Aspectos dos efeitos do sono no aparelho digestório
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2002 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Arquivos de gastroenterologia (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032002000100010 |
Resumo: | Racional - Durante o sono ocorrem modificações no funcionamento do aparelho digestório decorrentes da diminuição da influência do sistema nervoso central. Embora haja resultados controversos, decorrentes das dificuldades metodológicas de estudo do aparelho digestório durante o sono, no geral, a atividade está diminuída. Objetivos - Descrever o que é conhecido sobre o efeito do sono nos diferentes órgãos do aparelho digestório. Durante o sono ocorrem: diminuição da salivação, da freqüência de deglutições, da pressão do esfíncter superior do esôfago e do número de contrações primárias do esôfago. Dados de fontes de referências - Alguns trabalhos demonstraram esvaziamento gástrico lento, outros indicam que durante o sono REM o esvaziamento é rápido. O ritmo da atividade motora intestinal é mais regular à noite do que durante o dia. Durante o sono a fase II do complexo motor migrante intestinal está bastante diminuída, podendo estar ausente. A velocidade de propagação da fase III está diminuída, bem como o índice de motilidade. Situação semelhante é observada no cólon, que tem o tônus e as contrações diminuídas. A pressão do canal anal diminui durante o sono e a atividade do reto está aumentada. Entretanto, a pressão do canal anal continua maior do que a do reto e as contrações no reto são, em sua maioria, retrógradas. Síntese dos dados - O mais freqüente mecanismo causador do refluxo gastroesofágico é o relaxamento transitório do esfíncter inferior do esôfago. A freqüência deste relaxamento está diminuída durante o sono, o que explica a menor ocorrência de episódios de refluxo durante a noite. Neste período o principal causador de refluxo é a pressão baixa do esfíncter. O refluxo nestas condições é mais grave porque o paciente geralmente está na posição supina, portanto a gravidade não contribui para a retirada do material refluído do esôfago, a salivação está diminuída, dificultando a neutralização do ácido, e as contrações primárias do esôfago também estão diminuídas. Conclusões - Considerando estes fatores é esperado que episódio de refluxo ocorrido durante o sono tenha maior duração do que aquele ocorrido no estado de vigília. É demonstrado que o decúbito lateral direito favorece episódios de refluxo. É conhecido também a possibilidade do refluxo gastroesofágico estar associado a broncoespasmo noturno e apnéia do sono. |
id |
IBEPEGE-1_fbdc59a9a00bb80983e5cbc5b40357e8 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0004-28032002000100010 |
network_acronym_str |
IBEPEGE-1 |
network_name_str |
Arquivos de gastroenterologia (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Aspectos dos efeitos do sono no aparelho digestórioSonoSistema digestórioFisiologia digestóriaRefluxo gastroesofágicoRacional - Durante o sono ocorrem modificações no funcionamento do aparelho digestório decorrentes da diminuição da influência do sistema nervoso central. Embora haja resultados controversos, decorrentes das dificuldades metodológicas de estudo do aparelho digestório durante o sono, no geral, a atividade está diminuída. Objetivos - Descrever o que é conhecido sobre o efeito do sono nos diferentes órgãos do aparelho digestório. Durante o sono ocorrem: diminuição da salivação, da freqüência de deglutições, da pressão do esfíncter superior do esôfago e do número de contrações primárias do esôfago. Dados de fontes de referências - Alguns trabalhos demonstraram esvaziamento gástrico lento, outros indicam que durante o sono REM o esvaziamento é rápido. O ritmo da atividade motora intestinal é mais regular à noite do que durante o dia. Durante o sono a fase II do complexo motor migrante intestinal está bastante diminuída, podendo estar ausente. A velocidade de propagação da fase III está diminuída, bem como o índice de motilidade. Situação semelhante é observada no cólon, que tem o tônus e as contrações diminuídas. A pressão do canal anal diminui durante o sono e a atividade do reto está aumentada. Entretanto, a pressão do canal anal continua maior do que a do reto e as contrações no reto são, em sua maioria, retrógradas. Síntese dos dados - O mais freqüente mecanismo causador do refluxo gastroesofágico é o relaxamento transitório do esfíncter inferior do esôfago. A freqüência deste relaxamento está diminuída durante o sono, o que explica a menor ocorrência de episódios de refluxo durante a noite. Neste período o principal causador de refluxo é a pressão baixa do esfíncter. O refluxo nestas condições é mais grave porque o paciente geralmente está na posição supina, portanto a gravidade não contribui para a retirada do material refluído do esôfago, a salivação está diminuída, dificultando a neutralização do ácido, e as contrações primárias do esôfago também estão diminuídas. Conclusões - Considerando estes fatores é esperado que episódio de refluxo ocorrido durante o sono tenha maior duração do que aquele ocorrido no estado de vigília. É demonstrado que o decúbito lateral direito favorece episódios de refluxo. É conhecido também a possibilidade do refluxo gastroesofágico estar associado a broncoespasmo noturno e apnéia do sono.Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia e Outras Especialidades - IBEPEGE. 