Taxonomia molecular do complexo Bichromomyia flaviscutellata (Diptera: Psychodidae) e estrutura genética de Bichromomyia flaviscutellata sensu stricto, principal vetor da Leishmania amazonensis (Kinetoplastea: Trypanosomastidae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Melo, Leonardo
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA
Texto Completo: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/16187
http://lattes.cnpq.br/1497052858102299
Resumo: Flebotomíneos são pequenos insetos pertencentes à ordem Diptera, família Psychodidae, subfamília Phlebotominae que estão subdivididos em vários gêneros. Algumas espécies desse grupo são consideradas transmissoras (vetores) de agentes patogênicos que causam a Leishmaniose em alguns animais vertebrados, incluindo o homem. Bichromomyia flaviscutellata é um complexo constituído de pelo menos três espécies: B. flaviscutellata s.s., B. reducta e B. olmeca. Esta última é composta de três subespécies: B. olmeca olmeca, B. olmeca bicolor e B. olmeca nociva, que estão distribuídas desde a América Central até a América do Sul. Destas espécies, B. flaviscutellata s.s. é o principal vetor de Leishmania amazonesis no Brasil. O presente estudo objetivou identificar molecularmente as espécies e subespécies do complexo B. flaviscutellata, com o emprego da Região 5’ do gene COI (conhecido como DNA barcode) e verificar a estrutura genética de B. flaviscutellata s.s., usando a Região 3’ do gene COI a região variável. As sequências do DNA Barcode dos espécimes (n=49) foram procedentes de seis localidades, sendo cinco no Estado do Amazonas (Autazes, Manaus, Pitinga, Novo Airão e Rio Preto da Eva) e uma (1) no Estado do Pará (Serra do Cachorro), enquanto as sequências da Região Variável (n=86) foram procedentes do Estado do Amazonas (Autazes, Manaus, Pitinga, Novo Airão e Rio Preto da Eva). No banco de dados do Barcode foram adicionadas sequências do Genbank, de B. olmeca olmeca e B. olmeca bicolor. As sequências consenso do DNA Barcode apresentaram 649 pares de bases (pb) que geraram 29 haplótipos e cinco redes não conectadas. As distâncias genéticas intraespecíficas variaram de 0,000 a 0,037, enquanto as distâncias interespecíficas variaram de 0,11 a 0,13, apresentando um barcoding gap de 0,087. As análises filogenéticas usando os respectivos algoritmos e modelos evolutivos Neighbor-Joining (NJ - K2P), Máxima Verossimilhança (MV – HKY+I+G) e Inferência Bayesiana (IB – HKY+I+G), resultaram em topologias com clados altamente suportados. Todas as árvores apresentaram a mesma topologia, mas com variações nos valores de suporte. A relação B. olmeca olmeca e B. olmeca bicolor foi melhor esclarecida na análise de NJ; entretanto, esses dados, junto aos de distâncias genéticas, comprovam a posição de B. olmeca bicolor como subespécie de B. olmeca olmeca. Curiosamente, as topologias das árvores mostraram B. olmeca nociva mais próxima filogeneticamente de B. flaviscutellata s.s., assim como a rede de haplótipos separou B. olmeca nociva de B. olmeca olmeca e B. olmeca bicolor. As sequências consenso da RV apresentaram 1141 pb e geraram 59 haplótipos, mostrando grande variabilidade dentro de B. flaviscutellata s.s. A distância genética intraespecífica entre as populações Rio Preto da Eva e Autazes apresentou o maior valor (0,0166). A análise intrapopulacional das amostras de B. flaviscutellata s.s do munícipio de Rio Preto da Eva mostraram-se com um maior nível de diferenciação genética com valor de 0,0167 (1,67%). O teste D de Tajima foi negativo, mas não-significante para todas as populações, indicando nenhum desvio significante do modelo neutro de evolução. Entretanto, o teste Fs de Fu foi negativo e significante para quatro das cinco populações (Autazes, Manaus, Novo Airão e Pitinga), indicando uma recente expansão populacional. A maior diferenciação genética, usando o coeficiente Fst e o menor fluxo gênico, usando o coeficiente Nm, foi entre Pitinga x Rio Preto da Eva (Fst = 0.3535; Nm = 