Literatura indígena e a narrativa da memória: Eliane Potiguara, Daniel Munduruku e Kaka Werá Jecupé
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FURG (RI FURG) |
Texto Completo: | http://repositorio.furg.br/handle/1/10411 |
Resumo: | Nesta tese, verificamos o aspecto singular que caracteriza a memória e voz narrativa na literatura indígena e analisando a produção de sentido da experiência histórica em narrativas ficcionais, trabalhamos com o afloramento e a consolidação da literatura indígena brasileira e fomentamos as vozes de escritores indígenas que vêm re-escrever sua história, escrevendo para eles mesmos. Esses são autores individuais, Eliane Potiguara (Metade cara, metade máscara,); Daniel Mundukuru (O Karaíba, uma história do Pré-Brasil, Meu avô Apolinário: um mergulho no rio da (minha) memória e Memórias de índio), Kaka Werá Jecupé (Oré awé roirua ma: Todas as vezes que dissemos adeus, A terra dos mil povos: história indígena brasileira contada por um índio e Tupã Tenondé: a criação do Universo, da Terra e do Homem segundo a tradição oral Guarani). Também com o intuito de contribuir com os estudos contemporâneos no sentido de se fazer uma avaliação sobre a literatura indígena, esses textos serão analisados detendo-nos nos aportes teóricos, a saber: Memória e identidade, de Jöel Candau; Entre memória e história: a problemática dos lugares de Pierre Nora e Memória, Esquecimento, Silêncio de Michael Pollak. Procurou-se demonstrar que ao produzir obras próprias, os indígenas intentam resgatar memórias, pretendem representar socialmente suas comunidades afetivas, publicizar sua condição e inserir-se no âmbito de ativismo, de militância e engajamento político. Os escritores indígenas trazem, em seus enredos, as vivências deles, no tempo e espaço, descontruindo o folclorismo e os estereótipos urdidos que os representam como sujeitos do passado; intentam, através da literatura, destruir a imagem negativa construída sobre eles e reorientar o olhar da sociedade, interpretando suas relações de sujeitos hodiernos e esses corpos sociais a que pertenceram e pertencem. Concluímos, ainda, que essa literatura, mesmo de forma individualizada, representa as comunidades e os discursos, interligados em uma nova prática discursiva e é através dela que esses indígenas se inserem na sociedade brasileira, buscando reformular a compreensão e recriar a imagem de si mesmos e de sua diversidade cultural. |
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Literatura indígena e a narrativa da memória: Eliane Potiguara, Daniel Munduruku e Kaka Werá JecupéMemóriaNarrativaLiteratura IndígenaEliane PotiguaraDaniel MundukuruKaka Werá JecupéMemoryNarrativeIndigenous LiteratureNesta tese, verificamos o aspecto singular que caracteriza a memória e voz narrativa na literatura indígena e analisando a produção de sentido da experiência histórica em narrativas ficcionais, trabalhamos com o afloramento e a consolidação da literatura indígena brasileira e fomentamos as vozes de escritores indígenas que vêm re-escrever sua história, escrevendo para eles mesmos. Esses são autores individuais, Eliane Potiguara (Metade cara, metade máscara,); Daniel Mundukuru (O Karaíba, uma história do Pré-Brasil, Meu avô Apolinário: um mergulho no rio da (minha) memória e Memórias de índio), Kaka Werá Jecupé (Oré awé roirua ma: Todas as vezes que dissemos adeus, A terra dos mil povos: história indígena brasileira contada por um índio e Tupã Tenondé: a criação do Universo, da Terra e do Homem segundo a tradição oral Guarani). Também com o intuito de contribuir com os estudos contemporâneos no sentido de se fazer uma avaliação sobre a literatura indígena, esses textos serão analisados detendo-nos nos aportes teóricos, a saber: Memória e identidade, de Jöel Candau; Entre memória e história: a problemática dos lugares de Pierre Nora e Memória, Esquecimento, Silêncio de Michael Pollak. Procurou-se demonstrar que ao produzir obras próprias, os indígenas intentam resgatar memórias, pretendem representar socialmente suas comunidades afetivas, publicizar sua condição e inserir-se no âmbito de ativismo, de militância e engajamento político. Os escritores indígenas trazem, em seus enredos, as vivências deles, no tempo e espaço, descontruindo o folclorismo e os estereótipos urdidos que os representam como sujeitos do passado; intentam, através da literatura, destruir a imagem negativa construída sobre eles e reorientar o olhar da sociedade, interpretando suas relações de sujeitos hodiernos e esses corpos sociais a que pertenceram e pertencem. Concluímos, ainda, que essa literatura, mesmo de forma individualizada, representa as comunidades e os discursos, interligados em uma nova prática discursiva e é através dela que esses indígenas se inserem na sociedade brasileira, buscando reformular a compreensão e recriar a imagem de si mesmos e de sua diversidade cultural.In this thesis, we verify the singular aspect that characterizes the memory and narrative voice in indigenous literature and analyzing the production of sense of historical experience in fictional narratives, we work with the outcrop and consolidation