Conflitos entre pescadores e ariranhas (Pteronura brasiliensis) na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari, rio Juruá, Amazonas
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11849 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4704925Y8 |
Resumo: | A recuperação de populações de ariranhas, após a proibição da caça e do comércio de peles, tem tornado mais constantes os conflitos com pescadores. Neste estudo analisou-se o conflito entre pescadores e ariranhas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari, onde as ariranhas são acusadas de interferirem na pesca por comerem (predação) e espantarem (interferência local) os peixes, e danificarem apetrechos de pesca (interferência direta). A interferência por predação foi analisada através da sobreposição alimentar entre os taxa de peixes (índice de Morisita simplificado) consumidos por humanos e ariranhas. A dieta das ariranhas foi avaliada por meio de amostras de fezes, e a dos humanos por entrevistas. As interferências local e direta for analisadas através de pescarias experimentais com malhadeiras, comparando-se a eficiência de captura entre eventos com e sem a presença de ariranhas. A sobreposição entre as dietas de humanos e ariranhas quanto aos taxa de peixes foi baixa (0,37) e variou temporalmente, sendo menor na seca (0,24) que na cheia (0,60), quando ambas as espécies tendem a ser mais generalistas. A sobreposição entre os peixes consumidos pelas ariranhas e aqueles explorados pela pesca comercial local foi pequena (0,34). A presença de ariranhas durante as pescarias experimentais foi baixa (9,5%), só ocorreu na cheia, e não interferiu significativamente na eficiência das capturas. Foi registrada apenas uma interferência direta das ariranhas nas pescarias experimentais. Os resultados indicam que o conflito na área de estudo pode ser intensificado na cheia, quando o rendimento das pescarias diminui naturalmente, mas parece ser motivado principalmente pelo preconceito dos moradores com relação às ariranhas. |
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Ribeiro, Patricia Farias RosasRosas, Fernando César WeberZuanon, Jansen Alfredo Sampaio2020-02-17T18:03:14Z2020-02-17T18:03:14Z2009-09-11https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11849http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4704925Y8A recuperação de populações de ariranhas, após a proibição da caça e do comércio de peles, tem tornado mais constantes os conflitos com pescadores. Neste estudo analisou-se o conflito entre pescadores e ariranhas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari, onde as ariranhas são acusadas de interferirem na pesca por comerem (predação) e espantarem (interferência local) os peixes, e danificarem apetrechos de pesca (interferência direta). A interferência por predação foi analisada através da sobreposição alimentar entre os taxa de peixes (índice de Morisita simplificado) consumidos por humanos e ariranhas. A dieta das ariranhas foi avaliada por meio de amostras de fezes, e a dos humanos por entrevistas. As interferências local e direta for analisadas através de pescarias experimentais com malhadeiras, comparando-se a eficiência de captura entre eventos com e sem a presença de ariranhas. A sobreposição entre as dietas de humanos e ariranhas quanto aos taxa de peixes foi baixa (0,37) e variou temporalmente, sendo menor na seca (0,24) que na cheia (0,60), quando ambas as espécies tendem a ser mais generalistas. A sobreposição entre os peixes consumidos pelas ariranhas e aqueles explorados pela pesca comercial local foi pequena (0,34). A presença de ariranhas durante as pescarias experimentais foi baixa (9,5%), só ocorreu na cheia, e não interferiu significativamente na eficiência das capturas. Foi registrada apenas uma interferência direta das ariranhas nas pescarias experimentais. Os resultados indicam que o conflito na área de estudo pode ser intensificado na cheia, quando o rendimento das pescarias diminui naturalmente, mas parece ser motivado principalmente pelo preconceito dos moradores com relação às ariranhas.The recovery of giant otter populations, after the prohibition of hunting and restriction of the pelt trade, has resulted in more constant conflicts with fishermen. In this study, the fishermengiant otter conflict was analyzed in the Uacari Sustainable Development Reserve, where giant otters are accused of interfering with fisheries by eating (predation) and frightening the fish away (local interference), and of damaging fishing equipment (direct interference). Predation interference was analyzed by means of the diet overlap between the fish taxa (simplified Morisita index) consumed by humans and giant otters. The giant otter diet was assessed from feces samples, and the human diet through interviews. Local and direct interferences were analyzed through experimental fisheries with gillnets, comparing the capture efficiency between events with and without giant otter presence. Overlap between the human and giant otter diets in prey taxa was low (0.37) and varied seasonaly, being smaller in the low-water period (0.24) than in the high-water period (0.60), when both species tend to be more generalist. Overlap between the fish taxa consumed by the giant otters and those exploited by the commercial fisheries was small (0.34). Giant otter presence during the experimental fisheries was low (9.5%), and occurred in the high-water period. It did not interfere significantly in fish-capture efficiency. Only one case of direct interference by giant otters in the experimental fisheries was recorded. The results indicate that conflict between otters and fishermen in the study area is greater in the high-water period, when the income of the fisheries decreases naturally, but it seems to be mainly motivated by the residents' prejudice against giant otters.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAEcologiaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPescaPiscivoriaRecursos pesqueirosAriranhasConflitos entre pescadores e ariranhas (Pteronura brasiliensis) na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari, rio Juruá, Amazonasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALDissertacao_inpa.pdfDissertacao_inpa.pdfapplication/pdf1680558https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/11849/1/Dissertacao_inpa.pdf949f3c7d263b2d9c9ab21261f69d6760MD511/118492020-03-23 18:02:12.392oai:repositorio:1/11849Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-23T22:02:12Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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A recuperação de populações de ariranhas, após a proibição da caça e do comércio de peles, tem tornado mais constantes os conflitos com pescadores. Neste estudo analisou-se o conflito entre pescadores e ariranhas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari, onde as ariranhas são acusadas de interferirem na pesca por comerem (predação) e espantarem (interferência local) os peixes, e danificarem apetrechos de pesca (interferência direta). A interferência por predação foi analisada através da sobreposição alimentar entre os taxa de peixes (índice de Morisita simplificado) consumidos por humanos e ariranhas. A dieta das ariranhas foi avaliada por meio de amostras de fezes, e a dos humanos por entrevistas. As interferências local e direta for analisadas através de pescarias experimentais com malhadeiras, comparando-se a eficiência de captura entre eventos com e sem a presença de ariranhas. A sobreposição entre as dietas de humanos e ariranhas quanto aos taxa de peixes foi baixa (0,37) e variou temporalmente, sendo menor na seca (0,24) que na cheia (0,60), quando ambas as espécies tendem a ser mais generalistas. A sobreposição entre os peixes consumidos pelas ariranhas e aqueles explorados pela pesca comercial local foi pequena (0,34). A presença de ariranhas durante as pescarias experimentais foi baixa (9,5%), só ocorreu na cheia, e não interferiu significativamente na eficiência das capturas. Foi registrada apenas uma interferência direta das ariranhas nas pescarias experimentais. Os resultados indicam que o conflito na área de estudo pode ser intensificado na cheia, quando o rendimento das pescarias diminui naturalmente, mas parece ser motivado principalmente pelo preconceito dos moradores com relação às ariranhas. |
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