0.91). A estruturação genética estimada pela AMOVA foi alta e significante, comprovando que esta espécie é geneticamente estruturada. Entretanto, o teste de Mantel foi negativo e não significante, o que significa que essa estruturação não está relacionada ao modelo de isolamento por distância (IBD – Isolation-by-Distance). A presença de haplótipos compartilhados entre as populações de Manaus (situado no lado esquerdo do Rio Negro) e Novo Airão (situado no lado direito do Rio Negro) e as populações de Manaus/Pitinga (situados no lado esquerdo do Rio Solimões) e Autazes (situado no lado direito do Rio Solimões) indicam que os Sistema fluvial Amazonas / Negro e Solimões não estão atuando como barreiras geográficas que impedem o fluxo gênico entre as populações de B. flaviscutellata s.s. Os resultados das análises filogenéticas, juntamente com a rede de haplótipos, as distâncias genéticas e os caracteres morfológicos, sugerem que a subespécie B. olmeca nociva deve ser elevada à categoria de espécie.
id INPA_b153b6dd8cf9f91e46d81920a3de2f75
oai_identifier_str oai:repositorio:1/16187
network_acronym_str INPA
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA
repository_id_str
spelling Melo, LeonardoBaiatone, RonildoScarpassa, Vera2020-05-27T20:10:54Z2020-05-27T20:10:54Z2019-04-25https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/16187http://lattes.cnpq.br/1497052858102299Flebotomíneos são pequenos insetos pertencentes à ordem Diptera, família Psychodidae, subfamília Phlebotominae que estão subdivididos em vários gêneros. Algumas espécies desse grupo são consideradas transmissoras (vetores) de agentes patogênicos que causam a Leishmaniose em alguns animais vertebrados, incluindo o homem. Bichromomyia flaviscutellata é um complexo constituído de pelo menos três espécies: B. flaviscutellata s.s., B. reducta e B. olmeca. Esta última é composta de três subespécies: B. olmeca olmeca, B. olmeca bicolor e B. olmeca nociva, que estão distribuídas desde a América Central até a América do Sul. Destas espécies, B. flaviscutellata s.s. é o principal vetor de Leishmania amazonesis no Brasil. O presente estudo objetivou identificar molecularmente as espécies e subespécies do complexo B. flaviscutellata, com o emprego da Região 5’ do gene COI (conhecido como DNA barcode) e verificar a estrutura genética de B. flaviscutellata s.s., usando a Região 3’ do gene COI a região variável. As sequências do DNA Barcode dos espécimes (n=49) foram procedentes de seis localidades, sendo cinco no Estado do Amazonas (Autazes, Manaus, Pitinga, Novo Airão e Rio Preto da Eva) e uma (1) no Estado do Pará (Serra do Cachorro), enquanto as sequências da Região Variável (n=86) foram procedentes do Estado do Amazonas (Autazes, Manaus, Pitinga, Novo Airão e Rio Preto da Eva). No banco de dados do Barcode foram adicionadas sequências do Genbank, de B. olmeca olmeca e B. olmeca bicolor. As sequências consenso do DNA Barcode apresentaram 649 pares de bases (pb) que geraram 29 haplótipos e cinco redes não conectadas. As distâncias genéticas intraespecíficas variaram de 0,000 a 0,037, enquanto as distâncias interespecíficas variaram de 0,11 a 0,13, apresentando um barcoding gap de 0,087. As análises filogenéticas usando os respectivos algoritmos e modelos evolutivos Neighbor-Joining (NJ - K2P), Máxima Verossimilhança (MV – HKY+I+G) e Inferência Bayesiana (IB – HKY+I+G), resultaram em topologias com clados altamente suportados. Todas as árvores apresentaram a mesma topologia, mas com variações nos valores de suporte. A relação B. olmeca olmeca e B. olmeca bicolor foi melhor esclarecida na análise de NJ; entretanto, esses dados, junto aos de distâncias genéticas, comprovam a posição de B. olmeca bicolor como subespécie de B. olmeca olmeca. Curiosamente, as topologias das árvores mostraram B. olmeca nociva mais próxima filogeneticamente de B. flaviscutellata s.s., assim como a rede de haplótipos separou B. olmeca nociva de B. olmeca olmeca e B. olmeca bicolor. As sequências