Aspectos dos efeitos do sono no aparelho digestório

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: DANTAS,Roberto Oliveira
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: ABEN-ATHAR,Cynthia Gutierrez
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos de gastroenterologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032002000100010
Resumo: Racional - Durante o sono ocorrem modificações no funcionamento do aparelho digestório decorrentes da diminuição da influência do sistema nervoso central. Embora haja resultados controversos, decorrentes das dificuldades metodológicas de estudo do aparelho digestório durante o sono, no geral, a atividade está diminuída. Objetivos - Descrever o que é conhecido sobre o efeito do sono nos diferentes órgãos do aparelho digestório. Durante o sono ocorrem: diminuição da salivação, da freqüência de deglutições, da pressão do esfíncter superior do esôfago e do número de contrações primárias do esôfago. Dados de fontes de referências - Alguns trabalhos demonstraram esvaziamento gástrico lento, outros indicam que durante o sono REM o esvaziamento é rápido. O ritmo da atividade motora intestinal é mais regular à noite do que durante o dia. Durante o sono a fase II do complexo motor migrante intestinal está bastante diminuída, podendo estar ausente. A velocidade de propagação da fase III está diminuída, bem como o índice de motilidade. Situação semelhante é observada no cólon, que tem o tônus e as contrações diminuídas. A pressão do canal anal diminui durante o sono e a atividade do reto está aumentada. Entretanto, a pressão do canal anal continua maior do que a do reto e as contrações no reto são, em sua maioria, retrógradas. Síntese dos dados - O mais freqüente mecanismo causador do refluxo gastroesofágico é o relaxamento transitório do esfíncter inferior do esôfago. A freqüência deste relaxamento está diminuída durante o sono, o que explica a menor ocorrência de episódios de refluxo durante a noite. Neste período o principal causador de refluxo é a pressão baixa do esfíncter. O refluxo nestas condições é mais grave porque o paciente geralmente está na posição supina, portanto a gravidade não contribui para a retirada do material refluído do esôfago, a salivação está diminuída, dificultando a neutralização do ácido, e as contrações primárias do esôfago também estão diminuídas. Conclusões - Considerando estes fatores é esperado que episódio de refluxo ocorrido durante o sono tenha maior duração do que aquele ocorrido no estado de vigília. É demonstrado que o decúbito lateral direito favorece episódios de refluxo. É conhecido também a possibilidade do refluxo gastroesofágico estar associado a broncoespasmo noturno e apnéia do sono.
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