Situação das arboviroses na Região Amazônica
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1980 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Digital do Instituto Evandro Chagas (Patuá) |
Texto Completo: | https://patua.iec.gov.br/handle/iec/362 |
Resumo: | Estudos realizados na Amazônia brasileira, de 1954 a 1979, revelaram a existência de 100 tipos diferentes de arbovírus e de certos vírus isolados de vertebrados, 76 dos quais são novos para o mundo ou para o Brasil. Dos 100 tipos acima, 78 pertencem a 19 grupos antigênicos, 3 são considerados Bunyamwera "unassigned" e os 19 restantes ainda não foram grupados. O grupo Phlebotomus fever é o mais numeroso, reunindo 10 membros; os grupos Bunyamwera e C possuem cada um 8 agentes e os grupos A, B, Guamá, Capim, Califórnia, Changuinola, Timbó, Anopheles A, Turlock, Simbu, Corri parta e outros mais congregam 7 ou menos agentes. De acordo com as suas propriedades flsico-qulmicas, 53 vlrus pertencem à famllia Bunyaviridae, 28 às famllias Togaviridae, Reoviridae, e Rhabdoviridae 2 à família Arenaviridae, 1 à Poxviridae e os demais não foram ainda classificados. Vinte e cinco dos 100 agentes são comprovadamente patogênicos para o homem, sendo capazes de produzir febre, febre com exantema, doença hemorrágica e encefalite. Todos os 25 agentes podem ocasionar quadros febris, contudo, o vírus Oropouche é o principal responsável por tais quadros, tendo inclusive causado extensas epidemias durante as quais dezenas de milhares de pessoas foram infectadas; embora a doença possa apresentar certa gravidade, não se observou a ocorrência de óbitos. O vírus Mayaro é o único arbovírus encontrado na região capaz de ocasionar quadro febril exantemático; na epidemia de Belterra, em 1978, observou-se que os pacientes exibiam artralgias intensas, particularmente nas articulações das extremidades. A febre amarela (FA) é a única arbovirose de caráter hemorrágico que ocorre na Amazônia; o vírus mantém-se exclusivamente sob a forma silvestre e, anualmente verificam-se casos da doença. Dos 3 arbovírus responsáveis por encefalite - os vírus da encefalite eqüina leste (EEL), da encefalite eqüina oeste (EEO, e da encefalite de S. Luís (SLE) somente o último foi isolado de pessoas na Amazônia, que não apresentaram, todavia, sinais de encefalite. Anticorpos para os agentes em questão são encontrados em 1% a 5% das populações da região, exceto na cidade de Cametá, onde a prevalência de anticorpos para o vírus E E L é mais elevada. A manutenção dos arbovírus na Amazônia se faz através de diversos ciclos, alguns complexos e ainda mal conhecidos, dos quais participam inúmeros vetores e hospedeiros vertebrados. A cadeia Haemagogus -primatas Hamemagogus constitui o principal mecanismo de manutenção do vírus FA e, possivelmente, do vírus Mayaro, embora não se possa afastar a existência de outros mecanismos de persistência para esses agentes. É possível que Haemagogus atuem, igualmente, na transmissão do vírus Tacaíuma. As aves silvestres atuam como hospedeiros vertebrados dos vírus EEL, EEO, SLE, Turlock e, possivelmente, de outros mais. Roedores ou marsupiais são hospedeiros vertebrados dos vírus dos grupos C, Guamá, Capim, Tacaribe e de alguns do grupo Phlebotomus fever. Os vírus Oropouche e Utinga estão associados a preguiças, sendo que os primatas e, possivelmente, as aves silvestres, também participam do ciclo do Oropouche. Répteis estão envolvidos na