consenso da RV apresentaram 1141 pb e geraram 59 haplótipos, mostrando grande variabilidade dentro de B. flaviscutellata s.s. A distância genética intraespecífica entre as populações Rio Preto da Eva e Autazes apresentou o maior valor (0,0166). A análise intrapopulacional das amostras de B. flaviscutellata s.s do munícipio de Rio Preto da Eva mostraram-se com um maior nível de diferenciação genética com valor de 0,0167 (1,67%). O teste D de Tajima foi negativo, mas não-significante para todas as populações, indicando nenhum desvio significante do modelo neutro de evolução. Entretanto, o teste Fs de Fu foi negativo e significante para quatro das cinco populações (Autazes, Manaus, Novo Airão e Pitinga), indicando uma recente expansão populacional. A maior diferenciação genética, usando o coeficiente Fst e o menor fluxo gênico, usando o coeficiente Nm, foi entre Pitinga x Rio Preto da Eva (Fst = 0.3535; Nm = 0.91). A estruturação genética estimada pela AMOVA foi alta e significante, comprovando que esta espécie é geneticamente estruturada. Entretanto, o teste de Mantel foi negativo e não significante, o que significa que essa estruturação não está relacionada ao modelo de isolamento por distância (IBD – Isolation-by-Distance). A presença de haplótipos compartilhados entre as populações de Manaus (situado no lado esquerdo do Rio Negro) e Novo Airão (situado no lado direito do Rio Negro) e as populações de Manaus/Pitinga (situados no lado esquerdo do Rio Solimões) e Autazes (situado no lado direito do Rio Solimões) indicam que os Sistema fluvial Amazonas / Negro e Solimões não estão atuando como barreiras geográficas que impedem o fluxo gênico entre as populações de B. flaviscutellata s.s. Os resultados das análises filogenéticas, juntamente com a rede de haplótipos, as distâncias genéticas e os caracteres morfológicos, sugerem que a subespécie B. olmeca nociva deve ser elevada à categoria de espécie.Phlebotomines are small insects belonging to the order Diptera, family Psychodidae, subfamily Phlebotominae that are subdivided into several genera. Some species of this group are considered transmitters (vectors) of pathogens that cause Leishmaniasis in some vertebrate animals, including man. Bichromomyia flaviscutellata is a complex composed of at least three species: B. flaviscutellata s.s., B. reducta and B. olmeca. The latter is composed of three subspecies: B. olmeca olmeca, B. olmeca bicolor and B. olmeca nociva, which are distributed from Central America to South America. Of these species, B. flaviscutellata s.s. is the main vector of Leishmania amazonesis in Brazil. The present study aimed to molecularly identify the species and subspecies of the B. flaviscutellata complex using the 5' region of the COI gene (known as DNA Barcode) and to verify the genetic structure of B. flaviscutellata s.s. using the 3' region of the gene COI to the variable region. The sequences of the Barcode DNA of the specimens (n = 49) were from six localities, five in the State of Amazonas (Autazes, Manaus, Pitinga, Novo Airão and Rio Preto da Eva) and one (1) in the State of Pará while the sequences of the Variable Region (n = 86) were from the State of Amazonas (Autazes, Manaus, Pitinga, Novo Airão and Rio Preto da Eva). In the Barcode database were added sequences of B. olmeca olmeca and B. olmeca bicolor from Genbank. The consensus sequences of the Barcode DNA showed 649 base pairs (bp) that generated 29 haplotypes and five unconnected networks. Intraspecific genetic distances ranged from 0.000 to 0.037, while interspecific distances ranged from 0.11 to 0.13, with a barcoding gap of 0.087. Phylogenetic analyzes using the algorithms and evolutionary models Neighbor - Joining (NJ - K2P), Maximum Likelihood (ML - HKY + I + G) and Bayesian Inference (BI - HKY + I + G) resulted in topologies with highly supported clades . All trees presented the same topology, but with variations in support values. The relationship between B. olmeca olmeca and