Escassez de força de trabalho : uma revisão da literatura internacional e interpretação dos resultados empíricos referentes ao Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nascimento, Paulo A. Meyer M.
Data de Publicação: 2015
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da IPEA (RCIpea)
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Texto Completo: http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/4223
Resumo: Este texto busca sistematizar o debate sobre escassez de força de trabalho qualificada e sintetizar as evidências surgidas no Brasil nos últimos anos sobre o tema. É apresentada revisão da literatura internacional a respeito da escassez de trabalho qualificado, é discutida a produção recente que investiga – a partir de métodos e bases de dados variados – sinais de carência ou não de força de trabalho qualificada no Brasil e é proposta uma interpretação das evidências disponíveis. Argui-se que não há indícios concretos para afirmar que tenha havido “escassez generalizada de mão de obra” na primeira década do século XXI no Brasil. Não é afastada, contudo, a possibilidade de ter havido – e ainda persistirem – dificuldades de preenchimento de vagas em algumas situações. Setores que experimentem forte crescimento em curto período de tempo costumam enfrentar problemas para contratar pessoal qualificado, podendo ter sido este o caso da construção civil nos anos recentes ou da indústria naval. Postos de trabalho para funções que exijam competências muito especializadas também podem por vezes ser de difícil preenchimento, bem como os que requerem atributos como experiência ou liderança e os que se proliferem em regiões distantes dos grandes centros, a reboque de algum investimento de grande porte – por exemplo, a construção de uma hidrelétrica ou a instalação de uma nova planta industrial. Não se deve perder de vista, contudo, que estes problemas tendem a resolver-se em prazos relativamente curtos, quer seja pelos próprios mecanismos de mercado, quer seja por novas conjunturas econômicas, quer seja por regulações bem-sucedidas, quer seja pela oferta de cursos profissionalizantes. Iniciativas de longo prazo deveriam paulatinamente focar mais na melhoria da qualidade do que da quantidade de oferta educacional, em todos os níveis – dado que a baixa qualidade do sistema educacional brasileiro compromete a qualidade da mão de obra e o crescimento de sua produtividade, seja ou não período de escassez. Delimitar bem o problema é importante para reduzir os riscos de implementar políticas pouco adequadas.
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