Sinergismo de Variáveis Climáticas e Incêndios Florestais no Estado do Acre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza da Silva, Sonaira
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: O. Anderson, Liana, Liesenfeld, Marcus A, Oliveira, Igor, Morello, Thiago, Salatiel Clemente, Francisco, Almeida, Marllus Rafael, Karlokosk, Adriele, Lucena da Silva, Tiago, O. C. Aragão, Luiz E, M. Brando, Paulo, Alencar, Ane
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Biodiversidade Brasileira
Texto Completo: https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/1324
Resumo: Este estudo visou compreender a influência das variáveis climáticas de precipitação e temperatura na ocorrência de incêndios florestais no Estado do Acre, Brasil. Nos últimos 40 anos, os incêndios têm se tornado mais frequentes, ocorrendo a cada 4 a 5 anos em diferentes partes da bacia Amazônica. A distribuição espacial e temporal dos incêndios florestais têm sido associadas às secas extremas ocasionadas pelo aumento anômalo da temperatura da superfície dos oceanos. Nas partes sul e sudoeste da Amazônia, onde está localizado o Estado do Acre, duas secas extremas recentes (2005 e 2010) têm sido associadas ao aquecimento da superfície da parte tropical do oceano Atlântico Norte. Neste estudo, selecionamos o número de dias consecutivos sem chuva (P↓) e o número de dias com temperatura máxima diária acima de 35°C (T↑35°C) para correlacionar com a área total anual acumulada de cicatrizes de incêndios florestais no município de Rio Branco, entre 1984 a 2018. Os dados climáticos foram coletados de estações pluviométricas na área de estudo. Os anos de secas extremas no Estado do Acre foram 2005, 2010 e 2016, somando 526.289 ha, que representa 98% dos incêndios mapeados. Estes anos coincidem com períodos >40 dias consecutivos sem chuva e >38 dias com temperatura máxima diárias acima de 35°C. Em 2016, houve o El Niño mais forte já registrado, havendo recorde do T↑35°C com 66 dias. Durante os anos de 2017 e 2018 observamos que o número de dias com T↑ 35°C e P↓ estiveram acima de 30 dias, contribuindo para ocorrência de 895 ha e 262 ha, respectivamente. O intervalo médio entre os grandes incêndios florestais entre 1984 a 2018 foi de 7,25 anos, sendo que nos 20 primeiros anos de monitoramento, houve um grande incêndio a cada década (1987 e 1998), e na última década, um grande e severo incêndio a cada 5 anos (2005, 2010 e 2016). O aumento na frequência de ocorrência de eventos climáticos extremos e incêndios florestais, é provável que estejam entrando em novo regime de fogo, um “novo normal” climático, aumentando chance de ocorrência de incêndios florestais no futuro no Estado do Acre.
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