B. olmeca bicolor was better clarified in NJ analysis; however, these data, together with those of genetic distances, confirm the position of B. olmeca bicolor as a subspecies of B. olmeca olmeca. Curiously, the topologies of the trees showed the B. olmeca nociva most phylogenetically closer of B. flaviscutellata s.s., as well as the haplotype network separated B. olmeca nociva of B. olmeca olmeca and B. olmeca bicolor. The RV consensus sequences presented 1141 bp and generated 59 haplotypes, showing great variability within B. flaviscutellata s.s. Intraspecific genetic distance between the populations Rio Preto da Eva and Autazes presented the highest value (0.0166). The intrapopulational analysis of the B. flaviscutellata s.s samples from the city of Rio Preto da Eva showed a higher level of genetic differentiation with a value of 0.0167 (1.67%). The Tajima D test was negative but non-significant for all populations, indicating no significant deviation from the neutral evolution model. However, the Fu Fs test was negative and significant for four of the five populations (Autazes, Manaus, Novo Airão and Pitinga), indicating a recent population expansion. The greatest genetic differentiation, using the Fst coefficient and the lowest gene flow, using the Nm coefficient, was between Pitinga and Rio Preto da Eva (Fst = 0.3535; Nm = 0.91). The genetic structure estimated by AMOVA was high and significant, proving that this species is genetically structured. However, the Mantel test was negative and non-significant, which means that this structuring is not related to the Isolation-by-Distance (IBD) model. The presence of shared haplotypes between the populations of Manaus (situated on the left side of the Rio Negro) and Novo Airão (situated on the right side of the Negro River) and the populations of Manaus / Pitinga (situated on the left side of the Solimões River) and Autazes located on the right side of the Solimões River) indicate that the Amazonas / Negro and Solimões River systems are not acting as geographical barriers that impede the gene flow between the populations of B. flaviscutellata s.s. The results of phylogenetic analyzes, together with the haplotype network, genetic distances and morphological characters, suggest that the B. olmeca nociva subspecies should be elevated to the species category.porCC0 1.0 Universalhttp://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/info:eu-repo/semantics/openAccessDNA BarcodeB. flaviscutellataEstrutura genéticaComplexo de espéciesTaxonomia molecular do complexo Bichromomyia flaviscutellata (Diptera: Psychodidae) e estrutura genética de Bichromomyia flaviscutellata sensu stricto, principal vetor da Leishmania amazonensis (Kinetoplastea: Trypanosomastidae)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisGenética, Conservação e Biologia Evolutiva - GCBEvreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALdissertacao-inpa.pdfdissertacao-inpa.pdfapplication/pdf1921036https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/16187/1/dissertacao-inpa.pdf69dc6b8ce98351e8d75cdd3ecdb8ac4aMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8701https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/16187/2/license_rdf42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708cMD521/161872020-05-28 09:36:14.464oai:repositorio:1/16187Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://bdtd.inpa.gov.br/PUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestrepositorio@inpa.gov.br||repositorio@inpa.gov.bropendoar:2020-05-28T13:36:14Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Taxonomia molecular do complexo Bichromomyia flaviscutellata (Diptera: Psychodidae) e estrutura genética de Bichromomyia flaviscutellata sensu stricto, principal vetor da Leishmania amazonensis (Kinetoplastea: Trypanosomastidae)
title Taxonomia molecular do complexo Bichromomyia flaviscutellata (Diptera: Psychodidae) e estrutura genética de Bichromomyia flaviscutellata sensu stricto, principal vetor da Leishmania amazonensis (Kinetoplastea: Trypanosomastidae)
