Rompimentos de vínculos afetivos e o luto em casais de homens gays

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Grigoleto Netto, Jose Valdeci
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Comum do Brasil - Deposita
Texto Completo: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/503
Resumo: O luto é um processo caracterizado pela ruptura de um vínculo afetivo e que não necessariamente está conectado com a morte concreta de um corpo. Pensar no rompimento de laços e relações em vida pode ser considerado como uma perda simbólica e que, por isso, tende a causar diversas respostas subjetivas e individuais nas pessoas, que se relacionam diretamente com os espaços sociais nos quais tais sujeitos enlutados encontram-se inseridos. Neste caminho, tencionar reflexões acerca da ruptura de relações afetivas entre homens que se consideram homossexuais cisgêneros e seus efeitos em sociedades heteronormativas é o objetivo central desta pesquisa. Para tanto, nos embasamos em referenciais teóricos que exploram a temática do luto e também em estudos sobre a diversidade sexual e de gênero, com ênfase em produções teóricas que discorrem sobre os efeitos sociais desta ruptura com uma visão para além do frequentemente proposto, ou seja, buscou-se ampliar a compreensão do luto para uma categoria ético-política e socialmente atravessada. Enquanto método, este estudo contou com uma pesquisa de campo pautada no método qualitativo, com a realização de entrevistas com homens gays que vivenciaram uma ruptura de ordem afetivo-sexual. Assim, após prévia aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética e pela divulgação da proposta nas redes sociais, foram realizadas seis entrevistas, tanto na modalidade presencial quanto online, conforme preferência de cada participante. Os encontros aconteceram individualmente, sendo explorados pontos como: enfrentamento, existência ou não de redes de apoio, efeitos subjetivos da separação em si e possibilidade de se ter ou não seu luto socialmente reconhecido e validado. Após a realização dos encontros, transcrição e leitura, foi elaborada uma narrativa que agrega e apresenta os conteúdos de cada entrevista. Cada narrativa dá expressão a uma particularidade no modo de viver o luto conforme o relato dos entrevistados. Por essas narrativas, podemos compreender que existem fatores que levam os sujeitos que não se enquadram em normas heteronormativas a viverem experiências de luto de forma isolada, sem contar com redes de apoio e acolhimento. No entanto, também podemos encontrar nas narrativas o esforço dos participantes em construir trajetórias singulares que utilizam da experiência do luto como oportunidade de reinvenção da vida.
id IBICT-1_80bcff7bd58dd8513bf0e00bda6bcc96
oai_identifier_str oai:https://deposita.ibict.br:deposita/503
network_acronym_str IBICT-1
network_name_str Repositório Comum do Brasil - Deposita
repository_id_str 4658
spelling Rompimentos de vínculos afetivos e o luto em casais de homens gaysRupture of affective bonds and grief in gay men's couplesLuto. Homossexualidade. Separação. Heteronormatividade.Grief. Homosexuality. Separation. Heteronormativity.7.07.00.00-1O luto é um processo caracterizado pela ruptura de um vínculo afetivo e que não necessariamente está conectado com a morte concreta de um corpo. Pensar no rompimento de laços e relações em vida pode ser considerado como uma perda simbólica e que, por isso, tende a causar diversas respostas subjetivas e individuais nas pessoas, que se relacionam diretamente com os espaços sociais nos quais tais sujeitos enlutados encontram-se inseridos. Neste caminho, tencionar reflexões acerca da ruptura de relações afetivas entre homens que se consideram homossexuais cisgêneros e seus efeitos em sociedades heteronormativas é o objetivo central desta pesquisa. Para tanto, nos embasamos em referenciais