Espécies exóticas e alóctones da bacia do Rio Paraíba do Sul: implicações para a conservação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biodiversidade Brasileira |
DOI: | 10.37002/biodiversidadebrasileira.v7i1.563 |
Texto Completo: | https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/563 |
Resumo: | A introdução de espécies, seja intencional ou acidental, é uma das principais causas das alterações na distribuição natural das espécies, acarretando sérios declínios populacionais de espécies nativas. Peixes exóticos começaram a ser introduzidos no Brasil a partir da década de 40, com o objetivo principal de desenvolver a aquicultura no país. Ocorreram também translocações de espécies de uma bacia hidrográfica a outra, principalmente de peixes da bacia Amazônica para outras regiões brasileiras. Um dos efeitos negativos das introduções está relacionado ao patrimônio genético de populações selvagens, com a possibilidade de ocorrer hibridações que diminuem a variabilidade genética natural, podendo acarretar a incidência de híbridos férteis, ameaçando, assim, o estoque parental a médio ou longo prazos. Outro efeito negativo é de cunho ecológico e consiste na potencial introdução de patógenos, na alteração estrutural das teias tróficas e na potencial depleção de populações nativas por competição ou predação. Tendo em vista a importância desse assunto e seus efeitos no ambiente aquático dulcícola, membros e colaboradores do Grupo de Assessoramento Técnico do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Espécies Aquáticas Ameaçadas de Extinção da Bacia do Rio Paraíba do Sul (PAN Paraíba do Sul) elaboraram, em conjunto, uma lista de espécies aquáticas exóticas e alóctones da bacia. Foram incluídas 62 espécies de peixes, com predominância das ordens Perciformes, Cypriniformes e Characiformes, três espécies de moluscos e uma espécie de crustáceo decápoda. Muitas das espécies exóticas e alóctones de peixes são criadas em tanques de pisciculturas na região, sendo introduzidas por eventuais escapes ou por soltura deliberada nos rios, devido ao grande interesse de pesca esportiva e amadora. Algumas são híbridos de espécies exóticas e nativas, como o tambacu (Colossoma macropomum X Piaractus mesopotamicus) e a pintachara (Pseudoplatystoma corruscans x P. fasciatum). Outras introduções são oriundas de atividades relacionadas à aquariofilia, havendo registro de populações de peixes e moluscos já estabelecidas. Moluscos bivalves foram introduzidos por água de lastro de navios. O crustáceo gigante da Malásia, Macrobrachium rosenbergii, foi introduzido para criação a partir da década de 80 e também foi registrado ocasionalmente na bacia. O dourado, Salminus brasiliensis, no entanto, ocorre em todas as porções da bacia e tem populações já estabelecidas de longa data. Existem poucos programas de erradicação de espécies invasoras de águas brasileiras, sendo uma alternativa o incentivo à pesca direcionada de espécies introduzidas, apesar de não haver garantias de que a integridade biótica do ambiente seja novamente estabelecida. Para espécies não nativas oriundas de aquariofilia e da pesca esportiva, há sugestões recentes para prevenir/reduzir a invasão. O monitoramento da fauna aquática invasora é reconhecido como de extrema importância para prever a dispersão e tentar evitá-la. |
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