Condições térmicas ambientais relacionadas à exploração florestal na Amazônia Central
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5132 http://lattes.cnpq.br/9118350627518619 |
Resumo: | A Amazônia abrange uma área extensa com florestas ainda pouco manejadas. Há desafios para o manejo florestal, pela má formação de recursos humanos, falta de tecnologia avançada e condições de trabalho precárias. Isto causa a baixa qualidade da exploração florestal, gerando a insustentabilidade. Esta atividade exige grande contingente e alta carga física dos trabalhadores. O conforto térmico no trabalho em regiões tropicais está entre 20 e 24°C, na Amazônia Central as médias diurnas superam os 28°C. Para agravar a situação, fenômenos El Niño, causam aumento das temperaturas médias na região. As condições térmicas atuais e de previsões para a região, estão sob as exigências de uma norma trabalhista controversa (NR-15). A necessidade de bem estar laboral, para melhoria da qualidade, saúde e segurança na exploração florestal, justificam o estudo. Este trabalho teve como objetivo, investigar as relações das condições térmicas ambientais com o regime de pausas naturais e com o desempenho dos trabalhadores na exploração florestal. Os dados foram coletados por operação: corte, pré-arraste, arraste e pátio. Os dados observados foram confrontados com o estipulado pela norma nacional (NR-15 anexo 03) e consultadas NHO-06 e NIOSH. Foram coletadas as variáveis IBUTG e pausas naturais (%/hora), com isso, foi comparado o regimes de pausas da norma com o observado em campo. Foram coletados dados de frequência cardíaca, variáveis pessoais (idade, peso e altura) e estimada a carga física de trabalho por meio de dois métodos diferentes: anexo C ISO 8996 e Apud (1989). Foram coletadas as variáveis de desempenho (ciclo operacional, produtividade, interrupção mecânica, hora do dia e pausas naturais) e segurança (percepção de calor e efeitos psicofisiológicos). Estas variáveis foram analisadas por meio de MANOVA e regressões múltiplas. Foram coletadas e comparadas variáveis ambientais do fenômeno El Niño (Novembro 2015), com o clima local e com dados de uma época sem fenômeno (Novembro 2010), por meio de testes t. Com base em IBUTG, a partir de 08 horas é necessária aplicação de pausas, segundo a NR-15. As pausas foram intermitentes, maiores a cada 02 horas de trabalho. As pausas naturais representaram cerca de 30% das pausas da norma, e seu comportamento não foi alterado pela variação de IBUTG. O método de Apud (1989) encontrou carga física e pausas condizentes com a norma. O método da ISO 8996 encontrou carga física muito variável, para a mesma ocupação, relacionados às variáveis pessoais. As variáveis produtividade e pausas naturais foram muito influenciadas pela interrupção mecânica, com provável influência da hora do dia. Todos os trabalhadores demonstraram desconforto com o calor. Foram praticamente certas as diferenças estatísticas entre as variáveis ambientais do El Niño Godzilla com o clima e com o estudo de 2010. A temperatura do ar foi superior e a umidade relativa do ar foi inferior. As adequações das condições de trabalho na exposição ao calor, acarretariam no bem estar dos trabalhadores, com consequentes melhorias na saúde, na segurança, na qualidade e no desempenho da exploração florestal, requisitos essenciais para a sustentabilidade do manejo florestal na Amazônia, sob o cenário atual e futuro da mudança climática. |
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Nascimento, Kauê Augusto OliveiraEmmert, FabianoHiguchi, Niro2020-01-10T16:46:31Z2020-01-10T16:46:31Z2017-02-21https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5132http://lattes.cnpq.br/9118350627518619A Amazônia abrange uma área extensa com florestas ainda pouco manejadas. Há desafios para o manejo florestal, pela má formação de recursos humanos, falta de tecnologia avançada e condições de trabalho precárias. Isto causa a baixa qualidade da exploração florestal, gerando a insustentabilidade. Esta atividade exige grande contingente e alta carga física dos trabalhadores. O conforto térmico no trabalho em regiões tropicais está entre 20 e 24°C, na Amazônia Central as médias diurnas superam os 28°C. Para agravar a situação, fenômenos El Niño, causam aumento das temperaturas médias na região. As condições térmicas atuais e de previsões para a região, estão sob as exigências de uma norma trabalhista controversa (NR-15). A necessidade de bem estar laboral, para melhoria da qualidade, saúde e segurança na exploração florestal, justificam o estudo. Este trabalho teve como objetivo, investigar as relações das condições térmicas ambientais com o regime de pausas naturais e com o desempenho dos trabalhadores na exploração florestal. Os dados foram coletados por operação: corte, pré-arraste, arraste e pátio. Os dados observados foram confrontados com o estipulado pela norma nacional (NR-15 anexo 03) e consultadas NHO-06 e NIOSH. Foram coletadas as variáveis IBUTG e pausas naturais (%/hora), com isso, foi comparado o regimes de pausas da norma com o observado em campo. Foram coletados dados de frequência cardíaca, variáveis pessoais (idade, peso e altura) e estimada a carga física de trabalho por meio de dois métodos diferentes: anexo C ISO 8996 e Apud (1989). 