Muito prazer, sou CELLOS, sou de luta : a produção da identidade ativista homossexual

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Felipe Bruno Martins
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FURG (RI FURG)
Texto Completo: http://repositorio.furg.br/handle/1/2401
Resumo: Dissertação(mestrado)-Universidade Federal do Rio Grande, Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental, Instituto de Educação, 2007.
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spelling Muito prazer, sou CELLOS, sou de luta : a produção da identidade ativista homossexualEducação AmbientalAtivismo (social)HomossexualidadesIdentidadesConstituição de sujeitosEnvironmental Education(Social) activismHomosexualitiesIdentitiesThe formation of subjectivityDissertação(mestrado)-Universidade Federal do Rio Grande, Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental, Instituto de Educação, 2007.Esta dissertação foi produzida no Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental, na linha EA: Ensino e Formação de Educadores, e teve como objetivo analisar a produção da identidade ativista homossexual. Foram analisadas narrativas de ativistas homossexuais integrantes do CELLOS/MG, entidade localizada em Belo Horizonte. As narrativas foram produzidas com a metodologia da Investigação Narrativa. Foram estabelecidas conexões com os Estudos Culturais, nas vertentes pós-estruturalistas, utilizando autores como Hall, Louro, Silva, Veiga-Neto etc., e contribuições de Michel Foucault. A Educação Ambiental é entendida como área do conhecimento que não possui “amarras” científicas da produção epistemológica fabricada na academia, e é interpretada como caminho para se dar voz às diferenças, respeitosa e tolerantemente, ampliando o diálogo para todos. Também foram utilizados autores que teorizam sobre o movimento homossexual como Facchini, Green, Fry, MacRae, Câmara etc. Entendo, que é narrando histórias no movimento homossexual que os ativistas vão constituindo-se através de múltiplos discursos. Conjurando histórias importadas de países como os Estados Unidos, e um governo ditador no Brasil; a década de 1970 vê nascer no Brasil as primeiras ações de um movimento homossexual. O CELLOS/MG começa a ser pensado em 2001, quando um grupo de estudantes, partidários e dissidentes de outras organizações optam pela criação do grupo. Foram quatro colaboradores nesta pesquisa. Rick tem 31 anos, é um homem branco, hemofílico e pobre. Ingressou no movimento a convite de um amigo. Lucas tem 31 anos, é pardo, de descendência indígena. Não inicia sua trajetória no movimento homossexual, e sim, nos movimentos pastorais da igreja, e se no movimento partidário do PT. Vicente tem 43 anos, é branco, classe média e inicia no movimento quando muda do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, aos 38 anos. Edivan tem 27 anos, é um homem negro. Inicia o ativismo homossexual no grupo Dignidade em Curitiba, participa do GHAP no RN, sendo o CELLOS/MG sua terceira entidade. Ao analisar as narrativas o “perceber-se” homossexual emergiu, segundo as narrativas, como a primeira “marca” desses sujeitos. O discurso que remete à “percepção” no indivíduo é ligado, muitas vezes, a marcas biológicas. As brincadeiras infantis, mencionadas pelos colaboradores, podem ser entendidas como práticas sociais em que se constituem corpos sexuados, visto que três ativistas remontaram a estas. Na nossa sociedade, “singularmente confessada”, é preciso ressaltar a importância que a revelação pública da identidade homossexual tem na constituição do ativista. Esse “assumir-se”, pode ser entendido como uma estratégia dos grupos para alcançarem o objetivo de conquista de direitos”. As falas fazem-nos entender que assumir-se constitui-se como atributo determinante para ativistas homossexuais. A “causa” homossexual é caracterizada como um marcador dessa identidade; além disso, demarcam terem sido discriminados, algo comum entre eles. No que tange ao CELLOS/MG, as narrativas nos fazem entender que o grupo preocupa-se com a constituição de seus ativistas, nomeando este processo como “formação”. Todos os ativistas afirmam que a formação passa necessariamente pela prática no interior da entidade. Assim, pude trabalhar com aspectos que indicam como a identidade e a diferença são produzidas no movimento homossexual.This thesis has been produced for my Master's degree in Environmental Education for the Research Group, Education and the Training of Educators, and had as its objective to analyze the production of homosexual activist´s identities. The thesis analyzed narratives of homosexual activists who belonged to the group CELLOS/MG, located in Belo Horizonte. The narratives were produced with the Narrative Investigation methodology. Connections were established with Cultural Studies, especially the post-structuralists, using authors such as Hall, Louro, Silva, Veiga-Neto among others, and contributions of Michel Foucault. Environmental Education is understood as an area of knowledge that has no scientific "mooring cables" of epistemological production inside science, and it is interpreted as a way of giving voice, respectfully and tolerantly, to differences through broadening dialogue to make it more inclusive. This research project relied on authors who theorize about the homosexual movement, such as Facchini, Green, Fry, MacRae, Câmara, among others. It is through the narration of stories within the homosexual movement that activists constitute themselves through multiple discourses. Appropriating information imported from such countries as the United States, and during a dictatorship in Brazil, the 1970s saw the birth of the first actions of a homosexual movement in Brazil. The group CELLOS/MG became an idea in 2001, when a group of students, members and supporters of other dissident organizations, decided to create a group. Four people collaborated with this research project. Rick is 31 years old, white, hemophilic and poor. He joined the homosexual movement through the invitation of a friend. Lucas is 31 years old, medium brown-skinned, and of Indian descent. He did not start his political work in the homosexual movement, but rather in the Catholic Church and as a supporter of the Workers Party (Partido do Trababladores-PT). Vicente is a 43 year old middle-class, white man, who joined the homosexual movement when he moved from Rio de Janeiro to Belo Horizonte, at age 38. Edivan is a 27 year old black man. He joined the movement in Curitiba through the group Dignidade, participated with the group GHAP in the state of Rio Grande do Norte, and then joined CELLOS/MG as the third group he has worked with. When analyzing their narratives the notion of "perceiving oneself as homosexual" emerged in their discourses as the first "trait" of these subjects. The discourse that leads one to "to perceive of oneself as homosexual" is connected, many times, to biological traits. The infantile tricks mentioned by the collaborators can be understood as social practices that constitute sexualized bodies, since three activists referred to them. In our "singularly confessing" society, the importance of the public revelation of a homosexual identity plays an important role in constituting an activist. This "coming out" can be understood as a strategy of groups to achieve the goal of "obtaining their rights". Their words make us understand that "coming out" constitutes a determining attribute for homosexual activists.The homosexual"cause" is characteristic trait of their identity. The discrimination that they have all suffered is also a common trait. As far as CELLOS/MG is concerned, their narratives make us understand that the group worries about the constitution of its activists, referring to this process as "education" [training]. All activists stated that this education [training] took place within the group. Thus, I could work with aspects that indicate how identity and difference are produced within the homosexual movement.Ribeiro, Paula Regina CostaFernandes, Felipe Bruno Martins2012-08-21T13:58:17Z2012-08-21T13:58:17Z2007info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfFERNANDES, Felipe Bruno Martins. Muito prazer, sou CELLOS, sou de luta : a produção da identidade ativista homossexual. 2007. 147 f. 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