manutenção dos membros do grupo Timbó e do vírus Marco, e os morcegos no ciclo de 3 vírus não grupados. Diversas espécies de mosquitos do gênero Culex são importantes vetores de arbovírus na Amazônia, bem como outras pertencentes aos gêneros Aedes, Psorophora, Sabethes, Wyeomyia e outros mais. O flebotomíneo Lutzomyia flaviscutellata provavelmente constitui o principio transm issor do vírus Pacuí. Em seu ciclo urbano, o vírus Oropouche se propaga de homem a homem através da picada de Culicoides paraensis, atuando como vetor secundário o mosquito Culex quinquefasciatus. |
id |
IEC-2_af9f7f5860d21cf00a7c3ed5077a153e |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:patua.iec.gov.br:iec/362 |
network_acronym_str |
IEC-2 |
network_name_str |
Repositório Digital do Instituto Evandro Chagas (Patuá) |
repository_id_str |
|
spelling |
Pinheiro, Francisco de Paula2016-01-26T11:22:38Z1980PINHEIRO, Francisco de Paula. Situação das arboviroses na Região Amazônica. Revista da Fundação Serviços de Saúde Pública, v. 25, n. 2, p. 37-43, 1980.0304-2138https://patua.iec.gov.br/handle/iec/362Estudos realizados na Amazônia brasileira, de 1954 a 1979, revelaram a existência de 100 tipos diferentes de arbovírus e de certos vírus isolados de vertebrados, 76 dos quais são novos para o mundo ou para o Brasil. Dos 100 tipos acima, 78 pertencem a 19 grupos antigênicos, 3 são considerados Bunyamwera "unassigned" e os 19 restantes ainda não foram grupados. O grupo Phlebotomus fever é o mais numeroso, reunindo 10 membros; os grupos Bunyamwera e C possuem cada um 8 agentes e os grupos A, B, Guamá, Capim, Califórnia, Changuinola, Timbó, Anopheles A, Turlock, Simbu, Corri parta e outros mais congregam 7 ou menos agentes. De acordo com as suas propriedades flsico-qulmicas, 53 vlrus pertencem à famllia Bunyaviridae, 28 às famllias Togaviridae, Reoviridae, e Rhabdoviridae 2 à família Arenaviridae, 1 à Poxviridae e os demais não foram ainda classificados. Vinte e cinco dos 100 agentes são comprovadamente patogênicos para o homem, sendo capazes de produzir febre, febre com exantema, doença hemorrágica e encefalite. Todos os 25 agentes podem ocasionar quadros febris, contudo, o vírus Oropouche é o principal responsável por tais quadros, tendo inclusive causado extensas epidemias durante as quais dezenas de milhares de pessoas foram infectadas; embora a doença possa apresentar certa gravidade, não se observou a ocorrência de óbitos. O vírus Mayaro é o único arbovírus encontrado na região capaz de ocasionar quadro febril exantemático; na epidemia de Belterra, em 1978, observou-se que os pacientes exibiam artralgias intensas, particularmente nas articulações das extremidades. A febre amarela (FA) é a única arbovirose de caráter hemorrágico que ocorre na Amazônia; o vírus mantém-se exclusivamente sob a forma silvestre e, anualmente verificam-se casos da doença. Dos 3 arbovírus responsáveis por encefalite - os vírus da encefalite eqüina leste (EEL), da encefalite eqüina oeste (EEO, e da encefalite de S. Luís (SLE) somente o último foi isolado de pessoas na Amazônia, que não apresentaram, todavia, sinais de encefalite. Anticorpos para os agentes em questão são encontrados em 1% a 5% das populações da região, exceto na cidade de Cametá, onde a prevalência de anticorpos para o vírus E E L é mais elevada. A manutenção dos arbovírus na Amazônia se faz através de diversos ciclos, alguns complexos e ainda mal conhecidos, dos quais