Explorando o nicho de peixes de água doce: Uma abordagem evolutiva e conservacionista em igarapés de terra firme Amazônicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Frederico, Renata Guimarães
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do INPA
Texto Completo: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12239
http://lattes.cnpq.br/3156181119549976
Resumo: As principais ameaças aos sistemas e os organismos de água doce são as alterações direta do habitat pelo impacto antrópico. A vulnerabilidade desses ecossistemas tem sido discutida nas últimas décadas, entretanto, pouco se tem feito para a conservação desses sistemas. Hoje em dia o grupo de vertebrados mais ameaçados são os peixes de água doce, a maior riqueza desse grupo está na bacia Amazônica, juntamente com as maiores lacunas de informação, principalmente sobre espécies de peixes de igarapés. A modelagem de distribuição de espécies (MDE) tem se tornado uma importante ferramenta em estudos de ecologia, biogeografia, evolução e conservação, especialmente em áreas com lacunas de informação. Isso é devido ao fato da MDE ser baseada em variáveis climáticas de macroescala que determinam a distribuição dos organismos. Entretanto, pouco se discute sobre o uso dessas variáveis ambientais de macroescala para a modelagem de organismos aquáticos. Sabe-se que os ecossistemas aquáticos são dependentes das paisagens que os cercam, assim, alguns modelos construídos com variáveis de macroescala obtiveram resultados semelhantes aos modelos baseados em variáveis locais para a distribuição de espécies aquáticas. Isso possibilita compreender as exigências ecológicas das espécies podendo auxiliar no entendimento sobre a biodiversidade local e/ou regional, especialmente em áreas pouco conhecidas como os trópicos. Alguns autores argumentam que a diversidade nos trópicos é devida à estabilidade climática dessas regiões, fazendo com que os clados tivessem mais tempo para se diversificar, e atribuem essa diversidade de espécies à conservação de nicho. Essa tendência de espécies filogeneticamente próximas terem o nicho fundamental ou realizado similares é conhecida como Conservação Filogenética do Nicho. Essa característica, de manter o nicho conservado ao longo do tempo, pode determinar em que condições ambientais um táxon de um determinado clado pode ocupar ou tolerar. Por outro lado, espécies que retêm seu nicho similar por longos períodos podem ter dificuldade em se adaptarem a mudanças no nicho, podendo levá-las a extinção, tornando-as mais vulneráveis em relação aos impactos antrópicos. Uma das formas de tentar barrar esse impacto é através das Áreas Protegidas (APs). A região Amazônica possui as maiores APs do Brasil, entretanto, elas não foram idealizadas para proteger organismos aquáticos. Assim, esse estudo teve como um dos objetivos relacionar o nicho Grinneliano dessas espécies com variáveis locais, para obter melhores modelos para essas espécies. Dentro dessa abordagem do Nicho Grinneliano ter uma boa correlação com as características limnológicas, também exploramos a evolução desse nicho ao longo do tempo evolutivo. Por fim, verificamos se as espécies de peixes de igarapés Amazônicos são protegidas formalmente pelas Áreas Protegidas da Amazônia legal Brasileira, as Megareservas. Uma vez que para a criação e implementação dessas áreas foram somente considerando ecossistemas e organismos terrestres, e áreas de alta pressão antrópica. Assim, as diferentes formas em que o nicho dessas espécies foi explorado mostrou que, apesar de se conhecer pouco sobre esses organismos, eles são altamente vulneráveis aos impactos antrópicos, e precisam ser incluídos nos planejamentos sistemáticos a para conservação da Amazônia.