teóricos que exploram a temática do luto e também em estudos sobre a diversidade sexual e de gênero, com ênfase em produções teóricas que discorrem sobre os efeitos sociais desta ruptura com uma visão para além do frequentemente proposto, ou seja, buscou-se ampliar a compreensão do luto para uma categoria ético-política e socialmente atravessada. Enquanto método, este estudo contou com uma pesquisa de campo pautada no método qualitativo, com a realização de entrevistas com homens gays que vivenciaram uma ruptura de ordem afetivo-sexual. Assim, após prévia aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética e pela divulgação da proposta nas redes sociais, foram realizadas seis entrevistas, tanto na modalidade presencial quanto online, conforme preferência de cada participante. Os encontros aconteceram individualmente, sendo explorados pontos como: enfrentamento, existência ou não de redes de apoio, efeitos subjetivos da separação em si e possibilidade de se ter ou não seu luto socialmente reconhecido e validado. Após a realização dos encontros, transcrição e leitura, foi elaborada uma narrativa que agrega e apresenta os conteúdos de cada entrevista. Cada narrativa dá expressão a uma particularidade no modo de viver o luto conforme o relato dos entrevistados. Por essas narrativas, podemos compreender que existem fatores que levam os sujeitos que não se enquadram em normas heteronormativas a viverem experiências de luto de forma isolada, sem contar com redes de apoio e acolhimento. No entanto, também podemos encontrar nas narrativas o esforço dos participantes em construir trajetórias singulares que utilizam da experiência do luto como oportunidade de reinvenção da vida.Grief is a process characterized by the rupture of an affective bond and which is not necessarily connected with the concrete death of a body. Thinking about breaking ties and relationships in life can be considered as a loss experienced and, therefore, tends to cause different subjective and individual responses in people, which are directly related to the social spaces in which such bereaved subjects find themselves. In this way, intending reflections on the rupture of affective relationships between men’s who consider themselves cisgender homosexuals and their effects in heteronormative societies is the central objective of this research. For that, we are based on theoretical references that explore the theme of grief and also on studies on sexual and gender diversity, with emphasis on theoretical productions that discuss the social effects of this rupture with a view beyond the common pattern, that is, we sought to broaden the understanding grief to an ethical-political and socially crossed category. As a method, this study circumvents a field research based on the qualitative method, with interviews gay men’s who experienced an affective-sexual rupture. Thus, after prior approval of the research by the Ethics Committee and the dissemination of the proposal on social networks, six interviews were carried out, in person and online, according to the preference of each participant. The meetings took place individually, exploring points such as: coping, existence or not of support networks, subjective effects of the separation itself and the possibility of having or not having their grief socially recognized and validated. After the conclusion of the meetings, transcription and reading, a narrative was elaborated that aggregates and presents the contents of each interview. Each narrative gives expression to a particularity in the way of experiencing grief according to the report of what was learned. From these narratives, we can understand that there are factors that lead subjects who do not fit into heteronormative norms to experience grief in isolation, without relying on support and shelter networks. However, we can