tratamento, o que pode causar danos permanentes no âmbito individual, escolar, familiar e social. Esse transtorno provoca mudanças significativas na vida da família podendo gerar a desarmonia no lar. Por outro lado, as famílias que mobilizam recursos e desenvolvem potencialidades para enfrentar os desafios diários, conseguem se fortalecer e seguir suas vidas de uma maneira que pode ser considerada positiva. Este estudo teve como objetivo geral: compreender os processos de resiliência que auxiliam as famílias com crianças e adolescentes depressivos no enfrentamento dos desafios associados a esse transtorno. Especificamente, objetiva: (1) Identificar como as famílias de crianças e adolescentes com depressão percebem a presença desse transtorno em seu cotidiano; (2) Analisar os processos chaves de resiliência utilizados pelas famílias no enfrentamento da depressão infanto-juvenil, com ênfase nas crenças, nos processos de comunicação e organizacionais. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, do tipo descritivo e exploratório, desenvolvido com 26 familiares, pertencentes a 24 famílias que convivem diariamente com crianças e adolescentes depressivos atendidos no CAPS-i de dois municípios do Sul do Brasil. Os dados foram coletados a partir de entrevista semiestruturada realizadas nos meses de dezembro/2017, janeiro, fevereiro e março/2018, posteriormente, analisados por meio da técnica de análise temática de Minayo (2013), tendo como balizadores os Processos Chaves da Resiliência Familiar de Walsh (2016). Foram resguardados os direitos que tratam de pesquisas que envolvem seres humanos, sob a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados são apresentados através de dois artigos científicos que correspondem aos objetivos específicos deste estudo. O primeiro artigo aborda a experiência de conviver com o transtorno depressivo em crianças e adolescentes a partir da percepção dos familiares, apontando que as famílias associam o desenvolvimento da depressão infantojuvenil a eventos traumáticos que acontecem geralmente no ambiente intrafamiliar ou na interação da criança/adolescente com a rede social proximal. Após o transtorno depressivo estabelecido, a família busca a reestruturação para atender as necessidades geradas pela depressão, com isso, geralmente a mãe se torna a principal cuidadora, que consequentemente é sobrecarregada por assumir sozinha o cuidado do filho depressivo. O segundo artigo trata os processos chaves de resiliência utilizados pelas famílias com crianças e adolescentes depressivos, este estudo mostra distintos níveis de resiliência familiar, que são diferenciados pela utilização de agentes mobilizadores de forças como a fé, o apoio da família extensa e amigos e o suporte de saúde oferecido para a criança e o adolescente pelo CAPS-i. Com base nos resultados deste estudo, conclui-se que os enfermeiros se mantem distante do cuidado às famílias, repercutindo na falta de suporte emocional e instrumental para as crianças e adolescentes depressivos na sua integralidade. O que ocasiona, uma barreira no tratamento, refletindo na permanência da depressão durante todo o ciclo de vida de criança e do adolescente, ou ainda pode evoluir ao suicídio consumado deste indivíduo. Assim, este estudo tem a finalidade de gerar conhecimento para os profissionais da saúde em geral, com a perspectiva de aprofundar conhecimentos específicos acerca da depressão infanto-juvenil e seus impactos no conviver em família, além disso, que desencadeie reflexões sobre o processo de resiliência para produção de saúde para as crianças e adolescentes com depressão e suas famílias. Demonstrando ainda, a importância da criação e implementação de Políticas Públicas voltadas especificamente para atenção à saúde mental infantojuvenil.
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Esse transtorno provoca mudanças significativas na vida da família podendo gerar a desarmonia no lar. Por outro lado, as famílias que mobilizam recursos e desenvolvem potencialidades para enfrentar os desafios diários, conseguem se fortalecer e seguir suas vidas de uma maneira que pode ser considerada positiva. Este estudo teve como objetivo geral: compreender os processos de resiliência que auxiliam as famílias com crianças e adolescentes depressivos no enfrentamento dos desafios associados a esse transtorno. Especificamente, objetiva: (1) Identificar como as famílias de crianças e adolescentes com depressão percebem a presença desse transtorno em seu cotidiano; (2) Analisar os processos chaves de resiliência utilizados pelas famílias no enfrentamento da depressão infanto-juvenil, com ênfase nas crenças, nos processos de comunicação e organizacionais. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, do tipo descritivo e exploratório, desenvolvido com 26 familiares, pertencentes a 24 famílias que convivem diariamente com crianças e adolescentes depressivos atendidos no CAPS-i de dois municípios do Sul do Brasil. Os dados foram coletados a partir de entrevista semiestruturada realizadas nos meses de dezembro/2017, janeiro, fevereiro e março/2018, posteriormente, analisados por meio da técnica de análise temática de Minayo (2013), tendo como balizadores os Processos Chaves da Resiliência Familiar de Walsh (2016). Foram resguardados os direitos que tratam de pesquisas que envolvem seres humanos, sob a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados são apresentados através de dois artigos científicos que correspondem aos objetivos específicos deste estudo. O primeiro artigo aborda a experiência de conviver com o transtorno depressivo em crianças e adolescentes a partir da percepção dos familiares, apontando que as famílias associam o desenvolvimento da depressão infantojuvenil a eventos traumáticos que acontecem geralmente no ambiente intrafamiliar ou na interação da criança/adolescente com a rede social proximal. Após o transtorno depressivo estabelecido, a família busca a reestruturação para atender as necessidades geradas pela depressão, com isso, geralmente a mãe se torna a principal cuidadora, que consequentemente é sobrecarregada por assumir sozinha o cuidado do filho depressivo. O segundo artigo trata os processos chaves de resiliência utilizados pelas famílias com crianças e adolescentes depressivos, este estudo mostra distintos níveis de resiliência familiar, que são diferenciados pela utilização de agentes mobilizadores de forças como a fé, o apoio da família extensa e amigos e o suporte de saúde oferecido para a criança e o adolescente pelo CAPS-i. Com base nos resultados deste estudo, conclui-se que os enfermeiros se mantem distante do cuidado às famílias, repercutindo na falta de suporte emocional e instrumental para as crianças e adolescentes depressivos na sua integralidade. O que ocasiona, uma barreira no tratamento, refletindo na permanência da depressão durante todo o ciclo de vida de criança e do adolescente, ou ainda pode evoluir ao suicídio consumado deste indivíduo. Assim, este estudo tem a finalidade de gerar conhecimento para os profissionais da saúde em geral, com a perspectiva de aprofundar conhecimentos específicos acerca da depressão infanto-juvenil e seus impactos no conviver em família, além disso, que desencadeie reflexões sobre o processo de resiliência para produção de saúde para as crianças e adolescentes com depressão e suas famílias. Demonstrando ainda, a importância da criação e implementação de Políticas Públicas voltadas especificamente para atenção à saúde mental infantojuvenil.Childhood depression is a worldwide public health problem. Among children and adolescents, it is the disease that most incapacitates to perform daily activities, directly affecting the quality of life of these individuals. In Brazil, from 8% to 12% of the child and adolescent population suffers from this disorder and it is estimated that 50% of these individuals do not receive treatment, which can cause permanent damage in the individual, school, family and social context. This disorder causes significant changes in the life of the family and can generate disharmony in the home. On the other hand, families that mobilize resources and develop the potential to face daily challenges are able to strengthen and follow their lives in a way that can be considered positive. This study aims to understand the processes of resilience that help families with depressive children and adolescents in coping with the challenges associated with this disorder. Specifically, it aims to: (1) Identify how families of children and adolescents with depression perceive the presence of this disorder in their daily lives; (2) To analyze the key processes of resilience used by families in coping with infant and juvenile depression, with an emphasis on beliefs, communication processes and organizational processes. This is a qualitative, descriptive and exploratory study developed with 26 family members from 24 families living with depressive children and adolescents seen at the CAPS-i in two municipalities in the South of Brazil. The data were collected from a semi-structured interview conducted in December / 2017, January, February and March / 2018, later analyzed using Minayo thematic analysis technique (2013), using the Keys Processes of Family Resilience by Walsh (2016). The rights that deal with research involving human beings were protected under Resolution No. 466/12 of the National Health Council. The results are presented through two scientific articles that correspond to the specific objectives of this study. The first article discusses the experience of living with depressive disorder in children and adolescents from the perception of family members, pointing out that families associate the development of childhood and adolescence depression with traumatic events that usually happen in the intrafamily environment or in the interaction of the child / adolescent with the proximal social network. After the established depressive disorder, the family seeks the restructuring to meet the needs generated by depression, with this, usually the mother becomes the main caregiver, who is consequently overwhelmed by taking care of the depressive child alone. The second article deals with the key processes of resilience used by families with depressive children and adolescents, this study shows different levels of family resilience, which are differentiated by the use of agents that mobilize forces such as faith, the support of the extended family and friends, and the health support offered to the child and adolescent by CAPS-i. Based on the results of this study, it is concluded that nurses stay away from caring for families, reflecting the lack of emotional and instrumental support for children and adolescents with depression in their entirety. This