participam inúmeros vetores e hospedeiros vertebrados. A cadeia Haemagogus -primatas Hamemagogus constitui o principal mecanismo de manutenção do vírus FA e, possivelmente, do vírus Mayaro, embora não se possa afastar a existência de outros mecanismos de persistência para esses agentes. É possível que Haemagogus atuem, igualmente, na transmissão do vírus Tacaíuma. As aves silvestres atuam como hospedeiros vertebrados dos vírus EEL, EEO, SLE, Turlock e, possivelmente, de outros mais. Roedores ou marsupiais são hospedeiros vertebrados dos vírus dos grupos C, Guamá, Capim, Tacaribe e de alguns do grupo Phlebotomus fever. Os vírus Oropouche e Utinga estão associados a preguiças, sendo que os primatas e, possivelmente, as aves silvestres, também participam do ciclo do Oropouche. Répteis estão envolvidos na manutenção dos membros do grupo Timbó e do vírus Marco, e os morcegos no ciclo de 3 vírus não grupados. Diversas espécies de mosquitos do gênero Culex são importantes vetores de arbovírus na Amazônia, bem como outras pertencentes aos gêneros Aedes, Psorophora, Sabethes, Wyeomyia e outros mais. O flebotomíneo Lutzomyia flaviscutellata provavelmente constitui o principio transm issor do vírus Pacuí. Em seu ciclo urbano, o vírus Oropouche se propaga de homem a homem através da picada de Culicoides paraensis, atuando como vetor secundário o mosquito Culex quinquefasciatus.Ministério da Saúde. Fundação Serviços de Saúde Pública. Instituto Evandro Chagas. Belém, Pa, Brasil.application/pdfporFundação Serviços de Saúde PúblicaSituação das arboviroses na Região Amazônicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleArbovirus / classificaçãoEstudos EpidemiológicosAnticorposBrasil (BR)info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Digital do Instituto Evandro Chagas (Patuá)instname:Instituto Evandro Chagas (IEC)instacron:IECORIGINALSituação das arboviroses na região amazônica .pdfapplication/pdf2376696https://patua.iec.gov.br/bitstreams/0cfd2f13-9e19-4c32-bfb9-c027358d7801/download76df3544be007c5e76801fe351134381MD51TEXTfile_1.pdf.txtfile_1.pdf.txtExtracted texttext/plain56077https://patua.iec.gov.br/bitstreams/b593f75f-bde0-4f8c-88cd-592356da4caf/download6e3f5da0d8332f2babe615224822fd65MD52Situação das arboviroses na região amazônica .pdf.txtSituação das arboviroses na região amazônica .pdf.txtExtracted texttext/plain56721https://patua.iec.gov.br/bitstreams/1fc7be3c-fef7-47db-a3e6-2b4aa6ef7a7a/download5f943870fb58729bfe41fb260aa9f9a4MD57THUMBNAILfile_1.pdf.jpgfile_1.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg4331https://patua.iec.gov.br/bitstreams/b4e9a71b-fe28-4654-9230-d4c0423a443d/download5f7b9da206b03df6977d85635c3a0502MD53Situação das arboviroses na região amazônica .pdf.jpgSituação das arboviroses na região amazônica .pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg4789https://patua.iec.gov.br/bitstreams/46fdbece-ee6b-43c3-9523-434d4438471d/download179f9ee51915cce2c8fbb7c6afb2d870MD58LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82182https://patua.iec.gov.br/bitstreams/834e45d1-427e-4154-ae4e-b3755c3b23fa/download11832eea31b16df8613079d742d61793MD56iec/3622023-04-26 14:56:15.747oai:patua.iec.gov.br:iec/362https://patua.iec.gov.brRepositório InstitucionalPUBhttps://patua.iec.gov.br/oai/requestclariceneta@iec.gov.br || Biblioteca@iec.gov.bropendoar:2023-04-26T14:56:15Repositório Digital do Instituto Evandro Chagas (Patuá) - Instituto Evandro Chagas (IEC)falsePGI+TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmE8L2I+DQoNClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUGF0dcOhIGRldmUgY29uY2VkZXIgYW8gSW5zdGl0dXRvIEV2YW5kcm8gQ2hhZ2FzIHVtYSBMaWNlbsOnYSBkZSBEaXN0cmlidWnDp8OjbyBOw6NvIEV4Y2x1c2l2YSBwYXJhIHRvcm5hciBlIG1hbnRlciBhY2Vzc8OtdmVpcyBvcyBzZXVzIGRvY3VtZW50b3MgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLiANCg0KQ29tIGEgY29uY2Vzc8OjbyBkZXNzYSBsaWNlbsOnYSBuw6NvIGV4Y2x1c2l2YSwgbyBkZXBvc2l0YW50ZSBjb250aW51YSBhIHJldGVyIHRvZG9zIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yLg0KDQpBbyBhc3NpbmFyIGUgZW50cmVnYXIgZXN0YSBsaWNlbsOnYSB2b2PDqiAoYXV0b3Igb3UgZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzKQ0KDQphKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRlIHNldSBkb2N1bWVudG8uDQoNCmIpIENvbmNlZGUgYW8gSW5zdGl0dXRvIEV2YW5kcm8gQ2hhZ2FzIG8gZGlyZWl0byBuw6NvIGV4Y2x1c2l2byBkZSBhcnF1aXZhciwgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGEgc2VndWlyKSwgY29tdW5pY2FyIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBubyA8Yj5QYXR1w6E8L2I+LCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIHF1YWxxdWVyIG91dHJvIG1laW8uDQoNCmMpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIG8gSW5zdGl0dXRvIEV2YW5kcm8gQ2hhZ2FzIGEgYXJxdWl2YXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlc3NlIGRvY3VtZW50byBlIGNvbnZlcnTDqi1sbywgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBzZXUgY29udGXDumRvLCBwYXJhIHF1YWxxdWVyIGZvcm1hdG8gZGUgZmljaGVpcm8sIG1laW8gb3Ugc3Vwb3J0ZSwgcGFyYSBlZmVpdG9zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIHByZXNlcnZhw6fDo28gKGJhY2t1cCkgZSBhY2Vzc28uDQoNCmQpIERlY2xhcmEgcXVlIG8gZG9jdW1lbnRvIHN1Ym1ldGlkbyDDqSBvIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCBlIHF1ZSBkZXTDqW0gbyBkaXJlaXRvIGRlIGNvbmNlZGVyIGEgdGVyY2Vpcm9zIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBEZWNsYXJhIHRhbWLDqW0gcXVlIGEgZW50cmVnYSBkbyBkb2N1bWVudG8gbsOjbyBpbmZyaW5nZSBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuDQoNCmUpIERlY2xhcmEgcXVlLCBubyBjYXNvIGRvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gY29udGVyIG1hdGVyaWFsIGRvIHF1YWwgbsOjbyBkZXTDqW0gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IsIG9idGV2ZSBhIGF1dG9yaXphw6fDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyByZXNwZWN0aXZvIGRldGVudG9yIGRlc3NlcyBkaXJlaXRvcywgcGFyYSBjZWRlciBhbyBJbnN0aXR1dG8gRXZhbmRybyBDaGFnYXMgb3MgZGlyZWl0b3MgcmVxdWVyaWRvcyBwb3IgZXN0YSBMaWNlbsOnYSBlIGF1dG9yaXphciBhIHV0aWxpesOhLWxvcyBsZWdhbG1lbnRlLiBEZWNsYXJhIHRhbWLDqW0gcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgY3Vqb3MgZGlyZWl0b3Mgc8OjbyBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBjb250ZcO6ZG8gZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlLg0KDQpmKSBTRSBPIERPQ1VNRU5UTyBFTlRSRUdVRSBGT1IgQkFTRUFETyBFTSBUUkFCQUxITyBGSU5BTkNJQURPIE9VIEFQT0lBRE8gUE9SIE9VVFJBIElOU1RJVFVJw4fDg08gUVVFIE7Dg08gTyBJTlNUSVRVVE8gRVZBTkRSTyBDSEFHQVMsIERFQ0xBUkEgUVVFIENVTVBSSVUgUVVBSVNRVUVSIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQRUxPIFJFU1BFQ1RJVk8gQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLg0KDQpPIEluc3RpdHV0byBFdmFuZHJvIENoYWdhcyBpZGVudGlmaWNhcsOhIGNsYXJhbWVudGUgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIGF1dG9yKGVzKSBkb3MgZGlyZWl0b3MgZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbyBhbMOpbSBkbyBwcmV2aXN0byBuYSBhbMOtbmVhIGIpLg== |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Situação das arboviroses na Região Amazônica |
title |
Situação das arboviroses na Região Amazônica |
spellingShingle |
