Evolução da ocorrência (1980-1999) da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa idiopática e análise das suas características clínicas em um hospital universitário do sudeste do Brasil
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Data de Publicação: | 2002 |
Outros Autores: | , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Arquivos de gastroenterologia (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032002000200006 |
Resumo: | Racional - A doença de Crohn e a retocolite ulcerativa idiopática são consideradas pouco freqüentes nos países em desenvolvimento, sendo escassos os estudos sobre a sua ocorrência no Brasil. Objetivos - Estudar a freqüência de admissão de casos da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa inespecífica em um hospital universitário ao longo de 20 anos (1980-99) e descrever características demográficas e clínicas desses casos. Métodos - Calculou-se a freqüência de admissão de casos da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa inespecífica de janeiro de 1980 a dezembro de 1999 e analisaram-se todos os casos destas doenças admitidos nos últimos 10 anos desse período. Resultados - No período estudado, registraram-se 257 casos novos, sendo 126 da doença de Crohn e 131 da retocolite ulcerativa inespecífica. A freqüência de admissão de casos de ambas as doenças aumentou de 40 para 61 casos/10.000 atendimentos, do primeiro para o segundo qüinqüênio, com menor crescimento subseqüente, sendo que a doença de Crohn tornou-se, gradualmente, mais freqüente que a retocolite ulcerativa inespecífica. Em ambas as doenças, houve predomínio de casos do gênero feminino, na faixa etária entre 20 e 50 anos, da cor branca, do estado civil casado e de não-tabagistas. Ambas as doenças apresentaram-se com os sintomas digestivos próprios e não houve diferenças entre elas quanto às freqüências de manifestações sistêmicas e extra-intestinais (29,5% vs 23,3%), incluindo as tromboembólicas (5,9% vs 5,5%). Na doença de Crohn, 59,2% dos casos apresentaram complicações (obstrução e/ou perfuração), enquanto que 53,7% dos casos de retocolite ulcerativa inespecífica foram de formas mais graves. Nos casos de doença de Crohn com obstrução, o tabagismo foi significativamente mais freqüente que nas formas não-complicadas. Na retocolite ulcerativa inespecífica, as manifestações sistêmicas e as extra-intestinais, bem como o acometimento de todo o cólon, foram significativamente mais freqüentes nas formas mais graves. Conclusões - Houve aumento da freqüência das doenças inflamatórias intestinais, com a doença de Crohn tornando-se mais comum que a retocolite ulcerativa inespecífica. Tanto uma como outra das afecções, apresentaram-se com as características habituais, destacando-se o predomínio das formas mais graves. |
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Evolução da ocorrência (1980-1999) da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa idiopática e análise das suas características clínicas em um hospital universitário do sudeste do BrasilDoença de Crohn/epidemiologiaColite ulcerativa/epidemiologiaRacional - A doença de Crohn e a retocolite ulcerativa idiopática são consideradas pouco freqüentes nos países em desenvolvimento, sendo escassos os estudos sobre a sua ocorrência no Brasil. Objetivos - Estudar a freqüência de admissão de casos da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa inespecífica em um hospital universitário ao longo de 20 anos (1980-99) e descrever características demográficas e clínicas desses casos. Métodos - Calculou-se a freqüência de admissão de casos da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa inespecífica de janeiro de 1980 a dezembro de 1999 e analisaram-se todos os casos destas doenças admitidos nos últimos 10 anos desse período. Resultados - No período estudado, registraram-se 257 casos novos, sendo 126 da doença de Crohn e 131 da retocolite ulcerativa inespecífica. A freqüência de admissão de casos de ambas as doenças aumentou de 40 para 61 casos/10.000 atendimentos, do primeiro para o segundo qüinqüênio, com menor crescimento subseqüente, sendo que a doença de Crohn tornou-se, gradualmente, mais freqüente que a retocolite ulcerativa inespecífica. Em ambas as doenças, houve predomínio de casos do gênero feminino, na faixa etária entre 20 e 50 anos, da cor branca, do estado civil casado e de não-tabagistas. Ambas as doenças apresentaram-se com os sintomas digestivos próprios e não houve diferenças entre elas quanto às freqüências de manifestações sistêmicas e extra-intestinais (29,5% vs 23,3%), incluindo as tromboembólicas (5,9% vs 5,5%). Na doença de Crohn, 59,2% dos casos apresentaram complicações (obstrução e/ou perfuração), enquanto que 53,7% dos casos de retocolite ulcerativa inespecífica foram de formas mais graves. Nos casos de doença de Crohn com obstrução, o tabagismo foi significativamente mais freqüente que nas formas não-complicadas. Na retocolite ulcerativa inespecífica, as manifestações sistêmicas e as extra-intestinais, bem como o acometimento de todo o cólon, foram significativamente mais freqüentes nas formas mais graves. Conclusões - Houve aumento da freqüência das doenças inflamatórias intestinais, com a doença de Crohn tornando-se mais comum que a retocolite ulcerativa inespecífica. Tanto uma como outra das afecções, apresentaram-se com as características habituais, destacando-se o predomínio das formas mais graves.Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia e Outras Especialidades - IBEPEGE. 2002-04-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032002000200006Arquivos de Gastroenterologia v.39 n.2 2002reponame:Arquivos de gastroenterologia (Online)instname:Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologiainstacron:IBEPEGE10.1590/S0004-28032002000200006info:eu-repo/semantics/openAccessSOUZA,Marcellus Henrique L. P.TRONCON,Luiz Ernesto de A.RODRIGUES,Carla MariaVIANA,Cyntia F. G.ONOFRE,Pedro H. C.MONTEIRO,Rosane A.PASSOS,Afonso D. C.MARTINELLI,Ana L. C.MENEGHELLI,Ulysses G.por2003-02-19T00:00:00Zoai:scielo:S0004-28032002000200006Revistahttp://www.scielo.br/aghttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||secretariaarqgastr@hospitaligesp.com.br1678-42190004-2803opendoar:2003-02-19T00:00Arquivos de gastroenterologia (Online) - Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologiafalse |
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