also find in the narratives the effort of the participants to build unique trajectories that use the experience of grief as an opportunity to reinvent life.Universidade Estadual de MaringáUniversidade Estadual de MaringáBrasilPrograma de Pós-Graduação em Psicologiahttp://lattes.cnpq.br/266132152731042708296937930Moscheta, Murilo dos SantosGrigoleto Netto, Jose Valdeci2024-02-18T22:28:29Z2023info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://deposita.ibict.br/handle/deposita/503porAzevedo, A. B de.; Henz, A. de O.; Rodrigues, A. (2019) Pesquisar no lugar infame, obscuro e mudo In: R. Mendes; A. B. de Azevedo, M. F. P. Frutuoso. (Org.). Pesquisar com os pés - deslocamentos no cuidado e na saúde. (pp. 99-117). São Paulo: Hucitec Editora, Barbosa, A. (2016) Fazer o luto. Lisboa: Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Bowlby, J. (2004) Perda: tristeza e depressão. São Paulo: Martins Fontes. Brasil (2012). Resolução n. 466/2012. Ministério da Saúde: Conselho Nacional de Saúde. Brasil (2012). Resolução n. 510/2016. Ministério da Saúde: Conselho Nacional de Saúde. Bristowe, K.; Marshall, S.; Harding, R. (2016) The bereavement experiences of lesbian, gay, bisexual and/or trans* people who have lost a partner: A systematic review, thematic synthesis and modelling of the literature. Palliative Medicine, v. 30, n.8, p. 1-15. Butler, J. (2018) Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. Butler, J. (2019) Vidas precárias: os poderes do luto e da violência. Belo Horizonte: Autêntica Editora. Casellato, G. (2005) Luto não reconhecido: um conceito a ser explorado. In G. Casellato (Org.) Dor silenciosa ou dor silenciada? Perdas e lutos não reconhecidos por enlutados e sociedade. (pp. 19-33). São Paulo: Livro Pleno. Casellato, G. (2015) Luto não reconhecido: o fracasso da empatia nos tempos modernos. In G. Casellato (Org.) O resgate da empatia: suporte psicológico ao luto não reconhecido. (pp. 15-28). São Paulo: Summus. Chizzotti, A. (2006) Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis, RJ: Vozes. Corr, C. A. (1999) Enhancing the concept of disenfranchised grief. Omega – Journal of Death and Dying, v. 38, n.1, p. 1-20. Colasanti, M. (2020) Mais longa vida. Rio de Janeiro: Record. Costa, J. F. (1979) Ordem médica e norma familiar. Rio de Janeiro: Edições Graal. Creswell, J. W. (2007) Projeto de Pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Artmed. Deleuze, G.; Guattari, F. (2011) Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 1. São Paulo: Editora 34. Deleuze, G. (1990) ¿Que és un dispositivo? In G. Deleuze. Michel Foucault, filósofo (pp. 155-161). Barcelona: Gedisa, 1990. Doka, K. J. (Editor) (2002) Disenfranchised grief: new directions, challenges, and strategies for practice. Champaign, IL: Research Press Publishers. Doka, K. J. (2008) Disenfranchised grief in historical and cultural perspective. In M. S. Stroebe, R. O. Hansson, H. Schut, W. Stroebe (Orgs.), Handbook of bereavement research and practice: Advances in theory and intervention. (pp. 223-240). Washington, DC, US: American Psychological Association. Doka, K. J.(1999) Disenfranchised grief. Bereavement Care, v. 18, n. 3, p. 37-39. Doka, K. J. (2022) Luto não reconhecido In Zilberman, A. B., Kroeff, R. F. da S., Gaitán, J. I. C. (Orgs.) O processo psicológico do luto: teoria e prática. (pp. 31-36). Curitiba: Editora CRV. Doka, K. (2016) Grief is a journey. New York: Atria books. Ducati, D. C. P. (2005) O luto pela separação nas relações amorosas. In G. Casellato (Org.), Dor silenciosa ou dor silenciada? Perdas e lutos não reconhecidos por enlutados e sociedade. (pp. 77-94). São Paulo: Livro Pleno. Ferreira, N. S. de A. As pesquisas denominadas “Estado da Arte”. Educação & Sociedade, n. 79, p. 257-272. Foucault, M. (2014) A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Edições Loyola. Foucault, M. (2006) A vida dos homens infames In: Foucault, M. Estratégia, poder-saber. (pp. 203-222). Rio de Janeiro: Forense Universitária. Foucault, M. (2020) História da Sexualidade. Vol. 1: a vontade de saber. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Guerra. Franco, M. H. P. (2002) Uma mudança no paradigma sobre o enfoque da morte e do luto na contemporaneidade. In M. H. P. Franco (Org.) Estudos avançados sobre o luto. (pp. 15-38). São Paulo: Livro Pleno. Franco, M. H. P. (2010) Por que estudar o luto na atualidade? In M. H. P. Franco (Org.) Formação e rompimento de vínculos: o dilema das perdas na atualidade. (pp. 17-42). São Paulo: Summus. Franco, M. H. P. (2021) O luto no século 21 – uma compreensão abrangente do fenômeno. São Paulo: Summus. Franco, M. H. P.; Tinoco, V. U.; Mazorra, L. (2017) Reflexões sobre os cuidados éticos na pesquisa com enlutados. Revista M. Estudos sobre a morte, os mortos e o morrer, v. 2, n. 3, p. 138-151. Grigoleto Netto, J. V. Considerações acerca da homossexualidade e o luto não reconhecido In G. Kreuz, J. V. Grigoleto Netto (Orgs.) Múltiplos olhares sobre morte e luto: aspectos teóricos e práticos. (pp. 183-190). Curitiba: CRV Editora. Grigoleto, Z. (2020) Tempo de corredor. Maringá: Viseu. Heilborn, M. L. (2004) Dois é par: gênero e identidade sexual em contexto igualitário. Rio de Janeiro: Editora Garamond. Hilst, H. (2017) Da poesia. São Paulo: Companhia das Letras. hooks, b. (2020) Tudo sobre o amor: novas perspectivas. São Paulo: Elefante. Kovács, M. J. (2007) Perdas e processo de luto. In D. Incontrini; F.S. Santos (Orgs.) A arte de morrer: visões plurais. (pp. 217-238). Bragança Paulista, SP: Editora Comenius. Kovács, M. J. (2011) A morte em vida. In M.H.P. Franco, M.J. Kovács, M.M.M.J de. Carvalho, V.A.de. Carvalho (Orgs.), Vida e Morte: laços da existência. (pp. 11-33). São Paulo: Casa do Psicólogo. Kübler-Ross, E. (2008) Sobre a morte e o morrer. São Paulo: Martins Fontes. Kübler-Ross, E; Kessler, D. (2005) On grief and grieving. New York: Scribner. Lispector, C. (2009) A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco. Lispector, C. (2016) Perdoando Deus In Todos os contos. (pp. 401-407). Rio de Janeiro: Rocco. Louro, G. L. (1997) Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis, RJ: Vozes. Louro, G. L. (2004) Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. São Paulo: Autêntica. Luft, L. (2005) Para não dizer adeus. Rio de Janeiro: Record. Mattos, C.L.G. (2011) A abordagem etnográfica na investigação científica In C.L.G. Mattos, P.A. Castro, Etnografia e educação: conceitos e usos [online]. (pp. 49-83). Campina Grande: EDUEPB. Melo, R. A.; Perpétuo, C. L. (2017) Entrelaçando família e homossexualidades: aproximações que produzem territórios e identidades. In T. R. Vieira; V. S. G. Cardin; B. C. C. B. Brunini (Orgs.) Famílias, Psicologia e Direito. (pp. 277-287). Brasília-DF: Zakarewicz Editora. Minayo, M. C. S. (2009a) O desafio da pesquisa social. In M. C. S. Minayo (Org.), S. F. Deslandes, R. Gomes, Pesquisa social: teoria, método e criatividade. (pp. 61-77). Petrópolis, RJ: Vozes. Minayo, M. C. S. (2009b) Trabalho de campo: contexto de observação, interação e descoberta. In M. C. S. Minayo (Org.), S. F. Deslandes, R. Gomes, Pesquisa social: teoria, método e criatividade. (pp. 61-77). Petrópolis, RJ: Vozes. Moscheta, M. dos S. (2004) Construindo a diferença: a intimidade conjugal em casais de homens homossexuais. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, FFCLRP - Departamento de Psicologia e Educação, Universidade de São Paulo. Moscheta, M. dos S. (2017) Essa não é mais uma canção de amor: o poliamor como desafio às formas hegemônicas de relacionamento. In T. R. Vieira, V. S. G. Cardin, B. C. C. B. Brunini (Orgs.) Famílias, Psicologia e Direito. (pp. 429-439). Brasília-DF: Zakarewicz Editora. Moscheta, M. dos S. (2021) Estéticas da destruição e a morte de pessoas LGBTQ no Brasil In G. Kreuz, J. V. Grigoleto Netto (Orgs.) Múltiplos olhares sobre morte e luto: aspectos teóricos e práticos. (pp. 165-182). Curitiba: CRV Editora. Patlamazoglou, L.; Simmonds, J. G.; Snell, T. L. (2017) Same-Sex Partner Bereavement: Non-HIV-Related Loss and New Research Directions. OMEGA — Journal of Death and Dying, v. 0, n. 0, p. 1-19. Parkes, C. M. (1995) Guidelines for conducting ethical bereavement research. Death Studies, v. 19, p. 171-181. Parkes, C. M. (1998) Luto: estudos sobre a perda na vida adulta. São Paulo: Summus. Parkes, C. M. (2009) Amor e perda: as raízes do luto e suas complicações. São Paulo: Summus. Prado, A. (2019) Bagagem. Rio de Janeiro: Record. Preciado, P. (2022) Eu sou o monstro que vos fala: relatório para uma academia de psicanalistas. Rio de Janeiro: Zahar. Rodrigues, C. (2017) A função do luto na filosofia política de Judith Butler In: Correia, A.; Haddock-Lobo, R; Silva, C. V. da (Orgs.) Deleuze, desconstrução e alteridade. (pp. 329-339). São Paulo: ANPOF. Rodrigues, C. (2021) O luto entre clínica e política: Judith Butler para além do gênero. Belo Horizonte: Autêntica. Rodrigues, C. (2020) Por uma filosofia política do luto. O que nos faz pensar, Rio de Janeiro, v. 29, n. 46, p. 58-73, jan-jun. Rosa, J. G. (2019) Primeiras estórias. São Paulo: Global. Strauss, A.; Corbin, J. (2008) Pesquisa qualitativa: técnicas e procedimentos para o desenvolvimento de teoria fundamentada. Porto Alegre: Artmed. Stroebe, M.; Schut, H. (1999) The dual process model of coping with bereavement: rationale and description. Death Studies, v. 23, n. 3, p. 197-224. Stroebe, M.; Schut, H. (2016) Overload: A missing link in the Dual Process Model? OMEGA - Journal of Death and Dying, v. 74, n. 1, p. 96-109. Telles, L. F. (1999) Os objetos In Telles, L. F. Antes do baile verde: contos. (pp. 11-17) Rio de Janeiro: Rocco. Worden, J. W. Grief counseling and grief therapy: a handbook for the mental health practitioner. New York: Springer Publishing Company.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Comum do Brasil - Depositainstname:Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT)instacron:IBICT2024-02-22T17:33:26Zoai:https://deposita.ibict.br:deposita/503Repositório ComumPUBhttp://deposita.ibict.br/oai/requestdeposita@ibict.bropendoar:46582024-02-22T17:33:26Repositório Comum do Brasil - Deposita - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT)false
dc.title.none.fl_str_mv Rompimentos de vínculos afetivos e o luto em casais de homens gays
Rupture of affective bonds and grief in gay men's couples
title Rompimentos de vínculos afetivos e o luto em casais de homens gays
spellingShingle Rompimentos de vínculos afetivos e o luto em casais de homens gays
Grigoleto Netto, Jose Valdeci
Luto. Homossexualidade. Separação. Heteronormatividade.
Grief. Homosexuality. Separation. Heteronormativity.
7.07.00.00-1
title_short Rompimentos de vínculos afetivos e o luto em casais de homens gays
title_full Rompimentos de vínculos afetivos e o luto em casais de homens gays
title_fullStr Rompimentos de vínculos afetivos e o luto em casais de homens gays
title_full_unstemmed Rompimentos de vínculos afetivos e o luto em casais de homens gays
title_sort Rompimentos de vínculos afetivos e o luto em casais de homens gays
author Grigoleto Netto, Jose Valdeci
author_facet Grigoleto Netto, Jose Valdeci
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2661321527310427
08296937930
Moscheta, Murilo dos Santos
dc.contributor.author.fl_str_mv Grigoleto Netto, Jose Valdeci
dc.subject.por.fl_str_mv Luto. Homossexualidade. Separação. Heteronormatividade.
Grief. Homosexuality. Separation. Heteronormativity.
7.07.00.00-1
topic Luto. Homossexualidade. Separação. Heteronormatividade.
Grief. Homosexuality. Separation. Heteronormativity.
