“EU NÃO POSSO IR PRA ESCOLA DO JEITO QUE EU QUERO”: SOBRE A NECESSIDADE DE SE PLANEJAR ESTRATÉGIAS DE RESISTÊNCIA ÀS (HETERO)NORMAS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Torres, Mariana Coelho
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Couto Junior, Dilton Ribeiro, Brito, Leandro Teofilo de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Prâksis
Texto Completo: http://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistapraksis/article/view/1821
Resumo: Como profissionais do campo Educacional envolvidos com a temática gênero e sexualidade, nosso papel em sala de aula vem sendo construir diferentes estratégias de resistência na tentativa de enfraquecer os discursos/atos que almejam colocar em xeque a maneira com a qual as chamadas minorias sexuais constituem suas múltiplas formas de ser e estar no mundo. Neste contexto, o presente trabalho, fruto de pesquisa recentemente concluída, propõe-se a investigar o atravessamento das normas de gênero no cotidiano escolar de alunas/os autoproclamadas/os não heterossexuais. Para isso, foram entrevistadas/os oito alunas/os, três professoras e uma diretora, de duas escolas da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro (RJ), situadas na região serrana do Estado. Nos apropriamos dos conceitos de dialogismo e alteridade bakhtinianos, e reconhecemos a importância do envolvimento das/os participantes da pesquisa na produção do conhecimento. As entrevistas foram interpretadas à luz da contribuição teórica de autoras/es do campo de estudos de gênero e sexualidade que se alinham/dialogam com a perspectiva pós-estruturalista, como Seffner (2013), Miskolci (2010), Bento (2011) e Zago (2014). As reflexões tecidas a partir das entrevistas realizadas com as/os participantes da pesquisa mostraram a necessidade de resistência e subversão às (hetero)normas vigentes em prol da desconstrução dos pilares fundantes que fortalecem e sustentam a supremacia do regime heterocentrado.Palavras-chave: Escola. Gênero. Sexualidade. Heteronormatividade.ABSTRACTAs professionals in the field of Education involved in the theme of gender and sexuality, our role in the classroom has been to construct different resistance strategies in an attempt to weaken the discourses/actions that seek to question the way in which so-called sexual minorities constitute their multiple ways of being and remaining in the world. In this context, the study in question, which is the result of a recently completed research, aims to investigate the presence of gender norms in the daily school routine of students who are self-declared non-heterosexuals. To that end, we interviewed eight students, three teachers and one principal from two public schools in the mountainous region of the state of Rio de Janeiro, Brazil. We engage with the Bakhtinian concepts of dialogism and otherness, and recognize the importance of the involvement of research participants in the production of knowledge. The interviews were interpreted in the light of theoretical contributions of authors in the field of gender and sexuality studies that are aligned/dialogue with the poststructuralist perspective, such as Seffner (2013), Miskolci (2010), Bento (2011) and Zago (2014). The reflections that resulted from the interviews with the research participants showed the need for resistance and subversion to the (hetero)norms in favor of the deconstruction of the founding pillars that strengthen and sustain the supremacy of the heterocentric regime. Keywords: School. Gender. Sexuality. Heteronormativity.
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