spellingShingle Taxonomia molecular do complexo Bichromomyia flaviscutellata (Diptera: Psychodidae) e estrutura genética de Bichromomyia flaviscutellata sensu stricto, principal vetor da Leishmania amazonensis (Kinetoplastea: Trypanosomastidae)
Melo, Leonardo
DNA Barcode
B. flaviscutellata
Estrutura genética
Complexo de espécies
title_short Taxonomia molecular do complexo Bichromomyia flaviscutellata (Diptera: Psychodidae) e estrutura genética de Bichromomyia flaviscutellata sensu stricto, principal vetor da Leishmania amazonensis (Kinetoplastea: Trypanosomastidae)
title_full Taxonomia molecular do complexo Bichromomyia flaviscutellata (Diptera: Psychodidae) e estrutura genética de Bichromomyia flaviscutellata sensu stricto, principal vetor da Leishmania amazonensis (Kinetoplastea: Trypanosomastidae)
title_fullStr Taxonomia molecular do complexo Bichromomyia flaviscutellata (Diptera: Psychodidae) e estrutura genética de Bichromomyia flaviscutellata sensu stricto, principal vetor da Leishmania amazonensis (Kinetoplastea: Trypanosomastidae)
title_full_unstemmed Taxonomia molecular do complexo Bichromomyia flaviscutellata (Diptera: Psychodidae) e estrutura genética de Bichromomyia flaviscutellata sensu stricto, principal vetor da Leishmania amazonensis (Kinetoplastea: Trypanosomastidae)
title_sort Taxonomia molecular do complexo Bichromomyia flaviscutellata (Diptera: Psychodidae) e estrutura genética de Bichromomyia flaviscutellata sensu stricto, principal vetor da Leishmania amazonensis (Kinetoplastea: Trypanosomastidae)
author Melo, Leonardo
author_facet Melo, Leonardo
author_role author
dc.contributor.co-advisor.none.fl_str_mv Baiatone, Ronildo
dc.contributor.author.fl_str_mv Melo, Leonardo
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Scarpassa, Vera
contributor_str_mv Scarpassa, Vera
dc.subject.por.fl_str_mv DNA Barcode
B. flaviscutellata
Estrutura genética
Complexo de espécies
topic DNA Barcode
B. flaviscutellata
Estrutura genética
Complexo de espécies
description Flebotomíneos são pequenos insetos pertencentes à ordem Diptera, família Psychodidae, subfamília Phlebotominae que estão subdivididos em vários gêneros. Algumas espécies desse grupo são consideradas transmissoras (vetores) de agentes patogênicos que causam a Leishmaniose em alguns animais vertebrados, incluindo o homem. Bichromomyia flaviscutellata é um complexo constituído de pelo menos três espécies: B. flaviscutellata s.s., B. reducta e B. olmeca. Esta última é composta de três subespécies: B. olmeca olmeca, B. olmeca bicolor e B. olmeca nociva, que estão distribuídas desde a América Central até a América do Sul. Destas espécies, B. flaviscutellata s.s. é o principal vetor de Leishmania amazonesis no Brasil. O presente estudo objetivou identificar molecularmente as espécies e subespécies do complexo B. flaviscutellata, com o emprego da Região 5’ do gene COI (conhecido como DNA barcode) e verificar a estrutura genética de B. flaviscutellata s.s., usando a Região 3’ do gene COI a região variável. As sequências do DNA Barcode dos espécimes (n=49) foram procedentes de seis localidades, sendo cinco no Estado do Amazonas (Autazes, Manaus, Pitinga, Novo Airão e Rio Preto da Eva) e uma (1) no Estado do Pará (Serra do Cachorro), enquanto as sequências da Região Variável (n=86) foram procedentes do Estado do Amazonas (Autazes, Manaus, Pitinga, Novo Airão e Rio Preto da Eva). No banco de dados do Barcode foram adicionadas sequências do Genbank, de B. olmeca olmeca e B. olmeca bicolor. As sequências consenso do DNA Barcode apresentaram 649 pares de bases (pb) que geraram 29 haplótipos e cinco redes não conectadas. As distâncias genéticas intraespecíficas variaram de 0,000 a 0,037, enquanto as distâncias interespecíficas variaram de 0,11 a 0,13, apresentando um barcoding gap de 0,087. As análises filogenéticas usando os respectivos algoritmos e modelos evolutivos Neighbor-Joining (NJ - K2P), Máxima