7.07.00.00-1
description O luto é um processo caracterizado pela ruptura de um vínculo afetivo e que não necessariamente está conectado com a morte concreta de um corpo. Pensar no rompimento de laços e relações em vida pode ser considerado como uma perda simbólica e que, por isso, tende a causar diversas respostas subjetivas e individuais nas pessoas, que se relacionam diretamente com os espaços sociais nos quais tais sujeitos enlutados encontram-se inseridos. Neste caminho, tencionar reflexões acerca da ruptura de relações afetivas entre homens que se consideram homossexuais cisgêneros e seus efeitos em sociedades heteronormativas é o objetivo central desta pesquisa. Para tanto, nos embasamos em referenciais teóricos que exploram a temática do luto e também em estudos sobre a diversidade sexual e de gênero, com ênfase em produções teóricas que discorrem sobre os efeitos sociais desta ruptura com uma visão para além do frequentemente proposto, ou seja, buscou-se ampliar a compreensão do luto para uma categoria ético-política e socialmente atravessada. Enquanto método, este estudo contou com uma pesquisa de campo pautada no método qualitativo, com a realização de entrevistas com homens gays que vivenciaram uma ruptura de ordem afetivo-sexual. Assim, após prévia aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética e pela divulgação da proposta nas redes sociais, foram realizadas seis entrevistas, tanto na modalidade presencial quanto online, conforme preferência de cada participante. Os encontros aconteceram individualmente, sendo explorados pontos como: enfrentamento, existência ou não de redes de apoio, efeitos subjetivos da separação em si e possibilidade de se ter ou não seu luto socialmente reconhecido e validado. Após a realização dos encontros, transcrição e leitura, foi elaborada uma narrativa que agrega e apresenta os conteúdos de cada entrevista. Cada narrativa dá expressão a uma particularidade no modo de viver o luto conforme o relato dos entrevistados. Por essas narrativas, podemos compreender que existem fatores que levam os sujeitos que não se enquadram em normas heteronormativas a viverem experiências de luto de forma isolada, sem contar com redes de apoio e acolhimento. No entanto, também podemos encontrar nas narrativas o esforço dos participantes em construir trajetórias singulares que utilizam da experiência do luto como oportunidade de reinvenção da vida.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023
2024-02-18T22:28:29Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://deposita.ibict.br/handle/deposita/503
url https://deposita.ibict.br/handle/deposita/503
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Azevedo, A. B de.; Henz, A. de O.; Rodrigues, A. (2019) Pesquisar no lugar infame, obscuro e mudo In: R. Mendes; A. B. de Azevedo, M. F. P. Frutuoso. (Org.). Pesquisar com os pés - deslocamentos no cuidado e na saúde. (pp. 99-117). São Paulo: Hucitec Editora, Barbosa, A. (2016) Fazer o luto. Lisboa: Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Bowlby, J. (2004) Perda: tristeza e depressão. São Paulo: Martins Fontes. Brasil (2012). Resolução n. 466/2012. Ministério da Saúde: Conselho Nacional de Saúde. Brasil (2012). Resolução n. 510/2016. Ministério da Saúde: Conselho Nacional de Saúde. Bristowe, K.; Marshall, S.; Harding, R. (2016) The bereavement experiences of lesbian, gay, bisexual and/or trans* people who have lost a partner: A systematic review, thematic synthesis and modelling of the literature. Palliative Medicine, v. 30, n.8, p. 1-15. Butler, J. (2018) Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. Butler, J. (2019) Vidas precárias: os poderes do luto e da violência. Belo Horizonte: Autêntica Editora. Casellato, G. (2005) Luto não reconhecido: um conceito a ser explorado. In G. Casellato (Org.) Dor silenciosa ou dor silenciada? Perdas e lutos não reconhecidos por enlutados e sociedade. (pp. 19-33). São Paulo: Livro Pleno. Casellato, G. (2015) Luto não reconhecido: o fracasso da empatia nos tempos modernos. In G. Casellato (Org.) O resgate da empatia: suporte psicológico ao luto não reconhecido. (pp. 15-28). São Paulo: Summus. Chizzotti, A. (2006) Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis, RJ: Vozes. Corr, C. A. (1999) Enhancing the concept of disenfranchised grief. Omega – Journal of Death and Dying, v. 38, n.1, p. 1-20. Colasanti, M. (2020) Mais longa vida. Rio de Janeiro: Record. Costa, J. F. (1979) Ordem médica e norma familiar. Rio de Janeiro: Edições Graal. Creswell, J. W. (2007) Projeto de Pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Artmed. Deleuze, G.; Guattari, F. (2011) Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 1. São Paulo: Editora 34. Deleuze, G. (1990) ¿Que és un dispositivo? In G. Deleuze. Michel Foucault, filósofo (pp. 155-161). Barcelona: Gedisa, 1990. Doka, K. J. (Editor) (2002) Disenfranchised grief: new directions, challenges, and strategies for practice. Champaign, IL: Research Press Publishers. Doka, K. J. (2008) Disenfranchised grief in historical and cultural perspective. In M. S. Stroebe, R. O. Hansson, H. Schut, W. Stroebe (Orgs.), Handbook of bereavement research and practice: Advances in theory and intervention. (pp. 223-240). Washington, DC, US: American Psychological Association. Doka, K. J.(1999) Disenfranchised grief. Bereavement Care, v. 18, n. 3, p. 37-39. Doka, K. J. (2022) Luto não reconhecido In Zilberman, A. B., Kroeff, R. F. da S., Gaitán, J. I. C. (Orgs.) O processo psicológico do luto: teoria e prática. (pp. 31-36). Curitiba: Editora CRV. Doka, K. (2016) Grief is a journey. New York: Atria books. Ducati, D. C. P. (2005) O luto pela separação nas relações amorosas. In G. Casellato (Org.), Dor silenciosa ou dor silenciada? Perdas e lutos não reconhecidos por enlutados e sociedade. (pp. 77-94). São Paulo: Livro Pleno. Ferreira, N. S. de A. As pesquisas denominadas “Estado da Arte”. Educação & Sociedade, n. 79, p. 257-272. Foucault, M. (2014) A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Edições Loyola. Foucault, M. (2006) A vida dos homens infames In: Foucault, M. Estratégia, poder-saber. (pp. 203-222). Rio de Janeiro: Forense Universitária. Foucault, M. (2020) História da Sexualidade. Vol. 1: a vontade de saber. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Guerra. Franco, M. H. P. (2002) Uma mudança no paradigma sobre o enfoque da morte e do luto na contemporaneidade. In M. H. P. Franco (Org.) Estudos avançados sobre o luto. (pp. 15-38). São Paulo: Livro Pleno. Franco, M. H. P. (2010) Por que estudar o luto na atualidade? In M. H. P. Franco (Org.) Formação e rompimento de vínculos: o dilema das perdas na atualidade. (pp. 17-42). São Paulo: Summus. Franco, M. H. P. (2021) O luto no século 21 – uma compreensão abrangente do fenômeno. São Paulo: Summus. Franco, M. H. P.; Tinoco, V. U.; Mazorra, L. (2017) Reflexões sobre os cuidados éticos na pesquisa com enlutados. Revista M. Estudos sobre a morte, os mortos e o morrer, v. 2, n. 3, p. 138-151. Grigoleto Netto, J. V. Considerações acerca da homossexualidade e o luto não reconhecido In G. Kreuz, J. V. Grigoleto Netto (Orgs.) Múltiplos olhares sobre morte e luto: aspectos teóricos e práticos. (pp. 183-190). Curitiba: CRV Editora. Grigoleto, Z. (2020) Tempo de corredor. Maringá: Viseu. Heilborn, M. L. (2004) Dois é par: gênero e identidade sexual em contexto igualitário. Rio de Janeiro: Editora Garamond. Hilst, H. (2017) Da poesia. São Paulo: Companhia das Letras. hooks, b. (2020) Tudo sobre o amor: novas perspectivas. São Paulo: Elefante. Kovács, M. J. (2007) Perdas e processo de luto. In D. Incontrini; F.S. Santos (Orgs.) A arte de morrer: visões plurais. (pp. 217-238). Bragança Paulista, SP: Editora Comenius. Kovács, M. J. (2011) A morte em vida. In M.H.P. Franco, M.J. Kovács, M.M.M.J de. Carvalho, V.A.de. Carvalho (Orgs.), Vida e Morte: laços da existência. (pp. 11-33). São Paulo: Casa do Psicólogo. Kübler-Ross, E. (2008) Sobre a morte e o morrer. São Paulo: Martins Fontes. Kübler-Ross, E; Kessler, D. (2005) On grief and grieving. New York: Scribner. Lispector, C. (2009) A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco. Lispector, C. (2016) Perdoando Deus In Todos os contos. (pp. 401-407). Rio de Janeiro: Rocco. Louro, G. L. (1997) Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis, RJ: Vozes. Louro, G. L. (2004) Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. São Paulo: Autêntica. Luft, L. (2005) Para não dizer adeus. Rio de Janeiro: Record. Mattos, C.L.G. (2011) A abordagem etnográfica na investigação científica In C.L.G. Mattos, P.A. Castro, Etnografia e educação: conceitos e usos [online]. (pp. 49-83). Campina Grande: EDUEPB. Melo, R. A.; Perpétuo, C. L. (2017) Entrelaçando família e homossexualidades: aproximações que produzem territórios e identidades. In T. R. Vieira; V. S. G. Cardin; B. C. C. B. Brunini (Orgs.) Famílias, Psicologia e Direito. (pp. 277-287). Brasília-DF: Zakarewicz Editora. Minayo, M. C. S. (2009a) O desafio da pesquisa social. In M. C. S. Minayo (Org.), S. F. Deslandes, R. Gomes, Pesquisa social: teoria, método e criatividade. (pp. 61-77). Petrópolis, RJ: Vozes. Minayo, M. C. S. (2009b) Trabalho de campo: contexto de observação, interação e descoberta. In M. C. S. Minayo (Org.), S. F. Deslandes, R. Gomes, Pesquisa social: teoria, método e criatividade. (pp. 61-77). Petrópolis, RJ: Vozes. Moscheta, M. dos S. (2004) Construindo a diferença: a intimidade conjugal em casais de homens homossexuais. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, FFCLRP - Departamento de Psicologia e Educação, Universidade de São Paulo. Moscheta, M. dos S. (2017) Essa não é mais uma canção de amor: o poliamor como desafio às formas hegemônicas de relacionamento. In T. R. Vieira, V. S. G. Cardin, B. C. C. B. Brunini (Orgs.) Famílias, Psicologia e Direito. (pp. 429-439). Brasília-DF: Zakarewicz Editora. Moscheta, M. dos S. (2021) Estéticas da destruição e a morte de pessoas LGBTQ no Brasil In G. Kreuz, J. V. Grigoleto Netto (Orgs.) Múltiplos olhares sobre morte e luto: aspectos teóricos e práticos. (pp. 165-182). Curitiba: CRV Editora. Patlamazoglou, L.; Simmonds, J. G.; Snell, T. L. (2017) Same-Sex Partner Bereavement: Non-HIV-Related Loss and New Research Directions. OMEGA — Journal of Death and Dying, v. 0, n. 0, p. 1-19. Parkes, C. M. (1995) Guidelines for conducting ethical bereavement research. Death Studies, v. 19, p. 171-181. Parkes, C. M. (1998) Luto: estudos sobre a perda na vida adulta. São Paulo: Summus. Parkes, C. M. (2009) Amor e perda: as raízes do luto e suas complicações. São Paulo: Summus. Prado, A. (2019) Bagagem. Rio de Janeiro: Record. Preciado, P. (2022) Eu sou o monstro que vos fala: relatório para uma academia de psicanalistas. Rio de Janeiro: Zahar. Rodrigues, C. (2017) A função do luto na filosofia política de Judith Butler In: Correia, A.; Haddock-Lobo, R; Silva, C. V. da (Orgs.) Deleuze, desconstrução e alteridade. (pp. 329-339). São Paulo: ANPOF. Rodrigues, C. (2021) O luto entre clínica e política: Judith Butler para além do gênero. Belo Horizonte: Autêntica. Rodrigues, C. (2020) Por uma filosofia política do luto. O que nos faz pensar, Rio de Janeiro, v. 29, n. 46, p. 58-73, jan-jun. Rosa, J. G. (2019) Primeiras estórias. São Paulo: Global. Strauss, A.; Corbin, J. (2008) Pesquisa qualitativa: técnicas e procedimentos para o desenvolvimento de teoria fundamentada. Porto Alegre: Artmed. Stroebe, M.; Schut, H. (1999) The dual process model of coping with bereavement: rationale and description. Death Studies, v. 23, n. 3, p. 197-224. Stroebe, M.; Schut, H. (2016) Overload: A missing link in the Dual Process Model? OMEGA - Journal of Death and Dying, v. 74, n. 1, p. 96-109. Telles, L. F. (1999) Os objetos In Telles, L. F. Antes do baile verde: contos. (pp. 11-17) Rio de Janeiro: Rocco. Worden, J. W. Grief counseling and grief therapy: a handbook for the mental health practitioner. New York: Springer Publishing Company.
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual de Maringá
Universidade Estadual de Maringá
Brasil
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual de Maringá
Universidade Estadual de Maringá
Brasil
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Comum do Brasil - Deposita
instname:Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT)
instacron:IBICT
instname_str Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT)
instacron_str IBICT
institution IBICT
reponame_str Repositório Comum do Brasil - Deposita
collection Repositório Comum do Brasil - Deposita
repository.name.fl_str_mv Repositório Comum do Brasil - Deposita - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT)
repository.mail.fl_str_mv deposita@ibict.br
_version_ 1801753548736692224