Considerações sobre o racismo estrutural

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: COSTA, Layza Garcia da
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: EDUARDO, Gustavo Alves
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Scientia – Repositório Institucional
Texto Completo: https://repositorio.pgsskroton.com//handle/123456789/47628
Resumo: A sociedade contemporânea não pode ser compreendida sem os conceitos de raça e racismo. A partir desta problemática tomamos como objetivo tecer algumas considerações teóricas e argumentativas sobre as lógicas do racismo estrutural. A raça ao longo do tempo pôde ser vista dentro do paradigma biológico; referindo-se a seres humanos, um termo que foi utilizado historicamente para identificar categorias humanas socialmente definidas. Estas diferenças acabam sendo referidas a partir da cor de pele, tipos de cabelo, conformação facial e cranial, ancestralidade e genética. Conforme Guimarães (2012), muitos autores estudaram e construíram o conceito de raça, e quase todos concluíram que a raça serve para garantir o funcionamento de normas sociais. Em verdade, o racismo consiste no preconceito e discriminação com base em percepções sociais baseadas nas diferenças entre as raças. Visto que, atualmente, existem tipos de racismos específicos, esse problema tem sido instituído e ressoado entre as relações sociais. A partir de um estudo em revisão bibliográfica, encontramos a obra "Racismo Estrutural" de Silvio Luiz de Almeida (2018), em que o mesmo nos ajuda compreender o racismo enquanto uma violência sistemática de discriminação a partir da raça. Esta lógica acaba se manifestando por meio de práticas conscientes e inconscientes que culminam em desvantagens, desigualdades e privilégios, a depender do grupo social e racial ao qual as subjetividades pertencem. Ou seja, a discriminação nada mais é do que dar tratamento ou estabelecer relações desiguais em razão do segmento de raça. Por isso, o autor Silvio Luiz de Almeida argumenta que o racismo pode ser definido a partir de três concepções: individualista, pela qual o racismo se apresenta como uma deficiência patológica decorrente de preconceitos; institucional, pela qual se conferem privilégios e desvantagens a determinados grupos sociais em razão da raça normalizando estes atos por meio do poder e da dominação; estrutural, esta concepção talvez seja a mais complexa, pois aqui o racismo está instituído, naturalizado, normalizado e presentificado nas relações sociais, políticas, jurídicas e econômicas. Neste caso, estas formações tanto individuais, institucionais e estruturais acabam por reproduzir a desigualdade social. Diante disso, o autor Silvio Luiz de Almeida (2018) aponta e parte da hipótese de que todo racismo em verdade é estrutural. Neste sentido, podemos pensar que até mesmo a criminalização do corpo negro seja um produto sócio-historico, isto é, aquilo que é produzido por este corpo acaba caindo em um espaço-lógica de crime, risco e perigo. Diante disso, podemos entender que o racismo enquanto estrutura que atravessa as relações acaba por desumanizar os corpos negros, desumanização esta que anula ou impede corpos negros de narrarem as suas histórias. E isto nos faz enxergar uma dupla exigência: primeira, reconhecer e pensar os modos de configuração do racismo em nosso cotidiano; segunda, afirmar a emergência de que os corpos negros contem as suas próprias histórias como pessoa negra em primeira pessoa. Talvez, neste ponto, aproximamo-nos daquilo que a autora. Neusa Santos Souza (1983) irá chamar de "Tornar-se negro", onde diante da estruturação de uma sociedade racista o processo de subjetivação da racialidade implica pensar que ninguém nasce negro, mas torna-se negro.
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Em verdade, o racismo consiste no preconceito e discriminação com base em percepções sociais baseadas nas diferenças entre as raças. Visto que, atualmente, existem tipos de racismos específicos, esse problema tem sido instituído e ressoado entre as relações sociais. A partir de um estudo em revisão bibliográfica, encontramos a obra "Racismo Estrutural" de Silvio Luiz de Almeida (2018), em que o mesmo nos ajuda compreender o racismo enquanto uma violência sistemática de discriminação a partir da raça. Esta lógica acaba se manifestando por meio de práticas conscientes e inconscientes que culminam em desvantagens, desigualdades e privilégios, a depender do grupo social e racial ao qual as subjetividades pertencem. Ou seja, a discriminação nada mais é do que dar tratamento ou estabelecer relações desiguais em razão do segmento de raça. Por isso, o autor Silvio Luiz de Almeida argumenta que o racismo pode ser definido a partir de três concepções: individualista, pela qual o racismo se apresenta como uma deficiência patológica decorrente de preconceitos; institucional, pela qual se conferem privilégios e desvantagens a determinados grupos sociais em razão da raça normalizando estes atos por meio do poder e da dominação; estrutural, esta concepção talvez seja a mais complexa, pois aqui o racismo está instituído, naturalizado, normalizado e presentificado nas relações sociais, políticas, jurídicas e econômicas. Neste caso, estas formações tanto individuais, institucionais e estruturais acabam por reproduzir a desigualdade social. Diante disso, o autor Silvio Luiz de Almeida (2018) aponta e parte da hipótese de que todo racismo em verdade é estrutural. 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