Verossimilhança (MV – HKY+I+G) e Inferência Bayesiana (IB – HKY+I+G), resultaram em topologias com clados altamente suportados. Todas as árvores apresentaram a mesma topologia, mas com variações nos valores de suporte. A relação B. olmeca olmeca e B. olmeca bicolor foi melhor esclarecida na análise de NJ; entretanto, esses dados, junto aos de distâncias genéticas, comprovam a posição de B. olmeca bicolor como subespécie de B. olmeca olmeca. Curiosamente, as topologias das árvores mostraram B. olmeca nociva mais próxima filogeneticamente de B. flaviscutellata s.s., assim como a rede de haplótipos separou B. olmeca nociva de B. olmeca olmeca e B. olmeca bicolor. As sequências consenso da RV apresentaram 1141 pb e geraram 59 haplótipos, mostrando grande variabilidade dentro de B. flaviscutellata s.s. A distância genética intraespecífica entre as populações Rio Preto da Eva e Autazes apresentou o maior valor (0,0166). A análise intrapopulacional das amostras de B. flaviscutellata s.s do munícipio de Rio Preto da Eva mostraram-se com um maior nível de diferenciação genética com valor de 0,0167 (1,67%). O teste D de Tajima foi negativo, mas não-significante para todas as populações, indicando nenhum desvio significante do modelo neutro de evolução. Entretanto, o teste Fs de Fu foi negativo e significante para quatro das cinco populações (Autazes, Manaus, Novo Airão e Pitinga), indicando uma recente expansão populacional. A maior diferenciação genética, usando o coeficiente Fst e o menor fluxo gênico, usando o coeficiente Nm, foi entre Pitinga x Rio Preto da Eva (Fst = 0.3535; Nm = 0.91). A estruturação genética estimada pela AMOVA foi alta e significante, comprovando que esta espécie é geneticamente estruturada. Entretanto, o teste de Mantel foi negativo e não significante, o que significa que essa estruturação não está relacionada ao modelo de isolamento por distância (IBD – Isolation-by-Distance). A presença de haplótipos compartilhados entre as populações de Manaus (situado no lado esquerdo do Rio Negro) e Novo Airão (situado no lado direito do Rio Negro) e as populações de Manaus/Pitinga (situados no lado esquerdo do Rio Solimões) e Autazes (situado no lado direito do Rio Solimões) indicam que os Sistema fluvial Amazonas / Negro e Solimões não estão atuando como barreiras geográficas que impedem o fluxo gênico entre as populações de B. flaviscutellata s.s. Os resultados das análises filogenéticas, juntamente com a rede de haplótipos, as distâncias genéticas e os caracteres morfológicos, sugerem que a subespécie B. olmeca nociva deve ser elevada à categoria de espécie.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-04-25
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-05-27T20:10:54Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-05-27T20:10:54Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/16187
dc.identifier.author-lattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1497052858102299
url https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/16187
http://lattes.cnpq.br/1497052858102299
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv CC0 1.0 Universal
http://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv CC0 1.0 Universal
http://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.program.fl_str_mv Genética, Conservação e Biologia Evolutiva - GCBEv
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA
instname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
instacron:INPA
instname_str Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
instacron_str INPA
institution INPA
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/16187/1/dissertacao-inpa.pdf
https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/16187/2/license_rdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 69dc6b8ce98351e8d75cdd3ecdb8ac4a
42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
repository.mail.fl_str_mv repositorio@inpa.gov.br||repositorio@inpa.gov.br
_version_ 1797422772096335872