2002-03-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032002000100010Arquivos de Gastroenterologia v.39 n.1 2002reponame:Arquivos de gastroenterologia (Online)instname:Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologiainstacron:IBEPEGE10.1590/S0004-28032002000100010info:eu-repo/semantics/openAccessDANTAS,Roberto OliveiraABEN-ATHAR,Cynthia Gutierrezpor2003-02-10T00:00:00Zoai:scielo:S0004-28032002000100010Revistahttp://www.scielo.br/aghttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||secretariaarqgastr@hospitaligesp.com.br1678-42190004-2803opendoar:2003-02-10T00:00Arquivos de gastroenterologia (Online) - Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologiafalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Aspectos dos efeitos do sono no aparelho digestório |
title |
Aspectos dos efeitos do sono no aparelho digestório |
spellingShingle |
Aspectos dos efeitos do sono no aparelho digestório DANTAS,Roberto Oliveira Sono Sistema digestório Fisiologia digestória Refluxo gastroesofágico |
title_short |
Aspectos dos efeitos do sono no aparelho digestório |
title_full |
Aspectos dos efeitos do sono no aparelho digestório |
title_fullStr |
Aspectos dos efeitos do sono no aparelho digestório |
title_full_unstemmed |
Aspectos dos efeitos do sono no aparelho digestório |
title_sort |
Aspectos dos efeitos do sono no aparelho digestório |
author |
DANTAS,Roberto Oliveira |
author_facet |
DANTAS,Roberto Oliveira ABEN-ATHAR,Cynthia Gutierrez |
author_role |
author |
author2 |
ABEN-ATHAR,Cynthia Gutierrez |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
DANTAS,Roberto Oliveira ABEN-ATHAR,Cynthia Gutierrez |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Sono Sistema digestório Fisiologia digestória Refluxo gastroesofágico |
topic |
Sono Sistema digestório Fisiologia digestória Refluxo gastroesofágico |
description |
Racional - Durante o sono ocorrem modificações no funcionamento do aparelho digestório decorrentes da diminuição da influência do sistema nervoso central. Embora haja resultados controversos, decorrentes das dificuldades metodológicas de estudo do aparelho digestório durante o sono, no geral, a atividade está diminuída. Objetivos - Descrever o que é conhecido sobre o efeito do sono nos diferentes órgãos do aparelho digestório. Durante o sono ocorrem: diminuição da salivação, da freqüência de deglutições, da pressão do esfíncter superior do esôfago e do número de contrações primárias do esôfago. Dados de fontes de referências - Alguns trabalhos demonstraram esvaziamento gástrico lento, outros indicam que durante o sono REM o esvaziamento é rápido. O ritmo da atividade motora intestinal é mais regular à noite do que durante o dia. Durante o sono a fase II do complexo motor migrante intestinal está bastante diminuída, podendo estar ausente. A velocidade de propagação da fase III está diminuída, bem como o índice de motilidade. Situação semelhante é observada no cólon, que tem o tônus e as contrações diminuídas. A pressão do canal anal diminui durante o sono e a atividade do reto está aumentada. Entretanto, a pressão do canal anal continua maior do que a do reto e as contrações no reto são, em sua maioria, retrógradas. Síntese dos dados - O mais freqüente mecanismo causador do refluxo gastroesofágico é o relaxamento transitório do esfíncter inferior do esôfago. A freqüência deste relaxamento está diminuída durante o sono, o que explica a menor ocorrência de episódios de refluxo durante a noite. Neste período o principal causador de refluxo é a pressão baixa do esfíncter. O refluxo nestas condições é mais grave porque o paciente geralmente está na posição supina, portanto a gravidade não contribui para a retirada do material refluído do esôfago, a salivação está diminuída, dificultando a neutralização do ácido, e as contrações primárias do esôfago também estão diminuídas. Conclusões - Considerando estes fatores é esperado que episódio de refluxo ocorrido durante o sono tenha maior duração do que aquele ocorrido no estado de vigília. É demonstrado que o decúbito lateral direito favorece episódios de refluxo. É conhecido também a possibilidade do refluxo gastroesofágico estar associado a broncoespasmo noturno e apnéia do sono. |
publishDate |
2002 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2002-03-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032002000100010 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032002000100010 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/S0004-28032002000100010 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia e Outras Especialidades - IBEPEGE. |
publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia e Outras Especialidades - IBEPEGE. |
dc.source.none.fl_str_mv |
Arquivos de Gastroenterologia v.39 n.1 2002 reponame:Arquivos de gastroenterologia (Online) instname:Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia instacron:IBEPEGE |
instname_str |
Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia |
instacron_str |
IBEPEGE |
institution |
IBEPEGE |
reponame_str |
Arquivos de gastroenterologia (Online) |
collection |
Arquivos de gastroenterologia (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Arquivos de gastroenterologia (Online) - Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia |
repository.mail.fl_str_mv |
||secretariaarqgastr@hospitaligesp.com.br |
_version_ |
1754193342528225280 |