of Brazilian indigenous literature and we encourage the voices of indigenous writers who come re-write their story, writing for themselves. These are individual authors, Eliane Potiguara (Half face, half mask,); Daniel Mundukuru (O Karaíba, a history of Pre-Brazil, My grandfather Apolinário: a dip in the river of (my) memory and Memoirs of an Indian), Kaka Werá Jecupé (Oré awé roiru'a ma: Every time we said goodbye, The land of a thousand peoples: Brazilian indigenous history told by an Indian and Tupã Tenondé: the creation of the Universe, the Earth and Man according to the Guarani oral tradition). Also in order to contribute to contemporary studies intending to make an assessment of indigenous literature, these texts will be analyzed considering the theoretical contributions, namely: Memory and identity, by Jöel Candau; Between memory and history: the problematic of Pierre Nora's places and Memory, Forgetting, Silence by Michael Pollak. We tried to demonstrate that when producing their own works, the indigenous try to recover memories, intend to socially represent their affective communities, publicize their condition and fall within the scope of activism, militancy and political engagement. Indigenous writers bring, in their plots, their experiences, in time and space, deconstructing folklore and the stereotypes that represent them as subjects of the past; they try, through literature, to destroy the negative image built on them and to reorient society's gaze, interpreting their relationships between today's subjects and these social bodies to which they belonged and belong. We also conclude that this literature, even in an individualized way, represents communities and discourses, interconnected in a new discursive practice and it is through it that these indigenous people are inserted in Brazilian society, seeking to reformulate the understanding and recreate the image of themselves and its cultural diversity.Fornos, José Luís GiovanoniGiacomolli, Dóris Helena Soares da Silva2022-03-21T22:40:44Z2022-03-21T22:40:44Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfGIACOMOLLI, Dóris Helena Soares da Silva. Literatura indígena e a narrativa da memória: Eliane Potiguara, Daniel Munduruku e Kaka Werá Jecupé. 2020. 260 f. Tese (Doutorado em Letras) – Instituto de Letras e Artes. Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande.http://repositorio.furg.br/handle/1/10411porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FURG (RI FURG)instname:Universidade Federal do Rio Grande (FURG)instacron:FURG2022-03-21T22:40:44Zoai:repositorio.furg.br:1/10411Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.furg.br/oai/request || http://200.19.254.174/oai/requestopendoar:2022-03-21T22:40:44Repositório Institucional da FURG (RI FURG) - Universidade Federal do Rio Grande (FURG)false |
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Nesta tese, verificamos o aspecto singular que caracteriza a memória e voz narrativa na literatura indígena e analisando a produção de sentido da experiência histórica em narrativas ficcionais, trabalhamos com o afloramento e a consolidação da literatura indígena brasileira e fomentamos as vozes de escritores indígenas que vêm re-escrever sua história, escrevendo para eles mesmos. Esses são autores individuais, Eliane Potiguara (Metade cara, metade máscara,); Daniel Mundukuru (O Karaíba, uma história do Pré-Brasil, Meu avô Apolinário: um mergulho no rio da (minha) memória e Memórias de índio), Kaka Werá Jecupé (Oré awé roirua ma: Todas as vezes que dissemos adeus, A terra dos mil povos: história indígena brasileira contada por um índio e Tupã Tenondé: a criação do Universo, da Terra e do Homem segundo a tradição oral Guarani). Também com o intuito de contribuir com os estudos contemporâneos no sentido de se fazer uma avaliação sobre a literatura indígena, esses textos serão analisados detendo-nos nos aportes teóricos, a saber: Memória e identidade, de Jöel Candau; Entre memória e história: a problemática dos lugares de Pierre Nora e Memória, Esquecimento, Silêncio de Michael Pollak. Procurou-se demonstrar que ao produzir obras próprias, os indígenas intentam resgatar memórias, pretendem representar socialmente suas comunidades afetivas, publicizar sua condição e inserir-se no âmbito de ativismo, de militância e engajamento político. Os escritores indígenas trazem, em seus enredos, as vivências deles, no tempo e espaço, descontruindo o folclorismo e os estereótipos urdidos que os representam como sujeitos do passado; intentam, através da literatura, destruir a imagem negativa construída sobre eles e reorientar o olhar da sociedade, interpretando suas relações de sujeitos hodiernos e esses corpos sociais a que pertenceram e pertencem. Concluímos, ainda, que essa literatura, mesmo de forma individualizada, representa as comunidades e os discursos, interligados em uma nova prática discursiva e é através dela que esses indígenas se inserem na sociedade brasileira, buscando reformular a compreensão e recriar a imagem de si mesmos e de sua diversidade cultural. |
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