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Isso é devido ao fato da MDE ser baseada em variáveis climáticas de macroescala que determinam a distribuição dos organismos. Entretanto, pouco se discute sobre o uso dessas variáveis ambientais de macroescala para a modelagem de organismos aquáticos. Sabe-se que os ecossistemas aquáticos são dependentes das paisagens que os cercam, assim, alguns modelos construídos com variáveis de macroescala obtiveram resultados semelhantes aos modelos baseados em variáveis locais para a distribuição de espécies aquáticas. Isso possibilita compreender as exigências ecológicas das espécies podendo auxiliar no entendimento sobre a biodiversidade local e/ou regional, especialmente em áreas pouco conhecidas como os trópicos. Alguns autores argumentam que a diversidade nos trópicos é devida à estabilidade climática dessas regiões, fazendo com que os clados tivessem mais tempo para se diversificar, e atribuem essa diversidade de espécies à conservação de nicho. Essa tendência de espécies filogeneticamente próximas terem o nicho fundamental ou realizado similares é conhecida como Conservação Filogenética do Nicho. Essa característica, de manter o nicho conservado ao longo do tempo, pode determinar em que condições ambientais um táxon de um determinado clado pode ocupar ou tolerar. Por outro lado, espécies que retêm seu nicho similar por longos períodos podem ter dificuldade em se adaptarem a mudanças no nicho, podendo levá-las a extinção, tornando-as mais vulneráveis em relação aos impactos antrópicos. Uma das formas de tentar barrar esse impacto é através das Áreas Protegidas (APs). A região Amazônica possui as maiores APs do Brasil, entretanto, elas não foram idealizadas para proteger organismos aquáticos. Assim, esse estudo teve como um dos objetivos relacionar o nicho Grinneliano dessas espécies com variáveis locais, para obter melhores modelos para essas espécies. Dentro dessa abordagem do Nicho Grinneliano ter uma boa correlação com as características limnológicas, também exploramos a evolução desse nicho ao longo do tempo evolutivo. Por fim, verificamos se as espécies de peixes de igarapés Amazônicos são protegidas formalmente pelas Áreas Protegidas da Amazônia legal Brasileira, as Megareservas. Uma vez que para a criação e implementação dessas áreas foram somente considerando ecossistemas e organismos terrestres, e áreas de alta pressão antrópica. Assim, as diferentes formas em que o nicho dessas espécies foi explorado mostrou que, apesar de se conhecer pouco sobre esses organismos, eles são altamente vulneráveis aos impactos antrópicos, e precisam ser incluídos nos planejamentos sistemáticos a para conservação da Amazônia.The main threats to freshwater ecosystems and organisms are habitat alteration by anthropic impact. The vulnerability of these ecosystems has been discussed over the last decade; however, little attention has been given to protect these ecosystems. The most threatened vertebrates are the freshwater fishes, whose highest richness is in the Amazon basin, as the widest gap of information, especially for stream species. Species distribution modeling (SDM) has become an important tool in ecology, biogeography, evolution and conservation studies. SDM is based on a set of macroscale variables that determine the distribution of organisms. Thus, a set of environmental variables are used as an input for these models. However, insufficient attention is given to discussing the use of these environmental data for the modeling of aquatic organisms. Freshwater ecosystems are dependent on the surrounding landscape, and some models built with macroscale variables yielded similar results as models based on local variables for distribution of aquatic organisms. The knowledge of species ecological requirements could help understanding the local and/or regional biodiversity. Some authors attribute the high diversity of species in the tropics to conservation niche. They state that the diversity is due to the climatic stability of these regions, and that clades have more time to diversify. This tendency for close related species to have similar fundamental or realized niches is known as Phylogenetic Niche Conservatism. The conservatism of ecological niches could determine environmental conditions in which a taxon of a particular clade can be occupied by dispersing. Conversely, species that retain their niche for long periods of time could have difficulty adapting to environmental changes, and this characteristic could lead them to extinction. Thus, we tested whether the Amazon stream fishes are formally protected by the Amazon Protected Areas (PAs), the Megareserves.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAEcologiaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPeixesConservação FilogenéticaModelagem de ninchoExplorando o nicho de peixes de água doce: Uma abordagem evolutiva e conservacionista em igarapés de terra firme Amazônicosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALRenata Guimarães Frederico.pdfRenata Guimarães Frederico.pdfapplication/pdf2867136https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/12239/1/Renata%20Guimar%c3%a3es%20Frederico.pdf6b49def0936cbc942b23df24e3cd968cMD511/122392020-03-10 14:10:34.495oai:repositorio:1/12239Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-10T18:10:34Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false
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