Long term evaluation of etiological treatment of Chagas disease with benznidazole

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CANÇADO, J. Romeu
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rimtsp/article/view/30593
Resumo: O objetivo deste artigo é verificar o resultado da terapêutica específica com o benznidazol na doença de Chagas aguda e crônica, após prazo longo de seguimento dos pacientes, tomando como base do critério de cura a reversão pós-terapêutica definitiva à negatividade das reações sorológicas convencionais quantitativas. Foram avaliados 21 pacientes agudos e 113 crônicos, em uma ou outra das diferentes formas clínicas, selecionados por terem sido tratados somente com o benznidazol e acompanhados por longo tempo, de 13 a 21 anos os agudos e de seis a 18 anos os crônicos. Expôs-se o esquema terapêutico, dando ênfase à estreita correlação entre os efeitos colaterais e a dose total de 18 g, aproximadamente, limite obrigatório porque com essa dose surge a polineurite, se já não estiver presente. Foram relacionadas algumas precauções para a segurança do tratamento. Anotou-se a duração da doença, tanto aguda como crônica, circunstância que influi no resultado do tratamento. As reações sorológicas usadas foram a de fixação do complemento, a de imunofluorescência indireta, a de hemaglutinação indireta, e, ocasionalmente, a da ELISA. Verificou-se a cura em 76 por cento dos pacientes agudos e de apenas 8 por cento dos crônicos. Tendo em mente esses resultados, discutiram-se pontos duvidosos da terapêutica etiológica da doença de Chagas, como critério de cura, o papel da imunossupressão para o conhecimento da patogenia da doença e as reações adversas ao medicamento. A hipótese do autor é que na doença crônica de longa duração o T. cruzi persiste nos tecidos, após o tratamento, na grande maioria dos doentes tratados, escapando à ação do medicamento e mantendo positivos os testes sorológicos. Relacionam-se razões que justificam o tratamento na doença crônica. Com relação ao ciclo vital do Trypanosoma cruzi no hospedeiro vertebrado, há ainda pontos obscuros e controvertidos. Embora não haja prova da existência de formas resistentes ou latentes, a descoberta, ao longo dos últimos 15 anos, de que a imunossupressão desencadeia a doença aguda nos pacientes crônicos de longa duração, justifica revisão do assunto.
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Expôs-se o esquema terapêutico, dando ênfase à estreita correlação entre os efeitos colaterais e a dose total de 18 g, aproximadamente, limite obrigatório porque com essa dose surge a polineurite, se já não estiver presente. Foram relacionadas algumas precauções para a segurança do tratamento. Anotou-se a duração da doença, tanto aguda como crônica, circunstância que influi no resultado do tratamento. As reações sorológicas usadas foram a de fixação do complemento, a de imunofluorescência indireta, a de hemaglutinação indireta, e, ocasionalmente, a da ELISA. Verificou-se a cura em 76 por cento dos pacientes agudos e de apenas 8 por cento dos crônicos. Tendo em mente esses resultados, discutiram-se pontos duvidosos da terapêutica etiológica da doença de Chagas, como critério de cura, o papel da imunossupressão para o conhecimento da patogenia da doença e as reações adversas ao medicamento. A hipótese do autor é que na doença crônica de longa duração o T. cruzi persiste nos tecidos, após o tratamento, na grande maioria dos doentes tratados, escapando à ação do medicamento e mantendo positivos os testes sorológicos. Relacionam-se razões que justificam o tratamento na doença crônica. Com relação ao ciclo vital do Trypanosoma cruzi no hospedeiro vertebrado, há ainda pontos obscuros e controvertidos. Embora não haja prova da existência de formas resistentes ou latentes, a descoberta, ao longo dos últimos 15 anos, de que a imunossupressão desencadeia a doença aguda nos pacientes crônicos de longa duração, justifica revisão do assunto. The aim of this article is to present an investigation of cure rate, after long follow up, of specific chemotherapy with benznidazole in patients with both acute and chronic Chagas disease, applying quantitative conventional serological tests as the base of the criterion of cure. Twenty one patients with the acute form and 113 with one or other of the various chronic clinical forms of the disease were evaluated, after a follow up period of 13 to 21 years, for the acute, and 6 to 18 years, for the chronic patients. The duration of the acute as well as the chronic disease, a condition which influences the results of the treatment, was determined. The therapeutic schedule was presented, with emphasis on the correlation between adverse reactions and the total dose of 18 grams, approximately, as well as taking into consideration precautions to assure the safety of the treatment. Quantitative serological reactions consisting of complement fixation, indirect immunofluorescence, indirect hemagglutination, and, occasionally, ELISA, were used. Cure was found in 76 per cent of the acute patients but only in 8 per cent of those with chronic forms of the disease. In the light of such contrasting results, fundamentals of the etiological therapy of Chagas disease were discussed, like the criterion of cure, the pathogenesis and the role of immunosuppression showing tissue parasitism in long standing chronic disease, in support of the concept that post-therapeutic consistently positive serological reactions mean the presence of the parasite in the patient's tissues. In relation to the life-cycle of T. cruzi in vertebrate host, there are still some obscure and controversial points, though there is no proof of the existence of resistant or latent forms. However, the finding over the last 15 years, that immunosuppression brings about the reappearance of acute disease in long stand chronic patients justifies a revision of the matter. Facts were quoted in favor of the treatment of chronic patients. Universidade de São Paulo. Instituto de Medicina Tropical de São Paulo2002-02-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rimtsp/article/view/30593Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo; Vol. 44 No. 1 (2002); 29-37 Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo; Vol. 44 Núm. 1 (2002); 29-37 Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo; v. 44 n. 1 (2002); 29-37 1678-99460036-4665reponame:Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Pauloinstname:Instituto de Medicina Tropical (IMT)instacron:IMTenghttps://www.revistas.usp.br/rimtsp/article/view/30593/32477Copyright (c) 2018 Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessCANÇADO, J. 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