causes a barrier to treatment, reflecting the permanence of depression throughout the child and adolescent life cycle, or it can evolve to the consummate suicide of this individual. Thus, this study has the purpose of generating knowledge for health professionals in general, with the perspective of deepening specific knowledge about infant and juvenile depression and its impacts on living with the family, in addition, that can trigger reflections on the process of resilience for health production for children and adolescents with depression and their families. Also demonstrating the importance of the creation and implementation of Public Policies focused specifically on children's mental health care.La depresión infanto-juvenil es un problema de salud pública mundial. Entre los niños y adolescentes es la enfermedad que más incapacita para realizar las actividades diarias, repercutiendo directamente en la calidad de vida de esos individuos. En Brasil, del 8% al 12% de la población infanto-juvenil sufre de ese trastorno y se estima que el 50% de esos individuos no reciben tratamiento, lo que puede causar daños permanentes en el ámbito individual, escolar, familiar y social. Este trastorno provoca cambios significativos en la vida de la familia, pudiendo generar la desarmonía en el hogar. Por otro lado, las familias que movilizan recursos y desarrollan potencial para enfrentar los desafíos diarios, logran fortalecerse y seguir sus vidas de una manera que puede ser considerada positiva. Este estudio tiene como objetivo general: comprender los procesos de resiliencia que auxilian a las familias con niños y adolescentes depresivos en el enfrentamiento de los desafíos asociados a ese trastorno. En concreto, el objetivo: (1) Identificar cómo las familias de los niños y adolescentes con depresión se dan cuenta de la presencia de este trastorno en su vida diaria; (2) Analizar los procesos claves de resiliencia utilizados por las familias en el enfrentamiento de la depresión infanto-juvenil, con énfasis en las creencias, en los procesos de comunicación y organizacionales. Se trata de un estudio con abordaje cualitativo, del tipo descriptivo y exploratorio, desarrollado con 26 familiares, pertenecientes a 24 familias que conviven diariamente con niños y adolescentes depresivos atendidos en el CAPS-i de dos municipios del Sur de Brasil. Los datos fueron recolectados a partir de entrevistas semiestructuradas realizadas en los meses de diciembre / 2017, enero, febrero y marzo / 2018, posteriormente, analizados por medio de la técnica de análisis temático de Minayo (2013), teniendo como balizadores los Procesos Claves de la Resiliencia Familiar de Walsh (2016). Se resguardaron los derechos que tratan de investigaciones que involucran seres humanos, bajo la Resolución 466/12 del Consejo Nacional de Salud.. Los resultados se presentan a través de dos artículos científicos que corresponden a los objetivos específicos de este estudio. El primer artículo aborda la experiencia de convivir con el trastorno depresivo en niños y adolescentes a partir de la percepción de los familiares, apuntando que las familias asocian el desarrollo de la depresión infantojuvenil a eventos traumáticos que ocurren generalmente en el ambiente intrafamiliar o en la interacción del niño / adolescente con la red proximal social. Después del trastorno depresivo establecido, la familia busca la reestructuración para atender las necesidades generadas por la depresión, con lo que generalmente la madre se convierte en la principal cuidadora, que por lo tanto es sobrecargada por asumir por sí sola el cuidado del hijo depresivo. El segundo artículo trata los procesos claves de resiliencia utilizados por las familias con niños y adolescentes depresivos, este estudio muestra diferentes niveles de resiliencia familiar, que se diferencian por la utilización de agentes movilizadores de fuerzas como la fe, el apoyo de la familia extensa y amigos y el el apoyo de salud ofrecido para el niño y el adolescente por el CAPS-i. Con base en los resultados de este estudio, se concluye que los enfermeros se mantienen distante del cuidado a las familias, repercutiendo en la falta de soporte emocional e instrumental para los niños y adolescentes depresivos en su integralidad. Lo que ocasiona, una barrera en el tratamiento, reflejando en la permanencia de la depresión durante todo el ciclo de vida de niño y del adolescente, o aún puede evolucionar al suicidio consumado de este individuo. Así, este estudio tiene la finalidad de generar conocimiento para los profesionales de la salud en general, con la perspectiva de profundizar conocimientos específicos acerca de la depresión infanto-juvenil y sus impactos en el convivir en familia, además, que pueda desencadenar reflexiones sobre el proceso de resiliencia para producción de salud para los niños y adolescentes con depresión y sus familias. Demostrando además, la importancia de la creación e implementación de Políticas Públicas dirigidas específicamente para atención a la salud mental infanto-juvenil.Silva, Mara Regina Santos daPontes, Eduarda Ramis2021-12-16T14:55:09Z2021-12-16T14:55:09Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfPONTES, Eduarda Ramis. Crianças e adolescentes com transtorno depressivo: um estudo na perspectiva da resiliência familiar. 2018. 110f. 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