Conflitos entre pescadores e ariranhas (Pteronura brasiliensis) na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari, rio Juruá, Amazonas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Patricia Farias Rosas
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPA
Texto Completo: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11849
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4704925Y8
Resumo: A recuperação de populações de ariranhas, após a proibição da caça e do comércio de peles, tem tornado mais constantes os conflitos com pescadores. Neste estudo analisou-se o conflito entre pescadores e ariranhas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari, onde as ariranhas são acusadas de interferirem na pesca por comerem (predação) e espantarem (interferência local) os peixes, e danificarem apetrechos de pesca (interferência direta). A interferência por predação foi analisada através da sobreposição alimentar entre os taxa de peixes (índice de Morisita simplificado) consumidos por humanos e ariranhas. A dieta das ariranhas foi avaliada por meio de amostras de fezes, e a dos humanos por entrevistas. As interferências local e direta for analisadas através de pescarias experimentais com malhadeiras, comparando-se a eficiência de captura entre eventos com e sem a presença de ariranhas. A sobreposição entre as dietas de humanos e ariranhas quanto aos taxa de peixes foi baixa (0,37) e variou temporalmente, sendo menor na seca (0,24) que na cheia (0,60), quando ambas as espécies tendem a ser mais generalistas. A sobreposição entre os peixes consumidos pelas ariranhas e aqueles explorados pela pesca comercial local foi pequena (0,34). A presença de ariranhas durante as pescarias experimentais foi baixa (9,5%), só ocorreu na cheia, e não interferiu significativamente na eficiência das capturas. Foi registrada apenas uma interferência direta das ariranhas nas pescarias experimentais. Os resultados indicam que o conflito na área de estudo pode ser intensificado na cheia, quando o rendimento das pescarias diminui naturalmente, mas parece ser motivado principalmente pelo preconceito dos moradores com relação às ariranhas.
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