A cidade e o imenso, o sentido e o desejado: uma leitura dos espaços em ocre, de Alfonsina Storni

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vieira, Fernanda Gonçolves
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FURG (RI FURG)
Texto Completo: http://repositorio.furg.br/handle/1/9191
Resumo: Desde os anos 1920, a relação da poeta argentina Alfonsina Storni (1892-1938) com o espaço urbano vem sendo assinalada pela crítica que, de forma consensual, aponta para o livro Ocre (1925) como publicação na qual essa relação é mais evidente. Essas reflexões partem de diferentes perspectivas, mas confluem ao assinalar a visão da cidade como espaço hostil e triste. O objetivo deste estudo, além de trazer esse tema para o foco da discussão, é ampliar as possibilidades de leitura do espaço na obra de Storni, que não se limita ao urbano. A abordagem dá-se, principalmente, a partir das reflexões desenvolvidas por Gaston Bachelard em A poética do espaço (1957), obra na qual o fenomenólogo discute acerca dos valores de intimidade atribuídos a determinados espaços, mas que também considera suas demais contribuições sobre a fenomenologia do imaginário. Em sua perspectiva, antes de pensar sobre o sujeito jogado no mundo, é necessário entender o sentimento de proteção dos espaços seguros. A partir disso, assinalo os valores atribuídos à cidade nos sonetos “Palabras a un habitante de Marte”, “Versos a la tristeza de Buenos Aires” e “Calma”, além disso, assinalo a importância de outros espaços no livro de Storni, espaços marcados pela imensidão que, ao contrário do que representa o urbano, são espaços desejados, a partir da análise dos poemas “Dolor” e “La Vía Láctea”, e determino seus valores. Essa leitura possibilitou o entendimento da cidade como espaço desvitalizador e dos lugares amplos como espaços reconfortantes.
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