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This causes poor quality of logging, generating unsustainability. This activity requires large contingent and high physical load of workers. The thermal comfort at work in tropical regions is between 20 and 24 °C, in the Central Amazon the day averages exceed 28 °C. To worsen the situation, El Niño phenomena cause an increase in average temperatures in the region. The current thermal conditions and forecasts for the region are under the requirements of a controversial labor norm (NR-15). The need for well-being at work, to improve the quality, health and safety in the forest logging, justify the study. The objective of this research was to investigate the relationship between environmental thermal conditions and natural pauses and the performance of workers in forest logging. The data were collected by operation: cutting, pre-extraction, extraction and patio. The observed data were compared with the national standard (NR-15 Annex 03) and consulted NHO-06 and NIOSH standards. The WBGT variables and natural pauses (%/hour) were collected, comparing the pause patterns of the standard with that observed in the field. Data were collected on heart rate, personal variables (age, weight and height) and estimated the physical work load by two different methods: Annex C ISO 8996 and Apud (1989). Performance variables (operational cycle, productivity, mechanical interruption, hour and natural pauses) and safety (perception of heat and psychophysiological effects) were collected. These variables were analyzed using MANOVA and multiple regressions. Environmental variables of the El Niño phenomenon (November 2015), with the local climate and data of a time without phenomenon (November 2010), were collected and compared by means of t tests. Based on WBGT, at 8 a.m., it is necessary to apply pauses, according to NR-15. The pauses were intermittent, larger every 02 hours of work. The natural pauses represented about 30% of the pauses of the norm, and their behavior was not altered by the variation of WBGT. The method of Apud (1989) found physical load and pauses consistent with the norm. The ISO 8996 method found a very variable physical load, for the same occupation, related to personal variables. The variables productivity and natural pauses were strongly influenced by the mechanical interruption, with probable influence of the hour. All workers showed discomfort with the heat. The statistical differences between the environmental variables of the El Niño Godzilla with the climate and the 2010 study were virtually certain. The air temperature was higher and the relative humidity was lower. The adequacy of the working conditions in the heat exposure, would result in workers' welfare, with consequent improvements in health, safety, quality and performance of forest logging, essential requirements for the sustainability of forest management in the Amazon under the current and future scenario of climate change.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPACiências de Florestas Tropicais - CFTAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessManejo florestalManejo florestalIBUTGDesempenhoEl Niño GodzillaCondições térmicas ambientais relacionadas à exploração florestal na Amazônia Centralinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALKaue_Nascimento.pdfKaue_Nascimento.pdfapplication/pdf3264146https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/5132/1/Kaue_Nascimento.pdf9a7127729916fc0775c3deec91756e4aMD511/51322020-01-20 15:46:41.784oai:repositorio:1/5132Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-01-20T19:46:41Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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A Amazônia abrange uma área extensa com florestas ainda pouco manejadas. Há desafios para o manejo florestal, pela má formação de recursos humanos, falta de tecnologia avançada e condições de trabalho precárias. Isto causa a baixa qualidade da exploração florestal, gerando a insustentabilidade. Esta atividade exige grande contingente e alta carga física dos trabalhadores. O conforto térmico no trabalho em regiões tropicais está entre 20 e 24°C, na Amazônia Central as médias diurnas superam os 28°C. Para agravar a situação, fenômenos El Niño, causam aumento das temperaturas médias na região. As condições térmicas atuais e de previsões para a região, estão sob as exigências de uma norma trabalhista controversa (NR-15). A necessidade de bem estar laboral, para melhoria da qualidade, saúde e segurança na exploração florestal, justificam o estudo. Este trabalho teve como objetivo, investigar as relações das condições térmicas ambientais com o regime de pausas naturais e com o desempenho dos trabalhadores na exploração florestal. Os dados foram coletados por operação: corte, pré-arraste, arraste e pátio. Os dados observados foram confrontados com o estipulado pela norma nacional (NR-15 anexo 03) e consultadas NHO-06 e NIOSH. Foram coletadas as variáveis IBUTG e pausas naturais (%/hora), com isso, foi comparado o regimes de pausas da norma com o observado em campo. Foram coletados dados de frequência cardíaca, variáveis pessoais (idade, peso e altura) e estimada a carga física de trabalho por meio de dois métodos diferentes: anexo C ISO 8996 e Apud (1989). Foram coletadas as variáveis de desempenho (ciclo operacional, produtividade, interrupção mecânica, hora do dia e pausas naturais) e segurança (percepção de calor e efeitos psicofisiológicos). Estas variáveis foram analisadas por meio de MANOVA e regressões múltiplas. Foram coletadas e comparadas variáveis ambientais do fenômeno El Niño (Novembro 2015), com o clima local e com dados de uma época sem fenômeno (Novembro 2010), por meio de testes t. Com base em IBUTG, a partir de 08 horas é necessária aplicação de pausas, segundo a NR-15. As pausas foram intermitentes, maiores a cada 02 horas de trabalho. As pausas naturais representaram cerca de 30% das pausas da norma, e seu comportamento não foi alterado pela variação de IBUTG. O método de Apud (1989) encontrou carga física e pausas condizentes com a norma. O método da ISO 8996 encontrou carga física muito variável, para a mesma ocupação, relacionados às variáveis pessoais. As variáveis produtividade e pausas naturais foram muito influenciadas pela interrupção mecânica, com provável influência da hora do dia. Todos os trabalhadores demonstraram desconforto com o calor. Foram praticamente certas as diferenças estatísticas entre as variáveis ambientais do El Niño Godzilla com o clima e com o estudo de 2010. A temperatura do ar foi superior e a umidade relativa do ar foi inferior. As adequações das condições de trabalho na exposição ao calor, acarretariam no bem estar dos trabalhadores, com consequentes melhorias na saúde, na segurança, na qualidade e no desempenho da exploração florestal, requisitos essenciais para a sustentabilidade do manejo florestal na Amazônia, sob o cenário atual e futuro da mudança climática. |
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