Situação das arboviroses na Região Amazônica Pinheiro, Francisco de Paula Arbovirus / classificação Estudos Epidemiológicos Anticorpos Brasil (BR) |
title_short |
Situação das arboviroses na Região Amazônica |
title_full |
Situação das arboviroses na Região Amazônica |
title_fullStr |
Situação das arboviroses na Região Amazônica |
title_full_unstemmed |
Situação das arboviroses na Região Amazônica |
title_sort |
Situação das arboviroses na Região Amazônica |
author |
Pinheiro, Francisco de Paula |
author_facet |
Pinheiro, Francisco de Paula |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Pinheiro, Francisco de Paula |
dc.subject.decsPrimary.pt_BR.fl_str_mv |
Arbovirus / classificação Estudos Epidemiológicos Anticorpos Brasil (BR) |
topic |
Arbovirus / classificação Estudos Epidemiológicos Anticorpos Brasil (BR) |
description |
Estudos realizados na Amazônia brasileira, de 1954 a 1979, revelaram a existência de 100 tipos diferentes de arbovírus e de certos vírus isolados de vertebrados, 76 dos quais são novos para o mundo ou para o Brasil. Dos 100 tipos acima, 78 pertencem a 19 grupos antigênicos, 3 são considerados Bunyamwera "unassigned" e os 19 restantes ainda não foram grupados. O grupo Phlebotomus fever é o mais numeroso, reunindo 10 membros; os grupos Bunyamwera e C possuem cada um 8 agentes e os grupos A, B, Guamá, Capim, Califórnia, Changuinola, Timbó, Anopheles A, Turlock, Simbu, Corri parta e outros mais congregam 7 ou menos agentes. De acordo com as suas propriedades flsico-qulmicas, 53 vlrus pertencem à famllia Bunyaviridae, 28 às famllias Togaviridae, Reoviridae, e Rhabdoviridae 2 à família Arenaviridae, 1 à Poxviridae e os demais não foram ainda classificados. Vinte e cinco dos 100 agentes são comprovadamente patogênicos para o homem, sendo capazes de produzir febre, febre com exantema, doença hemorrágica e encefalite. Todos os 25 agentes podem ocasionar quadros febris, contudo, o vírus Oropouche é o principal responsável por tais quadros, tendo inclusive causado extensas epidemias durante as quais dezenas de milhares de pessoas foram infectadas; embora a doença possa apresentar certa gravidade, não se observou a ocorrência de óbitos. O vírus Mayaro é o único arbovírus encontrado na região capaz de ocasionar quadro febril exantemático; na epidemia de Belterra, em 1978, observou-se que os pacientes exibiam artralgias intensas, particularmente nas articulações das extremidades. A febre amarela (FA) é a única arbovirose de caráter hemorrágico que ocorre na Amazônia; o vírus mantém-se exclusivamente sob a forma silvestre e, anualmente verificam-se casos da doença. Dos 3 arbovírus responsáveis por encefalite - os vírus da encefalite eqüina leste (EEL), da encefalite eqüina oeste (EEO, e da encefalite de S. Luís (SLE) somente o último foi isolado de pessoas na Amazônia, que não apresentaram, todavia, sinais de encefalite. Anticorpos para os agentes em questão são encontrados em 1% a 5% das populações da região, exceto na cidade de Cametá, onde a prevalência de anticorpos para o vírus E E L é mais elevada. A manutenção dos arbovírus na Amazônia se faz através de diversos ciclos, alguns complexos e ainda mal conhecidos, dos quais participam inúmeros vetores e hospedeiros vertebrados. A cadeia Haemagogus -primatas Hamemagogus constitui o principal mecanismo de manutenção do vírus FA e, possivelmente, do vírus Mayaro, embora não se possa afastar a existência de outros