ECOLOGIA ESPACIAL DA SARDINHA VERDADEIRA (Sardinella brasiliensis Steindachner 1879): PADRÕES RELACIONADOS À VARIABILIDADE ATMOSFÉRICA E OCEÂNICA NO ATLÂNTICO SUDOESTE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luiz Eduardo de Souza Moraes
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do INPE
Texto Completo: http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m19/2012/08.16.17.28
Resumo: A distribuição espacial da sardinha verdadeira (\textit{Sardinella brasiliensis}) foi investigada durante os estágios de vida planctônico (embrionário e larvar) e adulto, empregando-se uma série de coletas de ictioplâncton conduzidas entre 1976 e 1993, e dados de captura pela frota de cerco, no período de 2000 a 2006. A caracterização do ambiente oceanográfico da Plataforma Continental Sudeste Brasileira (PCSB) empregou dados \textit{in situ} e descritores multivariados, criados a partir de conjuntos de variáveis de reanálise (Simple Ocean Data Analysis), no período de 1976 a 1993, e Sensoriamento Remoto (SR - TSM, Vento e Clorofila-$\alpha$), no período entre 2000 e 2006. A variabilidade da estrutura espacial foi quantificada e descrita através de modelos de regressão múltipla, empregando conjuntos de Autovetores Espaciais como variáveis explanatórias, representando padrões espaciais em um gradiente de escalas. A descrição da estrutura espacial empregou um conjunto predefinido de escalas de referência: Escalas Macro - 200 km a 400 km; Escalas Médias - 50 km a 199 km; e Escalas Locais - < 50 km. Variações temporais na estrutura espacial foram testadas quanto à sua significância estatística, através de modelos de Análise de Variância (ANOVA) modificados. A influência do ambiente sobre os arranjos espaciais observados (dependência espacial) foi explorada através de Analises de Codependência Multiescala, sendo interpretada com base nas escalas de referência supracitadas. Os resultados para os estágios planctônicos mostram distribuições de ovos estruturadas principalmente nas escalas Médias e Locais. As distribuições de larvas mostram uma estruturação espacial mais evidente, com variabilidade em escalas Macro e Médias. O comportamento temporal da estrutura espacial mostra uma maior importância relativa das escalas Macro nos verões de 1977 e 1993, sugerindo a ocorrência de expansões e contrações nos habitats reprodutivos. As variações temporais na estrutura espacial não se mostram significativas em nenhum estágio planctônico, embora as variações nas densidades apresentem-se significativamente estruturadas. As relações de dependência espacial com variáveis termohalinas sugerem contribuições substanciais da estabilidade térmica superficial, e aportes continentais, na estruturação espacial dos habitats reprodutivos. No estágio adulto, a análise dos descritores multivariados (Sensoriamento Remoto) evidencia forte variabilidade ambiental nas escalas interanuais. Os resultados também sugerem um padrão sazonal de deslocamento \textit{alongshore}, no qual a espécie se concentra preferencialmente na plataforma de Santos durante a transição verão-outono, deslocando-se para o setor sul da PCSB durante o inverno. Nos meses precedentes à desova (primavera), parte do estoque reocupa a plataforma de Santos. Embora a estrutura espacial mostre variações interanuais significativas, não se observam ciclos temporais bem definidos em nenhum dos cenários analisados. As relações de codependência com os descritores multivariados (dados SR) não mostram comportamento recorrente, sugerindo uma influência significativa de mecanismos comportamentais no processo de seleção de habitats, em curtas escalas de tempo. Em escala sazonal, uma ocupação alternada dos setores norte e sul da PCSB pode estar relacionada à intensificação dos principais mecanismos de enriquecimento em escala regional, notadamente a intensificação das intrusões da Água Central do Atlântico Sul, prevalentes no verão, e às intrusões superficiais da Corrente Costeira do Brasil no inverno.
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Spatial distribution at adult stages was inferred from logbook data registering the purse seine fleet activity between February 2000 and November 2006. Environmental data included \textit{in situ} temperature and salinity samples (1976 to 1993), a set of Simple Ocean Data Analysis (SODA) variables (1976 to 1993); and Remote Sensing (RS) data (SST, Wind and Chlorophyll--$\alpha$) (2000 to 2006). Prior to analyses, SODA and Remote sensing data were reduced by Principal Component Analysis, creating a new set of multivariate gradient descriptors. The spatial structure was decomposed and quantified through a series of multiple regression models, using spatial eigenvectors as explanatory variables. The description of the spatial structures was based on a set of predefined reference scales: Macro Scales - 200 km to 400 km; Medium Scales - 50 km to 199 km; Local Scales - < 50 km. Temporal variations in the spatial structure were detected using modified Analysis of Variance (ANOVA) models. Relationships of spatial dependency with the physical environment were explored through Multiscale Codependence Analyses (MCA). Results for the planktonic stages show that the distributions of eggs were structured mainly in Medium and Local scales. Spatial structuring is more evident for larvae distributions, where Macro and Medium scale variability predominate. Contributions in the Macro scales became more evident in the summers of 1977 and 1993, which might suggest expansions of the reproductive habitats. Temporal variations in egg and larvae densities were significant, although variations in the spatial structure were not significant at both stages. The reproductive habitats were characterized by higher surface temperatures and lower surface salinities, highlighting the importance of surface thermal stability and freshwater inputs. The analysis of the RS based multivariate descriptors shows that the Brazilian sardine spends his adult stages in a highly dynamic environment. Results also suggest a seasonal migration pattern, in which the sardine concentrates off Santos during the summer-autumn transition, moving to the southern sector of the SBB during autumn-winter. In the spring, fisheries concentrate both at Santos platform, and between Santa Catarina and Paranaguá. Changes in the spatial structure are significant in a interannual scale, and do not seem to follow regular cycles. Multiscale associations with multivariate gradient descriptors are characterized by frequent inversions of the correlation signals. This suggests that, at short time scales, habitat selection may be mostly driven by behavioral mechanisms. 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