mecanismos de persistência para esses agentes. É possível que Haemagogus atuem, igualmente, na transmissão do vírus Tacaíuma. As aves silvestres atuam como hospedeiros vertebrados dos vírus EEL, EEO, SLE, Turlock e, possivelmente, de outros mais. Roedores ou marsupiais são hospedeiros vertebrados dos vírus dos grupos C, Guamá, Capim, Tacaribe e de alguns do grupo Phlebotomus fever. Os vírus Oropouche e Utinga estão associados a preguiças, sendo que os primatas e, possivelmente, as aves silvestres, também participam do ciclo do Oropouche. Répteis estão envolvidos na manutenção dos membros do grupo Timbó e do vírus Marco, e os morcegos no ciclo de 3 vírus não grupados. Diversas espécies de mosquitos do gênero Culex são importantes vetores de arbovírus na Amazônia, bem como outras pertencentes aos gêneros Aedes, Psorophora, Sabethes, Wyeomyia e outros mais. O flebotomíneo Lutzomyia flaviscutellata provavelmente constitui o principio transm issor do vírus Pacuí. Em seu ciclo urbano, o vírus Oropouche se propaga de homem a homem através da picada de Culicoides paraensis, atuando como vetor secundário o mosquito Culex quinquefasciatus. |
publishDate |
1980 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
1980 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2016-01-26T11:22:38Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
PINHEIRO, Francisco de Paula. Situação das arboviroses na Região Amazônica. Revista da Fundação Serviços de Saúde Pública, v. 25, n. 2, p. 37-43, 1980. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://patua.iec.gov.br/handle/iec/362 |
dc.identifier.issn.-.fl_str_mv |
0304-2138 |
identifier_str_mv |
PINHEIRO, Francisco de Paula. Situação das arboviroses na Região Amazônica. Revista da Fundação Serviços de Saúde Pública, v. 25, n. 2, p. 37-43, 1980. 0304-2138 |
url |
https://patua.iec.gov.br/handle/iec/362 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Fundação Serviços de Saúde Pública |
publisher.none.fl_str_mv |
Fundação Serviços de Saúde Pública |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Digital do Instituto Evandro Chagas (Patuá) instname:Instituto Evandro Chagas (IEC) instacron:IEC |
instname_str |
Instituto Evandro Chagas (IEC) |
instacron_str |
IEC |
institution |
IEC |
reponame_str |
Repositório Digital do Instituto Evandro Chagas (Patuá) |
collection |
Repositório Digital do Instituto Evandro Chagas (Patuá) |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://patua.iec.gov.br/bitstreams/0cfd2f13-9e19-4c32-bfb9-c027358d7801/download https://patua.iec.gov.br/bitstreams/b593f75f-bde0-4f8c-88cd-592356da4caf/download https://patua.iec.gov.br/bitstreams/1fc7be3c-fef7-47db-a3e6-2b4aa6ef7a7a/download https://patua.iec.gov.br/bitstreams/b4e9a71b-fe28-4654-9230-d4c0423a443d/download https://patua.iec.gov.br/bitstreams/46fdbece-ee6b-43c3-9523-434d4438471d/download https://patua.iec.gov.br/bitstreams/834e45d1-427e-4154-ae4e-b3755c3b23fa/download |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
76df3544be007c5e76801fe351134381 6e3f5da0d8332f2babe615224822fd65 5f943870fb58729bfe41fb260aa9f9a4 5f7b9da206b03df6977d85635c3a0502 179f9ee51915cce2c8fbb7c6afb2d870 11832eea31b16df8613079d742d61793 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Digital do Instituto Evandro Chagas (Patuá) - Instituto Evandro Chagas (IEC) |
repository.mail.fl_str_mv |
clariceneta@iec.gov.br || Biblioteca@iec.gov.br |
_version_ |
1809190037147877376 |